Nath 28/03/2014
Muito bom!
Os principais pontos de discussão abordados na obra dizem respeito à felicidade, à sabedoria e à filosofia. Trata-se de uma palestra que foi transformada em um livro e, ao final, são apresentadas perguntas feitas pelos participantes ao autor. Todo o livro é de grande riqueza, trazendo para a atualidade discursos centenários e que nos ajudam a tornar mais leve a nossa caminhada na vida. São pontos de vista que abrem nossa visão para novas possibilidades.
Grande parte do livro discute a filosofia e a felicidade como elementos altamente relacionados: "O que é a filosofia? (...) Quanto a mim, adotei a resposta que Epicuro dava a essa pergunta. Ela assume devidamente a forma de uma definição: 'A filosofia é uma atividade que, por discursos e raciocínios nos proporciona uma vida feliz'" (pg. 7). Assim como a sabedoria, conforme esta passagem: "A felicidade é a meta da filosofia. Ou, mais exatamente, a meta da filosofia é a sabedoria, portanto a felicidade - já que, mais uma vez, uma das ideias mais aceitas em toda a tradição filosófica, especialmente na tradição grega, é que se reconhece a sabedoria pela felicidade, em todo caso por certo tipo de felicidade" (pg. 9).
É um livro pequeno: são 89 páginas de texto corrido + 47 páginas com perguntas e respostas. A leitura é muito tranquila. Não me atrevo a fazer análises filosóficas da obra, visto que meu conhecimento para tal é insuficiente. Mas para o leitor comum, asseguro que é vantajoso e vale a pena a sua leitura.
O autor faz uma crítica muito interessante que se encaixa perfeitamente às nossas rotinas atuais: "Só esperamos o que não temos, e por isso mesmo somos tanto menos felizes quando mais esperamos ser felizes. estamos constantemente separados da felicidade pela própria esperança que a busca. (...) Pascal explica que jamais vivemos para o presente: vivemos um pouco para o passado, explica ele, e principalmente muito, muito, para o futuro. O fragmento termina da seguinte maneira: 'Assim, como nunca vivemos, esperamos viver; e, dispondo-nos sempre a ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos.'" (pg. 36/37). Me identifiquei tanto com este trecho, que me pus a pensar em como reverter essa situação em minha vida... Ainda vou encontrar uma forma!
site: http://livrosecines.blogspot.com.br/2013/10/a-felicidade-desesperadamente-andre.html