Liz 27/07/2012Bukowski é um autor que eu sempre vejo ser elogiado. Um escritor que pode ser considerado clássico, mas que não possui nenhuma firula em seu linguajar enquanto descreve a vida nos lugares mais pobres dos Estados Unidos. Muito sexo, álcool, brigas e sujeiras costumam se encontrar em seus romances, e foram exatamente essas caracteristicas que eu li em "Factótum".
É uma história...o quê? Que história? Eu realmente não vi história nenhuma aqui. A palavra certa seria "relato". Isso! Um relato da vida desafortunada de Hank (Henry?) Chinaski, um homem que adoraria se estabelecer como escritor. Ele até tenta fazer propaganda de seus trabalhos, mas não consegue muitos resultados. De qualquer jeito, é preciso arrumar algum emprego, ou não haverá dinheiro nem para um chope. Então, lá vai o homem em busca de algum sustento.
Mas parece que nada se encaixa em Chinaski. Nenhum emprego dura mais do que algumas semanas em suas mãos. Ainda que seja charmosinho, não há mulher que consiga ficar com ele de verdade. E nenhum lugar vale muito a pena. Lá vai o homem, de cidade em cidade, trabalho em trabalho, procurando, buscando, alguma coisa, qualquer coisa, mas nunca encontrando. Somente encrencas, brigas e decepções.
Bem repetitivo depois de um certo tempo, pois um ciclo se estabeleceu na vida de Chinaski: achar emprego e residência - ficar por aí um tempo, reclamando da inutilidade da humanidade - fazer merda - abandonar tudo em direção a outro lugar, sem esperança nenhuma. Aqui temos uma leitura sobre uma pessoa irritantemente normal, sem nenhuma história especial para viver, nenhum talento especial para oferecer. A verdade nua e crua. Boring. Álcool nenhum tapa o buraco dessa existência; a narração vem carregada com um ar tão pesado que chega a ser deprimente.
Essa é a vida, e ela não tem nenhum sentido.
Resenha originalmente em: http://bit.ly/OqyUfU