Resenhas - O Conto da Ilha Desconhecida

Lara.Bia 19/01/2021

Meu primeiro contato com José Saramago
O conto da ilha desconhecida é um texto curto, de apenas 64 páginas, e nele acompanhamos certo personagem que vai até o rei pedir um barco para encontrar alguma ilha desconhecida. Nessa parte acontece vários diálogos um tanto malucos e engraçados, já que tecnicamente não existem mais ilhas desconhecidas. É uma leitura rápida, que faz pensar e que estou até agora tentando entender a mensagem por trás
Aceito ajuda kkkkkk

Bruno Oliveira 25/02/2021

A ILHA DA GENTE QUE É A GENTE MESMO
Conto longo, livro breve e uma experiência literária difícil de explicar em palavras. Ler José Saramago é uma atividade muito particular; nem todo mundo aprecia, como se deve, os seus temas, a sua estrutura narrativa, o seu jeito de escrever. Neste livrinho, por exemplo, Saramago parte duma situação burocrática absurda para um estado filosófico, cultural, bíblico e de Amor cheio de lirismo e gajo político forte. É uma parábola sobre o espírito humano? É. É uma historinha sobre Portugal? É. É sobre ele e a mulher, Pilar? Pode ser. O Conto da Ilha Desconhecida é sobre todos nós falantes da língua materna portuguesa.

Nina 26/03/2018

5 motivos pra ler O Conto da Ilha Desconhecida:
1. Tem humor, discreto, mas tem;
2. Apesar da estrutura gramatical, é um conto fácil de entender;
3. O final "fica" na nossa cabeça;
4. Dá para fazer um zilhão de leituras diferentes;
5. Traz pelo menos uma reflexão sobre conhecer a si mesmo.

site: motivospraler.blogspot.com.br

Volnei 29/12/2015

O conto da ilha desconhecida
O livro é uma história muito corta com menos de 80 paginas e que de certa forma me decepcionou por não ter um fim esperado . Não dá pra falar muito deste livro por ser muito resumido. Já çi livros melhores do mesmo autor.

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/ https://twitter.com/volneicampos

Alice2372 05/06/2022

Nada menos que genial!
São múltiplas as interpretações dessa alegoria. A mais uma perspectiva Saramago me levou, me deixando de novo fascinada {não é de hoje que Saramago brinca de me embasbacar}. Um livro curto de absorção imensurável! A reflexão? Somos ilhas desconhecidas e, por vezes, precisamos sair de nós mesmos para desbravarmos esse desconhecido chamado ?eu?. Sem, contudo, deixarmos de ver beleza no trajeto e não perdermos a obstinação do que queremos. Leitura nada menos que genial!

Camis 20/03/2021

Uma descoberta
Uma leitura deliciosa, juvenil, com uma mensagem muito forte. "É necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós ". A ilha desconhecida é na verdade aquilo que precisamos descobrir em nós mesmos, nossos sonhos.

Lili 07/03/2018

O Conto da Ilha Desconhecida
Um conto escrito por um autor brilhante, em seu estilo inconfundível.

Será que ainda existem ilhas desconhecidas? Sim. Cada guinada que se dá na vida, cada nova experiência, cada novo relacionamento, é uma ilha desconhecida. =)

Recomendo.

Renata CCS 22/10/2013

“(..).mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver”. (p.40)

“Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco”. Essas são as primeiras palavras que lemos em O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA que nos é apresentado no formato de um pequeno livro, mas que possui uma grande mensagem. Fala de um homem que, após grande insistência, consegue do rei um barco para procurar uma ilha que, segundo ele, ainda não foi descoberta. Seu sonho acaba inspirando a faxineira que trabalhava no castelo do rei. Ela toma a decisão de seguir o homem e ajudá-lo nessa busca. E assim a história se desenrola em poucas e pequenas páginas.

O conto é uma parábola que dá margem a interpretações muito pessoais. No meu entender, partindo da máxima filosófica de que "todo homem é uma ilha", o protagonista quer dar sentido a sua existência, descobrir a si mesmo. A ilha desconhecida é uma metáfora da consciência, é o próprio processo de busca, o prazer de aventurar-se rumo ao desconhecido.

Os personagens não possuem nomes: o rei é o rei, o homem é o homem, a mulher da limpeza é a mulher da limpeza. Também não são mencionados locais ou datas específicas. A história poderia se passar em qualquer época, em qualquer lugar. Isso nos dá margem para a imaginação trabalhar mais livremente.

A busca faz parte da condição humana, e o protagonista insiste em encontrar o que procura, mesmo com possibilidade de que seja uma coisa ilusória. Muitos de nós sentimos uma forte ligação ao que temos de seguro, de certo. É cômodo viver o conhecido, o novo é assustador, e é preciso ousadia para encarar o desconhecido. O lançar-se ao mar para navegar é o avançar para a vida, buscando suas metas, seus objetivos.

