Matadouro Cinco

Matadouro Cinco Kurt Vonnegut




Resenhas - Matadouro 5


607 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


H. Gomes 12/12/2022

Extraterrestres não são a parte mais surreal deste livro!
Quando eu te pergunto sobre um bombardeio que matou mais de 20 mil civis na segunda guerra você me diz: Dresden. Correto?
Claro que não. Quando falamos de bombardeios lembramos de Hiroshima, Nagasaki, em resumo: de bombas atômicas.
Mas o ser humano não precisa de bombas atômicas pra fazer um estrago, não é mesmo?
É nesse diapasão que Kurt Vonnegut escreve ?Matadouro Cinco?, não como um historiador, mas como alguém que esteve em Dresden antes, durante e após a sua destruição.
O seu título se refere ao abrigo que possibilitou que ele sobrevivesse. Ele estava num matadouro subterrâneo, após ser capturado por tropas nazistas.
O autor afirma que todas as cenas de guerra são reais. Porém a história nos é narrada pelos olhos de Billy Pilgrim, ele sim, um personagem fictício.
Numa delas, pra mim a mais tocante. Foi ver a naturalidade como ele tratou o fuzilamento de um importante personagem da história.
Além disso, o livro fala sobre uma civilização extraterrestre e uma noção surreal de tempo-espaço. Um deleite para quem gosta do assunto.
Recomendo muito! Tive que me segurar para não devorar a história em 2 dias. Consegui em 3. Haha.

????????(4/5)
Loh 12/12/2022minha estante
Comprei esse livro e tinha 0 expectativas para ler. Agora estou considerando depois dessa resenha!
Pq deu 4 estrelas? Oq vc acha que faltou?


H. Gomes 12/12/2022minha estante
Eu gostei demais do livro. Acabo sendo muito rigoroso pra dar cinco estrelas. Mas o que deixou um pouco a desejar, na minha visão, foi por explorar pouco a destruição de Dresden.


H. Gomes 12/12/2022minha estante
Porém muitos dizem que isso faz parte da forma como Vonnegut quer expor essa tragédia.


Junior 27/01/2023minha estante
Sabe que eu também achei que a parte de Dresden foi muito curta? Seria o ponto alto do livro, mas é tratado muito rapidamente.


H. Gomes 10/03/2023minha estante
Isso. Mas acho que foi intencional. Ele não queria fazer uma ?guernica? literária. Acho que ele quis mostrar que o horror da guerra nem foi o bombardeio




Arsenio Meira 16/12/2013

À Sombra da alegoria dos cadáveres embalsamos

"Matadouro 5" era o abatedouro subterrâneo onde Billy Pilgrim e seus colegas prisioneiros de guerra foram encarcerados em Dresden em meio a um grande bombardeio. É um um romance extremamente romance original e ousado. Dá pra entender as loas tecidas por tantos leitores ao Vonnegut.

Imaginava o livro como um claro libelo anti-guerra, centrado no massacre de Dresden e com toques de ficção científica. O livro é isso mesmo, mas de um modo muito particular e transversal: a guerra aparece como uma piada de mau gosto, patética e trágica, Dresden mal é descrita e apresentada, e a ficção científica limita-se à transgressão do tempo na cabeça do protagonista, que viaja de um momento a outro de sua própria história e existência, vagando entre presente, passado e futuro, por planetas imaginários.

Billy Pilgrim é "jogado" pelo Governo norte-americano nas hostes da II Guerra. Lá perambula pateticamente até que se descola do tempo e passa a freqüentar momentos diferentes de sua vida: a infância e o relacionamento traumático com o pai, o começo da optometria, a ida e os horrores da guerra, o extermínio de Dresden, o casamento satisfeito com sua noiva rica e gorda, o sucesso profissional, o desastre aéreo, a morte da mulher, o seqüestro pelos extraterrestres de Tralfamadore, a vida a dois no zoológico alienígena, a aparente loucura e a morte.

Vonnegut alcançou a proeza de construir essa babel interior por meio de frases simples, como que escritas por uma criança ou adolescente: quase sempre curtas, de uma única oração, sem conjunções, com vocabulário simples e muitas repetições. Soam estranhas na leitura, mas ao cabo tem uma marca própria e apelo, que deriva de sua capacidade de reforçar o caráter patético do protagonista e de sua história. E Vonnegut tem um grande talento para metáforas de humor negro e satírico. A acidez é corrosiva, e espontânea.

