O Livro de Areia

O Livro de Areia Jorge Luis Borges




Resenhas - O Livro de Areia


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Pandora 26/01/2020

Borges é sempre Borges. Uma narrativa muito limpa, temperada pelo mistério e finais difíceis de prevê. Só sei para onde estou indo com Borges na última frase, no desfecho. Muitas vezes volto ao princípio do conto para melhor apreciar o caminho. Gosto bastante de Borges, mas é tão incomodo quando ele fala de sentimentos comuns a todos os seres humanos usando invariavelmente a expressão "homem". É incômoda a posição de figurante das raras figuras femininas, mesmo no autor que glorificou tanto "O livro das mil e uma noites". Nada coloca tanto em evidência a necessidade de ler mais mulheres quanto ler os homens. Nada reforça mais a necessidade de ler mais a narrativa asiática, africana, afro-indigena que ler a narrativa europeia do mundo.
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Gu Henri 09/11/2019

Borges nem sempre é por ser Borges.
Ora é bem isto que podemos concluir ao ler "Livro de Areia", uma ode a si mesmo, e Borges numa demonstração de querer ser Borges soa enfandonho, já não há aquela genialidade que podemos ver em "Aleph" ou "Ficcções", aqui todo o contéudo do livro é ruim, o primeiro conto chega a dar pena; é um Borges altamente reacionário, e se desculpa por ele um dia ter apoiado os oprimidos - a massa, o povo- e escrito um livro com conteúdo socialista, e ele dialoga de si para si, e quase parafrasea a Margaret Thatcher dizendo que não há isso de coletividade, mas somente indíviduos, e isso chega a ser vergonhoso.

Outro destaque que merece uma crítica é a tentativa de, mesmo dedicando a Lovecraft, parecer Lovecrat e no entando se sai tão mal, que ao final do livro, Borges mesmo diz que o conto é ruim e parece ter alguma vergonha dele.
De resto, é um livro que se lê e nada sobre dela, talvez seja mesmo de areia, se esvai, cai num esquecimento, ou por ser ruim ou por ser irrelevante, ou até mesmo por que merecia ser esquecido.

Há quem foi pego por esse livro e devido a ele não queira mais conhecer nada do Borges, mas fato é que o quão é rum este "Livro de Areia" é inversamente oposto ao "Aleph" e "Ficções" que são monumentais, e sem sombra de dúvida, são livros que ao serem lidos jamais são digeridos totalmente, ficamos a ruminá-los nas nossas cabeças.
Fabiano-Banach 20/06/2020minha estante
Já vi comentários ruins, mas o seu está de parabéns. Ganha de todos.




Toni Nando 27/04/2019

Hummm
Foi minha primeira obra do Borges, tinha muita expectativa, porém não foi o ?Boom? que eu esperava, me falaram que as melhores obras para começar seria ficção ou Alef, pretendo lê-los, quem sabe me impressiono na segunda chance.
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Marcel 11/01/2019

Não era o momento... não sei...
Confesso que peguei este livro na minha estante, mas não era o que eu queria naquele momento e forcei a leitura.

Quando isso acontece e o tipo de literatura não é a sua a leitura fica arrastada, foi exatamente o que ocorreu com O Livro de Areia do Jorge Luis Borges, ainda nunca havia lido este autor e não sei se comecei pelo "correto" e pode ter complicado um pouco mais.

Mas é obvio a extrema inteligencia do autor com palavras, lugares, etc. Quem sabe no futuro eu leia novamente.
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Alan Martins 29/12/2018

Borges surpreendeu, até o final
Título: O livro de areia
Autores: Jorge Luis Borges
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2009
Páginas: 112
Tradução: Davi Arrigucci Júnior

“O homem se esquece de que é um morto que conversa com mortos.” (BORGES, Jorge Luis. There are more things. In: O livro de areia. Companhia das letras, 2009, p. 43)

Em ‘O livro de areia’, um dos últimos trabalhos de Jorge Luis Borges publicados em vida (e com o autor já cego), o leitor ainda encontra a mente brilhante de um grande contador de histórias, que sabia como ninguém mesclar realidade e ficção.

Mestre argentino

Não seria exagero dizer que Jorge Luis Borges [1899 – 1986] é o autor argentino com maior reconhecimento internacional. Muitos autores o citam como uma inspiração, foi um autor que influenciou diversas obras, o gênero literário conto e a literatura fantástica também.

Mesmo sendo um autor muito aclamado, Borges não foi laureado com o Nobel de Literatura, e muitos acham isso uma grande injustiça. Se ele não recebeu esse prêmio, com certeza não foi por conta da qualidade de seus trabalhos; provavelmente suas posições politicas o impediram de receber o maior reconhecimento da literatura mundial (ele foi apenas mais um nome na lista de autores injustiçados pelo Nobel).