A história nos cativa e faz pensar, e através do uso de metáforas simples e bem boladas podemos enxergar uma mensagem, também simples, mas muito profunda e valiosa.

É preciso acreditar que ainda existem ilhas a serem descobertas, então, recomendo a leitura!

Paulinho 07/07/2013

Resenha: Conhece-te a Ti mesmo.

O Conto da Ilha Desconhecida é um dos melhores exemplos de que menos é mais. Curto, fácil de ler, com uma história simples, mas não simplória. O livro cativa e nos faz pensar.
Primeiro ensinamento: se quiser fazer algo que ninguém ousa... Peça de uma maneira nova.
Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, [...]. (Página 9)
Depois é importante não desistir, perseverar...
Pois, então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, [...]. (Página 09)
Terceiro passo não se deixe intimidar, não estabeleça a ideia de que a quem você pede algo é melhor que você, peça de maneira digna, dialogue, persuada...
E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar, [...]. (Página 18)
Depois consiga apoio:
resolveram intervir a favor do homem que queria o barco, começando a gritar, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. (Página 19.)
Depois se lembrem que toda viagem, é na verdade interna... Saímos dos lugares para sairmos de nós. Viajar é uma forma de se conhecer. O que mais queremos é a busca em si, é o caminho.
"Dizia que todo homem é uma ilha, [...] Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saiemos de nós [...] (Página 41)
"Não o sabes, se não sais de ti, não chegas a saber quem és,
Aproveita a beleza dos caminhos, sejam eles terra mar ou ar.
A lua já estava meio palmo sobre o mar, as sombras da verga e do mastro grande vieram deitar-se-lhes aos pés. (Página 45.)
E por último mas não menos importante, perceba aquilo que foi achado mas que não era o que você buscava.
Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os corpos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de estibordo. Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma. ( Página 62.)

O Conto da Ilha Desconhecida é para viajar, pensar, se encantar e quem sabe? Apaixonar-se?!

Helder 26/02/2020

Desafie-se!
Você já leu Saramago? Não? Então venho lhe dizer que O Conto da Ilha Desconhecida é um bom começo para quem deseja conhecer a escrita diferenciada deste escritor sensacional.
Lançado no Brasil pela Cia das Letras, é um livrinho pequenino, com pouco mais de 60 paginas e diversas ilustrações e que poder ser lido em uma hora.
Num castelo Real existe o Portão das Petições, e é lá que se encontra o Homem, que tem um pedido a fazer ao Rei, e somente ao Rei.
Mas o Rei prefere ficar no portão dos Obséquios, onde recebe coisas das pessoas.
É lá que ele se encontra quando é informado que no Portão das Petições existe um homem que deseja lhe falar, e empacou na fila dos pedidos, dizendo que só sai de lá após fazer o pedido diretamente ao Rei.
O Rei está acostumado a delegar a seus subalternos, que delegam a outros subalternos que delegam a outros subalternos a atividade de escutar as petições do povo.
No momento, o nível mais baixo desta “cadeia burocrática” é a Mulher Da Limpeza que ouve a pedido do Homem e faz com que ele chegue até o Rei, que sem opção, vai até o Homem e ouve seu pedido:

- Eu preciso de um barco!

  - E para que precisa de um barco?

  - Para ir até a Ilha Desconhecida!

O Rei acha aquilo ridículo.

  - Já conhecemos todas as ilhas! - O Rei lhe diz

Mas isso não convence o Homem, que só tem uma certeza em seu ser: Ele precisa encontrar a Ilha Desconhecida e ver quem é ele ali.
O Rei, após tanta insistência acaba aceitando dar-lhe um barco.
Mas a sina do Homem não termina ai, pois ele precisa de uma tripulação.
Mas como convencer aos marinheiros que levam uma vida tranquila a caírem no mar em busca de algo desconhecido que pode nem existir?
Em um conto pequeno para ser lido em uma hora, José Saramago nos traz diversas reflexões, nos mostrando que não devemos nos contentar com aquilo que já conhecemos.
Temos que estar abertos para o novo, e assim como o Homem, buscar Ilhas Desconhecidas e descobrir como somos nestes lugares.
O pequeno texto de O Conto da Ilha Desconhecida nos mostra que devemos sempre querer mais.
Devemos sair da nossa zona de conforto e não nos contentarmos com aquilo que já conhecemos, mesmo que o mundo ao nosso redor insista em que fiquemos no mesmo lugar, simplesmente porque nós e o mundo já estamos acostumados.
O homem vive sempre num embate com aquilo que todos estão acostumados, com as ideias preconcebidas e com o medo do desconhecido.
Desacostumemo-nos com o rotineiro.
Busquemos o desafio.
Queiramos sempre ser mais.
E que a gente consiga se ver de fora de nossa nova ilha desconhecida e que essa seja uma bela visão!

