Perto do coração selvagem

Perto do coração selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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Emmanuel 22/09/2009

Há (muitos) momentos na história em que os pensamentos dela são idênticos aos meus, coisas tão únicas, tão íntimas que eu me surpreendo.
Lia Costa 18/02/2010minha estante
É exatamente assim que me sinto ao ler esse e outros livros de Clarice Lispector, mas especialmente esse.


Herick 15/12/2013minha estante
Alguém, cujo nome não recordo, já disse que quanto mais individual o pensamento, a experiência ou o conhecimento, mais universal. Não é de se admirar que Clarice, tão intimista, dialogue tão profundamente com os leitores.


Rodrigo 29/03/2014minha estante
Acho tão demais ter encontrado gente que se identifica com a Clarice nesse site (: já até perdi a culpa que sentia de ler os textos dela sorrindo na sala de aula.


Lars 15/10/2020minha estante
Anos depois de vocês terem lido, venho aqui em 2020, lhes afirmar que compartilho impetuosamente do mesmo sentimento!


Giovanna.Silva 09/11/2021minha estante
sim!


gdbarcelos 11/11/2021minha estante
Verdade


Jéssica 06/01/2022minha estante
A gente lê Clarice ou Clarice nos lê? rsrs


Gael Góis 29/11/2022minha estante
Eu me sinto em casa com todos os conflitos inconscientes ( ou conscientes ) externalizados pela Clarice nesse aqui. A forma e o jeito que ela conduz a história e como isso vai moldando a tensão que o livro cria com o leitor é absurdamente devastador. A trajetória da Joana tomando conta de sua solidão, cara, é surreal ! Em contrapartida, a " rival " não fica muito atrás, aliás, um dos maiores pontos do livro, é o salto enorme que ela dá ao sentir, de certo modo, o que Joana sentia.


Silvio275 21/05/2023minha estante
Fui revisitar esse livro depois de 15 anos, havia lido pela primeira vez durante o ensino médio. Que ótima surpresa. Minha leitura foi outra. Outras interpretações, outras emoções, outras sensações trazidas pela maturidade que adquiri nesse intervalo. Clarice é fantástica, atemporal. Me perco, leio e releio diversas vezes os fluxos de pensamento dos personagens, quando eles se perdem dentro da própria cabeça e ficam divagando. É sensacional e, muitas vezes, cruel. Agora é hora de revisitar outras obras de Clarice.


Mayara724 14/06/2023minha estante
Sim!!!! Acontece o mesmo comigo. Impressionante!!!




Alê | @alexandrejjr 18/11/2020

Clarice, poético mistério

O estranhamento é algo que consome os leitores de Clarice Lispector. Entendê-la não é uma opção simples e viável, mas possível. Ainda bem. É essa abertura escassa, essa falta de preenchimento sentido durante a leitura que faz dela uma escritora única.

Clarice sabe como ninguém fazer do cotidiano algo extraordinário. A capacidade dela em conduzir o leitor é magistral. É fácil se perder entre o “eu” e o “nós” da narrativa. A história de Joana, por exemplo, é sobre uma mulher com muitas camadas, de uma indefinida liberdade e que não entende como os rótulos mundanos funcionam. Uma personagem especial, complexa, como a boa literatura demanda.

A essência da mulher em Clarice é uma espécie de desnudamento de si mesma. É muito interessante pensar que a Joana dos anos 1940 encontre ecos na mulher contemporânea. A nossa personagem principal mostra a presença de uma força incontrolável das mulheres, uma força exclusiva do feminino que os homens não entendem, que eu não entendo, e isso é fascinante. Ao mesmo tempo que trata o feminino com tanta propriedade, Clarice, ao seu modo, quer mostrar as profundezas do humano e para isso busca entender como o interior interfere em nosso exterior, exigindo também, portanto, uma participação ativa dos leitores.

“Perto do coração selvagem” é uma estreia incomparável para quem pretende algum dia escrever. É como se o desejo de se expressar ganhasse materialidade, algo realmente impressionante para um primeiro livro e também para uma primeira leitura. Gostei particularmente dos capítulos “A pequena família” e “Lídia”, onde muita coisa acontece no meio das palavras com uma intensidade que não estou acostumado. Com certeza é uma autora que deve ser lida e, mesmo que seja hermética em determinados pontos de seu texto, Clarice será sempre um poético mistério para nós, leitores.
Maria 19/11/2020minha estante
Clarice é pureza,realismo e sinceridade! ?


