Rafaella 26/08/2012"O pianista" estava guardado na minha estante há mais de 3 anos quando finalmente resolvi tirá-lo da fila. Estou arrependida de não ter lido antes: um dos livros que mais me fez pensar e sentir. O tema não é novo, afinal, é a Segunda Guerra Mundial! Quantos livros, filmes, séries, ja foram feitos sobre tal terror? Incontáveis! E o que este, em particular, tem de especial? Foi escrito por um sobrevivente. Pouco tempo depois da guerra. Um artista, um homem sensível e culto que sabia exatamente como dar ao texto a realidade necessária.
Várias vezes tentava me colocar no lugar de Wladslaw e, claro, não conseguia. É impossível imaginar tanta brutalidade e sofrimento sem tê-los vivido. E parece impossível que alguém tenha sobrevivido a tantas adversidades: alguns podem chamar de sorte, de acaso, eu prefiro chamar de Deus.
Diversos trechos me impactaram profundamente, a maioria deles sobre os assassinatos impiedosos e a luta pela vida de Wladyslaw, mas alguns eram "apenas" as impressões de quem viveu a guerra:
"Pois Varsóvia era uma cidade extraordinariamente elegante. Onde foram parar, tão repentinamente, os homens e mulheres trajados como se tivessem saído diretamente das revistas de moda?" "Ninguém devolverá a esta cidade a sua dignidade perdida. Tudo parecia a imagem da derrota." [sobre o anúncio da guerra]
"Mas quase ninguém tinha uma mísera cebola, e mesmo se alguém tivesse, seu coração não mandaria cedê-la. A guerra havia transformado os corações em pedra."
"Devemos perguntar-nos: de onde provém essa escória social que impregna nosso país? Será que liberaram os deliquentes e os enfermos da s prisões e dos manicômios?" [oficial alemão]
Todos deveriam ler "O pianista". Não é justo que a barbárie seja esquecida; deve ser revisitada sempre, para que não aconteça de novo.