A narrativa vaga entre passado, presente e futuro não por um capricho do narrador, mas pela própria vivência do protagonista, que transita psicologicamente entre os diversos momentos de sua vida. Não se trata de fluxos da memória ou de clarividência, mas sim de vivência real de momentos cronologicamente não sucessivos.

As repetições grudam em nosso juízo, mas não retiram o caráter eminentemente corrosivo da obra; fica-se com a impressão que Vonnegut quis incomodar, não deixar água inerte, sem perder de vista a sátira, lançando-a como um explosivo atômico no absurdo que é toda e qualquer guerra.
Renata CCS 16/12/2013minha estante
Não há nada mais visceral do que revirar e reviver os próprios sofrimentos.


VICKY 16/12/2013minha estante
Tive algumas indicações deste livro e, lendo a sua resenha, sem dúvida vai entrar para as minhas metas de 2014.


Arsenio Meira 16/12/2013minha estante
Vicky, obrigado. Vale a pena! Eu, que sempre protelei a leitura deste romance, não me arrependi. Abraços


Arsenio Meira 16/12/2013minha estante
Renata, é isso!
Rsrsrsrs: em uma frase bela, vc resumiu tudo com propriedade!
bjos


Carlos Patricio 18/08/2016minha estante
saudades do Arsênio... o gênio do skoob.




Paula.Moreira 01/10/2021

"É assim mesmo" - "so it goes..."
Com passagens muito boas, o livro é uma mistura de romance histórico autobiográfico com ficção científica.
No início da minha leitura, eu estava meio confusa e apreensiva para saber se alguma hora eu iria conseguir estruturar a história do livro. Mais para frente, eu peguei o ritmo e o livro ficou mais claro e bem interessante.
Gostei muito do desenvolvimento do livro, e acho que ele foi muito bem sucedido em não glamourizar a guerra. Mas ao mesmo tempo, não gostei de como as mulheres foram retratadas no livro e diminui a nota muito em virtude disso.
No mais gostei da experiência!
Guilherme 02/10/2021minha estante
Como o autor retrata as mulheres no livro?! Se tiver tempo e paciência, conta só um pouquinho... Seus comentários sobre "A Casa das Belas Adormecidas" foram bastante relevantes, pontuou coisas que eu não havia notado...


Paula.Moreira 03/10/2021minha estante
Vou te dar um exemplo! (Por mais sutil que seja, o que acaba me incomodando é o somatório de coisas sutis.) "A mulher tinha uma beleza suave e translúcida, conquistada por uma longa alimentação composta exclusivamente por batatas. O homem vestia terno, com gravata e tudo." Aqui ele faz um juízo de valor quanto a aparência da mulher e no outro ele faz apenas uma descrição. Isso sozinho não incomoda... Mas num contexto maior já é o suficiente para me irritar.


Guilherme 04/10/2021minha estante
Deu para entender bem o seu exemplo, vou me atentar para isso agora... Lembrou-me "Guerra e Paz", sinto que ele dá um tratamento diferente para as personagens femininas, você deve notar melhor do que eu quando for ler; e ele faz uma aberração literária com uma personagem feminina no fim do livro, acho que o exemplo mais claro...


Paula.Moreira 04/10/2021minha estante
Pois é... Eu acredito! Tenho uma amiga que sempre fala do machismo do tolstoi!


Guilherme 04/10/2021minha estante
Pois é... Um autor de vida controversa: como marido e como homem foi um pesadelo... Destaca-se mesmo pela literatura e outras ações...




Ro 20/01/2021

Mas como assim os humanos têm sete sexos?
Reduzir este livro a um simples relato de um sobrevivente pós Segunda Guerra mundial é ser incapaz de dar conta da totalidade da obra. Digo isso, pois foi com essa imagem que cheguei até a obra e dei com os burros n'água.
Escrito em uma narrativa não linear, Matadouro cinco extrapola as suas fronteiras de compreensão ao propor um romance que, ao mesmo tempo em que critica sim as mazelas da guerra, também fala sobre viagem no tempo, vida fora na terra e relações familiares. E se você está se perguntando: "como isso é possível?". É melhor lê-lo.
A bem da verdade, não foi um livro que facilmente ganhou 5 estrelas para mim. E isso ocorreu justamente pela não linearidade narrativa e a loucura de acompanhar um personagem que "não parava quieto em um canto". Em certa medida, a leitura até mesmo me lembrou um pouco da experiência que tive em Forrest Gump. Com a diferença de que um dos livros é linear e o outro está sempre misturando narrativas do passado, presente e futuro.
Embora tenha sido um problema engatar, de fato, na leitura, recomendo fortissimamente essa leitura para você que está buscando um livro crítico e que aponta sim dedos (mesmo que envolto em luvas de borracha simulando patas não-humanas). Conseguir imergir na narrativa do Sr. Pilgrim é uma aventura para aqueles que sabem deixar o corpo ser levado pelas ondas e não se importa de voltar em um fato ou outro.

