spoiler visualizarHaraldyyyy 12/02/2024
Perfeição em formato de crítica
O livro se inicia com as crianças se encontrando, muito puras, elegendo um líder, organizando expedições, quase como se fosse natural, levando as coisas como uma aventura ou brincadeira.
Porém, ao decorrer do livro, começam a se desentender em vários aspectos do dia a dia delas, sendo uma parcela do grupo mais entregue a brutalidade da ilha, se importando apenas com caçar, e "o resto a gente vê depois"; e a outra muito mais centrada, focada no que necessita ser feito para aumentar as chances de serem resgatados (uma fogueira que manteriam eles visíveis aos barcos e aviões que porventura passassem).
Ao final do livro, você tem o Jack, que faz parte do primeiro grupo citado acima, e o Ralph, que faz parte do outro. No momento final do livro, nos temos um Jack completamente selvagem, perseguindo Ralph com o intuito de assassinar Ralph. Mas, no momento em que Ralph se via sem saída, finalmente soldados da marinha viram a fogueira (ironicamente a que o grupo de Jack havia acendido para assar um porco), e resgataram os meninos.
Mas o ponto alto do livro pra mim foi após o fim, em que eu me vi pensando: "Meu Deus, esse Jack fez o inferno na vida dos meninos, até matou dois, não é possível que ele saia vivo daí, bem que o Ralph podia enfiar essa lança de duas pontas no peito dele".
Foi aí que eu entendi a premissa do livro, me vendo como Jack, pensando apenas no conflito, em ferir quem me feriu, me entregando a selvageria. Esse momento me fez refletir sobre nossa sociedade, que apesar de não se encontrar em uma situação fatal como a dos meninos da ilha, age como Jack, se entregando a selvageria para "sobreviver". Parafraseando Rousseau, dando a impressão que "o homem nasce bom, a sociedade o corrompe".