Alê | @alexandrejjr 19/11/2020minha estante
Ela é isso e muito mais, Maria Eduarda, muito mais! ?


Fabricy 11/10/2021minha estante
Adorei sua resenha! Estou lendo e você conseguiu transmitir os sentimentos do leitor com a genialidade dela! Parabéns!


Alê | @alexandrejjr 11/10/2021minha estante
Obrigado por ter lido meu singelo texto, Fabricy! Fico muitíssimo feliz que tu tenhas te identificado de alguma maneira.


Fabricy 11/10/2021minha estante
????




Flavia_Lo 27/02/2024

Como pode, tantas palavras confusas fazerem tanto sentido?
Esse é o primeiro lançamento da Clarice e ela já chegou metendo os dois pés na porta.

Os livros dessa diva não são para todas as pessoas ou pra quem está na ressaca literária, os fluxos de pensamento da personagem vão e vem, no meio dos acontecimentos, por isso a história pode ficar um pouco confusa aos olhos pouco acostumados.

Além disso, ela conta do passado e do presente sem sinalizar, então se você estiver desatento vai acabar se confundindo.

Mas nessa história completamente fascinante, nós acompanhamos a vida da Joana, que é uma mulher de classe média, com um casamento estável e um passado repleto de abandono.

Mesmo tendo essa vida muito almejada, ela não é feliz e a partir do momento em que ela percebe isso, ela resolve buscar a felicidade em algum lugar, para que assim ela se sinta realmente realizada.

Enfim, ainda prefiro "Água Viva", mas fiquei completamente fissurada enquanto observada e acompanhava todo o passado da Joana, a forma com que ela lidava com situações traumatizantes e caóticas, como ela se moldou para se encaixar melhor.

Talvez a vida seja mesmo uma eterna busca por felicidade, por we sentir vivo.
Fabio 27/02/2024minha estante
Resenha impecável, Flavinha!?
Concordo contigo em todos os pontos!
E também prefiro "Água Viva"???
Parabéns minha querida!???


Flavia_Lo 27/02/2024minha estante
Obrigada Fa ??
Eu penso bem mais em "Água Viva", as vezes me deito pra dormir e penso: "Minha pequena cabeça tão limitada estala ao pensar em alguma coisa que não começa e não termina? porque assim é o eterno." ??
Clarice sempre aluga um triplex na minha mente KKKKKKKKKK


Fabio 27/02/2024minha estante
Kkkkk pegando licença na sua analogia, acho que ela aluga um bairro inteiro na minha, Flavinha kkkk


Flavia_Lo 27/02/2024minha estante
Os livros dela são super curtinhos, mas eu leio super devagar, fico saboreando cada palavra e pensando em tudo kkkkkkkk




di. 03/03/2024

Clarice sendo Joana, Joana sendo Clarice e elas sendo eu?
O livro prende você a cabeça das protagonista causando muitos desconfortos durante a leitura pela não ordem cronológica da história, mas ao mesmo tempo cativante pelos pensamentos lançados
ao leitor
Esse livro não é para ler e tentar entender e sim ser sentido profundamente
Isabeleleu 03/03/2024minha estante
A sensação que sinto toda vez que leio Clarice, porque você tem que sentir profundamente. ???