Ps: o livro não foi nada do que eu esperava. Hahaha
Ave Fantasma 20/01/2021minha estante
Que comentário sensacional!!
E eu fui lê-lo achando que era uma ficção científica envolvendo segunda-guerra. Mas é muito além disso mesmo. Uma leitura diferente, tragicômica e mega crítica.
Passei anos com esse livro na espera para ser lido, espero não enrolar mais para ler outras coisas de Vonnegut.


Ave Fantasma 20/01/2021minha estante
É assim mesmo


Ro 20/01/2021minha estante
Aaaaah obrigadaa. Eu comprei o livro totalmente enganada. Achei que seria muito mais um romance histórico do que a narrativa "viajante do tempo" que encontrei. É um livro que logo, logo vou acabar relendo para ter uma experiência melhor.


Ave Fantasma 20/01/2021minha estante
Dá mesmo vontade de reler. Achei a leitura tão fluída e instigante. Eu queria ler o tempo todo. Apesar dela ser seca com os personagens. É interessante.


Ro 20/01/2021minha estante
Eu fiquei perdida no início. Demorei para engatar, viu? Mas quando bateu, tbm, o negócio foi pra frente.




DeBem 14/03/2021

EXCELENTE: EMOCIONANTE, DIVERTIDO, SIMPLES E VERDADEIRO.
O MELHOR LIVRO QUE EU LI NA VIDA.
Um livro pra todas as idade.
Como não se apaixonar por Kilgore Trout o escritor que revelou a Billy Pilgrim tudo sobre Tralfamadore, e também não podemos esquecer de quando fomos até Coby, no Wyoming, perguntarmos por Bob selvagem, e o que dizer de Edgar Derby, coitado, ou Paul lazzarro que jurou se livrar da Fada azul de Cinderela, e por último e não menor importante, Roland weary, que tanto protegeu o filho da puta do Billy. É ASSIM MESMO.
alice 14/03/2021minha estante
vc me deixou curiosa kkkkkk é sobre oq?


DeBem 14/03/2021minha estante
O livro fala sobre o bombardeio da cidade de Dresden na Alemanha, vivido pelo próprio escritor, mas ele cria um personagem chamado Billy, o a qual vive está história, com amigos ilários, ets, muito humor, verdades em uma história emocionante e incrívelmente fantastica. Leia e não se arrependa ... É assim mesmo...


alice 14/03/2021minha estante
parece ser mtt bom mesmo vou marcar pra eu procurar entao obrigadaa?


DeBem 14/03/2021minha estante
Abraçooooooooo.....




jade martins 12/12/2020

Matadouro-cinco ou A cruzada das crianças
"Mas ela olhou. E eu a amo por isso, porque foi um ato muito humano. Aí ela virou uma estátua de sal. É assim mesmo. As pessoas não devem olhar para trás. Eu garanto que não vou fazer mais isso. Já terminei meu livro sobre a guerra. O próximo [?] vai ser divertido. Este é um fracasso, e tinha mesmo de ser, pois foi escrito por uma estátua de sal."

Com uma linguagem bastante simples, com frases curtas e diretas, Vonnegut acha uma maneira de falar sobre a guerra que vivenciou e um dos maiores bombardeios da história da Europa, a destruição da cidade de Dresden na Alemanha. Por meio da ficção científica, de sátira e ironia, o livro é conduzido não linearmente, trazendo vai e vens na história. Levou mais de duas décadas para Vonnegut escrever esse livro, que foi publicado em 1969 em meio a guerra do Vietnã, e foi usado como símbolo anti-guerra na época porém foi banido em várias escolas e bibliotecas.

