O Lobo da Estepe

O Lobo da Estepe Hermann Hesse




Resenhas - O Lobo da Estepe


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igsuehtam 20/08/2023

Crise dos 50 anos
O lobo da estepe fala sobre um homem em crise de meia idade que perdeu o sentido da vida. Não sabe mais viver, o que ele mais quer é de suicidar.

Um dia essa vontade de se matar é tão grande que ele tem medo e corre pra longe de casa. Acaba por chegar em um bar (casa de striptease) e conhece Herminia, um mulher mais jovem que parece conhece mais ele do ele mesmo e que já aprendeu ou ainda está aprendendo a viver. A partir disso é só loucura, vem um baile, um teatro, uns encontros com os artistas "imortais" é um eterno giro na cabeça de Harry Haller que está em guerra consigo mesmo.
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nanaths 11/08/2023

Não entendi nada ao mesmo tempo que entendi tudo, fiquei lelé da cuca e abri minha cabeça pra mil coisas diferentes, só sei que Hesse é um gênio e isso basta.
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Fuinha1 11/08/2023

"Cada dia é para nós o mais longo."
O Hermann é muito lelé da cuca, adoro esse querido. Um livro que te faz entrar na mente dele e na mente de tudo que é existencialista, na dor e no anseio que os compõem. É o escárnio e o riso de si mesmo. É um passo pra frente e dois passos pra trás, um giro, um tropeço, até se fazer uma dança que, com muita coragem, a gente da o nome de vida.
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Gabriel 08/08/2023

Ser um lobo da estepe é ser um selvagem aprisionado numa aparência de civilizado, e sofrer.
O livro conta a história de um homem que está quebrado, desconectado da realidade, cínico, incapaz de ver verdade em qualquer um, tudo lhe parece bobo, superficial e mentiroso. Esse homem é um intelectual, entendedor de filosofia e música, capaz de entender o belo e de vê-lo no sofrimento, mas sem uma motivação para viver, sem conseguir pessoas iguais a ele ou conexão com outros seres humanos.

O protagonista, eu senti, pareceu uma réplica de mim mesmo, porém mais velho e mais vivido, o seu desejo por suicídio é o meu desejo. Eu me vi em cada um de seus pensamentos mórbidos, falta de esperança nas pessoas e em se sentir punido por acreditar na verdade, na universalidade e entender que a guerra é estupidez, que somos nós os responsáveis por todas as guerras, que a intolerância que vemos nos nossos inimigos também reside em nós.

Talvez esse parágrafo seja SPOILER, pule para o próximo se não tiver lido. Ele encontra uma mulher que vive numa espécie de prostituição, de seduzir homens e ser bancada por eles, ela promete-te ensina-lo a dançar e que um dia serão amantes, desde que ele a mate no final. É claro, ficamos nos perguntando se eles vão mesmo ser amantes, ou se ele vai mesmo matar Hermínia, sua nova amiga. Mas a verdade é que, muito provável, Hermínia, tal como seu amigo músico, Pablo, nem existam, sejam projeções. Hermínia é a versão feminina de um amigo do passado, por isso perfeita, pois é mulher por fora e homem por dentro (alguns poderiam considerar essa idealização machista, mas acho que entendo a fantasia masculina, acho que as mulheres também devem desejar um homem que seja mulher por dentro e homem por fora, sejamos justos). Pablo, por outro lado, talvez represente aquele que é feliz, por ser sábio na ignorância, a pessoa que o protagonista gostaria de ser, ou fingir ser, para pertencer inteiramente ao mundo de Hermínia.

O livro não gira em torno de um enredo bem definido, mas sim no confronto do protagonista consigo mesmo. Ele entende que há algo de selvagem dentro de si, limitado pelo homem civilizado, de modo que nenhuma de suas duas partes consegue viver em sua plenitude.
Ao que me parece, o homem melancólico e condenado a carregar o fardo da espiritualidade encontra alguma possível salvação em entender que não existe nenhum problema real em ser como é, que também pode ser divertido ser ele, e divertido ser o oposto, sendo tudo uma experiência.

Os personagens ao redor dele, Hermínia, Pablo e Maria, são seus opostos, não vivem no mundo do intelecto, no entanto compreendem que o propósito da vida é viver, não levam a sério suas personalidades, por isso as vivem em sua plenitude.

