Resenhas - A Sangue Frio

Mariana 07/02/2019

A Sangue Frio
No início, o livro flui lentamente e é difícil pegar o ritmo, mas a medida que evolui, provoca no leitor a curiosidade de entender o caso do assassinato da família Clutter. Algumas partes foram meio confusas, com muitas informações e detalhes misturados. Por ter lido em e-book, não me senti tão envolvida na história. Porém, foi interessante e assustador ler sobre um caso real e sobre pessoas reais e suas peculiaridades psicológicas.

Ray 05/11/2022

Foi um dos livros que mais demorei para ler este ano, não que a obra seja ruim longe disso.

Capote este livro juntou o literatura e o jornalismo, dizendo ter então criado um novo gênero, para narrar um crime bárbaro, onde 40 dólares custou a vida se quatro pessoas de uma mesma família.

O crime ocorreu em 1959, mas só em 1965 passou a ser contado por Truman.

O que era pra ser apenas uma coluna de jornal se tornou um livro, trazendo a descrição do crime, todo o julgamento e principalmente a caracterização dos assasinados Perry e Dick, trazendo também sobre o passado de cada um e possíveis acontecimentos que podem ter ocasionado os problemas mentais (apesar de ambos saberem que o fizeram foi errado).

O livro é cheio de detalhes o que me leva a imaginar se realmente não é ficcional (como o próprio autor descreve).

Fui mais afundo e pesquisei sobre as críticas ao livros, muitos viram a obra de Truman como um embelezamento de um crime triste e violento.

Vale a leitura.

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Anna 21/11/2022

Leitura excelente! Achei que teria dificuldades devido à linguagem, mas isso não ocorreu. O autor intercala a narrativa entre a vida das vítimas e dos assassinos, com relatos dos vizinhos e toda a história ficou bem presa e cativante. Indico muito a leitura! Apesar de eu ter tido contato por uma leitura obrigatória, gostei bastante.

Marina 19/06/2019

A sangue frio
Terminei!!!!!

Eu não sei porquê demorei tanto tempo pra conseguir finalizar a leitura desse livro, mesmo sendo uma leitura fluída e muito boa. A escrita do Capote é uma delícia, deixa o livro muito fácil e gostoso de ler.

É meio difícil julgar um livro baseado em uma história real, mas ok, vamos lá.

A "primeira parte" do livro conta bem mais sobre o mistério do crime, as investigações, a busca pelos assassinos e, principalmente, a família Clutter. Eu ia lendo o livro e o que eles fizeram no último dia de vida deles e ficava agoniada porque é tão triste ver que eles nem tinham ideia e como eram uma família boa, o livro te envolve muito e você acaba se sentindo um morador da cidade e fica tão triste quanto quando encontram a família assassinada.

A "segunda parte" fala mais sobre quando descobrem/prendem os assassinos, detalhes do crime, o julgamento e a execução.
Eu sou MUITO interessada em crimes e, principalmente, a mente dos criminosos, é algo que me prende muito. A parte do julgamento e da execução do Perry Smith e do Richard Hickock foi, pra mim, a melhor parte do livro. Toda a análise do porquê deles terem cometido aqueles crimes tá marcada com post it no meu livro!

Eu acho um livro que vale muito a pena ler SE você se interessar por crimes reais, não dá pra esquecer que as cenas horríveis relatadas não são ficção e não é qualquer pessoa que consegue ler isso e ficar ok (quando eles dão o depoimento de como aconteceram os homicídios e dos policiais contando como as vítimas estavam, eu tive que dar uma parada pra respirar).

Mas enfim, é um livro que vale muito a pena!

Pedro Almeida Prado Castro 04/07/2019

Sem fôlego
Acompanhar uma história sobre um assassinato brutal, tal qual o livro, já é o suficiente por si só no caso de ficção para tirar o nosso fôlego.
Mas, neste caso, fica ainda mais chocante o fato ter sido real.
O talento jornalístico de Capote está presente nos detalhes da história contada. Ele realizou entrevistas com todos os envolvidos para poder escrever matérias especiais para o jornal, inclusive, entrevistou os dois assassinos deste crime brutal.
Capote ainda conseguiu trazer a discussão a respeito do devido processo legal, imparcialidade dos juízes, e também sobre a penal capital (morte).
Diria que é um livro obrigatório aos jornalistas, bacharéis em Direito e qualquer um interessado numa história bem contada.
O mais impressionante, é a humanização que ele conseguiu fazer dos assassinos e também das vítimas. Aqueles ao não serem demonizados, e estes ao não serem transformados em santos.

joao 26/11/2022

Meu primeiro contato com o gênero e com o autor não poderia ser melhor, A Sangue Frio é o exemplo perfeito do que pode ser o jornalismo criativo e bem feito.