O livro vai acompanhar o personagem Billy Pilgrim, que foi convocado para ser assistente de capelão. Em meio a guerra, Billy que não teve preparo algum para vivenciar as coisas que vivenciou e em muitos momentos só sobrevive porque foi arrastado pelos colegas. Após a guerra, Billy sofre uma experiência de abdução por alienígenas que lhe mostram que o tempo é uma unidade, que passado, presente e futuro são apenas um, portanto é comum Billy estar em casa com a esposa e os filhos e de repente se encontrar em meio a neve andando junto a outros companheiros de guerra.

A história apresenta um quê de fatalidade, porque é assim mesmo, mas ao mesmo tempo não é, ao menos não deveria ser. O trauma da guerra é visceral, portanto essa filosofia conformista que é retratada no livro pode ser apenas um jeito que Billy encontrou de assimilar os horrores da guerra e como lidar com o luto, afinal ?quando uma pessoa morre [?], ela está bem viva no passado. Todos os momentos, passado, presente e futuro, sempre existiram, sempre existirão?. É assim mesmo.
Andre.28 12/12/2020minha estante
Excelente resenha, parabéns ?


jade martins 12/12/2020minha estante
obrigada, André!!


Isadora1232 12/12/2020minha estante
Ótima resenha!! Fiquei ainda mais curiosa pra ler o livro


jade martins 12/12/2020minha estante
Obrigada, Isadora! Leia sim, é uma ótima experiência




Bruno Palmeiras 18/07/2022

Muita viagem sem sentido
Qd li a sinopse deste livro me interessei pq gosto de livros que "viajam", mas me decepcionei pq justamente esta parte é sem o menor sentido, totalmente desconexa do tema do livro. De resto o livro traz uma boa visão doq é uma guerra.
Katia Rodrigues 20/07/2022minha estante
Já abandonei esse livro uma vez justamente por conta dessa "viagem" q não chega a lugar nenhum, porém tenho vontade de dar uma segunda chance ?


Bruno Palmeiras 20/07/2022minha estante
Eu quase nunca abandono livros, mas nessas partes aí assumo q fiz uma leitura dinâmica sem nem manjar da técnica hahaha


Katia Rodrigues 20/07/2022minha estante
Quem nunca?! Leitura dinâmica já salvou várias leituras Kkkkkkkkkkkkk


Yasmin 03/11/2022minha estante
Poxa, eu gostei bastante, acho que esse surrealismo na narrativa transmite bem a sensação do que é uma guerra e do quanto ela não faz sentido




Raul.Coutinho 28/01/2023

Rimas e metalinguagem
*O que venho apontar é a manha da arte (nada mais é que artimanha). A estrutura vai ser enxergada se você já leu Matadouro cinco*
Vonnegut alterna suas rimas. Sim, calma, não é um poema; o livro é sobre os eventos de Billy Pilgrim antes, durante e após a batalha de Dresden. E quanto ao Vonnegut rimar, é, por exemplo, o que ocorre no primeiro capítulo ele realocar sua continuação no sexto capítulo. Billy transita no tempo passado, futuro, presente. E se sabe se sonha em outro lugar? Tem paranóia? Vertigem? Realmente fora abdusido por uma nave Trafalmadoriana? Ninguém sabe. O que eu sei: o livro não causa confusão, conforme muita gente resenha. Então por isso a rima alternada, não só de continuidade, mas de imagens. E olha que Vonnegut é didático, faz metalinguagem, (comenta a respeito da estrutura narrativa no próprio livro) segundo seu alter-ego Yon Yonson.
Matadouro cinco mata leitores acostumados com Jornada do Heroi.
É assim mesmo.
Nati Sampaio 26/02/2023minha estante
Eu adorei ?cama de gato?, do vonnegut. Esse matadouro 5 eu tenho em casa, mas ainda não me arrisquei?


Raul.Coutinho 26/02/2023minha estante
Matadouro 5 tem a mesma dose irônica do Cama de gato. Mas este eu prometo que você vai amar tanto ou até mais!


Nati Sampaio 26/02/2023minha estante
boa! vou ler!!




Leanndru 10/02/2021

Nó no tempo
Bom, fácil de ler, e interessantíssimo a forma de contar a história.

Vale muito para quem tem interesse em história e gosta de literatura também.
Vale pesquisar sobre o bombardeio, me joga na cara o quão pouco eu sei sobre a segunda guerra (basicamente só o que me ensinaram na escola).

