Joao.Paulo 15/09/2020
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O principal mote do livro é a relação do personagem com o tempo, que aqui é tomado como algo subjetivo, ao mesmo tempo que é uma barreira impossível de ser ultrapassada, tomando uma dimensão religiosa de cura por meio da destruição. Essa dimensão religiosa é algo quase que implícito no conceito de tempo por si só, mas que é concretizada introduzindo a religião por si mesma.
O próprio nome do livro evoca uma significado nostálgico, ao mesmo tempo que crítico. Arcaico seria algo antigo e decadente, já a lavoura, pelo menos para mim, evoca essa ideia nostálgica de algo distante e bucólico. O que o personagem busca é uma redenção entre esse conflito do passado e do presente, do desejo de retorno, ao mesmo tempo que tem desprezo pela família.
O valor poético do livro está nas ambiguidades que ele explana, algo que se relaciona muito bem com os conceitos temporais e religiosos que contem essa ambivalência. Por exemplo: os olhos são classificados tanto como algo que vê, como algo que é visto, revelando uma natureza do indivíduo. O problema é que esse discurso se torna, facilmente, prolixo e não de um bom jeito, o livro acaba se esgotando muito facilmente.
Mas talvez seja justamente essa prolixidade que revela um desejo por uma concretização religiosa, citando o próprio livro ''era um deus que eu podia pegar com as mãos'', mesmo que descontextualizada é uma frase que revela uma busca por concretude, como a busca do personagem, que tenta racionalizar um lado místico, levando ele a sair do seio familiar, depois voltando para ele quando percebe certa desilusão, agora tenta voltar, de forma quase inconsciente, a ter uma relação mais mística.
O final me parece mais uma forçação de tentativa de quebra desse ciclo, que em nenhum momento se justifica, acaba sendo mais o impacto pelo impacto. Podemos toma-la como uma quebra do seio familiar, o fim da dominância patriarcal em prol de um valor mais simbólico, como o deixado pelo vô do personagem, mas acaba tudo sendo meio que ao troco de nada.
O valor poético do livro está nas ambiguidades que ele explana, algo que se relaciona muito bem com os conceitos temporais e religiosos que contem essa ambivalência. Por exemplo: os olhos são classificados tanto como algo que vê, como algo que é visto, revelando uma natureza do indivíduo. O problema é que esse discurso se torna, facilmente, prolixo e não de um bom jeito, o livro acaba se esgotando muito facilmente.
Mas talvez seja justamente essa prolixidade que revela um desejo por uma concretização religiosa, citando o próprio livro ''era um deus que eu podia pegar com as mãos'', mesmo que descontextualizada é uma frase que revela uma busca por concretude, como a busca do personagem, que tenta racionalizar um lado místico, levando ele a sair do seio familiar, depois voltando para ele quando percebe certa desilusão, agora tenta voltar, de forma quase inconsciente, a ter uma relação mais mística.
O final me parece mais uma forçação de tentativa de quebra desse ciclo, que em nenhum momento se justifica, acaba sendo mais o impacto pelo impacto. Podemos toma-la como uma quebra do seio familiar, o fim da dominância patriarcal em prol de um valor mais simbólico, como o deixado pelo vô do personagem, mas acaba tudo sendo meio que ao troco de nada.