Lavoura arcaica

Lavoura arcaica Raduan Nassar




Resenhas - Lavoura Arcaica


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Lau 05/11/2020

O livro Lavoura Arcaica é dividido em duas partes: a partida e o retorno. O livro se inicia com Pedro, irmão mais velho de André, tentando convencê-lo a voltar para casa, pois sua "fuga" havia rompido o laço familiar. Desse ponto em diante, a leitura fica um pouco confusa. André é um personagem-narrador e conta a narrativa presente trespassando-a com lembranças de quando vivia em sua casa na zona rural (a escrita do Raduan Nassar é quase que ininterrupta) e conta os motivos pelos quais saiu, confessando seu amor incestuoso por Ana. Quando ele retorna, devido a suas experiências fora de casa, o seu pai já não o considera mais o mesmo. O pai de André é extremamente conservador e a volta do filho não reestabeleceu o lar como era antes. Durante a festa de sua volta, algo trágico acontece.
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OgaiT 11/10/2020

Uma alegoria bíblica
Diferente de "Dois Irmãos" do Milton Hatoum, em que conhecemos a decadência da família pela presença dos gêmeos, "Lavoura Arcaica" narra a ruína de uma família que perde um de seus filhos, André, que partiu da fazenda em que morava para a cidade. Assim, Pedro, o primogênito, sai em busca do irmão que causa o declínio da mãe, cada dia mais abatida.
Embora o romance faça alusão ao clássico bíblico (o filho pródigo), a narrativa tem como ponto central a relação incestuosa entre o protagonista e uma de suas irmãs e termina em um desfecho um tanto trágico.
Outro ponto que deve ser destacado é a poesia presente na escrita de Raduan, a qual contribui para elucidar o que se passa na cabeça do André, mas que não consegue responder, de início, o porque de ter fugido da fazenda:
"Era uma água represada (que correnteza, quanto desassossego!) que jorrava daquela imaginação adolescente, ansiosa por dissipar sua poesia e seu lirismo... (p. 179).
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Suelen 11/10/2020

Lavoura Arcaica
Esse é um livro que eu provavelmente deva ler em outro momento da vida para poder aproveitar a beleza dele.

O início é meio confuso. Cada capítulo são pensamentos soltos sem ponto final/parágrafo, o que torna alguns capítulos extensos e difíceis de entender a linha de raciocínio.

Os pensamentos confusos indicam muito bem a personalidade do personagem principal e todos os problemas que se passam na sua mente e em suas ações.

O livro é dividido em duas etapas: A partida e o Retorno, sendo que em O Retorno a linha de pensamento fica mais ?fácil? de entender, o que não torna o livro menos denso.
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Luana 01/10/2020

Livro espetacular
É uma daquelas obras-primas que é um verdadeiro achado e que você sente que está lendo algo primoroso. Livro singelo e envolvente.
Nossa literatura tem muita coisa boa.
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Márcio Araújo 25/09/2020

Respirar
Ao ler Lavoura Arcaíca fica difícil devorar o mesmo em poucos dias. A angústia da família nos fez respirar ofegante e respeitar o ritmos dos acontecimentos...
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Lucas1429 22/09/2020

O filho pródigo
Lavoura Arcaica é uma belíssima e potente obra de Raduan Nassar. A escrita bela e lírica encanta o leitor desde as primeiras linhas e trabalha na criação de atmosferas tão deslumbrantes e poéticas, como são virulentas. O contraste entre o taciturno e o belo, tanto na escrita e forma de Lavoura Arcaica o destacam das obras comuns. A trama, desenvolvida como uma reinvenção da parábola do filho pródigo retorna discussões sobre regras, transgressões, desejo e família de forma bastante interessante, colocando todos os aspectos sob o seio do tempo e os bagunçando, interrompendo-se.

O livro trabalha quase num fluxo de consciência contínuo, pouquíssimas vezes vê-se um ponto final, no máximo ponto e vírgula. Entretanto, a leitura é bastante fluída, ritmada, e proveitosa. Com frequência o texto muito se assemelha a um gigantesco poema escrito sem quebra de versos. O cuidado e domínio da língua por parte de Raduan Nassar são evidentes.

O livro é contado em primeira pessoa, pela perspectiva do personagem principal, André, que abandonou sua família e está morando num quarto de pensão, quando recebe uma visita de seu irmão, Pedro. A história se constrói quase que em um monólogo virulento, como coloca o personagem, sobre a relação dele com o Pai e a família - a forma como estes se constituem e suas tão severas diferenciações que tornam a lembrança insuportável - com intromissões de lembranças no texto, que corre a todo momento entre presente e passado. Entre o desejo e o dever.