Trecho da Wiki:
No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores exemplos de sacrifício civil provocado por bombardeio estratégico, ocupando lugar de destaque entre as causes célèbres morais da guerra. 

Enfim, entre uma visão de tempo diferente da nossa e um olhar indiferente aos acontecimentos da guerra vamos viajando livres pelos acontecimentos desse lugar.

Não é um livro que vai ficar entre meus preferidos, mas foi gostoso de ler.

É assim mesmo.
CInt_lo 19/02/2021minha estante
Adorei ler esse livro também, ao longo da leitura alguns pontos são bem impactantes e pesados mas o autor conseguiu levar com leveza o livro como um todo, equilibrando essas partes né ? Achei muito bom


Leanndru 19/02/2021minha estante
Senti a mesma coisa, era uns socos no estômago mas dados de maneira suportável!


CInt_lo 19/02/2021minha estante
Exatamente ! E gostei muito da forma como ele voltava no tempo sabe, até o leitor compreender que aquilo era uma fuga do personagem p realidade traumática que ele viveu ... sensacional




Nícolas 11/05/2013

Não achei o bicho. Esperava muito mais por ele, não senti esse ar anti-guerra que muitos sentiram. Ele tem um lance que pode até ser atribuído ao espiritismo, como a quarta dimensão, vida após a morte, um outro plano de vida. Não senti nenhuma grande sacada no livro, a forma de escrever do cara é boa, tem uns lances legais, mas eu to me achando um burro por não ter entendido a grande sacada do livro (se é que tem uma) não entendi porque a critica fez dele um grande livro.
Peterson Boll 23/11/2014minha estante
A ideia das múltiplas viagens, e da visualização simultânea de toda a existência pessoal, pode ser uma metáfora usada pelo autor, talvez uma defesa da ideia de que por mais que tenhamos a liberdade de governar nossas vidas a nossa vontade, ao final, tudo já está determinado pelo próprio curso do mundo. Por isso os Trafalmadorianos rejeitam (e até acham absurda) a noção do livre-arbítrio.
PS- não se guie pela crítica, guie-se por si próprio. Tem muito livro que li quando mais jovem e achei uma porcaria, e muita coisa que achei genial, hoje acho uma tremenda besteira. O importante afinal, é sempre continuar lendo.


Etiene ~ @antologiapessoal 22/05/2019minha estante
Li a última página neste minuto e corri aqui pra tentar ver que sacada era essa. Compartilho da mesma sensação que a sua... Vi pessoas dizendo que este é um dos melhores lidos na vida, e eu passei boa parte da leitura esperando a "grande sacada"... Acho que não gostei, subtexto demais e as coisas ficaram soltas... Não sei!


Xxxxxxxx1 05/12/2019minha estante
Concordo com vcs




Regis 11/05/2022

A Cruzada das Crianças
Matadouro Cinco foi a maneira que um escritor decidiu narrar sua estada em Dresden na Alemanha. Através do personagem Billy Pilgrin, um capelão do exército americano feito prisioneiro de guerra alemão enquanto viaja pelo tempo em sua cabeça.
Uma novela de guerra satírica, que mostra o lado feio da guerra, onde ninguém é verdadeiramente herói, apenas homens/meninos comuns que foram enviados para morrer, despreparados para sobreviver.
Chamado pelo autor de: A Cruzada das Crianças, Matadouro Cinco mostra como a guerra obriga as pessoas a se acostumarem com o inimaginável, o extraordinário e adaptar-se traumatizados, como se fossem apenas: "Coisas da vida".
Uma boa leitura.
Cleber 12/05/2022minha estante
Tô namorando esse livro faz tempo, uma hora eu chego nele. Adorei sua resenha????


Regis 12/05/2022minha estante
Obrigada! Ele é bem curtinho e eu gostei muito da leitura. ?


