Contra Um Mundo Melhor

Contra Um Mundo Melhor Luiz Felipe Pondé




Resenhas - Contra um Mundo Melhor


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Bruno 04/04/2021

A linha tênue de Pondé
Quem está acostumado a ler Pondé sabe que ele, a todo momento, cruza uma tênue linha entre uma crítica ácida e uma ofensa gratuita.
Pondé não liga. É isso o que nos faz querer ler Pondé.
Escrito há 11 anos, Contra um Mundo Melhor é decepcionante para os leitores mais modernos do filósofo. Suas obras desde O Guia Politicamente Incorreto são profundas o bastante para justificar cada posicionamento polêmico do autor. O formato de ensaios se tornou sua marca e torna a filosofia mais palatável para o cidadão médio.
Contra um Mundo Melhor não é assim. Pondé não encontra seu tom na obra. Faz desabafos desconexos e ofensas sem objetivo. É muito superficial no que queremos ler e se apega demais a ensaios nos quais sequer expõe seu objetivo.
Pondé não liga, e já não ligava em 2010. Mas nós ligamos. Se for para ver ofensa gratuita a gente entra no Twitter.
Pondé evoluiu em 11 anos para se tornar o autor que é hoje. Felizmente li muito Pondé até cruzar com esse livro. Se fosse o primeiro, teria sido o último.
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Daniel.Nery 09/03/2021

Fácil e boa leitura
Já é um livro ?antigo?, mas quem acompanha a carreira do autor vai reconhecer muitas das ideias que ele ainda proclama, algumas mais rústicas e outras que agora ele já as desenvolve melhor.
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David.Pereira 10/09/2020

As coisas como realmente são.
Pondé neste livro mostra o seu ponto de vista em diversos temas da vida cotidiana.
Aparentemente parece ter um olhar mais pessimista,mas um olhar com mais calma, pode-se dizer que muita das coisas que ele afirma, realmente fazem todo sentido e demonstra como estamos glamorizando coisas totalmente sem sentido, e nos curvando a ao efeito manada.
Um bom livro, um detalhe que, em algumas partes senti dificuldade em compreender o sentido do texto o que julgo ser necessário um maior conhecimento em filosofia.
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fabio.ribas.7 18/01/2020

Contra um mundo melhor
"Dependentes da graça para sermos virtuosos, nossa natureza vaidosa e orgulhosa por si mesma nunca sairá do seu pântano pessoal" - Luiz Felipe Pondé, em "O gosto da culpa".

Depois que li este livro, em fevereiro de 2012, vi que me identifico com Pondé pelo amor à Filosofia, Psicanálise, Religião e Dostoiévski. Além disso, um dos mais interessantes temas que o Pondé discute em seus ensaios do afeto é a relação entre o homem e a mulher, mas sob uma perspectiva muito diferente da que estamos acostumados a ouvir nessa mesmice da mídia comum.

Talvez seja preciso esclarecer que ele não é contra o casamento gay (embora já tenha sido chamado de homofóbico diversas vezes), mas ele é contra o aborto (sustentando essa posição apenas por razões filosóficas) - este é Luiz Felipe Pondé. Ainda que Pondé não seja cristão, descobri que venho andando ao lado dele na mesma margem do rio já há alguns anos.

Uma vez, postei um pequeno texto dele, “Cotidiano”, que considerei uma sagaz e incômoda avaliação sobre o que nós fingimos que somos, mas não somos. Vou deixar aqui embaixo. Aliás, uma das minhas identificações com Pondé reside no fato de que ele não acredita nesse bom-mocismo do ser humano. Eu também não. Mas por que ler Pondé? Porque é muito bom ouvir um não cristão falar sobre Jesus. Sempre preferi as opiniões de ateus e teístas que, honestamente, discutem sobre a pessoa de Jesus àquelas opiniões de muitos que se dizem cristãos, mas, na verdade, estão apenas fazendo autopropaganda do ventre de si mesmos: uma flácida espiritualidade contemporânea (repito: que se diz cristã), mas é incapaz de saltar de dentro do próprio umbigo e abandonar o azedume de seu esquema rancoroso e delirante.

