Bruna Fernández 17/05/2012Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brAtenção! Essa resenha pode conter spoilers se você ainda não leu os primeiros livros da série, A farsa e A vingança!
Fugir e sumir do mapa não é tão fácil assim quanto parece. O carismático Doutor Jonathan Ransom, depois de se envolver com terroristas, assassinos e agentes de diferentes agências de espionagem, decide ir sozinho para o Afeganistão, voltar a fazer o que sempre quis: ajudar os que precisam. Até dá certo por um tempo, mas logo o Dr. Ransom se vê mais uma vez na companhia de pessoas duvidosas. Enquanto está realizando uma operação em local precário o lugal é tomado pelo terrorista Sultan Haq que o rapta Jonathan – e seu ajudande Hamid – para que eles curem seu pai.
Como essa missão não ocorre 100% como o esperado e o pai de Haq acaba morrendo, Ransom escapa por pouco e acaba novamente na teia da Divisão – uma agência ultra secreta do governo dos Estados Unidos. O diretor da Divisão, Frank Connor, pede ajuda à Jonathan e dessa vez o problema é delicado: terroristas estão planejando o resgate de um bomba atômica perdida pelos USA nos anos 80, nas montanhas do Afeganistão. E claro, Emma está envolvida.
Vários autores e críticos afirmam que Christopher Reich é o rei dos thrillers de espionagem e depois de ler essa trilogia eu percebi que ninguém falou isso simplesmente por falar. As histórias de Reich são muito bem construídas e os conflitos possuem uma visão mundial – e não apenas aquela visão limitada aos Estados Unidos. O autor mistura fatos reais à ficção, dando um enorme toque de realidade à sua narrativa. A estrutura do livro é muito parecida com os livros anteriores: narrativa rápida, cheia de tensão e mistério e com reviravoltas de deixar o leitor ansioso pelas próximas páginas.
A diferença de um livro para o outro é na verdade a evolução da história. A transformação do personagem de Jonathan de A farsa em que ele é bobo, inocente e incrédulo, para A traição é gritante. Nesse volume Jonathan está mais ágil, inteligente e frio – praticamente um agente interno, apesar de ser possível ver que ele está longe da perfeição e ainda tem reações muito humanas. Porém há momentos que ele possue uma enorme frieza, como se estivesse nesse ramo há anos.
Já falei isso em minhas outras resenhas do autor: acho extremamente incrível a forma como Reich amarra seu enredo. No começo vemos nitidamente histórias jogadas, sem relação nenhuma. Mas ao longo da leitura as peças vão se encaixando como em um enorme e complicado quebra-cabeças. Gostei muito do estilo do autor, uma pena esse ser o último livro da trilogia. Entretanto, apesar de ter um final muito bem amarrado, ele deixa um belo espaço para uma continuação. Espero que um quarto livro esteja entre os projetos do autor para o futuro.