Jéssica Berton 03/10/2019

Chocada
"A Sangue Frio" o escritor Capote narra um crime horripilante sendo ainda pior por ser verídico, inaugurando o gênero de romance de não-ficção.

Essa estória em especial deixou meu emocional abalado, chorei bastante e tive que fazer várias pausas para respirar e refletir a respeito. É uma leitura bem difícil de digerir, porém, necessária.

Por um lado fiquei com pena dos assassinos, principalmente de Perry devido sua triste trajetória, mas por outro lado senti nojo e raiva por terem assassinado uma família indefesa de uma forma tão cruel e calculista sem um pingo de remorso.

A narração é bem detalhada, fiel a veracidade dos fatos. Outro aspecto é que o escritor é extremamente imparcial, o que me deixou bastante admirada.

Em suma, todo mundo tem que ler, principalmente o Posfácio, na qual trás uma curiosidade sobre o autor, vocês amigos leitores vão ficar chocados com o Capote.

Ariana.Cunha 03/11/2019

"A única verdade que realmente sei: Os seres humanos me assombram."
A Sangue Frio é uma obra que se encaixa no chamado Jornalismo Literário, sendo Truman um dos precursores desse gênero.

O livro conta a história da família Clutter que foi brutalmente assassinada em 1959 em Holcomb, uma cidadezinha com menos de 300 habitantes localizada no Kansas/EUA.

A forma como Capote escreve é extremamente envolvente. Ele nos conta os pormenores dessa tragédia com pitadas de ficção.

A família Clutter era rica, honesta e de bons princípios. Não tinham pendências que "justificasse" o crime. Mas tinham as moedas douradas que enfeitiçaram os olhares e corações de Richard Hickock e Perry Smith. Hickock, após uma conversa casual quando ainda estava preso com um ex funcionário da família Clutter, viu-se tentado a assaltá-los logo quando fosse solto. Assim, ao estar em liberdade, junta-se a Perry e dá cabo ao plano...
O crime parecia perfeito, mas graças à uma testemunha aparentemente "inofensiva", ambos são pegos.
A narrativa é tão real que causa medo. Perdi (enquanto lia) por algumas noites algumas horas de sono... Associei com minha vida pessoal o fato de ser abordada em sua própria casa por ladrões... Com isso pude intensificar a imaginação quanto ao desespero daqueles quatro membros de uma família diante a mira de armas.
Truman não poupa o leitor. Fala do quão chocante foi ver aquela família em seus caixões com os rostos cobertos com faixas... Fala do medo dos moradores daquele lugarejo e da instabilidade causada após o evento. Diante de fatos marcantes, nada assusta mais do que as descrições dos dois assassinos e suas falas enquanto estavam no corredor da morte. Hickock e Perry são frios. Em nenhum momento mostraram-se arrependidos. Capote, ao narrar especificamente a infância e juventude de Smith, usa das palavras para nos levar a sentir pena de Perry, mostrando o quão desgraçada foi sua vida. Um caminho de desprezo, pobreza, dor e solidão... Mas com o mesmo recurso, ele nos apunhá-la com um golpe de realidade ao descrever uma ou outra barbaridade cometida pelo menino dos seus olhos. Nos encontramos numa oscilação contínua de um sentimento paradoxal.
O envolvimento do leitor é inevitável... Senti em alguns momentos pena e me culpei por isso, mas o desejo de justiça prevaleceu, e, sinceramente, isso me trouxe alívio...
Ver o discorrer de toda a história trouxe inquietações e curiosidades... Pesquisei tudo o que podia sobre o fato. Deixei que a compaixão por quem até então nem sabia que já tivesse existido tomasse conta de mim...

Com certeza é um dos melhores livros que li até hj.
Recomendo... Desejo força aos que o lerão, pois termino classificando-o como pesado, brutal.

Maiara.Alves 10/11/2019

Jornalismo e romance se unindo para criar uma obra única
Um romance de não-ficção, o mais conhecido trabalho de Truman Capote. Eu já esperava gostar da leitura, apenas elogios era dados a esse clássico. Mas lê-lo é sim uma experiência e tanto. A forma como o romancista e o jornalista se misturam faz ser único o livro. Para quem gosta de jornalismo, para quem gosta de romance criminal, para quem gosta de um livro bem escrito é uma ótima pedida. Ao se debruçar na pesquisa e investigação de um caso real de assassinato ocorrido no Kansas em 1959, Capote traça um perfil gracioso e ao mesmo tempo profundo de cada personagem, ao mesmo tempo em que desenvolve uma prosa rica e deliciosa de se ler. É uma obra prima da literatura universal.