Assim, além da dica do livro, deixo a transcrição de parte da entrevista que ele concedeu ao Programa "Roda Viva" (essa entrevista deve ter sido em 2012).

Marília Gabriela: “Pondé, você é um cara que deixa muito claro que entende a opinião da Igreja.

Pondé: “Ah, sim, entendo”.

Marília Gabriela: “...e já falou muito bem do Papa... Agora, vamos fazer uma conexão direta aqui. A posição da Igreja em relação ao aborto e à homossexualidade são posições muito claras. Você pensa como a Igreja nessa hora”!

Pondé: (risos) “Veja, vamos esclarecer isso.”

Kátia (uma das jornalistas da mesa): “Deixa eu pegar carona nisso aí. Uma coisa que eu sempre transporto pra cá...Vamos pensar em Jesus. Jesus, um líder, como seria Jesus hoje? Ele aceitaria... Você acha que ele teria essa aceitação do casamento gay, teria... Como é que seria esse líder hoje?”

Pondé: “Olha, primeiro, eu acho que é interessante como que uma variável como essa se transforma numa chave de um enorme debate teológico. O casamento gay, por exemplo. Ou o aborto. Jesus... Essa é uma questão grande, a tua e a tua (aponta Pondé para Marília Gabriela e para Kátia). Começando pela tua (dirige-se para Kátia). Primeiro, se você olhar para Jesus no cenário histórico, Jesus é um típico líder judaico, meio reformador na época em que ele vive. Então é razoável imaginar que, se ele vivesse hoje, talvez ele não teria todas as opiniões que uma certa ortodoxia, historicamente estabelecida do Cristianismo, católico ou não, tem! Certo? Então é razoável imaginar isso. Agora, o que eu acho muito mais interessante, e sempre é assim que o meu questionamento funciona, é que muitas pessoas que hoje se julgam obviamente do lado de Jesus, porque acham legal, provavelmente estariam colocando ele na cruz lá atrás. Mas hoje se acha legal...

Kátia: “Como assim, não entendi?”

Pondé: “É assim. Quando você discute a morte de Cristo ou o assassinato de Cristo, normalmente quando a gente discute hoje, a gente se coloca numa posição em que é muito claramente (quem) são os canalhas que mataram Jesus. Eu não estou falando isso confessionalmente, porque inclusive eu nem sou cristão, não é disso que eu estou falando. Estou falando (que) historicamente, quando você olha os canalhas que mataram Jesus, e eu, normalmente, me coloco fora desse grupo de canalhas. Há uma tendência natural do ser humano de se colocar fora do grupo de canalhas. Vou te dar outro exemplo. Pensa no nazismo da Europa. Todo mundo ia combater o nazismo: uma piada! A maioria, como a maioria da França, ia viver o seu cotidiano, arrumar um emprego melhor, colaborando com o partido... Eu disse isso na Folha uma vez e deu um barulho danado, numa coluna. Então, o que eu estou dizendo para você é o seguinte: acho que sim, porque é uma questão difícil “se”, porque ele é uma figura histórica (…) mas lá atrás... ele cria uma certa tensão...

Kátia: “Então chega a prostituta, aí ele chega, né?...

Pondé: Mas o que eu estou tentando dizer é que o importante é entender NO QUÊ ele incomodaria hoje? Não só no que ele incomodaria o Papa, mas no que ele incomodaria a você e a mim! Porque é isso o que levou a matarem ele. O que eu estava tentando dizer é que se constrói um consenso como que se Jesus hoje fosse criar problema SÓ pro Bento XVI. Jesus era um cara que provavelmente iria criar problema para mim e para você e para um monte de gente, porque ele era um cara que tinha uma mania, assumindo a figura histórica que viveu lá, que falou um monte de coisa que criou problema com um monte de gente. Quando quiseram que ele reagisse à ocupação romana, ele falou: “Tô fora! Dai a César o que é de César”! “Pô, mas você não vai pegar em armas?” “Eu não”. Então a revolta judaica da época ficou brava com ele: “Como não?! Você vem aqui e tem um monte de gente te seguindo e você não vai bater nos romanos?” “Não! Porque o meu reino não é desse mundo e sei mais o que”... Então acho que, se Jesus vivesse hoje, ele iria criar problema sim, mas não só para a ortodoxia da Igreja. Entende o que eu quero dizer? O interessante de pensar Jesus como figura histórica é pensá-lo não só para aquilo que A GENTE acha que é problema!

