A Mão Esquerda da Escuridão

A Mão Esquerda da Escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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Iolanda 04/03/2023

Li o livro com muita expectativa. Foi minha primeira leitura da autora, muito aclamada por suas histórias distópica.
A introdução do livro, nesta edição que li, foi para mim o ponto alto da leitura. Adorei!
Já a leitura do livro em si, me foi custosa. Em alguns momentos fiquei confusa com a narração dos personagens. Inverno, planeta visitado por Aí, é, por sua descrição, um lugar de difícil sobrevivência. Para aqueles que ali nascem, claro que a experiência é outra. Porém, para o alienígena, o frio constante é sofrimento.
A questão da sexualidade naquele planeta, é, certamente, o mais interessante da história. Em um primeiro momento tive dificuldade para imaginar seres próximos daquilo que somos como humanos, sem uma definição certa entre a imagem de homem ou mulher. Mas com o decorrer da leitura, fui compreendendo o significado de "Kemmer'.
Acompanhar a história me exigiu muita concentração. Acredito que uma releitura será necessária para tentar compreender a complexidade desse universo criado por essa autora extraordinária.

" O inesperado é o que torna a vida possível"
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de Paula 01/03/2023

Muito mais do que um manifesto sobre gênero, é histórico
Que livro incrível! A Úrsula não brincou em serviço quando escreveu este livro. Claro que a camada mais óbvia é a discussão sobre gênero, pensando numa realidade onde este fator é excluído da humanidade o que sobraria de nós como sociedade? Pensando em guerras, por exemplo, a autora expressa que elas provavelmente são motivadas pelo orgulho masculino. A discussão de machismo foi latente e o personagem terráqueo tem diversas falas que o reproduzem, principalmente sobre feições femininas encontradas nos habitantes de Inverno. Mas, além disso, as reflexões sobre o papel de todos numa sociedade que não tem a ambivalência sexual do terráqueo, trás uma ideia de como a nossa posição de mulher na Terra é relegada a procriar e por esse motivo, não ter nenhum valor. Em Inverno, até o rei engravida e não perde seu prestígio e poder por isso. Além do idioma deles não ter a palavra guerra, o que significa que ela não existe? Talvez, provavelmente é o azul em grego, não é porque não tinha uma palavra sobre o céu deixou de ser desta cor.

Ainda sobre a questão de gênero, o que a Úrsula escreveu na década de 50 é uma discussão importante sobre gênero até nossos dias, onde falamos sobre a questão linguística do gênero neutro, o não-binarismo, movimento queer, assexualidade e espectro ace, gênero e sexualidade fluída, gravidez e comportamento pervertido. Todos os aspectos que envolvem este quesito me fizeram lembrar de O fim da infância, onde C. Clarke traz uma provocação incrível sobre entidades e símbolos religiosos com a descoberta do desconhecido. Esse livro é um clássico porque continua tão relevante de quando foi escrito. Ainda hoje, em 2023, mulheres são demitidas após retornarem da licença maternidade, porque ao gerar uma vida a sociedade as interpreta como incompetentes (depois ninguém sabe porque a taxa de natalidade mundial reduziu, principalmente nos países tidos como desenvolvidos, como os europeus). A autora foi visionária, embora ela mesma explique a ficção científica como a leitura do presente, não um conto sobre o futuro. Isso é verdade, afinal, a luta por equidade de gênero nos Estados Unidos tem sido uma batalha secular no Congresso. Devemos começar a ler nas entrelinhas a ficção científica.

O sexo para esses seres humanos é um ritual de acasalamento específico, o kemmer, que acontece como com os animais terrestres. Ele possui regras e ética específica, por isso, questões como estupro e abuso não são reais. Neste momento que entra a distopia da história. Imagina um mundo onde o machismo que matou e mata todos os dias não existisse? Aparentemente, para alguns, este fator fora da jogada deixaria nos todos em situação da primeira meia hora de 2001, Uma Odisseia no Espaço (de novo falando do C. Clarke...). O que Le Guin mostra é que apesar disso tudo, as pessoas ainda permaneceriam tecnológicas, inteligentes, civilizadas e politicas. É um sopro de esperança num mundo repleto de guerras, principalmente uma iniciada em pleno 2022!

