Carla.Parreira 28/10/2023
KING, Stephen. Celular. São Paulo: Suma, 2018.
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Resumo feito na primeira pessoa...
Meu nome é Clayton Riddel e após anos de frustração profissional eu finalmente tive uma resposta positiva e quero comemorar. Compro um presente para a minha ex-mulher e estou ansioso para voltar de viagem e chegar novamente em casa na intenção de tentar reconquistá-la. Também quero muito ver o meu filho. Antes de voltar ao hotel no qual estou hospedado, decido tomar um sorvete, e então o mundo se transforma bem na minha frente. As pessoas mudam. O caos se espalha. A civilização entra na segunda idade das trevas em um rastro de sangue pouco surpreendente, mas com uma rapidez que não poderia ser prevista nem mesmo pelo mais pessimista dos futurólogos. Eu não tenho um celular, nunca quis ter, e isso salva a minha vida. Sempre quando vejo usarem o celular a todo o momento penso que tal hábito no passado teria sido considerado uma falta de bom senso e educação quase intolerável, mas agora isso é um comportamento cotidiano ordinário. Estou na tarde de primeiro de outubro quando tudo acontece: um evento chamado o pulso transforma qualquer pessoa que está em uma ligação pelo celular em um ser altamente perigoso movido por um único instinto: o de matar. Estou na fila para comprar um sorvete quando tudo começa. Eu vejo as pessoas ao meu redor falando no celular e, de repente, elas passam a agir de uma maneira estranha, até que começam a atacar qualquer um à sua frente, sem dó nem piedade. São como zumbis famintos. Para onde quer que eu olhe a visão é a mesma: sangue por todo lado, pessoas sendo devoradas por outras pessoas, o pânico nos olhos daqueles que tentam, em vão, fugir da morte trágica que os aguarda. Completamente desorientado, preciso encontrar um abrigo antes que seja tarde demais. Em meio a todo o horror das ruas eu encontro com Tom McCourt, um homem que não foi atingido pelo pulso. Unimos-nos para fugir. Dou a ideia de irmos para o hotel em que estou hospedado. O caminho não é fácil e no trajeto vejo muitas coisas que preferiria não ter visto. Mas conseguimos chegar. Na frente da porta do hotel nos deparamos com uma adolescente em choque, toda ensanguentada. Resolvemos ajudá-la também e lhe damos abrigo. Seu nome é Alice e ela se mostra muito corajosa conforme os fatos vão se desenrrolando. Queremos entender não só o que está acontecendo, mas principalmente como sobreviver ao fenômeno. Além disso, quero mais do que tudo encontrar o meu filho. Tom e Alice me ajudam nessa missão. Ao obervar os afetados que se comportam como zumbis, percebemos que eles não saem à noite e, com o passar dos dias, adquirem algumas habilidades que os tornam ainda mais assustadores: andam sempre em grupos, conseguem levitar e aparentemente são capazes de se comunicar por telepatia. Na jornada em busca do meu filho, chegamos a um colégio onde conseguimos descobrir um pouco mais de todo aquele horror que dominou o mundo. O que acontece é que lá conhecemos Jordan e acatamos a sua ideia de tentar destruir o maior número possível de zumbis, mas ao tentarmos fazer isso nos deparamos com algo ainda maior. Por trás de tudo existe um ser que invade as mentes dos zumbis enquanto eles dormem. Esse ser controlador lhes dão ordens e os confundem, pois sabe do que cada um tem medo, os conhece intimamente e tem todas as armas ao seu dispor para manipulá-los. E quando tentamos matá-los, a fúria do controlador é focada sobre nós. Ele sabe nossos pontos fracos, pode facilmente nos ferir. A sorte está lançada. É hora de lutar e vencer o inimigo, custe o que custar. Percebo nisso tudo que o corpo sabe lutar quando precisa; e essa é uma informação que o corpo guarda, do mesmo jeito que o faz com as informações de como correr, pular na água, ou, muito possivelmente, morrer quando não há outra escolha. Darwin foi educado demais para dizer que dominamos a Terra não porque somos os mais inteligentes, ou mesmo os mais cruéis, mas sim porque sempre fomos os mais loucos, os mais desgraçados homicidas da floresta. E voce, já pensou se, ao receber uma chamada, se transformasse imediatamente em um zumbi? Melhor ser como eu e não ter um celular, não é mesmo?