Marília Gabriela: Bom!...
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Cotidiano (Luiz Felipe Pondé, filósofo)

Não acho que tenhamos mudado um milímetro desde a experiência nazista. Naquele momento, muitos europeus colaboraram com o massacre não apenas porque odiavam as vítimas dos nazistas (nem precisavam odiá-las, isso seria até pensar demais), mas apenas pelo amor ao cotidiano. Hoje em dia, se qualquer regime decidisse perseguir o grupo do qual seu vizinho faz parte, você fecharia os olhos como os franceses fizeram. A covardia e o amor à rotina acomodam mais os homens ao crime coletivo e social do que a força das ideias. Em nome de um emprego melhor, em nome de sentir menos medo diariamente, em nome de conseguir melhor qualidade de vida, aceitamos qualquer crime. Toda a discussão sobre o massacre nazista (ou qualquer outro) esbarra no fato de que nós, hoje, gostamos de pensar que não faríamos a mesma coisa que aqueles homens e mulheres fizeram. Nossa maior preocupação é assegurar uma ideia construtiva de nós mesmos. O massacre nazista nasceu do horror que continuamos a alimentar com relação a tudo que afete nosso cotidiano imediato. Erraram todos os que se esqueceram de dizer isso. Além disso, nos sentimos mais tranquilos quando outros estão sendo destruídos em nosso lugar. Estamos sempre dispostos a nos calar quando um jantar a mais é garantido. O comportamento moral comum é mais decidido em nome de uma noite tranquila e um dia monótono do que em nome de qualquer ideia de justiça que alguém escreveu. E se qualquer massacre se der em nome de alguma ideia em que acreditamos e, além disso, se nosso cotidiano estiver garantido, aí então nos transformamos em feras banais.

site: https://www.facebook.com/fabio.ribas.7
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MarCELO MorCENO 10/02/2019

Contra um mundo melhor
Como não poderia ser diferente, em se tratando de Luís Fellipe Pondé, "Contra um mundo melhor" é um livro totalmente desprendido de preceitos clichês e comerciais. Um livro cru, no que tange à sua essência, pois às explanações adentram na origem, nô âmago e na profundidade dos princípios morais, éticos e semânticos.
Sem contar que ao longo do livro o autor ilustra vários dos seus argumentos através de textos e frases de grande escritores e filósofos, como: Nelson Rodrigues, Nietzsche, Montaigne e tantos outros.
O Luís Fellipe sempre deixou claro sobre seu péssimo em algumas áreas referentes à humanidade, de maneira que está presente em seu livro. Tal péssimo, reflete em determinadas análises sobre o seu humano, e em áreas nas quais o pudor moral evita destrinchar o verdadeiro valor, sentido ou verdade, como: na política, valores sociais e ideologias.
Contra um mundo melhor é um livro no qual aprofunda aspectos: religiosos, morais, éticos, políticos e etc, constatando sobre o que está na teoria e o que acontece na prática. Ele tira do "pedestal" conceitos imortalizados, como por exemplo: " a democracia" - encarada por muitos como uma verdadeira religião moderna.
Por fim, vejo nesse autor e nesse livro um equilíbrio entre à realidade nua e crua e a teoria acadêmica e literária - sem deixar de mostrar à beleza poética da vida e da humanidade em diversos cenários e contextos.
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Roger Ruiz 18/09/2018

Achei difícil
Gostei de algumas leituras, mas no geral achei o livro difícil de ler. Acredito necessitar de um background em filosofia para desfrutar melhor dele.
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Alessandro Camargo 06/02/2017

O Medo da Felicidade: Contra Um Mundo Melhor Ensaios do Afeto de Pondé
Livro fantástico que acaba com a tirania e a obrigação de você ter que ser feliz. Se você quiser ler a minha resenha e podcast é só ir ao meu blog e comentar.

