spoiler visualizartaehoodliday 12/05/2024
“Jemmy nunca irá à Disneylândia... mas vai ter isso. Uma família que ri... e milhões de luzinhas nas árvores"
Comecei essa resenha algum tempo antes de terminar o livro porque tenho bastantinhas coisas pra comentar, e achei interessante ir fazendo isso enquanto ainda lia o livro.
Esse foi o melhor dos últimos da série, com certeza. Não que o livro 4 e 5 não tenham sido bons, eles foram, várias coisas importantíssimas pra história aconteceram nesses dois, mas ao mesmo tempo sinto que esse aqui ressuscitou tudo. Não sei explicar, mas esse livro 6 trouxe toda aquela mistura de Outlander que eu gosto.
Sempre digo que adoro um bom livro onde nada acontece, e Outlander é assim em alguns momentos, e eu adoro. Amo acompanhar o Jaime na lida com a rotina da Cordilheira, a Claire indo ajudar um vizinho desconhecido e narrando todo o caminho de ida e volta, a Brianna matutando todas as invenções do futuro que ela quer aplicar agora no passado… Isso com certeza é o charme da história.
A diferença é que eu acho que “Um Sopro de Neve e Cinzas” conseguiu mesclar muito bem isso com as coisas grandiosas. A história me deixou super envolvida, mas pra não dizer que não cansei em nenhum momento posso dizer que conforme você vai se encaminhando pro final o livro dá uma amornada. Já cheguei a reparar que isso aconteceu com praticamente todos os livros da série até agora, e depois desse momento a história vira algo mais frenético e se recupera dessa queda, e levando em conta que é um livro de 1100 páginas, eu considero uma vitória sentir esse cansaço apenas nesse momento.
Gostaria muito que esse plot super interessante do final não fosse realizado só nas últimas páginas, que ele começasse a se desenrolar antes. Não é bem uma sensação de que foi feito correndo, é mais que com a gente demora muito no livro em vários momentos que talvez não fossem tão importantes assim, no final, no grande turn over do livro talvez a gente pudesse se aprofundar mais.
Falando sobre a questão da Brianna que eu já levantei, achei o máximo ela fazendo fósforos, papel, tubulações… E aquela reflexão de que, poxa, será que as invenções que a gente tem no futuro também não foram “adiantadas” por alguém como eles, que veio e tentou fazê-las no passado?
O Roger me incomodou um pouco durante a leitura, mais na parte em que ele fica dando muita atenção pra Amy McCallum e simplesmente deixa a esposa de lado e ainda não se pronuncia sobre os rumores. Andei achando ele meio bundão. Fiquei muito feliz que descobrimos que o Jemmy é filho dele!!!!! E é muito legal como descobrimos isso, não é nada mirabolante, não tem nenhuma grande preparação, é algo do dia a dia que sem querer foi notado naquele instante, e é aquilo que eu estava falando, essa mescla de dia a dia + coisas grandiosas que aconteceram nesse livro foi perfeita e sutil, como se você estivesse acompanhando uma vida de verdade.
E eles resolvem voltar para o futuro né… o que dizer dessa decisão. Talvez eu esteja subestimando o quanto é grande o amor pais-filhos e pensando muito friamente quando digo que eles deveriam ter ficado no passado, e que coisas assim acontecem com todas as famílias e elas lidam com isso juntas. A gente tem vários exemplos ao longo da série de filhos que morreram cedo, de familiares muito doentes e que não tem prognóstico de melhora, e pra eles só resta aceitar e passar por isso.
Sei que o que influencia muito essa minha opinião é eu gostar muito dos momentos de toda a família, e esse livro é cheio deles. No final, fiquei muito emocionada com eles se despedindo e mais pra frente encontrando cartas escritas pra eles no passado. Acho que tô sentindo o sentimento de perda que a Claire e o Jaime deviam estar sentindo (kkkk) porque toda vez que o Jemmy mencionava o “vovô” me descia uma lágrima.
Não é uma decisão da Diana Gabaldon que eu questiono e acho errada, talvez esteja certa mesmo e não haja limites pro que os pais fariam pelos filhos (fico me perguntando se, todas aquelas outras famílias que perderam entes queridos, se tivessem sido oferecidas a uma cura, se não iriam pegar), sou só eu tristinha pela separação.
O Jaime comenta em um momento que sonhou com a Claire e com algo que ele imagina que seja luz elétrica, e eu me pergunto se isso tem algo haver com aquele encontro que o Frank teve com um possível fantasma escosês cuidando a Claire no início do livro 1, em Inverness.
Mais pro final do livro ele descreve com perfeição toda a casa do Reverendo em Inverness, diz o nome da governanta, descreve até um telefone… Acredito que nesses sonhos dele é possível ver o futuro. Não sei que implicações tem isso pra viagem no tempo que fazem através das pedras, será que tem alguma ligação?
Espero que agora, definitivamente, Stephen Bonnet esteja morto. Isso fez parte daquele final frenético onde tudo acontece rapidinho e sem demora, mas ele foi condenado à morte, e a Brianna matou ele antes que a sentença se cumprisse. Pelo que entendi, ela conseguiu pro Jaime vários documentos de posses do Bonnet, então talvez veremos eles reconstruindo a vida nesses lugares e já com alguns bens.
Outra coisa que aconteceu nesse final rapidinho foi a descoberta do assassino da Malva. Eu já tinha minhas suspeitas de que seria o Allan, mas não imaginava que seria pelo motivo que foi: ele estar tão obcecado por ela que não aceitava ela estar com mais ninguém.
A Diana Gabaldon deixa uns plots on holding durante o livro, como esse e o desaparecimento da Phaedre, e eu já sei que ela não vai terminar antes de encaminhar todos esses plotzinhos específicos, então já estava esperando que fosse revelado o assassino.
Não tenho muito para falar da Claire, só achei que o rapto dela seria mais longo e mais explícito, mas foi passável. Não curti muito (mas aí é uma opinião totalmente minha) o Jaime e ela transarem logo ela chega em casa depois de ser resgatada. ÓBVIO que eu sei o contexto, ele queria dar pra ela a possibilidade de dúvida, caso ela tivesse grávida, de que o filho poderia ser dele, mas mesmo assim achei meio too much.
Sentirei saudade da família toda junta. Vamos ver o que me espera no próximo volume.