Craotchky 29/08/2017Verissimo por ele mesmoImagine a biografia de seu autor favorito! Melhor: autobiografia! Melhor ainda: Dividida em dois volumes que totalizam quase 700 páginas! Erico Verissimo, em 1973 lançou a primeira parte do relato de sua vida. Infelizmente morreu antes de terminar o segundo volume que foi publicado incompleto em 1976.
Este volume primeiro cobre desde a infância de Erico até meados dos anos 50. Aqui o autor conta em detalhes sua vida desde sua infância, seu processo de maturação no mundo bastante instável no qual viveu, até chegar ao adulto, ficcionista, marido e pai. Erico tenta produzir sua narrativa em rigorosa ordem cronológica dos eventos mas, como ele mesmo nos confidencia, sua memória pode ter falhado.
Descreve em detalhes sua família, a conturbada relação entre os pais, aponta pessoas que inspiraram algumas personagens. Nos conta de quando recebeu a notícia do naufrágio do Titanic em 1912; do início da Primeira Grande Guerra em 1914; a gripe espanhola em 1918. E claro, fala dos contatos iniciais com a literatura.
Aos 11 anos descobriu Júlio Verne. Depois veio detetives: Sherlock Homes, Arséne Lupin e Nick Carter. Seguiu-se Aluísio de Azevedo, Coelho Neto, Joaquim Manoel de Macedo, José de Alencar. Aos 13 anos já lia Eça de Queirós, Dostoiévski, Tolstói e Zola. Admite ter levado certo tempo para estabelecer boas relações com os textos de Machado de Assis.
Erico fala um pouco de alguns de seus livros, com exceção da trilogia O tempo e o vento, sobre esta obra ele se alonga mais.
Curiosidades:
Além de escritor, Erico foi tradutor e traduziu nomes importantes como: Aldous Huxley, Somerset Maugham e John Steinbeck.
Em 1933 Erico publica seu primeiro romance: Clarissa. Em 1935 nasce sua primeira filha: Clarissa.
Carlos Drummond de Andrade publicou um poema em sua homenagem: A falta de Erico Verissimo.
Um homem no fim da vida olhando para trás; olhando para um espelho, vendo o menino, o adolescente, o homem de meia idade; olhando o mundo ao seu redor, a sociedade na qual viveu, as relações humanas que travou, refletindo e interpretando tudo isso e, até certo ponto, conseguiu colocar toda sua vida e suas experiências nas suas obras.
Esta foi apenas a primeira parte.
"Quanto mais velho fico, mais pessoas de meu passado tenho desejo de encontrar para abraçá-las e dizer-lhes sem mais explicações: Obrigado! Obrigado! Obrigado!"