Ao longo de sua vida, sofreu de uma cegueira progressiva. Acabou ficando completamente cego aos cinquenta e cinco anos, mas isso não o impediu de continuar sua carreira literária; Borges ainda se manteve muito produtivo após esse triste fato.

“Exceto nas severas páginas da história, os fatos memoráveis prescindem de frases memoráveis.” In: O outro, p. 12

Contista nato
Borges não escreveu apenas contos, porém suas coletâneas de contos representam suas obras mais aclamadas, como ‘O Aleph’, ‘Ficções’ e o próprio ‘O livro de areia’. Trata-se de um autor muito influente para esse gênero literário, que conseguiu dar novos ares ao conto.

Algo muito comum em suas obras é a mistura de fatos reais com ficção, e é o que encontramos por aqui. São contos rápidos, bem curtos, afinal, esse foi um autor que não precisava de muitas palavras para dizer muito, para encantar o leitor.

Haverá momentos em que você vai se pegar pensando sobre o que é realidade e o que é ficção. Borges conseguia escrever histórias que mexiam com a imaginação, porém sem deixar de ser crível. Em suma: o sucesso alcançado por esse argentino não foi mera coincidência, mas sim fruto de uma mente brilhante e muito criativa, que possuía enorme habilidade de escrita.

“Sempre é uma palavra que não é permitida aos homens.” In: Ulrica, p. 20

Bom, porém não o melhor
Sim, temos aqui um livro muito bom, muito bem escrito, com contos interessantes, que não cansam o leitor. Porém, não é a melhor obra de Borges. Talvez, por ser uma obra com uma premissa semelhante a trabalhos anteriores, a fórmula tenha ficado um pouco “manjada”, sem apresentar uma grande surpresa.

Quem já leu algum livro desse autor e pega ‘O livro de areia’ para ler depois, encontrará algo semelhante. Não digo que são obras iguais, nada disso, muito pelo contrário. Mas não é uma leitura que surpreende como obras anteriores, ou ao primeiro contato com o autor.

O tempo ajudou Borges. A escrita dessa obra é muito refinada, algo que só um autor habilidoso e experiente conseguiria entregar. Esse é um livro bem curto, composto por treze contos mais um epílogo. São histórias curtas, todavia muito bem formuladas. Borges mostrou que um bom livro não precisava “encher linguiça”. Como eu disse, somente um autor refinado e experiente conseguiria fazer algo do tipo.

“Já que o desejo não é menos culpável que o ato, os justos podem se entregar sem risco ao exercício da mais desbragada luxúria.” In: A seita dos trinta, p. 52

Sobre a edição
Edição padrão. Brochura, capa com orelhas, miolo em papel Pólen Bold (mais espesso e boa diagramação. Projeto gráfico que segue o padrão adotado pela editora para a coleção “Biblioteca Borges”. Vale destacar que esta edição não apresenta grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

Tradução de Davi Arrigucci Júnior, escritor e crítico literário que já traduziu outras obras de Jorge Luis Borges. Um trabalho muito bom que apresenta algumas notas de rodapé.

“Todas as coisas são reveladas a todos os homens ou, pelo menos, tudo aquilo que um homem é dado conhecer, mas a mim, da noite à amanhã, me foram reveladas essas duas coisas essenciais.” In: A noite dos dons, p. 61

Conclusão
Jorge Luis Borges é sempre uma boa pedida, seus livros demonstram a grandeza do conto e da fantasia. São obras que apresentam uma escrita refinada, que dizem muito com poucas palavras. Trata-se de um dos autores mais importantes do século XX, que modificou os parâmetros do gênero conto. Ele conseguia, como ninguém, mesclar realidade e ficção em seus trabalhos, fica até difícil enxergar a linha tênue que as separam. Apesar de ser um ótimo livro, não é o melhor trabalho do autor, já não é uma obra que surpreende como trabalhos anteriores, entretanto ainda mantém seu brilho. Quem gosta de ler contos, Borges é um autor obrigatório, um dos autores que melhor trabalharam o conto, que conseguiram extrair quase tudo daquilo que esse gênero pode oferecer. Uma leitura rápida, que não fará você se arrepender de a ter iniciado.