Ana Sá 18/07/2022

A Clarice me bagunça toda!
Em 'Perto do Coração Selvagem' temos a história de Joana, uma mulher de classe média que vive uma infância e um casamento com certas atribulações. Eu não quero detalhar o enredo porque se trata de uma narrativa não linear, então faz parte do jogo ir encaixando os elementos da história aos poucos. Inaugurando aquilo que se tornaria a digital literária de Clarice, o livro ganha corpo com os monólogos interiores da protagonista, que nos conduzem a reflexões, a devaneios, e quem sabe a alucinações, envolvendo temas como amor, vida, morte, existência, infância, casamento. Contudo, diferentemente do que vemos (bem depois) em 'A Paixão Segundo G. H.', por exemplo, a viagem rumo a si de Joana é bastante marcada pelas pessoas que insistem em cruzar o seu caminho, o que nos leva a um transitar constante pelo interior, mas também pelo exterior da personagem. E aqui se tem uma performance do eu, da intimidade, que chegou a me deixar constrangida em alguns momentos, e não por moralismo, mas por culminar numa identificação incômoda. Joana expõe seus sentimentos de uma forma que poderia soar despropositada ou condenável se não fosse o fato de que também nós podemos chegar (ou chegamos) a isso quando deitamos a cabeça no travesseiro ou quando observamos a vida em silêncio. "Não se pode pensar impunemente", ela sabe, mas encara essa máxima sem medo e sem castigo. E eis que a leitora aqui se viu alternando a leitura do romance entre gritos de "Mas essa Joana é totalmente sem noção!" e sussurros de "No fundo, lá naquele lugar onde só chega a nossa própria voz, será que não somos todas um pouco selvagens, tal qual Joana?".

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo".

Nunca é demais lembrar que 'Perto do Coração Selvagem' é o livro de estreia de uma Clarice que à época estava na casa dos 20 e poucos anos (e não é fácil se acostumar com essa informação!). Ele foi lançado em 1943, mesmo ano em que Antonio Candido não hesitou em publicar o famoso ensaio "No raiar de Clarice Lispector", no qual afirmou que aquela escritora, que ele até então desconhecia, poderia vir a se tornar "um dos valores mais sólidos" e "originais" da literatura brasileira. Crítica especializada ou profecia?

Das escolhas feitos por Candido para descrever o romance, gosto particularmente desta passagem: "o seu ritmo é um ritmo da procura, de penetração que permite uma tensão psicológica poucas vezes alcançada em nossa literatura contemporânea".

'Ritmo da procura' e 'tensão psicológica'. Para mim, este é o nome e sobrenome da escrita de Clarice, não apenas neste, mas também em muitos dos romances que viriam depois. E, sim, trata-se de um estilo desafiante na mesma medida em que é encantador. Por isso, se eu pudesse dar um conselho a quem tem medo e vontade de desbravar a Clarice romancista, eu apenas diria: 'Só vai! Se joga daí que a personagem se joga de lá!'.
@voulerdenovo 18/07/2022minha estante
O meu favorito dela? ??


dani 18/07/2022minha estante
Que resenha deliciosa, Ana!
Não consegui aproveitar muito esse livro, infelizmente. Li tentando "entender" e não consegui me jogar na leitura.


Cleber 19/07/2022minha estante
Adorei a resenha ?


Ana Sá 20/07/2022minha estante
Obrigada, Cleber! ?

Alba, estou disposta a ler os romances dela que não li, pra ver se algum desbanca A Maçã no Escuro, meu favorito rs... Mas gostei muito deste tb!


Ana Sá 20/07/2022minha estante
Dani, às vezes não era o momento certo pra leitura... Comigo rola isso! Voltar um tempo depois e ter outra visão... Quem sabe vc volta pra Joana!! rs




Fernanda.Rettore 21/08/2023

Explorando o Íntimo e o Indomável
"Perto do Coração Selvagem" é o primeiro romance escrito por Clarice Lispector, publicado em 1943. A obra retrata a vida de Joana, desde sua infância até a idade adulta, e explora os sentimentos e as experiências de uma mulher em busca do autoconhecimento.

A história é narrada de forma não linear, alternando entre o presente e flashbacks de memórias de infância de Joana. A protagonista é uma mulher introspectiva, que enfrenta conflitos internos e luta para compreender suas emoções e desejos.

Através da narrativa intensa e psicológica, Lispector explora as camadas complexas da mente de Joana e suas interações com o mundo exterior. A personagem enfrenta uma série de eventos marcantes, como a morte da mãe, o casamento problemático e a busca incessante por um sentido para sua existência.

