cami 31/12/2016Notas sob impressões de invernoNão existe como mensurar a angústia que esse livro me causou, talvez o tempo que eu demorei pra ler faça um pouco do balanço.
Não consigo mais ler Dostoiévski sem avaliar por muito tempo o que ele escreve. Esse livro é repleto de indagações que perpassavam a vida do autor na época, em sua vida toda, as questões concernentes à existência ou não de deus, a religião enquanto instituiçção, niilismos, sobre a emancipação feminina na Rússia, etc., um MUNDO de engodos num só livro.
Esse livro foi a grande aposta, literária e econômica, do autor após a publicação de Crime e Castigo, contava com a edição para obter a "liberdade" do exílio em que estava. Acreditava que a construção de um personagem baseado em Dom Quixote, por quem estava profundamente marcado, e em Jesus Cristo fosse emplacar de modo a superar as impressões causadas por Raskolnikov em seus leitores.
Quando iniciei a leitura, estava muito curiosa pelo desfecho da divisão do príncipe Liév Míchkin, o bondoso e que chega a ser "repugnante" (usando o adjetivo presente no livro) protagonista, entre: Aglaia, uma mulher forte e que não quer ser "apenas filha do general" e sonha em sair da Rússia para estudar e Nastácia, que já representa essa mulher emancipada e enfrenta os rechaços da sociedade por tal liberdade.
Torci muito pela história e fiquei devastada com o final.
Enquanto lia, as questões iniciais ficaram um pouco de lado. Fui capturada demais pelos tormentos filosóficos.
É um livro muito forte e imoressionante,