Quanto a eternidade, quanto ao mundo atemporal somente acessado pelo espírito, essa parte do livro eu não entendi, não entendi precisamente o sentido em que os imortais são imortais. O autor propôs uma redenção, mas que talvez eu não tenha atinado. Entendi perfeitamente o problema proposto no livro, mas não sua solução, tenho a intuição que tem relação com o riso, com a valorização das fantasias e entender que a personalidade humana é algo com a qual deve-se brincar. Os sentimentos ruins, como ciúmes, devem ser divertidos, e que o importante seria o "bem"? Não sei, penso que perdi alguma coisa em meio as alucinações todas desse livro.
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Maria. 04/08/2023

Presente dado pela minha amada em julho de 2023
Esse foi o meu primeiro Hesse, autor muitíssimo recomendado por aqueles ao meu redor que compartilham o gosto por Saramago, Mann, Dostoievski. Logo no início dá pra entender o motivo! É verborrágico como um Dostoievski, peculiar como um Saramago e com personagens rasos-profundos como os de Mann. Foi um prato cheio, mas eu não tinha tanta fome: tive momentos de prazer durante a leitura, me pegando sorrindo com ele entre as mãos no metrô lotado pra cacete de uma quinta-feira 18h. Mas, pelo mesmo motivo de eu ter rompido momentaneamente com os russos, não estava para prepotência; mesmo que proposital a fim de construir a narrativa. Soube lidar e tolerar. E que bom, pois o livro é sim bonito. Tem uma mensagem bonita. Gosto do tom só-se-vive-uma-vez e nunca-é-tarde-demais. Acho que já fui muito Harry Miller, engessada em meus gostos e em que acredito ser, e hoje sou mais Pablo - de olhos brilhantes para a possibilidade. Enfim, pretendo ler mais de Hesse. Me encanta que ela tenha escrito o lobo da estepe com 50 anos!
Recomendo como primeira leitura apenas para aqueles com estágio em livros com mto blá-blá-blá filosófico e devaneios individualistas
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Icaro 30/07/2023

Teatro Mágico
Um ícone da contracultura sendo um livro escrito em 1927, esse é um breve resumo do que é esse livro!

Escrito no entreguerras, esse livro chama muito a atenção para o quão diferente, profundo e provocador deve ter sido para a época o seu lançamento. Com uma história banal e, posteriormente, completamente lisérgica, termina-se o livro sem saber diferenciar o real do sonho.

Particularmente, gostei muito de toda a cena do baile de máscaras como aperitivo para a entrada no teatro mágico.

Livro publicado pela Editora Record, recomendo muito a leitura!

Indicação da Barbara Lima! ??
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Nath Mel 27/07/2023

O teatro mágico: para os loucos e os raros
Livro intenso com muitas nuances que explora a fundo a mente humana.

Para entender o livro tem que conhecer o contexto do autor. Ele estava na crise dos 50 anos, descontente com a guerra e com a burguesia alemã, sua esposa teve uma crise mental e teve contato direto com a psicanálise e com a sabedoria indiana.

Temos um livro que enreda vários pensamentos profundos sobre esses temas citados que podem causar certa confusão ao leitor. A história se passa dentro do inconsciente de Haller, tudo ocorre em si mente. O Pablo, Maria e Herminia fazem parte da mesmo indivíduo HH. Cada personalidade representa um desejo, uma personalidade que HH guarda em seu interior. Quando ele entra no O teatro mágico, ele acessa seu inconsciente e tudo é clareado. Como se fosse uma terapia no qual todos os seus desejos, medos e traumas são levantamos para serem curados. Apesar de Hesse abordar a tristeza, o suicídio e a morte, o livro não é sobre sofrimento mas sobre redenção.

Mozart, que é o guia de Haller, fala sobre não levar a vida tão a sério. Ser sério quando os momentos pedem mas também rir quando é necessário.
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Jean297 25/07/2023

