nopedaorelha 14/10/2022
Não, por favor, não me chame pelo seu nome
Me Chame Pelo Seu Nome abriu um espaço de muita crítica no meu coração. Até onde vi, muita gente amou esse livro e ainda não processei a idéia dessa aprovação.
Resumo rapidinho: Adolescente fica obcecado por um adulto hétero top insuportável durante as férias na Itália.
Ouso dizer que a única qualidade, que me manteve razoavelmente interessada no livro é a ambientação e descrição dos hábitos da família do protagonista -Elio.
O livro foi escrito em primeira pessoa, então temos a visão direta dos pensamentos do Elio. Infelizmente o personagem foi construído para ser obsessivo e obcecado pelo Oliver (o par romântico). A todo o momento temos esse excesso de ?admiração? que e cansa logo nos dois primeiros capítulos, e a atração se transforma em um vício enjoativo.
Do outro lado temos o Oliver, que tem tudo para ser um clichê de personagem "encantador", e de fato é. Contudo, ele supera essa expectativa e se torna um dominador e manipulador. Suas alterações de humor e suas reações exageradas de querer e odiar demais me incomodaram o livro inteiro.
Acredito que a intenção do autor não era fazer um livro de romance convencional, onde tudo dá certo ou existe aquele amor que é preciso lutar com dignidade, mas eu confesso que não esperava um relacionamento tão conturbado e problemático. O que mais me afligiu foi o violento amor velado e muita gente dizendo ?melhor livro de romance que já li?, sendo que a relação dos dois é a típica relação abusiva que todo mundo rejeita.
Enfim, nada nesse livro me agradou. Acredito que por ser um romance LGBT conhecido, o amor poderia sim ter tido dificuldades, mas com o mínimo de respeito pela descoberta, pelo desconhecido, e não uma enxurrada de atitudes incômodas. Espero de todo meu coração que ninguém jamais viva um romance como o desse livro.
P.S. O filme conseguiu remover tudo de problemático, e tenho sérias dúvidas se o filme seria amado se tivesse tudo que achei desagradável e perigoso no livro.