O livro de areia

O livro de areia Jorge Luis Borges




Resenhas - O Livro de Areia


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Alebarros 23/04/2009

Para ler Borges é preciso entregar-se aos seus labirintos, pisar nos seus largos pátios, deixar-se confundir pelo jogo de espelhos sem pressa, sem ansiedade. É um autor para ser sempre relido. Quando li pela primeira vez, fiquei assombrado com sua maneira única de escrever, sua imaginação inesgotável e com as inúmeras referências eruditas. Ler Borges acaba sendo, pelo menos para mim - e creio para a maioria de seus leitores -, um exercício de humildade também.
Se alguém está lendo isto e já teve dificuldade com Borges, desejo que dê mais chances. Escolha um conto curto e leia-o e releia-o 3, 4 vezes. Os labirintos e pátios guardam uma beleza misteriosa que, aos poucos, se revelará a você. Como tem sido para mim.
O Livro de Areia é um ótimo início para quem quer entrar no universo Borgiano. Dica: comece pelo conto que dá nome ao livro e o encerra.
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*Carina* 08/06/2010minha estante
Nunca li Borges, depois da tua resenha fiquei curiosa...




Krishna.Nunes 11/02/2024

Estas são histórias de um escritor já idoso, que está sempre olhando para o passado e buscando lembrar a juventude. O primeiro conto, a propósito, é sobre um encontro do autor com sua própria versão mais jovem.

Os contos desse livro não trazem a profundidade dos temas filosóficos de "O jardim de caminhos que se bifurcam", "Ficções" ou "O Aleph". Também não são tão herméticos quanto eles. Mas mantêm muitas características marcantes do autor, como a presença do onírico, do fantástico, do esotérico, do ocultismo e da religião, além da presença das figuras de linguagem, referências a obras e autores clássicos reais e imaginários, às artes plásticas e à música.

Entre os temas mais comuns estão o estrangeiro, a vida no exterior e a língua estrangeira, com uma predominância perceptível do horror cósmico lovecraftiano, dos labirintos, da arquitetura imponente, dos seres mitológicos, da magia, dos mitos nórdicos e árabes.

A areia do título aparece muitas vezes, seja na forma de dunas no deserto, nuvens de poeira ou o fio que mede a passagem do tempo na ampulheta. O tempo e o infinito, aliás, têm uma importância marcante que eu atribuo à maturidade e ao saudosismo.
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aline203 21/07/2022

areia
os contos desse livro são como areia, vc pisa e acha sólido, mas aos poucos a sensação de solidez se desfaz...borges é daqueles autores em que toda frase importa. não vá achando que vai ler, dar aquela distraída no meio do parágrafo e conseguir seguir em frente em paz, pois não vai.

o livro tem 13 contos, alguns eu gostei muito (como: o outro, ulrica, o congresso, a noite dos dons, o livro de areia), já outros eu não entendi nada rsrs (...o que seria normal em se tratando do autor e de mim). mas sempre vale a pena ler borges!
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Lucas1429 31/03/2022

A infinidade de Borges
Pleiteado como o conto final da obra de nome homônimo, dá o tom da intenção do autor argentino: todas as suas doze curtas histórias remetem-se a um tempo infinito, abstrato, assim como as areias do solo, seu signo. É um livro, portanto, de possíveis e infindáveis conjecturas por parte de quem o lê, detendo-se nessa graça (para além do peso de cada conto), viajar no imaginário de todos os - possíveis - significados escritos.

Em sua maioria são fatos sobre a corrente da vida, política, sociedade, flerte ao sobrenatural homenageado, e ainda amoroso, até. Enganchados com o realismo fantástico de maestria de Borges, que sonhava alto em suas palavras e deixa à mercê quem se aventura. "O outro" e "Ulrica" esbanjam sabedoria e concretude sentimentais; "O Congresso" brinca com a arrogância imperialista do poder; "A Seita dos trinta" é uma alusão às origens sociais exíguas; "Utopia de um homem cansado" poderia ter sido escrito nos dias de hoje, além de manter a representação do status de atemporalidade à humanidade vítima de um sistema cíclico; "O suborno" é uma descrição de embate egocêntrico de supremacia masculina, e por fim, o tal "O livro de areia", um objeto controlador do tempo subtraído do protagonista. Tudo isso refletido no emissor genial que é JLB, que se amplia em sua categoria literária.

