Erika Xavier 30/08/2022Seria um retrato dos presos políticos?Pensar em Santiago é pensar em vários exilados e presos políticos de períodos ditatoriais da América latina.
Quantas dúvidas, medos, anseios e questões passam pela mente de um preso que, além da privasão da liberdade, está constantemente sendo torturado, se não física, psicologicamente.
Temos, além de Santiago, a visão de quem está a espera do regresso e as constantes dúvidas que abalam a espera. Aqui temos uma mulher, que jovem teve que enfrentar grande prova de relacionamento e o resultado não é o esperado, o que a entristece. Ao lado dela, sabendo desta fragilidade momentânea, está uma amigo comum a ambos que se aproveita do momento para instigar mais dúvida a ela, nas palavras dele: "ela era como uma esponja" e absorvia os comentários velados dele.
Há também a Beatriz que, embora seja uma criança, já entende muito do que está acontecendo e em cada parte escrita por ela, me encarava mais com tamanha inocência e ao mesmo tempo maturidade de uma pequena que só deveria brincar.
Chorei ao final com o relato desconexo, mas ao mesmo tempo lúcido de Santiago com suas expectativas de retorno ao lar, imaginando que está pouco alterado, quando na verdade tudo está diferente, o "espelho está partido".