DANILÃO1505 04/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro




Cíntia T. 29/08/2020

"A arte existe para que a verdade não nos destrua"
É ao mesmo tempo cócegas e alfinetada na consciência.
"Artigos" dentro da história falam sobre como os estadunidenses foram ensinados a se odiarem, feitos dentro de uma pobreza, não só material como social, e propagam o ódio ao pobre, mesmo sendo mais um. E eles vêm de encontro a uma expressão social muito martelada em nossas vidas: o único "crime" cometido pela maioria foi e é meramente o fato de ser pobre.
Foi preciso reduzir a experiência da guerra a uma coisa ficticiosamente absurda, mas no fundo é assim mesmo. E não deveria ser. O autor nos fornece uma crítica muito rica em humor, criatividade e abstração. Essa combinação foi tão boa que tudo é palpável e nos atinge. Há crítica ao patriotismo, à estrutura patriarcal e capitalista, à objetificação da mulher, à banalização da morte talvez, entre outras coisinhas. De uma forma sutil, sem dramas, sem glamour, mas de uma forma muito "natural", mesmo com viagens constantes no tempo e um passeio intergaláctico. É assim mesmo.
A sociedade tem tantos absurdos naturalizados, que uma cultura alienígena no meio e uma flexibilidade espaço-temporal foi mais digesta pro Kurt expressar sua vivência na Segunda Guerra Mundial.
Aprendi muita coisa e ganhei perspectivas completamente distintas das que tive até então a respeito dessa grande e infeliz Guerra. Com toda certeza é um estilo excepcional, artístico e de irreverente senso crítico. Escrever é uma arte. E carrego comigo um ditado de Nietzsche sobre arte, em que ele diz que ela existe para que a verdade não nos destrua.
Então, Kurt dominava a arte de escrever e era artista. E ele era um sobrevivente, ao lê-lo a gente entende o peso disso.
Alemetsk 05/09/2020minha estante
Incrível sua resenha


Cíntia T. 05/09/2020minha estante
Obrigada!




Leandro.Quilles 26/12/2020

Uma leitura incrível, foi minha primeira experiência lendo Kurt Vonnegut, e adorei a leitura.
O livro que é uma mistura de ficção científica, com uma autobiografia do autor, traz questões muito interessantes a respeito da morte, de como nos lidamos com ela, e com a percepção do tempo, e também as consequências que uma guerra causa. O livro é escrito com um tipo de humor bem parecido com o do guia do mochileiro das galáxias de Douglas Adam, com muito sercasmo porém que nos faz refletir sobre muitas coisas.
Uma leitura essencial pra quem gosta de um bom livro.
Samuel Simões 27/12/2020minha estante
Leitura fluida?


Leandro.Quilles 05/01/2021minha estante
Sim, muito fluida, você nem vê o tempo passar quando está lendo




Elane48 18/07/2020

É UMA DOIDEIRA MESMO
Tudo que você imaginar sobre “Matadouro Cinco”, esqueça. O livro não atende a qualquer expectativa e surpreende do início ao fim, a começar pelo título. O matadouro que salvou a vida de soldados americanos durante o bombardeio da cidade de Dresden é o mote que Kurt Vonnegut usou para criar a história de veterano de guerra que lá estava – assim como o próprio autor. No mais, é a loucura de Billy Pilgrim que constitui o enredo desse romance. É uma doideira mesmo.
O primeiro capítulo também engana. De fato a gente crê que será um relato autobiográfico. Vonnegut – que faz questão de dizer que é um teuto-americano de quarta geração – volta a Dresden a fim de resgatar detalhes que se juntem às lembranças e assim escrever um livro sobre o bombardeio, sobre o matadouro que salvou sua vida etc, mas, a partir do segundo capítulo, acho que o autor usou LSD porque começa uma narrativa doida, muito doida a respeito de Billy Pilgrim.
A história de Billy Pilgrim nos é narrada em várias dimensões: Passado, presente e futuro se misturam e, como se isso não bastasse, Billy é abduzido por extraterrestres. É uma doideira mesmo.
Apesar de tudo, o livro “Matadouro Cinco” é sensacional! Incrivelmente surpreendente! Narrativa leve, rápida, concisa. Não há longas descrições o que o torna ágil e agradável de ler. Frases curtas nos fazem acompanhar a triste loucura de Billy Pilgrim que sobreviveu a tudo que ninguém suportaria – até mesmo a um acidente aéreo! Ter se abrigado no matadouro é só um detalhe. É uma doideira mesmo.
Leia o livro e entenda porque É UMA DOIDEIRA MESMO.
Miliane.Martins 18/07/2020minha estante
Esse livro é muito bom mesmo! O mais legal é que a narração é feita assim para representar o pensamento, portanto não é uma linha reta. ??


Elane48 18/07/2020minha estante
Sim, Miliane, é sensacional! Terminei a leitura ontem e ainda estou sob o impacto da narrativa. O jeito peculiar de Vonnegut escrever me deixou maravilhada.




607 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR