Lavoura arcaica

Lavoura arcaica Raduan Nassar




Resenhas - Lavoura Arcaica


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Max 11/06/2022

Obra prima é feita de maldição?
Uma obra prima, escrita primeira de um autor é maldição? É mais uma obra que leio, espetacular, que sendo seu primeiro livro, meio que suga tudo o que vai dentro de seu autor, parece uma sina, parece uma maldição...
Uma bela maldição!
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arthur966 09/06/2022

o tempo é farto e generoso, mas não devolve a vida aos que não nasceram; aos derrotados de partida, ao fruto peco já na semente, aos arruinados sem terem sido erguidos, não resta outra alternativa: dar as costas para o mundo, ou alimentar a expectativa da destruição de tudo.
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FelCuesta 04/06/2022

Impactante e visceral
Lavoura Arcaica. Algumas parcas anotações. Contextualizando o fim da leitura. Bem, trata-se de um livro de estreia de um então autor desconhecido descendente de libaneses que depois publicou apenas mais uma obra na vida e abandonou a função de escritor para sempre e virou fazendeiro. O cara deu uma de Juan Rulfo. Mandou a letra com maestria e sumiu. A erudição e a forma são tão ou mais impressionantes do que o conteúdo. Há trechos memoráveis e enciclopedicos ao longo da narrativa. Um deleite para os estetas de um texto bem trabalhado, sem palavras desperdiçadas. Um enredo simples e visceral, partindo de parábolas bíblicas, de partida e de retorno, tratando das peculiaridades ambivalentes de uma família fechada em si mesma e com valores rígidos, controlada por um pai opressor. O livro vai transitando entre a insanidade e o desabafo, uma leitura diferente do padrao mais comum. Tem algo de Faulkner ali.

O enredo eh forte e desconfortável. Trata questões delicadas. Pode causar gatilhos. Loucura, surto, depressao, vida e desarmonia de um núcleo familiar de lavradores do interior de sao paulo.
Com episódios de masturbação, zoofilia e insinuações incestuosas. Pesado. Mas impressionante! O narrador é André. Um dos sete filhos que sai de casa abruptamente deixando os pais órfãos emocionais de sua ausência e depois eh resgatado de volta ao seio familiar por seu irmao Pedro, que vai em sua busca. A volta pra casa nao sai exatamente como esperado, digamos assim e o livro termina abruptamente te deixando com o coracao na mao e de boca aberta!

A repercussão do foi tão fora da curva que obrigou expoentes do quilate de Sergio Buarque de Holanda, Antonio Cândido e Clarice Lispector, a tecerem comentários assombrados sobre a obra. Publicado em 1975. Ganhou o Jabuti em 1976.
Em 2016, Raduan venceu o Camões, pelo ?Conjunto da Obra? de duas obras.

Enfim, leiam logo. O capitulo 9, pra mim, talvez possa ser considerado como um dos capítulos mais extraordinarios e marcantes de toda a história da literatura brasileira.
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giovana 31/05/2022

hm
é bem poético, a escrita é bonita, vários momentos que tu fica ?uau, como o autor pensou em escrever essa frase??? bela demais?; mas, a história em si? não é pra mim. sem spoilers digo apenas isso. foi legal, mas não foi nada demais. personagem principal parecia querer pena e querer nos fazer entendê-lo mas não rolou. não elaborarei mais pois spoilers.
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(lidos só 2021 em diante) 26/05/2022

Páginas horríveis e páginas excelentes
Nesse livro tem muita página que parece ter sido escrita por um autor sob efeito de cocaína. Nas páginas sem efeito de drogas ilícitas a narrativa é formidável.

Vou valorizar mais as páginas boas do que as drogadas, então dei nota 7.

Mas tem página que só Deus na causa, são um porre.

A história do faminto é de uma beleza ímpar.

Tem mais diálogo do que acontecimento. Tem diálogo que é chato demais. Parecendo aula de autoajuda com retórica boa.