"Perto do Coração Selvagem", é uma obra poética, que ao abordar temas como a solidão, a estranheza, o amor e a liberdade, explora as fronteiras entre a razão, a emoção e a loucura. E, inevitavelmente, nos faz refletir sobre a complexidade do nosso próprio "coração selvagem" e a questionar nossas relações com o mundo e com nós mesmos.
AndrAa58 21/08/2023minha estante
Adorei sua resenha. Agora vou ter que ler ?


Fernanda.Rettore 22/08/2023minha estante
Obrigada, Andrea! Eu amo esse livro esquisito, intenso e surpreendente. Quase não dá pra acreditar que foi o primeiro de Clarice ??


Marcilio Duarte 25/08/2023minha estante
Se lermos a biografia escrita pelo Benjamin Moser, entendemos que muitas peças da vida de Clarice se encaixam e que o livro é autobiográfico. Na feira que estou organizando, vamos ter a Teresa Montero, biografa mais recente dela




Yasmin O. 30/12/2023

Ele estava só.
Estava abandonado,
feliz, perto do selvagem
coração da vida." James Joyce - epígrafe do livro

Perto do coração selvagem foi minhas última leitura finalizada em 2023. Joana, personagem memorável, um animal não domesticado e necessitado de desfrutar da própria companhia, com lapsos de memória, fragmentada como a escrita da própria Clarice nesse livro. A personagem constata algo que sempre desconfiou, que o essencial e o transcendente se encontra no sentir, nas palavras que ainda não existem, no pensar consigo mesma, no perto do coração selvagem, e não no exterior, no casamento e demais pessoas e convenções sociais, sendo repleta de vida, tanto que a liberdade não era suficiente para ela. Uma personagem amoral, que em mais de um trecho repete que a bondade lhe dá ânsias de vomitar, considerada uma pequena víbora pelos que a rodeiam sem compreendê-la, até mesmo porque emana esse incômodo de ser que sente tão fortemente nos demais.

"A culpa era dele, pensou friamente, à espreita de nova onda de raiva. (...) Sua presença, e mais que sua presença: saber que ele existia, deixavam-na sem liberdade. Só raras vezes agora, numa rápida fugida, conseguia sentir. (...) Ele roubava-lhe tudo, tudo. (...) Agora tinha todo o seu tempo entregue a ele e os minutos que eram seus ela os sentia concedido, partidos em pequenos cubos de gelo que devia engolir rapidamente, antes que derretessem. E fustigando-se para andar à galope: olhe, que esse tempo é liberdade! olhe, pense depressa, olhe, encontre-se depressa, olhe...acabou-se! (...) Depois ele vinha. E ela repousava enfim, com um suspiro, pesadamente. - Mas não queria repousar! - O sangue corria-lhe mais vagarosamente, o ritmo domesticado, como um bicho que adestrou suas passadas para caber dentro da jaula."

"(...) eu não trago paz a ninguém, dou aos outros sempre a mesma taça, faço com que digam: eu estive cego, não era paz o que eu tinha, agora é que a desejo".

"(...) sentia que essa estranha liberdade que fora sua maldição, que nunca a ligara nem a si própria, essa liberdade era o que iluminava sua matéria".

Algo que muito me tocou foi a relação da personagem com o mar, para onde ela sempre tem a necessidade de retornar, há trechos belíssimos relacionados à água, bem como encantei-me com aqueles relacionados à infância, quando Joana já percebia a sua situação de deslocamento em relação aos demais. Clarice me conduziu de volta à infância, para o pátio do recreio, a sala de aula silenciosa, com seus cheiros e sua brisa fresca no prédio de pedras (meu colégio Nossa Senhora da Misericórdia, o mais marcante para mim) , o cheiro da casa à beira-mar, da terra do quintal, a presença-ausência dos meus avós, tudo é muito familiar. Traz a sensação de que o perto do coração selvagem da infância torna-se cada vez mais opaco, e que devemos fazer o possível para retornar a ele.

"(...) Mas eu nunca sei o que fazer das pessoas ou das coisas de que eu gosto, elas chegam a me pesar, desde pequena".

