Majú 09/04/2024
De filme à livro favorito :
"? Há muitos anos, havia lá o mais lindo lago da Parada do Apito... No verão, nós íamos nadar e pescar, e dava até para sair de barco se quiséssemos. ? Ela balançou a cabeça com tristeza.
? Sinto muita saudade, ah, como sinto.
Smokey olhou para o espaço vazio.
? E cadê ele? Secou?
Ela acendeu um cigarro.
? Não, foi muito pior. Era novembro, e um grande bando de patos, acho que mais de quarenta, pousou bem no meio do lago. E nessa tarde, enquanto eles estavam lá, aconteceu uma coisa estranha. A temperatura caiu tão de repente que o lago todo congelou, ficou sólido como uma rocha em questão de três segundos.
Assim: um, dois, três.
Smokey se surpreendeu.
? Fala sério?
? Falo.
? Bom, então matou todos os patos.
? Claro que não. Eles levantaram vôo e levaram o lago. Dizem que agora ele está lã na Geórgia, até hoje..."
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Eu sou completamente apaixonada por livros que narram o cotidiano e pessoas comuns que descobrem a Vida sendo aquilo que se é, exatamente. Tomates Verdes Fritos está na minha vida desde quando eu era garotinha - era meu filme favorito, tornou-se meu livro favorito.
A história de Idge e de Ruth, o amor das duas, seu cotidiano, o filho de ambas, seus amigos, o pano de fundo... Tudo isso torna a história demasiadamente atrativa e mostra um viés rotineiro da vida que pode (e na verdade, é!) ser bonito.
Idge para sempre será uma de minhas heroínas. A forma como ela enfrentou a sociedade da época (EUA, década de 1920-1930) e era uma completa apátrida dissociada, mantendo vinculo afetivo com sua companheira, criando seu filho e peitando a Klan por alimentar pessoas negras que estavam em situação de vulnerabilidade... Idge fazia o certo porque era o certo. Ela tinha um senso de justiça como poucas pessoas têm, até atualmente.
Cinco estrelas, se eu pudesse, dava mais.