O enredo em si é nulo. Spoiler abaixando resumindo o livro:

Um ninfomaníaco tarado pelos irmãos e pelas cabras. E parece que ele era molestado pela mãe também.
Michelle.Fernandes 03/11/2022minha estante
Kkkkkkkkk eu tive a mesma sensação. E sobre ter sido molestado pela mãe, rodei que só as resenhas pois fiquei também com essa impressão! Mas sim, essa questão de páginas super bem escritas e outras nem tanto é real. Por muitos momentos pensei que esse livro poderia ter sido 100% bom não 50%, por que o autor só não seguiu a mesma estrutura?


(lidos só 2021 em diante) 03/11/2022minha estante
Eu acho que conforme ele ia escrevendo tinha dia que tava inspirado, tinha dia que não tava... Aí deixou assim mesmo Kkkkkk os trechos ruins são MT ruins. Vi geral falando do outro incesto que tá mais explícito no livro, desse da mãe aí... Sei não viu. Achei ela bem estranh




Thiago 24/05/2022

Raduan entre Lacan e Chronos
há uma ilusão que a linguagem é de total domínio nosso, quando na verdade é ela que nos domina, dizia o camarada Lacan.

vai diferença entre o que eu quero dizer e o que o outro entende, e nesse entremeio há tempo.

raduan gastava a linguagem, deixando ela pequeninha, domina e brinca com ela e com os tempos.

linguagem no tempo e tempo na linguagem.
diz raduan que há tempo em tudo, inclusive na linguagem.
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dieipi 24/05/2022

lírico, sensível, trágico, irônico
O tempo, o tempo, o tempo e suas águas inflamáveis, esse rio largo que não cansa de correr, lento e sinuoso, ele próprio reconhecendo seus caminhos, recolhendo e filtrando de vária direção o caldo turvo dos afluentes e o sangue ruivo de outros canais para com eles construir a razão mística da história...
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Barbara.Costa 12/05/2022

Esse livro é um absurdo completo faltam palavras depois de todas essas, que livro absurdo, imenso, clássico, visceral ABSURDO! Quanto tempo pra se recuperar de uma leitura assim? Nunca li nada parecido, orgulho cabuloso da literatura brasileira. Esse livro é um absurdo, é isso
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Rubi 11/05/2022

Acho que é a terceira vez que eu leio esse livro, mas, felizmente, é a primeira vez que eu entendo e eu estou feliz por isso. É um leitura difícil e sem pontos, se vc começar um capítulo ou vc termina ele ou vc para em qualquer parte. Muitas coisas pra dizer sobre asa obra e sobre todas as relações. Que família conturbada. Eu amo o fato dela ser dívida na mesa, de um lado a continuação e do outro a descontinuação. Para entender esse livro é preciso fazer uma leitura muito atenta porque, para mim, o autor não é direto nas palavras, é mais fácil ele descrever uma ação do que colocar essa ação. Surpreendente!
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Clara Xavier @araclana 08/05/2022

Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
Raduan Nassar, em 1975, trouxe, em Lavoura Arcaica, o fluxo de consciência para contar a história de André, que após fugir do seio familiar é resgatado por seu irmão Pedro da pensão que passava seus dias, embriagado e desolado, remoendo o peso do acontecimento que o fez partir.

André, ao ter seu amor rejeitado, não vê razão para continuar tentando se encaixar em um ambiente familiar que não lhe cabe. Sermões à mesa do pai, muito afeto da mãe, família grande, trabalho pesado na lavoura, e uma paixão que o queima mais que tudo. Além disso tudo, ele ainda é visto como alguém torto, pois tem episódios de epilepsia, que para seus pais é sinal de possessão. A sua ?tortidão? é sua tortura. Fica evidente em seus fluxos desconexos, altamente poéticos, que o que o preenche inteiramente é seu martírio. Ele, André, depositou todo seu coração em um amor proibido e avassalador.

Pedro consegue o trazer de volta à casa, mas a festa da volta do filho pródigo se torna uma tragédia com os efeitos da grande verdade revelada. André ama Ana, sua irmã.

Poesia que não parece ter sido feita por um mortal. É incrível!