Há muito mais a dizer sobre este livro, mas não há nada que possa ser dito melhor sobre o tema do que foi dito aqui, então, resta-me a recomendação da leitura.
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Joao.Paulo 15/09/2020

a
O principal mote do livro é a relação do personagem com o tempo, que aqui é tomado como algo subjetivo, ao mesmo tempo que é uma barreira impossível de ser ultrapassada, tomando uma dimensão religiosa de cura por meio da destruição. Essa dimensão religiosa é algo quase que implícito no conceito de tempo por si só, mas que é concretizada introduzindo a religião por si mesma.

O próprio nome do livro evoca uma significado nostálgico, ao mesmo tempo que crítico. Arcaico seria algo antigo e decadente, já a lavoura, pelo menos para mim, evoca essa ideia nostálgica de algo distante e bucólico. O que o personagem busca é uma redenção entre esse conflito do passado e do presente, do desejo de retorno, ao mesmo tempo que tem desprezo pela família.

O valor poético do livro está nas ambiguidades que ele explana, algo que se relaciona muito bem com os conceitos temporais e religiosos que contem essa ambivalência. Por exemplo: os olhos são classificados tanto como algo que vê, como algo que é visto, revelando uma natureza do indivíduo. O problema é que esse discurso se torna, facilmente, prolixo e não de um bom jeito, o livro acaba se esgotando muito facilmente.

Mas talvez seja justamente essa prolixidade que revela um desejo por uma concretização religiosa, citando o próprio livro ''era um deus que eu podia pegar com as mãos'', mesmo que descontextualizada é uma frase que revela uma busca por concretude, como a busca do personagem, que tenta racionalizar um lado místico, levando ele a sair do seio familiar, depois voltando para ele quando percebe certa desilusão, agora tenta voltar, de forma quase inconsciente, a ter uma relação mais mística.

O final me parece mais uma forçação de tentativa de quebra desse ciclo, que em nenhum momento se justifica, acaba sendo mais o impacto pelo impacto. Podemos toma-la como uma quebra do seio familiar, o fim da dominância patriarcal em prol de um valor mais simbólico, como o deixado pelo vô do personagem, mas acaba tudo sendo meio que ao troco de nada.
O valor poético do livro está nas ambiguidades que ele explana, algo que se relaciona muito bem com os conceitos temporais e religiosos que contem essa ambivalência. Por exemplo: os olhos são classificados tanto como algo que vê, como algo que é visto, revelando uma natureza do indivíduo. O problema é que esse discurso se torna, facilmente, prolixo e não de um bom jeito, o livro acaba se esgotando muito facilmente.

Mas talvez seja justamente essa prolixidade que revela um desejo por uma concretização religiosa, citando o próprio livro ''era um deus que eu podia pegar com as mãos'', mesmo que descontextualizada é uma frase que revela uma busca por concretude, como a busca do personagem, que tenta racionalizar um lado místico, levando ele a sair do seio familiar, depois voltando para ele quando percebe certa desilusão, agora tenta voltar, de forma quase inconsciente, a ter uma relação mais mística.

O final me parece mais uma forçação de tentativa de quebra desse ciclo, que em nenhum momento se justifica, acaba sendo mais o impacto pelo impacto. Podemos toma-la como uma quebra do seio familiar, o fim da dominância patriarcal em prol de um valor mais simbólico, como o deixado pelo vô do personagem, mas acaba tudo sendo meio que ao troco de nada.
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Val | @livre_se_clube 14/09/2020

Livro indigesto
Uma leitura muito difícil de se fazer, ainda assim um bom livro, pois a escrita do Raduan Nassar é belíssima. Um livro pesado e trágico, difícil de digerir.
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Andrade 08/09/2020

Quando se vive em uma família muito rigorosa e conservadora, acaba criando filhos reprimidos e isso faz com que os mesmos procurem seguir a sua vida longe de casa, que foi o caso de André.O personagem não tinha uma relação tão boa com o pai, tinha alguns pontos em que o pai era muito autoritário e isso foi desgastando a relação de pai/filho, ao ponto do filho sair de casa.
Então, do que se trata todo o enredo? Da descoberta do mundo para o adolescente/adulto, das histórias que presencia, de sair de casa para o mundo e se sentir dono do seu nariz. Quem não quer isso? ?... todo espaço existe para um passeio, passei a dizer, e a dizer o que nunca havia sequer suspeitado antes, nenhum espaço existe se não for fecundado,como quem entra na mata virgem e se aloja no interior, como quem penetra num círculo de pessoas em vez de circundá-lo timidamente de longe...?
A ida do filho, trouxe sofrimento para toda a família, mesmo com todos os problemas, ele foi embora sem deixar rastro, a pergunta que ficava era: por quê? Um dos grandes fatores que fez com que o personagem seguisse seu caminho não irei citar aqui, apenas fazer com que o futuro leitor tenha curiosidade e venha fazer essa jornada no novo mundo do André. ?Desde minha fuga, era calando minha revolta (tinha contundência o meu silêncio! Tinha textura a minha raiva!) que eu, a cada passo, me distanciava lá da fazenda, e se acaso distraído eu perguntasse ?para onde estamos indo??...?
Como diz o ditado ?um bom filho a casa torna?, André volta e todos o tratam com muito amor, sobretudo o pai, aquele que foi ?responsável? pela ida do filho e entre um diálogo e outro, ?... a vítima ruidosa que aprova seu opressor se faz duas vezes prisioneira a menos que faça essa pantomima atirada por seu cinismo...?, aqui fica nítido o porquê do filho ter que seguir seu rumo, sua vida, e é isso que muitos jovens de hoje em dia quer, fugir do seu opressor, da sua família, que apesar de fornecer todo o conforto, esquece do mais importante: deixar os seus tomarem suas próprias decisões, seus caminhos, sua liberdade. Com isto, Lavoura Arcaica trata-se da descoberta da vida adulta e dos atritos, medos,e a volta para sua família, assim, mais experiente, dono do seu próprio nariz e acima de tudo, respeitado.
Siman 09/09/2020minha estante
muito bom!