Na efusão de nomes que a América Latina já produziu, variados são os temas abordados nas letras, mas em comum acordo: a confabulação, o mágico. Num continente de extensas retaliações e culturas, sonhar, reverberar e divagar sempre foi proposital e canônico. Viva os nossos!
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Otávio - @vendavaldelivros 06/05/2024

“O homem se esquece que é um morto que conversa com mortos.”

Sonho e realidade às vezes podem se misturar, formando um mundo à parte, desses que tudo é diferente, mas igual, as sensações são novas, mas familiares. Não sei se já aconteceu com você, mas o mundo dos sonhos tem momentos que parece a própria realidade. Borges é, talvez, o autor que mais me traz a sensação de ordem no caos e caos na ordem que os sonhos destravam.

Publicado em 1975 e última coleção de contos do autor argentino, “O livro de areia” parece ser o sonho materializado de uma carreira e de uma obra. Acho que de todos os autores que já li, Borges é de longe o que menos compreendi e ainda assim compreendi. É confuso explicar sobre como isso é possível, mas ao mesmo tempo que seu texto me parece caótico, é muito confortável. É, afinal, como um sonho.

Aqui temos diversos contos que navegam entre uma grande profundidade simbólica e uma irrealidade possível. O conto que abre o livro, por exemplo, “O outro” é uma narrativa em primeira -pessoa sobre um duplo do autor, em outro momento do tempo. Os personagens se encontram, conversam e tentam os próprios decifrarem o que é real e o que não.

Temos ainda “O congresso”, conto sobre uma sociedade secreta que, em tese, controla o mundo. “Ulrica”, história de um encontro do autor com uma mulher nórdica especial. “Avelino Arredondo” traz os últimos momentos do personagem real antes que ele cometa o assassinato do então presidente do Uruguai, Juan Borda.

Dentre outros contos que variam entre o incompreensível compreensível e o compreensível com mais camadas do que parece, o livro encerra com o conto que dá título à obra e aqui Borges está no seu máximo, no ápice de uma história envolvente, confusa, mas nem tanto. Um livro de areia, que não tem começo e nem tem fim e que, toda vez que é aberto, muda sua ordem.

Um labirinto dentro de um livro que mostra como Borges via o mundo e como o traduzia em seus contos. Uma confusão confortável, de caminhos que queremos mergulhar e buscar tentar entender. Sou suspeito, mas sempre me sinto confortável lendo Borges, mesmo em suas ilusões labirínticas. Sei que não agrada a todos, mas pra mim Borges era gênio!
Salim 06/05/2024minha estante
Fiquei meio (totalmente?) perdido nessa obra... pretendo reler no futuro.


Otávio - @vendavaldelivros 07/05/2024minha estante
ahahaha ele dá uma bagunçada na cabeça com força, mas vale uma releitura sim, nem que seja pra ficar ainda mais perdido e depois acabar se encontrando ali.




Ana 01/11/2010

como diz Ninguém no meu conto predileto nesse livro (Utopia de um homem que está cansado): "não importa ler, senão reler". E reler Borges, acabo de descobrir, é uma primeira leitura melhorada.
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rgraveolens 02/05/2012

O Livro de Areia
Gostei do livro de uma forma estranha, há nele uma incrível delicadeza em narrar o fantástico de forma real e praticamente cotidiana.Não são histórias lógicas e se ressentirá quem esperar na leitura (como eu esperei no início)alguma explicação.

São histórias que não se entendem pela lógica e sim pelo sentir.
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cinthia.alencar 26/08/2020

Primeira vez no labirinto de Borges
Me preparei por alguns anos para ler Borges, influenciada por meu amado Verissimo (no caso, o filho).

Mas nada te prepara para Borges.

São 13 contos bem enxutos, mas que não têm nada de simples. Adorei alguns e pouco entendi de outros, mesmo com minha leitura lenta, cuidadosa e buscando ao máximo dar conta das inúmeras referências.