site: http://resenharadical.com.br/o-medo-da-felicidade/
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NP. 17/10/2016

Há tempo acompanho Pondé, seja nas suas colunas, vídeos ou nos seus livros. "Contra um mundo melhor" é um pouco mais denso que o "Guia", mas ainda acessível ao público comum. Acredito que a principal ideia do livro é mostrar que nem sempre progredimos, progresso em alguns aspectos podem significar regresso em outros ( ver ensaio sobre o feminismo), por outro lado, por vezes aqueles que defendem o "progresso" fazem isso por meio de opressão alheia, em geral, a natureza humana e a moral social não permitem que ajamos de maneira "pura". O ponto forte do livro é falar o óbvio, daí se dá a coragem do Pondé, que raramente se vê no meio acadêmico em geral, talvez o ponto fraco seja a linguagem e a pouca sistematicidade que soa às vezes retórica e exagerada. Outro ponto ( assim como no "guia") é o intervalo das páginas entre os ensaios que fazem ter a sensação que o livro tem mais páginas que realmente tem. Pontos fortes nos livros, e alguns ensaio que, ao meu ver parecem que foram feito para aumentar o número de páginas; no entanto, vale a pena ler
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Thiago 10/02/2016

Eu já fui o tIpo de pessoa que lia o Pondé toda segunda, mas tive que parar quando ele começou a escrever para idiotas (uma referência ao maravilhoso capitulo "como escrever para idiotas" de Márcia Tiburi). Apesar de concordar com pouca coisa nesse livro, devo admitir que é um livro bom. Aqui pelo menos não escreve para idiotas como costuma fazer na sua coluna na Folha.
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Victtoria6 24/11/2015

Filosofia no cotidiano
Nesta obra, Pondé explora todo o seu conhecimento e censo crítico de forma a passar para o leitor, de forma não muito complexa e acessível aos mais variados tipos de público literário, conceitos da Filosofia moderna e contemporânea, através de exemplos e situações que possibilitem a aplicação desses conceitos cotidiano.
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yurigreen 14/06/2014

O antônimo do gênero auto-ajuda. O resultado de quem optou pela pílula vermelha. O retrato borrado de uma vida infame e medíocre. Bem vindo a Pondé.

Com seu niilismo à vera, seu apreço pela tragédia e seu tesão pela realidade nua e crua, o filósofo contemporâneo que ensaia neste livro cospe na sua cara verdades que você não quer escutar, mas que ao mesmo tempo não consegue tapar os ouvidos. Tomado por um estímulo inebriante, as páginas nos conduzem a percorrer uma espiral profunda que disseca, pedaço a pedaço, a máscara que veste a hipocrisia humana.

Ética, relacionamentos, status, intelectualidade, religião e sociedade são os tags que o autor optou por trabalhar e que certamente não estão aqui digeríveis a qualquer um que queira pegar pra ler como forma de entretenimento.

Se ainda assim estiver disposto, se deixe levar para o poço ácido que irá corroer o resquício de ingenuidade atávica que insiste em se manter da infância mal vivida. Ao final, se tornará mais pessimista, talvez seja este o valor de também se tornar mais consciente.

Desejo a você... uma boa leitura.

-Y-



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Renato 13/06/2014

Um livro para ser lido como remédio. Pode ser de uma vez, como aquele que acha água no deserto ou em doses regulares. Depois desse livro passei a olhar o abismo um pouco mais de perto.
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Marcone 23/03/2013

"Contra um mundo melhor ", Luiz Felipe Pondé

Livro reunindo ensaios em que o autor reflete sobre o mundo e a sociedade atual, herdeira do iluminismo, da revolução sexual, das utopias etc. Um texto ácido, crítico, inteligente, maduro. Uma das mais agudas visões sobre nossa era pós-moderna. O autor, uma das cabeças mais lúcidas da imprensa brasileira de hoje. "Contra um mundo melhor" é contra um mundo hipócrita, que mente sobre si mesmo. Um livro pra gente adulta. Não espere um final feliz.




(* Relendo pela enésima vez... Não posso passar muito tempo distante da visão filosófica de Luiz Felipe Pondé)
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