As últimas páginas do livro são particularmente maravilhosas e viscerais, uma ode à liberdade, inclusive à liberdade de seguir não compreendendo, um trecho para ficar lendo e relendo. Meu livro está todo grifado, escrito, marcado. Encerrei meu ano literário muito bem.
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paulapereirar 08/09/2021

clarice perfeita, esse foi o primeiro livro que ela publicou e ele é incrível, a estreia perfeita para uma escritora perfeita!!!!
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Natali Pacheco 27/08/2023

Eu sempre digo que a Clarice não pode ser lida, tem que ser sentida. É sempre diferente, inovador e sem explicação. Me lembrou muito Mrs Dalloway então é óbvio que já virou um favorito. Amei demais!
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Vanessa.Castilhos 04/12/2023

Uma estreia premiada
Primeiro romance publicado por Clarice Lispector, em 1943.

Nesse romance de formação, Lispector desnuda o florescer de uma alma feminina, com seus anseios, individualidades, egoísmos, amores...

Poeticamente, através do fluxo de consciência, a narrativa faz com que o leitor se sinta muito próximo da personagem, completamente envolvido na esfera da sua intimidade.

Menina Joana: "- Ser feliz é para se conseguir o quê?" p. 27

Mulher Joana: "- Liberdade é pouco. O que desejo não tem nome." p. 67

Não foi uma leitura fácil, mas foi magnífica! Esse dissecar dos sentimentos da personagem é o que torna a leitura ainda mais maravilhosa!

Recomendo muito e aposto em uma releitura. ?

Livro premiado. Prêmio Graça Aranha.
Fabio 04/12/2023minha estante
Lindíssima resenha, Van!???
Parabéns!!!


Bruno 04/12/2023minha estante
É o meu favorito da Clarice Lispector. Acho de uma beleza ímpar.


Débora 04/12/2023minha estante
Ah, Vanessa, que resenha belíssima! Li para o vestibular e já nem me lembro mais. Vc me fez querer reler essa obra. Hj consigo entender a Mulher Joana


Débora 04/12/2023minha estante
?????


Carolina165 04/12/2023minha estante
???????????


Vanessa.Castilhos 04/12/2023minha estante
Fabio, meu amigo, muito obrigada pelo carinho!! ???


Vanessa.Castilhos 04/12/2023minha estante
Bruno, fazia muito tempo que eu não lia um livro dela, realmente é de uma beleza ímpar!! ?


Vanessa.Castilhos 04/12/2023minha estante
Débora, querida, muito obrigada!! ?? Hoje, conseguimos ter uma outra visão dessa leitura mesmo, maravilhosa!! ???


Vanessa.Castilhos 04/12/2023minha estante
Obrigada, Carolzinha!! ??


AndrAa58 05/12/2023minha estante
Linda resenha! Acredita ué nunca li Clarice? Estou perdendo, não é?


Vanessa.Castilhos 05/12/2023minha estante
Obrigada, Andréa!! É daquelas leituras que exigem, mas sempre te recompensam no final! ??




Karamaru 07/01/2023

UMA ESTREIA PODEROSA
Com a publicação de seu primeiro romance – “Perto do coração selvagem” – em 1943, Clarice Lispector surpreendeu leitores e crítica. Uma estreia visceral, que por si catapultou a jovem e promissora autora a um lugar único na literatura brasileira.

O romance apresenta Joana, uma mulher inteligente, introspectiva e também muito incompreendida. “Nunca suas interrogações foram inquietas à procura de resposta (...) Nasciam mortas, sorridentes, amontoavam-se sem desejo nem esperanças. Ela não tentava qualquer movimento para fora de si.”

Desde jovem, causara incômodo aos que a cercavam, motivo pelo qual se fez mais ensimesmada. De modo esfíngico, sua perspicácia e superioridade sensorial deixavam a todos desconsertados. Nem o futuro casamento com Otávio tranquilizou-a; ao contrário, conferiu-lhe novos dramas existenciais.

Para quem lê Clarice, sabe que ela instiga, mas não oferece saídas. Todavia, as dúvidas que sua escrita suscita são capazes de penetrar a alma humana em seus mais velados esconderijos. E isso normalmente assusta. Talvez, por isso, Clarice encanta a tantos, mas “repele” muitos também. Mas o risco sempre valerá a pena – Clarice é fundamental.