Ainda maravilhada com a forma com que ele trabalha o fantástico, aprendi que ler Borges requer a humildade de perceber o quanto ainda tenho de estrada literária a prercorrer.

As 4.5 estrelas são muito mais pela minha incapacidade do que por alguma falha do autor. Quem sabe chego lá na leitura de número dois, três, quatro...
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Celaro 23/04/2022

Queria escrever assim
Bate uma inveja branca quando leio Borges. O modo como conecta as palavras, usa as pausas e desenlaça as histórias?é muito talento. Aqui ele traz alguns contos (fantásticos) que carregam também uma pitada de autobiografia.
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Leonardo 28/08/2020

Primeiro contato que tenho com o autor, e posso dizer que fui muito feliz na escolha da obra. O livro de Areia é um livro de contos fantásticos muito bem escritos, e apesar de serem contos curtos as histórias tem profundidade.
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Pandora 26/01/2020

Borges é sempre Borges. Uma narrativa muito limpa, temperada pelo mistério e finais difíceis de prevê. Só sei para onde estou indo com Borges na última frase, no desfecho. Muitas vezes volto ao princípio do conto para melhor apreciar o caminho. Gosto bastante de Borges, mas é tão incomodo quando ele fala de sentimentos comuns a todos os seres humanos usando invariavelmente a expressão "homem". É incômoda a posição de figurante das raras figuras femininas, mesmo no autor que glorificou tanto "O livro das mil e uma noites". Nada coloca tanto em evidência a necessidade de ler mais mulheres quanto ler os homens. Nada reforça mais a necessidade de ler mais a narrativa asiática, africana, afro-indigena que ler a narrativa europeia do mundo.
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Mel 23/05/2024

Thy rope of sands
Borges me parece uma fonte inesgotável de reflexões. Nessa primeira leitura do autor, compreendi porque dizem ser uma leitura labiríntica, é como estar no meio de tantas irrealidades possíveis, tentando identificar o que de fato é a realidade, caindo em armadilhas, fazendo associações, pescando referências, se perdendo. É realmente impressionante conhecer alguém que tenha chegado a uma visão de mundo assim, foge completamente do convencional e beira o genial (e por isso a compreensão não fica longe de ser um desafio rs).

Contos preferidos: o outro, o espelho e a máscara e o livro de areia

"Disse-me que se chamava o livro de areia, porque nem o livro nem a areia têm princípio ou fim."
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Lucas.Batista 03/05/2021

Borges nosso de cada ano.
Jorge Luis Borges é, ao lado de Poe e Dostoiévski, meu escritor favorito.
Amo suas sutilezas, sua linguagem e, acima de tudo, AMO suas referências literárias.
Borges talvez tenha sido um dos maiores leitores do século XX. Não consigo pensar em ninguém com tamanho repertório, a não ser, talvez, Harold Bloom e Carpeux. E esse repertório faz com que em suas histórias, ou mais especificamente, em seus contos, o leitor seja levado à diferentes lugares e diferentes inspirações. Vamos, em um mesmk livro de contos, de Buenos Aires até a Islândia.
E qual não foi minha surpresa ao ler aqui um conto de horror cuja dedicatória de Borges é para um tal de H.P Lovecraft. Realmente não imaginava ver isso.
Enfim, Borges... livro maravilhoso, é impecável? Não, o autor possui outros melhores, mas aqui fica aquela máxima de que os mais fracos de determinados autores, ainda são incríveis.
Destaque para o conto aonde ele conversa consigo mesmo.
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Claire Scorzi 31/05/2013

Erudição Intertextual
Chama a atenção em Borges a erudição e, por extensão, a intertextualidade - esta em vários níveis, inclusive a alusão fortuita, que pode passar despercebida ao leitor menos atento e não familiarizado com a extensão do conhecimento literário do escritor. Aqui, a erudição perpassa quase todos os contos, e o diálogo intertextual vai desde as alusões sutis (e anglófilas)em "Ulrica" até o enredo influenciado, porém bem menos elusivo, de Henry James em "O Suborno" - para mim, o melhor conto do volume.
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Luana 01/10/2022

Não gostei. Falaram tão bem desse livro, mas foi uma frustração para mim. Não recomendaria para ninguém. Só gasto de dinheiro e tempo.
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