O idiota

O idiota Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Idiota


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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Este post também poderia chamar “Das dificuldades de ler um romance russo”, tamanho os problemas que surgiram durante a leitura. Primeiro, os nomes e sobrenomes; depois, as variações de apelidos que estes recebem (um mesmo nome pode ter dois ou mais apelidos). Ao longo do livro, quando acha que o narrador se refere à determinada personagem, você percebe que, na verdade, ele faz menção a outro. No entanto, você vai se acostumando à medida que atravessa as mais de 600 páginas de “O Idiota”, de Fiódor Dostoiévski, romance que é considerado um dos melhores produzidos pelo autor de “Crime e Castigo”.
O protagonista é o Príncipe Míchkin, um jovem que retorna da Suiça para Petersburgo após um longo tratamento de epilepsia, cuja bondade de coração e até mesmo certa ingenuidade, além de um olhar humanista a todas as pessoas, é confundida pelas pessoas do círculo de amizades que acaba fazendo como uma idiotia. Míchkin procura pela família Epanchin, que possui um parentesco distante com ele, e logo sua figura destoante e conduta diferente ganha simpatia e curiosidade de diversas pessoas. Dostoiévski faz aqui um retrato da alta sociedade russa pré-revolução, seus hábitos, preconceitos, as relações de dominância e subserviência que mantém com outras classes sociais. O curioso é descobrir e entender como Míchkin consegue sobreviver ou até mesmo manter-se convicto de seus valores em meio a um grupo que não prioriza questões mais humanas e cujas preocupações se dão ao redor do dinheiro, do status social? Quem acaba tendo razão e sabedoria nesse jogo de interesses, ele, o idiota, ou os outros?
As dificuldades apenas recrudescem quando surge a figura de Nastássia Filíppovna, execrada socialmente por muitas pessoas pela sua conduta e sua história como protegida de um general, dona de uma personalidade excêntrica e que escandaliza os que se encontram ao seu redor, menos Míchkin que consegue enxergar o interior de Nastássia e se interessa por ela como que numa necessidade de protegê-la ou salvá-la desta corrupção de valores a qual está imersa. Acaba disputando os sentimentos dela com Parfión Rogójin, jovem que Míchkin conheceu no trem de retorno à Rússia, de conduta boêmia e extravagante e que, além disso, alimenta uma paixão obsessiva por Nastássia.
Dostoiévski faz um panorama de uma sociedade em transformação onde não cabem idealistas como Míchkin e o escritor tem um domínio incrível do enredo que prende o leitor em certas passagens de suas diversas páginas, mesmo que algumas idas e vindas ou revelações exasperem e deem a impressão da trama girar em círculos. “O Idiota” é um exercício de leitura que nos dá um protagonista cuja conduta lembra às vezes Dom Quixote, personagem que o próprio Dostoiévski assume ter se inspirado para escrever este livro, e é nessa caracterização, dele e de outras figuras que trafegam pelo romance, que Dostoiévski tem muito a dizer sobre o próprio povo russo e sobre a humanidade acima de tudo.


site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2016/01/na-estante-54-o-idiota-fiodor.html
Carine 11/02/2017minha estante
Tive a mesma dificuldade em relação aos nomes e sobrenomes. Me perdi inúmeras vezes e tive que criar meus próprios apelidos para elas.
Também achei a tradução complicada, pelo menos na edição que li. Muitas frases sem sentido.
Acabei abandonando, mas vou retomar!


BarbaraF. 24/03/2017minha estante
Gostei da resenha. Esse livro é de longe o mais difícil que já li.


Nélio 11/06/2018minha estante
Realmente essa miscelânea de nomes e sobrenomes, juntamente da enorme quantidade de informação contida nesse romance acaba por tornar a leitura um tanto quanto enfadonha e confusa.




cami 31/12/2016

Notas sob impressões de inverno
Não existe como mensurar a angústia que esse livro me causou, talvez o tempo que eu demorei pra ler faça um pouco do balanço.
Não consigo mais ler Dostoiévski sem avaliar por muito tempo o que ele escreve. Esse livro é repleto de indagações que perpassavam a vida do autor na época, em sua vida toda, as questões concernentes à existência ou não de deus, a religião enquanto instituiçção, niilismos, sobre a emancipação feminina na Rússia, etc., um MUNDO de engodos num só livro.

Esse livro foi a grande aposta, literária e econômica, do autor após a publicação de Crime e Castigo, contava com a edição para obter a "liberdade" do exílio em que estava. Acreditava que a construção de um personagem baseado em Dom Quixote, por quem estava profundamente marcado, e em Jesus Cristo fosse emplacar de modo a superar as impressões causadas por Raskolnikov em seus leitores.