Uma coisa que eu ouvi poucas pessoas falando sobre esse livro foi as alegorias com a realidade que a autora fez. Ela falou sobre monarquia e república, sobre socialismo e capitalismo, sobre congresso, polícia secreta e campos de trabalhos forçados (muito semelhantes aos campos onde judeus eram mortos e até as torturas das ditaduras latino-americanas). Ela simplesmente criticou o mundo como o conhecemos em todos os momentos possíveis, apresentando como ele é cruel diante de nossos olhos, onde o sentimento de injustiça inflama o nosso senso de responsabilidade e vida em sociedade. Porém, quando isso acontece em nosso país, normalizamos. Além disso, as pessoas de lá serem consideradas seres humanos é um detalhe bem específico e proposital.Eu fiquei apaixonada pela autora por trazer esses aspectos.

Não há religião em Inverno, mas há Videntes, que sabem sobre o futuro, no qual encontram respostas para as perguntas feitas, mas, não são quaisquer perguntas a serem respondidas. Sim, depois disso sabemos que Douglas Adams não só leu Úrsula, como homenageou na trilogia de cinco livros, com a resposta para A vida, o universo e tudo o mais. Mais do que isso, os mitos daquele planeta mostram que não há divindade, e ainda assim, existe muito respeito e amabilidade entre as pessoas. As crenças deles se assemelham as pessoas da idade antiga e suas mitologias.

A construção de mundo é lenta e existem momentos mais cansativos, mas a jornada no polo norte do planeta foi muito interessante. Até essa viagem começar, não me importei muito com os personagens, havia um verniz de distanciamento, que foi quebrado com essa aventura. No meio da neve, o isolamento me lembrou a pandemia que passamos em 2020, também fez um paralelo em minha mente das consequências psicológicas que os personagens sofrem com Poeira Lunar (a última vez que cito C. Clarke aqui!), sobre o pânico social após uma experiência isolante. Mas, neste momento podemos acompanhar uma das maiores histórias de amor da ficção científica, uma das mais belas que já li. Aqui podemos fazer um paralelo de um romance não hetero normativo, onde as pessoas passam por um processo de autoaceitação para entender o que sentem. É simplesmente lindo e singelo, onde o amor é visto nos detalhes, sensação de júbilo, como o próprio protagonista conta.

Esse livro precisa ser lido por todos, onde podemos aprender mais sobre quem somos e onde estamos indo. Será que os nossos avanços tecnológicos foram saudáveis? Para onde estamos indo? Nossa política é a melhor? Nos importamos com a humanidade? Enfim, são respostas que serão encontradas no livro se soubermos o que perguntar, além de pensarmos sobre o assunto. Recomendo demais e que as pessoas se tornem mais tolerantes e compreensivas sobre o que somos, nossos direitos e como nos posicionamos no mundo.
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Sabrina 01/03/2023

Um moço vai pra um planeta onde ele tenta convencer o povo desse planeta a fazer parte de uma "comunidade" de outros planetas... tipo uma ONU. Aí tem toda a trama política (nesse planeta há países que ainda possuem monarquia e outros que são corporativos, por exemplo), tem a questão que os humanos dali são assexuados e assumem o sexo feminino ou masculino apenas no momento de acasalamento...

Não consegui engatar na história do jeito que eu gostaria. A história é forte e é bem descritiva, mas mais uma vez a escrita da Ursula me atrapalha. Não é uma escrita que fluiu tão bem e por quase todo o livro não me deixou torcer por nenhum personagem ali. Acho que faltou uma apresentação melhor daquela realidade para que eu conseguisse compreender mais e assim aproveitasse a jornada.
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wiz 01/03/2023

Genr(l)y, AAAAIIII
Eu não leio muito sci-fi, então se você não quer lidar com nomes, situações, comportamentos diferentes que têm que fazer sentido na cabeça de vocês. Não leiam.
Amo nosso terráqueo, amo a relação principal abordada no livro, o novo mundo é interessantíssimo!!!
Todas as diferentes questões de Gethen, que você aprende se tornam comuns, é realmente uma nova realidade.
Ursula que nos mostrar um outro lado, quis nos apresentar à mão esquerda da escuridão, e se você for meticuloso, a achará até o fim destas páginas.
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Alexandre.Parma 28/02/2023

Um livro muito interessante sobre relações de gênero e futurismo. Miss coloca em diversos momentos em posições de reflexão, que parecem ser produtos experimentos da autora sobre a humanidade.

