Carla Martins 02/01/2013Forte, real e revoltanteTinha lido sobre esse livro há muito tempo e fiquei com ele na cabeça. Estava louca pra ler e, quando chegou o natal do ano passado, pensei comigo: "Em um dos 384857472362761 amigos secretos dos quais sempre participo, vou pedir esse livro de presente para quem me tirar!".
Dito e feito! Pedi e ganhei! Uhu!!! E estava tão, mas tão, mas tão curiosa que comecei a ler no mesmíssimo dia. E valeu a pena! O livro é muito bem escrito, muito emvolvente e super chocante, até para mim, a "louca dos livros sobre muçulmanas" (sim, eu amo, já li mais de 15 sobre o tema).
Desonrada, por quê?
O nome não poderia ter sido melhor. Isso porque Mai Mukhtar foi desonrada de todas as formas possíveis. E o mais incrível é ela ter conseguido transformar toda a sua dor em força para lutar por um amanhã diferentes para as suas semelhantes.
Virei fã de carteirinha de Mai!
Sobre o livro
O livro começa contando um pouco sobre a vida de Mai e sua família, pessoas simples e de bem, que só queria levar suas vidas em paz. Mas, por causa de uma acusação contra seu irmão (veja bem, contra seu irmão, não contra ela), Mai ouviu, na presença de mais de 100 homens da sua aldeia, a sentença de estupro coletivo a que ela estava condenada para livrar a vida de seu irmão. Porque lá é assim: as mulheres, seres considerados inferiores, têm até que pagar pelos erros dos homens da família.
No momento em que ela termina seu depoimento sobre tudo o que sofreu, eu já estava revoltada, enojada, acabada. Mas aí começa a outra parte do livro, a narração da sua história de renascimento, quando ela relata sua luta contra os absurdos de sua própria cultura.
Quando você começar a ler, não vai mais conseguir parar.