Para ler Lavoura Arcaica é preciso pausar, ir bem devagar, voltar e se deter aos detalhes, reler o quanto for preciso para atingir o mínimo do panorama cênico impresso por Raduan em sua obra. O leitor ansioso, como eu, precisa ter calma para não devorar sem digerir. A graça está em olhar as minúcias bem de perto. É muito lindo e também perturbador.

Lavoura Arcaica tem adaptação para o cinema e não vou deixar de ver.
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paulina 06/05/2022

Amor, trabalho e tempo
Que livro! Comecei a ler porque um professor falou a respeito da história e despertou a minha curiosidade, mas acho que principalmente em relação à questão do incesto. Mas ao ler, no início encontrei uma certa dificuldade por causa do recurso do fluxo de consciência, em que diversos capítulos mesclam poucas ações com muitos pensamentos ? o que no plano gráfico e interpretativo é muito difícil de acompanhar, principalmente porque tem pouca pontuação para demarcar que o pensamento corre, não faz pausas. No fim das contas, comecei a ler por um motivo/temática e me encantei por um outro aspecto: a crítica à estrutura familiar rígida e patriarcal ? isso é muito perceptível pelas diversas menções ao objeto mesa e, mais especificamente, quando André fala a respeito da posição de cada membro da família em relação à cabeceira (o pai): o irmão mais velho com as duas irmãs de um lado; a mãe ao lado do próprio André, da Ana (com quem ele mantinha relações incestuosas) e do Lula, o caçula. Então ele discorre sobre o fato de que um lado da mesa era o tronco forte, mas o outro, puxado pelo galho da mãe, era o "torto" ? e a forma de se pensar sobre tempo, também o que é viver.

Aqui deixo as citações que mais gostei:

"O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo; onipresente, o tempo está em tudo; existe tempo"

"dar o passo mais largo que a perna é o mesmo que suprimir o tempo necessário à nossa iniciativa"

"o instante que passa, passa definitivamente"

"um homem, mesmo quebrado, não perdeu ainda sua resistência, embora nada provasse que continuava ganhando em sensibilidade"

"A terra, o trigo, o pão, a mesa, a família (a terra); existe neste ciclo, dizia o pai nos seus sermões, amor, trabalho, tempo."
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Marina 28/04/2022

Após a leitura, entendo por que muitos apontam "Lavoura Arcaica" como uma das obras mais importantes da literatura brasileira.

Em um fluxo de pensamento, o livro permite que a gente se adentre na mente de André, nos seus anseios mais profundos, nas suas inquietações mais íntimas: o tormento causado pela figura paterna autoritária, o seu desejo incestuoso pela irmã, sua sensação de não-pertencimento à família e à fazenda... É angustiante e desesperador trilhar essa jornada com o protagonista, tão cheio de culpa e de receios, se sentindo tão sujo, mas querendo paz e calma... O final é impactante, mas faz todo o sentido. No fim das contas, o autoritarismo encontra suporte na violência.

"E me lembrei que a gente sempre ouvia nos sermões do pai que os olhos são a candeia do corpo, e
que se eles eram bons é porque o corpo tinha luz, e se os olhos não eram limpos é que eles revelavam um
corpo tenebroso, e eu ali, diante de meu irmão, respirando um cheiro exaltado de vinho, sabia que meus
olhos eram dois caroços repulsivos..."

"Era Ana, era Ana, Pedro, era Ana a minha fome" explodi de repente num momento alto, expelindo
num só jato violento meu carnegão maduro e pestilento, "era Ana a minha enfermidade, ela a minha
loucura, ela o meu respiro, a minha lâmina, meu arrepio, meu sopro, o assédio impertinente dos meus
testículos"
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Poleto 18/04/2022

Era Ana, era Ana, Pedro, era Ana a minha fome!
Raduan Nassar é um gênio absoluto com uma escrita monstruosa, um domínio tão sublima e complexo da língua portuguesa que chega assustar, lerei toda sua obra literária em breve.

Livro absurdo e lindo, uma história trágica que te desespera com um impossibilidade de um final feliz.
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