Quando iniciei a leitura, estava muito curiosa pelo desfecho da divisão do príncipe Liév Míchkin, o bondoso e que chega a ser "repugnante" (usando o adjetivo presente no livro) protagonista, entre: Aglaia, uma mulher forte e que não quer ser "apenas filha do general" e sonha em sair da Rússia para estudar e Nastácia, que já representa essa mulher emancipada e enfrenta os rechaços da sociedade por tal liberdade.
Torci muito pela história e fiquei devastada com o final.
Enquanto lia, as questões iniciais ficaram um pouco de lado. Fui capturada demais pelos tormentos filosóficos.

É um livro muito forte e imoressionante,
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Ivy 14/11/2016

O querido "Idiota"
Muito difícil fazer a resenha sobre um livro de Dostoiévski. Sinto que não posso, então, direi apenas que se você sente-se diferente e deslocado do mundo e dá valor a sentimentos e valores que se perderam, se você acredita que alguém pode ser inocente, honesto e sincero, mesmo em meio à maldade, esse livro falará diretamente ao seu coração. Empatia, compaixão é o que sentimos pelo príncipe Míchkin.
Classifiquei com 4 estrelas porque tem passagens do livro que são obscuras e confusas, me disseram que depende da tradução. Acredito também que é por ter sido escrito numa época conturbada da vida de Dostoiévski.
As personagens são incríveis.
" a alma só se fortalece no convívio com as crianças..."
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Poliany 02/09/2016

A Idiotice que há em nós
Primeiro livro que li do Dostoiévski e sinceramente, me arrependo de não ter o lido antes. Uma leitura fascinamente e o aprendizado extraído dele após uma leitura prazerosa, não pode ser outra coisa senão a sensação de incômodo.
Mas é um incômodo que te impulsiona, que te faz refletir sobre como somos vistos e o que nos torna "idiota" para os outros. O Príncipe possui uma sensibilidade, razão e domínios que os "sãos" não possuem. Uma trama cheia de humanidade, nos fazendo rir, chorar, e com certeza nos surpreende como a história se desenrola.
Poliany 17/11/2016minha estante
*Fascinante


Helio 13/08/2018minha estante
Muito bom o seu comentário.


Poliany 23/08/2018minha estante
Obrigada!


Helio 23/08/2018minha estante
Interessante como uma história escrita a tanto tempo, se mostra tão atual com a sociedade que vivemos nos dias de hoje.


Poliany 29/08/2018minha estante
Verdade!!




Tuka 18/08/2016

Utopia e realismo lado a lado
Somos introduzidos na leitura dessa obra de maneira que sofremos um pouco para nos adaptarmos ao excesso de informações e detalhes inicialmente expressos, mas a leitura inicial é quem irá determinar sua percepção de tudo quanto for se desencadeando no decorrer, visto que a narrativa possui um caráter psicológico muito forte.
Dostoiévski faz jus ao título de "escancarador da alma humana", para além russa, pois nos deparamos com personagens que trazem consigo representações das mais perturbadoras ambigüidades contidas no íntimo de cada ser humano. Fortemente realista, eu mesma pude ter o desprazer de identificar a mim e a meus próximos com abomináveis figuras no "bom" e no "mau" sentido. Utopia e realismo se fundindo, e me levando a reflexões até dolorosas sobre minha interação com o mundo.
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Jonathan Hepp 20/02/2016

Dostoievski acreditava que um homem honesto, justo, puro e altruísta, em meio à nossa sociedade corrompida, seria sempre visto como um idiota. E é assim que ele nos apresenta o Príncipe Míchkin, um homem que viveu grande parte da sua vida recluso e sob cuidados médicos por conta de sua epilepsia. Circunstâncias inesperadas o forçam a se introduzir na sociedade de S. Petersburgo e, em pouco tempo, se vê cercado de intrigas, disputas e escândalos que ele mal compreende.
Ao acompanharmos a história pela perspectiva do Príncipe, a narrativa se torna intencionalmente distorcida e contraditória. Os personagens parecem estar sempre escondendo os fatos mais importantes. Temos mesmo a impressão de que existe um segundo enredo se desenrolando longe da visão do leitor.
O Idiota costuma ser comparado a Dom Quixote. Mas enquanto Cervantes nunca deixou dúvidas a respeito da insanidade de Alonso, Dostoievski permite que o leitor decida se o Príncipe Míchkin merece o título que lhe é atribuído, ou se é, na verdade, o único personagem lúcido em meio à um mar de loucura.
Tatá 11/01/2019minha estante
Melhor resenha até agora. Resumiu muitíssimo bem a exata sensação que eu tive ao ler esse livro.