A leitura pode ser um pouco truncada, mas é realmente apaixonante.
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Ratinha de Biblioteca 26/02/2023

Ficção Especulativa
O livro foi muito falado há alguns anos por retratar um mundo em que há hominídeos que são andrógenos, nem homens nem mulheres. No entanto, o enredo é muito maior do que uma discussão sobre os sexos.
Na verdade, discute dominação de uma nação por outra, influências políticas, patriotismo, xenofobia, preconceitos, amizade, amor.
É um livro muito filosófico e bem "parado": há muitas descrições, alguns quantos diálogos e pouca ação.
Genly (ou Genry porque em Karhide não conseguem pronunciar a letra "L") Ai, terráqueo, é o enviado de Ekumen para criar tratados de trocas comerciais, de conhecimento, etc entre os 83 outros planetas conhecidos do universo e o planeta Gethen.
Há um grande choque em termos culturais, estilo de vida e mesmo biológicos: tudo em Gethen é feito com toda a calma; não há perguntas desnecessárias e aquelas que precisam ser feitas são de forma indireta, com subterfúgios; não há distinção entre masculino e feminino: no momento da cópula, os parceiros assumem um e outro papel. E todos os indivíduos podem tanto gerar, e gestar, filhos.
O Enviado Genly Ai precisará lidar com todas as particularidades desse planeta para estabelecer as relações necessárias para a aliança de Gethen e Ekumen.
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Mawkitas 23/02/2023

Diferentes leituras possíveis
É um livro belíssimo que pode ser lido de várias formas. É uma metáfora para a Guerra Fria e é uma crítica à desigualdade existente entre homens e mulheres. Para mim é principalmente uma obra que mostra como o real atravessa nossas vidas e muda tudo. Também é um livro que fala sobre os desencontros da linguagem e da comunicação, da necessária noção de alteridade que possibilita um olhar para a singularidade do outro. E amor, né? O livro fala sobre um desses bons encontros que às vezes acontecem na vida quando a gente menos espera e que tornam tudo melhor. E como é raro encontrar alguém que escute, que não espane, que não fuja da raia e que consiga reconhecer o que é importante.
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Doug 11/02/2023

Nomes difíceis de gravar
No começo, o livro parece que vai ser bem difícil de compreender, mas logo no meio do primeiro quarto vc já se habitua à jornada do personagem principal e à forma que a história é contada e saca que o livro, na real, tá mais pra uma jornada na sociedade do planeta.

Acabei tendo dificuldades pra entender localizações, mas de resto andou bem.
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mthsthn 10/02/2023

Mas, no fim das contas, o que importa é a jornada em si.
Que leitura fantástica. Que também nos deixa inquietos, pensativos e desconfortáveis; não de um jeito "desconfortável", mas de uma forma que nos tira de centro, cutuca e inflama nossas mais vívidas e ancestrais "verdades".

Uma leitura fundamental para quem quer se questionar ou está em fase de. Para quem olha o mundo e reconhece nele mais cores do que aquelas que lhe são ditas.

Um excelente exemplo da relação que se tem no mundo, sobretudo na história da humanidade, entre gênero, narrativa e poder.
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Lara 10/02/2023

Bom, mas tem que ter paciência
O livro traz um um universo extremamente rico e interessante, com reflexões ótimas, ainda mais para a época em que a história foi escrita. Além disso, os dois protagonistas são cativantes mesmo que de forma leve, principalmente a relação entre eles.