O lobo da Estepe: a melancolia como símbolo de redenção.
O Lobo da Estepe é um livro que demora a engatar. Hermann Hesse constrói uma narrativa que mistura a realidade com o onírico. O livro conta a história de Harry Haller, um intelectual que odeia as interações humanas e tudo o que fora criado e mantido com o advento da burguesia. Harry é angustiado, se vê atormentado por essa condição, quase como em um sono profundo, incapaz de enxergar de fato a realidade em que vive. A melancolia está presente durante todo o livro. Ela, que é retratada durante toda a história da humanidade — e que transpassou vários campos do saber —, ela, uma forma de angústia anômala, que é organizada em nossa subjetividade em torno da dor que é existir, colocou o personagem central da obra em uma espécie de torpor. Achei curioso o fato do Harry criticar o modo de vida burguês quando ele mesmo bebe dos privilégios de uma elite intelectual que não precisa se preocupar com trabalho, cujo único propósito é pensar e criticar a estrutura ao qual está preso.
A história só começa a andar lá pela metade do livro, quando Harry conhece Hermínia, Maria e o músico Pablo. É a partir de Hermínia que Harry começa a despertar para sua condição de hipócrita. Para mim, um dos momentos mais reflexivos do livro é quando Hermínia explica o motivo de ter virado prostituta, pois só assim, longe de um casamento onde ela seria objeto e viveria à sombra de um marido, ela viveria feliz e dona de seu corpo. Isso me lembra a História da Vida Privada, de Arriès, quando o historiador menciona que o corpo feminino, ao longo da História, passou por privações, tornando-se objeto privado do lar, da família, do marido. Removendo-se as singularidades, as autonomias, as faculdades mentais, tudo o que representa um indivíduo repleto de complexidade e subjetividade. O “Outro”, como menciona Judith Butler, quando fala de sexo e gênero. A desumanização, restando um corpo vazio, sem voz, receptáculo.
O fantástico adentra o livro à medida que Harry se permite viver e experimentar a vida mundana. É como se os tons de cinza, o cimento queimado das calçadas e da indústria abrisse espaço para o fantasioso, quase em uma alusão ao que Kafka faz em sua obra, onde não se sabe mais onde o lúdico e o real se separam.
Já para o final do livro, Harry adentra o Teatro Mágico, lugar onde ele revisita seu passado, suas várias versões. As memórias, enfileiradas, organizadas em salas esperam por sua visita. Pablo, o músico, atua como um Psicopompo ao guiar Harry pelo teatro mágico. Vale mencionar que um Psicopompo é uma criatura que carrega o individuo do mundo dos vivos para o mundo dos mortos. Seria errado essa menção, pois Harry não morreu, tampouco está em sua última passagem, revisitando memórias antes de sua partida. Na verdade, ele acompanha os vislumbres de seu passado de forma contemplativa. E não são as memórias resquícios de uma vida já morta? De um passado jamais retornável? Tudo o que vivemos está no passado, junto à finitude do corpo que segue para a morte. Recobrar, rememorar é ato de ressuscitar o eu já morto, mas que vive pelo aparato do imaginário em constância em nosso âmago. O livro termina com a promessa de que Harry retornará. Penso na Catábase, o ato de descer ao mundo inferior (ou ao inconsciente) e retornar com alguma resolução. Talvez, o ato final de Harry seja o devir.
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Natan Falconi 25/07/2023

Hermann Hesse é brabo!
Esse livro é sensacional, sério! Eu achei ele uma mistura de Fernando Pessoa com Clarice Lispector, simplesmente os dois maiores. Ele fala sobre tudo e fala sobre nada ao mesmo tempo. O posfácio do autor foi muito preciso ao dizer que quem busca muita compreensão é provavelmente quem menos compreende de fato o livro. É totalmente subjetivo. É sobre o subjetivo, sobre o "Teatro Mágico", sobre a ilusão da realidade e a realidade da ilusão. A parte do "Tratado do Lobo da Estepe" é uma das melhores coisas que eu já li na vida. Enfim, entrou na minha modesta lista de livros favoritos.

? | Citação: "Assim como a loucura, em seu mais alto sentido, é o princípio de toda sabedoria, assim a esquizofrenia é o princípio de toda arte, de toda fantasia".
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Nani84 24/07/2023

Vinda da sequência das leituras de Demian e Sidarta, acho que criei uma expectativa muito alta para O Lobo da Estepe. É um bom livro, mas a história só foi me pegar mesmo da metade para o final da história.
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Ana Paula Carretiero 15/07/2023

O autor utiliza diversas metáforas para ilustrar alguns questionamentos sobre a vida. Algumas me tocaram bastante, outras nem tanto e outras ainda talvez não tenha entendido ou assimilado bem.
Como sugere o próprio autor no posfácio e o tradutor Ivo Barroso no prefácio, é um livro que precisa ser relido pelos leitores quando estes alcançarem a meia idade, já que Hermann Hesse o escreveu no auge de seus questionamentos dos seus 50 anos de idade.

Importante destacar as palavras de Ivo Barroso: ?Embora o livro trate de enfermidade e crise, ele não conduz à destruição e à morte, mas, ao contrário, à redenção?.
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Aona 12/07/2023

O lobo da Estepe
Nas palavras do próprio autor, o Lobo da Estepe representa um caminho à redenção. Nos é apresentado um homem que, além de tudo, tem esperança.
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aninha karol 08/07/2023

Não gostaria de pensar tanto na minha existência quanto esse livro me forçou a fazer. Não gostaria de ter sentido uma corda amarrando meu estômago como senti quando terminei a leitura. Gostaria de ter permanecido sem entender nada, exatamente como não entendia quando comecei a lê-lo. Obrigada pelas contradições sentimentais, Hesse
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Mateus 18/06/2023

O Teatro da Vida
O lobo da estepe é um livro da fase madura do autor Hermann Hesse, acredito que isso reflete na sua escrita com maior complexidade, e talvez o Harry Haller (personagem principal) seja o alter ego do próprio autor.

Quanto ao livro gostei de algumas passagens, o nome Teatro mágico, uma espécie de eufemismo para uso de drogas e libertação da alma, além do diálogo da página 200 que cita que não se pode receber de alguém aquilo que você já não tem internamente.

Penso que esse livro não é um livro sobre um homem de meia idade, amargurado e em desespero, na verdade vejo como um livro de um homem que crê, ele tenta tratar suas enfermidades e não ser conduzido para a destruição, mas ao contrário, conduz à redenção da alma.
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