juddy1 08/05/2024
?Mata o porco, corta a goela, espalha o sangue, cai de pau!?
Comecei esse livro sem saber muito do que se tratava e talvez não saber a sinopse me deixou mais impactada sobre toda a história, então se você ainda não leu, recomendo que caia de paraquedas mesmo.
Aqui a gente vai encontrar um grupo de meninos que acabaram por cair em uma ilha isolada no oceano e vão começar a tentar, com muito esforço, viver em sociedade, sem a presença de adultos pra lembra-los o que é certo e o que é errado. Temos dois personagens principais que curiosamente mostram ações que se parecem com uma democracia (Ralph) e uma ditadura (Jack).
De um lado temos uma pessoa que escuta o que todos tem a dizer, que se preocupa a todo custo em manter uma fogueira acesa para serem salvos caso um navio passe por perto e que está preocupado em construir abrigos e de outro temos outra que só pensa em caçar, que usa a violência nos mais fracos e que até passa a gostar dessa natureza selvagem que são obrigados a viver.
Esse livro me fez questionar se o ?homem? é bom e o meio/as condições o corrompe ou somos todos ruins por natureza, quando colocados em um estado sem regras e sem leis. Qual a real força que o medo tem? aqui, por se tratar de um medo irracional (a criação de um monstro irreal) a violência passa a ser justificada e isso culmina no fim das regras estabelecidas por Ralph, no fim do diálogo e na instauração do caos entre os meninos, que é justamente um propósito que Jack queria pra justificar sua tirania.
Um ponto negativo pra mim foi que o autor se estende muito em descrições dos ambientes de maneira bem poética e talvez isso tenha tornado a leitura arrastada pra mim no início, eu demorei a me conectar com a história. Tirando esse ponto, eu simplesmente não larguei mais o livro até finalizar.
Inúmeras interpretações podem ser tiradas daqui, e confesso que ainda vou passar uns bons dias pensando no que é o ?Senhor das Moscas? e no diálogo dele com o Simon.
ps.: uma curiosidade que descobri em uma resenha, senhor das moscas = belzebu, e durante todo o livro temos alegorias que se parecem ((não sei se propositalmente)) a referências bíblicas