Andrade 12/09/2020minha estante
Valeu, meu amigo.




Carol @leitoraflorida 31/08/2020

Pesado.
Está não foi uma leitura agradável, e muito menos fácil. Na primeira parte conhecemos André, o filho pródigo, ele nos apresenta sua família no meio de uma chuva de fluxos de consciência perturbadores, jogados de uma só vez em seu irmão Pedro, o filho mais velho em busca da reconstrução de sua família, através da volta de André, a ovelha que estava perdida. 

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🌾"Que queres, senhor, o espírito do vinho subiu-me à cabeça e não posso responder pelo que fiz quando ergui a mão contra o meu benfeitor." 🌾

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Lavoura Arcaica trás a tona toda sujeira de emoções e sentimentos escondidos no seio de uma família. Apesar de ser um livro curto, penei muito para concluir a leitura, e ao final dela permaneceu em minha boca um gosto amargo. O primeiro instinto é o de expelir aquele asco no paladar, mas conforme todo o romance se ajeita em sua mente, você percebe que não trata de algo ruim, mas sim de um gosto que seu paladar não está habituado, e que dificilmente provará novamente. Impossível sair indiferente dessa leitura, entretanto não é um livro que recomendaria, toda a sua áurea mórbida e depressiva me fez muito mal, a presença de muitos gatilhos pode desencadear sentimentos ruins no leitor.
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Ainda assim ressalto que não é um livro ruim, na verdade é muito bem escrito e construído, não descarto ler outros romances do autor, mas por hora ficarei longe dessa lavoura.
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Marco 16/08/2020

Só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas ?

É difícil falar mais que isso, é tanta coisa. É um conflito interno, é um conflito familiar, é a mudança tentando se impor no mundo numa tentativa arriscada , é o sofrimento de nascer na hora errada e sentir o peso da tradição como culpa, o desejo como pecado. Somos todos vítimas do tempo que jamais se faz estatico, que muda as coisas de forma ininterrupta , sempre excedendo o desejo dos que conservam, sempre faltando aos que precisam de mais. O tempo nos mata, e também nos tortura.
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Robson 14/08/2020

Clássico que clareia o poder e a beleza do nosso português.

A primeira vez que tentei ler Lavoura Arcaica não devo ter passado do capítulo 10. E se havia chegado a tanto, mal tinha entendido a narrativa hahahah. Decidi dar lugar a outra leitura e retomar a história de André no futuro. Agora, com mais calma e no silêncio que a vida quarentenada traz, foi mais fácil de absorver o tom poético e o fluxo de consciência empregado por Raduan nesta obra tão famosa do autor.

Com certeza esse é um livro que abre discussões e é também aberto a interpretações diversas. Cada vez que chegava mais perto do final, imaginar os possíveis acontecimentos quase não me deixavam avançar.
A história narrada por André sobre seu amor desventurado por Ana, bem como sua relação com os demais membros do tronco familiar, em especial pai e mãe, é digna de releituras pois, a cada uma, a riqueza das páginas será sempre mais evidente.

''[...] é forte quem enfrenta a realidade; e depois, estamos em família, que só um insano tomaria por ambiente hostil.''

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@andressamreis 14/08/2020

Clássico nacional
Ler Lavoura Arcaica foi pra mim A Experiência de Leitura! A verborragia complexa de André com suas metáforas, simbologias e signos entorpece. Sentia minha cabeça dando giros diante de seus significados. A historia de pouco menos de 200 folhas poderia ser resumida em uma, porém o importante desta obra é o viver a escrita de Raduam Nassar a cada parágrafo.

Recomendo com a certeza de que sua impressão será totalmente diferente da minha!
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Maju 31/07/2020

Sigam @llinguadegata
Minha considerações estão nesse post
https://www.instagram.com/p/CAd3q6eHmZc/?igshid=10holkmn83nzo
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