angelina 12/10/2021
resenha que fiz para a escola?
O conto ?A ilha desconhecida? de José Saramago narra a história de um homem que decidiu pedir um barco ao rei para navegar em busca de uma Ilha Desconhecida. O homem vai à porta dos pedidos e é atendido pela mulher da limpeza. O rei, depois de três dias, decidiu falar com o homem, e, preocupado com sua imagem, acabou aceitando o pedido. A faxineira do palácio tem o desejo de limpar barcos, então pergunta ao homem se pode ir em busca da Ilha Desconhecida com ele. Assim, ela abandona o palácio e o segue até as docas para viver esta aventura ao lado do homem.
O livro é muito bem escrito, com um vocabulário variado, sem repetições de palavras. Mas isso, ao mesmo tempo, pode ser difícil para as crianças e adolescentes brasileiros, que podem não entender algumas dessas palavras e também algumas expressões do português de Portugal. Para quem está familiarizado com a obra do Saramago, não é difícil reconhecer o seu texto, com seu estilo único de escrever. Pois, por exemplo, ele não costuma utilizar travessão, dois pontos e ponto de interrogação nos diálogos. O conto também é muito acessível, podemos encontrá-lo tanto na versão física, quanto na digital.
A história em si não apresenta muitos acontecimentos, mas eles são tão bem descritos que prendem a atenção do leitor. Percebe-se que os personagens são chamados pelas suas funções. Não são mencionados seus nomes. O José Saramago retratou muito bem a questão da hierarquia e da burocracia. Também há o uso de figuras de linguagem, como, por exemplo, a metáfora dos músculos para falar das velas do barco e "munição de boca", referindo-se à comida. O próprio texto, como no trecho da descrição do luar, foi ficando mais romântico, à medida em que os personagens iam se apaixonando um pelo outro.
O conto começa a passar sua mensagem principal, quando menciona a busca por si mesmo, como na passagem: "(...) quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver (...)". Aliás, a conclusão do conto, reafirma esse pensamento, confirmado pelo próprio nome com o qual o barco foi batizado: "A Ilha desconhecida".