PS.: É desse romance uma de suas citações mais famosas: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome. Sou pois um brinquedo a quem dão corda e que terminada esta não encontrará vida própria, mais profunda. Procurar tranquilamente admitir que talvez só a encontre se for buscá-la nas fontes pequenas. Ou senão morrerei de sede.”

Leitura e microrresenha feitas em parceria com Carlos (IG: @o_alfarrabista).
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Ane 03/03/2023

Perto, estou muito perto, do meu coração selvagem
Me encanta como Clarice penetra meus pensamentos, mesmo eu sendo tão diferente de Joana ou de Lídia ou de Otávio. Sua escrita me transporta para mim e eu fico assim, perto perto do meu coração selvagem.
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Kiki 03/05/2021

Eu gosto e me emociono ao ler Clarice Lispector.
Ler Clarice é sempre fascinante. É uma leitura complexa, é uma leitura dolorosa, mas é uma leitura maravilhosa.
Cada página é uma riqueza de pensamento e reflexões, quase impossível passar desapercebido.
Todos os livros que li de Clarice Lispector me deixam a sensação de não ter terminado, é como senão tivessem chegado ao fim, pois ficam marcados de tal maneira que sempre voltam aos meus pensamentos.
Perto do Coração Selvagem é sim uma leitura difícil, às vezes tive impressão que não estava entendendo, mas é ao mesmo tempo tão simples e pessoal, como se fosse meus pensamentos, como se fosse eu.
Eu gosto e me emociono ao ler Clarice Lispector.
Tulio.bandeira 18/09/2023minha estante
Que resenha linda!




Katia Rodrigues 20/03/2021

"Ela só veria o que já possuía dentro de si"
Perto do coração selvagem, primeira obra de Clarice a ser publicada, funde de maneira única a prosa à poesia, ao fazer uso constante de imagens, metáforas, antíteses, paradoxos, símbolos:

"Ser livre era seguir-se afinal, e eis de novo o caminho traçado. Ela só veria o que já possuía dentro de si"
"À noite, entre lençóis, um movimento qualquer ou um pensamento inesperado acordava-a para si mesma"
"A personalidade que ignora a si mesma realiza-se mais completamente"

O romance se estrutura a partir do fluxo de consciência da personagem principal, Joana. Acompanhamos sua vida através de seus sentimentos, suas angústias, decepções e felicidades. Porém, de certo modo, a história de Joana não é o principal componente da obra. A escrita é o elemento decisivo na instrumentalização da plenitude de sentido.

É através e por conta do fluxo de consciência que Clarice consegue criar uma rea8lidade própria. O fluxo de consciência quebra limites espaços-temporais. É tanto que, as reflexões de Joana guardam semelhanças com as reflexões das mulheres do sec.XXI, no que há de mais universal:

"(...) talvez a divindade das mulheres não fosse específica, estivesse apenas no fato de existirem... Sim, sim, aí estava a verdade: elas existiriam mais do que os outros, eram o símbolo da coisa na própria coisa. E a mulher era o mistério em si mesmo, descobriu. Havia em todas elas uma qualidade de matéria-prima, alguma coisa que podia vir a definir-se mas que jamais se realizava, porque sua essência mesma era a 'tornar-se'. Através dela exatamente não se unia o passado ao futuro e a todos os tempos?"

É engraçado pensar que Clarice causa o mesmo espanto nos leitores atuais que causava aos leitores da década de 40. Álvaro Lins, por exemplo, importante crítico literário da época, escreveu: "Li o romance duas vezes, e ao terminar só havia uma impressão: a de que ele não estava realizado, a de que estava incompleta e incompleta a sua estrutura como obra de ficção". Pelo relato percebe-se que a romancista colocou em xeque os modelos narrativos tradicionais.

Sendo assim, Clarice é um dos principais nomes da geração de 45 do Modernismo (geração subsequente à geração do romance de 30: Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado, Raquel de Queiroz) e uma das principais expressões da ficção brasileira de todos os tempos. Suas obras são um mistério a ser explorado. Decifra-me ou devoro-te.

Ig: @ ingrisias
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Borboletário 05/02/2024

Dualismo
Falar da Clarice não é fácil, mas é gostoso viver depois da leitura de um livro dela. É atemporal e único, é sobre viver e morrer, ser e não ser.
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