Porém, tem descrição demais e quase nada acontece na maior parte do livro, o que tornou a leitura arrastada às vezes, me decepcionando no geral. Acredito que poderia ter sido uma história menor ou ter tido todo o contexto e os personagens mais explorados. É um livro muito bom e que eu recomendo, mas é preciso ter paciência para ler.

A maior parte da nota foi pela construção do universo e a sociologia envolvida, não por ter sido um livro tão agradável assim.
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Yohans.N 09/02/2023

Resenha - A mão esquerda da escuridão.
É meu primeiro contato com Ursula K. Le Guin e achei muito interessante os tópicos abordados no livro, junto daquele pano de fundo da ficção.
Demorei mais do que esperava para terminar a leitura mas isso se deu por conta de alguns capítulos um pouco maçantes do livro.

Achei os personagens um pouco difíceis de se conectar com o leitor. As vezes eles pareciam um pouco rasos em suas decisões. A autora consegue passar bem como é dificuldade da vida em Inverno, com esse frio extremo constante. Me lembrou muito Arrakis de "Duna" porém ao contrário. A narração parecia um pouco repetitiva em alguns momentos.

O tema da sexualidade era algo que eu não esperava, fui ler o livro as cegas e isso me surpreendeu. A autora deixa explícito como as relações de poder e o gênero são interligadas no nosso contexto e como isso poderia ser diferente em um mundo que todos estão expostos a estar dos dois lados (masculino e feminino) ao mesmo tempo.

Uma coisa que me incomodou um pouco foram os nomes dos personagens e lugares. Muitas vezes me pegava tentando lembrar quem era quem.

Pra concluir, apesar de algumas críticas, acho que o saldo foi positivo. Ainda pretendo ler "Os Despossuídos", da mesma autora, esse ano.
Yanne.Fernandes 09/02/2023minha estante
??????????




Maisa @porqueleio 07/02/2023

Motivos para ler / A mão esquerda da escuridão /@porqueleio
O livro foi escrito há 50 anos, um marco na literatura de fantasia e ficção científica, aborda temas importantes como: a polarização política, conflitos religiosos e a inevitável discussão sobre a igualdade entre os sexos.

O romance ganhou os prêmios Nebula e Hugo de Melhor Romance. Em 1987, a revista Locus colocou-o em segundo lugar entre romances de ficção científica, atrás de Duna e Harold Bloom afirmou: "Le Guin, mais do que Tolkien, elevou a fantasia à alta literatura, para o nosso tempo."

Listei alguns motivos no Instagram: https://www.instagram.com/p/Cn5LIOEp2RW/

site: https://www.instagram.com/p/Cn5LIOEp2RW/
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urbenave 27/01/2023

Uma aula
Le Guin dá uma grande aula de escrita neste livro.
Primoroso na forma, nas indagações e nas respostas que ele mesmo incita, este livro lida muito bem com o seu questionamento principal, as questões de sexualidade, gênero, pátria, sociedade.
Um livro fantástico como ficção ou como exercício sociológico, vale a pena ser lido e se tornou um dos meus favoritos do gênero.
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Aline 22/01/2023

Gostaria de ter gostado mais...
Ouvi falar muito bem desse livro e talvez o excesso de expectativas tenha impactado na minha leitura.
A premissa é MUITO BOA e as reflexões que o livro provoca também. O livro foi escrito na década de 60 e até hoje temos muita dificuldade de discutir gênero (vide a polêmica em torno da linguagem não-binária). A autora foi bastante vanguardista e nesse ponto o livro tem bastante mérito.
Dito isso, achei que faltou enredo. Não achei fantástico.
Em tempo: acredito que a história daria uma boa série.
Margô 23/10/2023minha estante
Huuuummm. Está na minha lista...rss. Vou colocar mais pra frente ?




Katlyn Amorim 17/01/2023

muito bom nota 4
Muito bom quando se propõe a gerar discussões sobre os temas de gênero, sexualidade, política, poder e relações humanas. Mas muitas vezes me pareceu um texto acadêmico, sabe?
Muita filosofia sem poesia.
Enfim, muito bom mas não me arrebatou ?
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