Michel 26/01/2016

Um pouco confuso
Já é a segunda vez que leio o Idiota. A primeira foi dez anos atrás. Pensei que uma releitura me traria novas luzes sobre esse livro. É um pouco confuso, disperso, prolixo. Duas coisas apenas me chamaram a atenção: o desespero diante da morte e a opinião de Dostoiévski sobre a Igreja Católica.
O livro está bem distante de suas obras-primas. Não canso de ler Crime e Castigo. Esse, aliás , além dop livro já assisti ao filme três vezes.
Mas, apesar de não ser sua melhor obra, é um livro que dá pra ser encarado. Basta ter paciência...
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Leonardo 23/01/2016

Epilepticamente confuso
Esse livro é confuso... tão confuso como (imagino) uma crise de epilepsia ou, caso eu quisesse ser condescentende com Dostoiévski, como a realidade. Com certeza, amigos, o melhor de Dostoiévski não está aqui. O melhor de Dostoiévski é Crime e Castigo é Os Irmãos Karamázov. E ponto.
Não vou elogiar algo que me proporcionou uma leitura digna de um analfabeto funcional. Apesar de ter lido e relido (e muito bem, diga-se de passagem) as duas principais obras do escritor, não compreendi O Idiota como acho que deveria.
Para falar a verdade, compreendi que esse livro poderia ser escrito em pouco mais de cem páginas. O livro contém personagens arquétipos do universo dostoiévskiano: triângulos amorosos, mulheres que brincam com a nossa sanidade, personagens puros (em meio ao caos)... mas tudo de forma prolixa.
Algumas passagens autobiográficas do autor são interessantes (como a questão do desespero diante da finitude que a morte iminente no cadafalso suscita). Algumas opiniões pessoais do autor colhidas aqui e ali também são interessantes.
Mas é necessário peneirar essas poucas pepitas de ouro em meio a um lamaçal de prolixidade.
Li o livro do começo ao fim e a sensação que tive é de que o final do livro é digno (no pior sentido) de seu nome. Mas pode ser que o idiota, no fundo, seja eu (não descarto essa hipótese, embora a esteja usando mais para efeito de trocadilho).
Já li muitos clássicos da literatura e já li bastante Dostoiévski para ter a segurança de emitir a opinião que estou tendo.
O rei está nu, camaradas. Não vou dizer que a roupa do rei é bonita quando na verdade o que estou vendo é alguém nu diante de mim. Não mesmo. Não preciso, para parecer inteligente, dizer que gostei e entendi algo que, pra mim, é a materialização da prolixidade em seu estado mais puro.
Sabemos que a literatura russa nos traz a dificuldade de nos apresentar personagens com nomes compostos compridos, cheios de consoantes e apelidos... mas nesse livro, além disso, os personagens possuem mais de um nome (pasmem). Bem que a editora 34 (ou qualquer outra que promova a tradução) poderia providenciar uma lista de nomes dos principais personagens (a exemplo do que ocorreu com a edição dos Irmãos Karamázov). Mas me parece que a intenção era essa mesma: confundir o leitor, tragá-lo para dentro de um universo em convulsão epiléptica.
O Idiota, em síntese, é um livro recheado de muitos personagens que passam de forma confusa, desconexa e superficial pela vida do Príncipe Míchkin.
Dou duas estrelas por conta do estilo do autor, que é algo que me agrada e que influencia a minha escrita. Só acho que, nesse livro, o estilo do autor foi muito mal aproveitado.

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Malu 09/09/2015

Um livro que incomoda por retratar a deformação de cada indivíduo e da sociedade
É uma leitura simples considerando o estilo literário, mas ao mesmo tempo complexa e desconcertante quando nos coloca em contato com personagens que estão vivendo situações e discussões acaloradas e difíceis. Muitos desentendimentos e pessoas colocadas na parede, julgadas, humilhadas e testadas. É um livro que nos faz pensar o quão doente é nossa sociedade e algumas pessoas não passam de personagens ao invés de pessoa humana. Uma pessoa boa e pura consegue sobreviver em meio a esse cenário? Consegue lidar com tantas personagens corrompidas? Ou é engolida e destruída?

