Kathlen 10/05/2020
O duplo: realidade ou alucinação?
Movida pela admiração ao filme "Cisne Negro", recentemente descobri que o enredo foi inspirado por uma obra do clássico Dotoievski, além de que Freud também teria sido influenciado na sua discussão sobre o Duplo.
Novamente debruçado no tema da psique, Dotoievski narra a história de um funcionário público que se vendo cercado de problemas pessoais e emocionais, quiçá psicológicos, que repentinamente se vê num enigma ao receber como colega de trabalho um homem idêntico a si mesmo.
O personagem, numa tentativa de aplacar sua consciência, busca se autoconvencer de que seus atos são independentes dos outros, logo não se afetando pelos seus julgamentos. Todavia, frequentemente é perceptível o confronto da necessidade de ser aceito x "senhor de si mesmo", mantendo sua imagem apagada e isolada , sente-se roubado pelo seu homônimo que é seu oposto moral, levando-o a beira da paranóia e angústia constante. Assim como Crime e Castigo, apesar do narrador expor um relato da consciência do personagem, o mesmo consegue as vezes fugir um pouco da visão unilateral descrevendo algumas poucas cenas, porém sendo capaz de não se desconectar na narrativa.
Apesar de tudo, soa como um enredo simbólico, pois devido a confusa situação do personagem e sua aflição crescente se torna difícil dissociar o que é externo e interno, logo até onde são verossimeis ou apenas um sonho entre os relatos?