“Respondi que o sobrenatural, se acontece duas vezes, deixa de ser aterrador.” In: O outro, p. 15

Minha nota (de 0 a 5): 4

Alan Martins

Visite meu blog.

site: https://anatomiadapalavra.com/2018/12/29/minhas-leituras-99-o-livro-de-areia-jorge-luis-borges/
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Edna 21/11/2018

Sem identificação
O Livro de Areia - Jorge Luis Borges
??
Não fui feliz com essa leitura, talvez deva dar uma chance à continuidade em outro momento, mas só consegui com esforço terminar o segundo conto!
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monique.gerke 06/09/2018

Gostoso de ler.
São contos bem curtinhos, bem no gênero de literatura fantástica; Gostei!
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Peleteiro 24/01/2018

Maestria na mesclagem entre fantasia e realidade
Embora classificado como um autor de literatura fantástica, trazendo o delírio em evidência durante toda a obra, é surpreendente o quanto Borges consegue atingir a realidade ao descrever sonhos e devaneios. O livro possui alguns contos - ao meu ver - muito melhores que outros, porém, isso não o torna menos incrível.
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Isa | @odigaisa 06/04/2016

Introdução a Jorge Luis Borges
Queria ter gostado mais dessa reunião de contos, mas poucos me cativaram - um ou dois - e o resto foi bastante tedioso. Uma pena porque eu realmente queria gostar mais do autor. Mas ainda lerei mais coisas dele para um veredicto melhor e mais justo ;)

site: www.andancasedevaneios.com
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Tauan 24/09/2015

Poder-me-iam perguntar por que estar postando uma resenha de dois livros de autores diferentes. Ainda mais, sendo componentes de uma mesma coleção, mas com posições (números) tão afastadas. O fato é que Borges Casares pouco se distanciam. Os dois autores, os dois amigos, estavam sempre publicando e criando em conjunto.
Estes dois livros especificamente, trazem contos, treze no de Borges e catorze no de Casares, que são referidos como ricos em intertextualidade, e eu destaco autores como H. P. Lovecraft e Franz Kafka.
N'O livro de Areia eu destaco 3 contos como sendo os mais interessantes:
O Espelho e a Máscara: em que um rei convida um poeta a escrever um poema sobre suas vitória bélicas. A cada tentativa o poema ficava menor, e o poeta ganhava uma recompensa.
O Disco: que fala da cobiça.
O Livro de Areia: que fala sobre um livro de leitura infinita, do qual não era possível encontrar nem a primeira nem a última páginas.
E em Histórias Fantásticas eu também destaco 3 contos como sendo os mais interessantes:
Em Memória de Paulina: que traz um amor que resiste ao tempo, ao ciúme e à morte.
A Trama Celeste: que se aventura no tema dos universos paralelos.
Um Leão no Bosque de Palermo: em que um grupo de pessoas fica presa em clube durante a noite coagidas por uma fera à espreita.
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Wilton 15/03/2015

Paradoxos divinos
‘O Livro de Areia’ é uma coletânea de contos ao estilo fantástico que caracteriza a literatura de Borges. Todos os contos têm em comum a característica de imprecisão do tempo. Parecem recortes do imaginário, nada que tenha delimitações claras de início e fim. A leitura de alguns muito se assemelha ao despertar após um sonho sem sentido. Sensação de que algo falta, apesar de tudo estar perfeitamente completo. Tive um carinho especial pelos contos ‘utopia de um homem que está cansado’ e ‘o livro de areia’, que nomina a obra.
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danield_moura 04/09/2013




Hoje no Parque Villa Lobos, em família, estavamos em uma felicidade incabível para um domingo insuportávelmente lindo. Tinhamos minha esposa Natalia, minha filha Thalía, a Ha-ni (nosso dog), e eu... na parada, em uma sombra emprestada pela árvore que o parque nos emprestou, eu lia Jorge Luis Borges: "Senti o que sentimos quando alguém morre: a angústia, já inútil, de que nada nos teria custado ter sido melhores. O homem se esquece de que é um morto que conversa com mortos."
[O Livro de Areia].
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Claire Scorzi 31/05/2013

Erudição Intertextual
Chama a atenção em Borges a erudição e, por extensão, a intertextualidade - esta em vários níveis, inclusive a alusão fortuita, que pode passar despercebida ao leitor menos atento e não familiarizado com a extensão do conhecimento literário do escritor. Aqui, a erudição perpassa quase todos os contos, e o diálogo intertextual vai desde as alusões sutis (e anglófilas)em "Ulrica" até o enredo influenciado, porém bem menos elusivo, de Henry James em "O Suborno" - para mim, o melhor conto do volume.
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Gomex 28/05/2013

Muito bom!
MUITO BOM! Contos curtos, ótimo pra uma leitura no ônibus coletivo :)
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PC_ 05/05/2013

pc
uma sucessão de contos fantásticos, onde ressaltam-se a maestria e o poder de concisão de borges no uso da palavra.
ao longo dos contos o autor faz referência a outros vários autores e obras, num jogo literário interessante, pois as obras e autores citados têm correlação com a narrativa desenvolvida em cada conto. Porém, como nem sempre os autores e obras, clássicos e eruditos, citados nos contos, são de conhecimento geral, o estilo de borges, para quem está tendo um primeiro contato com sua obra, pode parecer mais complexo do que realmente é. vencido este obstáculo, a leitura se torna muito prazerosa.
vale muito a pena ser lido.
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