Um dica que vou aplicar para as próximas leituras das obras de Dostoiévski: Farei uma lista com o nome dos personagens, breve resumo do perfil, e outros apelidos, ou forma abreviada do nome. Pois, além dos nomes russos já serem difíceis de memorizar, Dostoiévski ainda utiliza de nomes abreviados e apelidos em vários momentos do livro.
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João Souto 03/09/2015

Quem é o Idiota?
É simples. A pergunta enaltece todo o objetivo central da obra. A discussão moral. O personagem central surpreende pelo inabalável senso moral e fé no homem a ponto de querer soltar o livro sobre a cama, tomar um café, água, suco, cerveja e pensar e pensar, até finalmente pegarmos novamente o livro e prosseguir a leitura. A torcida, claro, fica em quem será que ele vai escolher na sua jornada afetiva. O desfecho é surpreendente. Então você para e pensa: óbvio, faz todo o sentido visto...

Demorei para terminar o livro, alguns trechos são prolixos, não ruins, apenas prolixos, algo que num metrô ou ônibus não favorece. Voltamos ao livro. Aborda-se paixão com racionalidade, o que é e como se sente, vícios, amor ao próximo, seus limites, moralidade e claro, a superficialidade de uma sociedade hipócrita. O livro é repleto de referências as questões morais, toda a obra basicamente provoca discussão nesse tema, além de trazer ao leitor a falsidade de alguns personagens que mais parecem aquele desafeto pedindo algo a gente, enfim hipocrisia. A obra é extensa, complexa e desafiadora. O que é ser bom?, eis a pergunta.

Leia o livro, não se deixe enganar. A obra é sensacional, os personagens são elaborados com muito cuidado, como se existissem, by Dostoievski, todos sensíveis as influências de seu meio reagindo e moldando-se a ele.
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Augusto 15/03/2015

Entre Dom Quixote e Jesus Cristo
O Idiota irá começar com a chegada do Principe Míchkin à São Petersburgo. O personagem principal é intitulado por todos os que o conhecem como "Idiota", mas esse título que hoje é comumente associado como um defeito, no contexto do livro está mais para uma virtude, o príncipe é bom, honesto e confia nas pessoas. A inspiração para a composição da personagem partiu de duas personagens clássicas da literatura ocidental: Jesus Cristo e Dom Quixote. O livro está permeado por personagens, o grande destaque, para mim, foram as personagens femininas, sobretudo Nastássia Filíppovna. Dostoiévski escreveu o seu livro em meio a crises de epilepsia, que transfere para o seu personagem principal. Um livro para ser lido com calma, aproveitando cada passagem, cada diálogo, cada personagem. E um final espetacular.
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Júlio 23/02/2015

Para mim esse livro é a segunda melhor coisa que Dostoyevsky fez em sua carreira, depois de Irmãos Karamázov. Não é uma escolha fácil, de certa forma o certo seria não escolher, mas quanto mais eu penso nesse livro mais claras se tornam suas qualidades.

A história é quase o contrário de Crime e Castigo, enquanto Raskolnikov busca justificar sua superioridade em relação às outras pessoas, nem que para isso ele tenha que realizar atos moralmente condenáveis, Mishkin é o símbolo da bondade em sua forma mais pura, sempre altruísta e inocente. Ainda que ele seja um personagem "bom" a história não tem um ar menos sombrio que os outros romances do autor.

Suas personagens, como a maioria das personagens do autor, não passam por nenhuma grande evolução psicológica durante a trama, o que vemos são suas diversas tonalidades com certos alinhamentos morais devido aos resultados de suas ações. Portanto do começo ao fim Mishkin é Mishkin, seus atos e maneirismos nunca traem seu caráter, o mesmo pode-se dizer de todos os outros personagens, o que torna o destino de Mishkin, Nastássia e Rogojín ainda mais sombrios devido ao inalterável rumo guiado pelas suas ações.

Mishkin não é um personagem que precisa de redenção, então não temos um final como de Crime e Castigo onde o Castigo vem na forma do sofrimento moral, Mishkin não precisa sofrer moralmente pois não é condenável, ao invés disso ele precisa sofrer por ser muito bom em um meio em que a inocência e a bondade são sinais de fraqueza. É incrível o trabalho do autor em nos fazer sentir a culpa que falta aos personagens que cercam o príncipe.
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Peterson Boll 20/02/2015

A analogia entre o Príncipe Míchkin e Dom Quixote é ponto comum, as raias da obviedade: ambos são almas nobres perdidas em um mundo de iniquidades. Mas enquanto De la Mancha tenta criar um mundo fantástico dentre o mundo real, Míchkin imiscui-se no mundo real com sua sinceridade, e não pretende mudá-lo, mas tenta sobreviver no meio das intrigas e ganâncias. Mais uma obra repleta de personalidades únicas (e que também são amplamente universais) do Mestre Dostoiévski.
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