HonorLu 22/09/2020

É preciso sair da ilha para se ver a ilha
Conto-presente para "os irmãos brasileiros", Saramago nos encanta e diverte com suas histórias que provam que a densidade e profundidade pode ser transmitida de maneira simples (e poderia dizer humilde).

Lindo, tocante, imprescindível. Leitura obrigatória para os apreciadores dessa literatura.

Que honra ler Saramago no original!

Carolina.Gomes 01/05/2021

O homem em busca de si mesmo
O homem desperto sai em busca de si mesmo e reconhece que há muito por descobrir. Ele encontra muitos obstáculos ao longo do caminho mas não desistirá de sua busca.

A busca é contínua: conhecer a si mesmo é um aprendizado sem fim.

Em poucas palavras, Saramago me fez imergir num profundo mar de reflexões.
Livro bom é assim: a leitura continua mesmo depois que cerramos as páginas.

Vi, Verônica. 24/10/2018

"Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não sairmos de nós"
Comecei essa leitura de maneira despretensiosa, e devo dizer que fui positivamente surpreendida. Confesso que nesse primeiro contato com a escrita de Saramago eu estranhei um pouco a estruturação do texto dele(quando eu digo um pouco, quero dizer muito), mas isso somente acrescentou beleza à obra. Este conto me fez refletir sobre como a sociedade nos molda para sermos acomodados. Para mim, foi uma metáfora para esse ideal de que temos que seguir sempre um padrão para termos sucesso, sobre o nosso medo do desconhecido, sobre termos receio ao tentar um caminho diferente. Uma metáfora para nos encorajar a ver além do que já existe, nos reinventarmos, acreditar nos nossos sonhos. Enfim, é lindo demais, recomendo que leiam pelo menos uma vez na vida, especialmente quando estiverem desmotivados a seguir em frente em algum projeto novo ou algo do tipo, e quando precisar ter certeza de que precisa tentar, pois não há como saber se dá certo sem a tentativa.

site: https://www.instagram.com/voaveronica/

Marie.Doneux 15/12/2020

Genial! Um convite.
José Saramago nos convida para uma viagem à nossa ilha desconhecida, todos temos, mas nem todos vemos, temos coragem ou somos "marinheiros" indo ao mar à procura de si mesmos. Este livro, é um convite para nos desafiarmos e nos conhecermos, "quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver".
"É necessário sair da ilha para ver a ilha. Que não nos vemos se não saímos de nós próprios."
"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"... Etcccc
Preparem-se para as teorias, questionamentos e para engolir a história do princípio ao fim, sem pausas.
Saramago, gênio! Vale a pena, um pecado negar somente algumas páginas, por sinal, geniais. Boa leitura! Fico muito feliz pela oportunidade de ter lido!?

*Quem gosta de psicanálise, vai adorar!

Elaine - @narealidadedasletras 16/01/2021

Reflexivo.
" Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar."


Sempre tive muita curiosidade em ler algo de Saramago, mas o receio sempre me tomou por inteira e eis que vi uma oportunidade de ler "O conto da Ilha Desconhecida" junto com meus amigos do clube de leitura da minha cidade e de fato, o autor faz jus à sua fama.

Um homem  vai até o rei e lhe pede um barco para descobrir uma ilha desconhecida. Sendo ele o alvoroço do momento, pois todas as ilhas já estão mapeada, o homem insiste que pode haver ilhas desconhecidas, como eram as outras ilhas antes de entrarem no mapa. Ele acaba recebendo seu barco pra que não importunasse mais o rei, arraja companhia de uma mulher sonhadora e parte em busca da ilha.

Ao navegar em águas desconhecidas o que realmente encontra é um mergulho profundo em si e acaba encontrando a paz e a suavidade da busca de alcançar objetivos incertos.

Apesar de ter tido um pouquinho de dificuldade com a escrita, sendo esse o primeiro que li do autor, sua capacidade intimista de me deixar reflexiva a cada página é extraordinária.
Um conto simples, curto e fluído que trás uma grandeza imensurável principalmente sobre o que realmente importa, visto que nem sempre os fins realmente faz jus aos meios e que muitas vezes devemos olhar as coisas com outras perpectivas sairmos de nossas ilhas pra que possamos nos encontrar.


"Quem sou eu, se não a procura de algo que ainda não sou. se já o fosse, não haveria procura alguma.
algo que há, jamais haverá de ser. se somos, não seremos."