Codinome 14/01/2020

Um pouco sobre "A sangue frio"
Sou suspeito para falar de um gênero policial: normalmente a chance de um livro desse tipo me ganhar é fácil. Em 2019, por exemplo, dos 9 livros que li, meu preferido foi um policial: o prestigiado “A trilogia de Nova York”, do americano Paul Auster. No caso de agora, também é de um americano: o jornalista Truman Capote.

Ainda nesse âmbito do romance policial, uma boa obra desse gênero (pelo menos para mim) é aquela que consegue trazer novas problemáticas e embocaduras nesse terreno que já foi manejado por diversos grandes escritores desse tipo de narrativa. Em “A sangue frio”, a própria concepção do livro já é um grandioso diferencial, não só nesse ramo literário, mas na literatura em geral.

A história aconteceu de fato e não é spoiler (embora pareça) esse resumo: em 1959 ocorreu o assassinato de uma família inteira na cidade de Holcomb, localizada no estado do Kansas. O estranho caso, que não deixou suspeitos claros à primeira vista e nem supostas motivações para o crime, atraiu o jornalista Truman Capote para a região. Se não me engano, ele ficou cerca de 5 anos acompanhando o desenrolar dessa investigação. Aliás, a relação de Capote com essa pesquisa já dá uma bela de uma história real a parte: indico o filme “Capote”, de 2005, que traz um ótimo retrato dessa situação e do polêmico escritor (hoje quando faço minhas pesquisas sobre o autor, pois sempre gosto de saber quem está por trás do livro que leio, vejo que ele ainda gera muitas controvérsias).

Voltando à literatura, pode-se dizer que ele conseguiu a proeza de inaugurar, pelo menos formalmente, o jornalismo literário: que é tratar de um tema que ocorreu de verdade (ou seja, o trabalho de um jornalista) utilizando-se da riqueza literária em contar histórias; sendo publicado em quatro partes, na revista The New Yorker, em 1965. E é nesse ponto, na concepção do livro, que ele coloca o gênero policial em outro nível; pois a leitura que fazemos fica, inevitavelmente, diferente: tocou-me mais, pois a brutal situação ocorreu de verdade na remota cidadezinha do Kansas, não foi algo inventado, embora, muitas vezes, pareça que seja.

Pensando na relação que ele tem com outros livros que já li, posso citar alguns: o início de “A sangue frio”, devido à intercalação de duas histórias que se convergem e também pelos personagens Perry e Dick, lembrou-me um romance policial chamado “Killshot”, de Elmore Leonard. Tanto Perry quanto Armand Degas possuem traços indígenas e acabam sendo “vilões” nas duas histórias.

“Crime e castigo” (Dostoiévski), um clássico da literatura russa, também apareceu em minha memória por essa linha narrativa que caminha do crime para o castigo. E, mais próximo ao fim, a ambientação do tribunal e o julgamento dos assassinos me recordou a segunda parte de “O estrangeiro” (Camus).

Um livro que tem um traçado narrativo muito bom, bem escrito e que me prendeu. Para muitos, um clássico logo ao ser lançado.

Guilherme.Silva 09/02/2020

- O assassinato da família Clutter, no Kansas em 1959
- História do crime até execução dos assassinos
- A Família: Pai, mãe e casal de filhos mais novos, amarrados, amordaçados, o primeiro degolado e em seguida, assim como todos os outros, morto a tiro de espingarda na cabeça.
- Perry e Dick, os assassinos, planejaram um assalto sem testemunhas, acreditando ter um cofre escondido que não existia.

- Capote passou 6 anos para escrever esse livro, colhendo testemunhos dos moradores da pequena cidade, dos investigadores e com mais afinco dos próprios assassinos. Em momento algum o narrador (Capote) interfere com opiniões, ele tem a habilidade de moldar a personalidade de cada personagem, principalmente os assassinos, somente com os relatos colhidos. Percebi que há uma predileção por Perry, ao pesquisar descobri não ser o único a achar, há muitas histórias de como era a relação de Capote com o criminoso. Verdade ou não, essas histórias, e não são poucas, tornam o livro ainda mais interessante.

wevertonaguiiar 26/03/2020

Um romance perfeito
Esse é um livro absolutamente perfeito do ponto de vista literário. Apesar de algumas polêmicas em relação a veracidade do que foi posto no livro pelo autor, o livro enquanto romance é simplesmente incrível.

Ninguém começa a ler esse livro sem saber de todo o seu contexto, porém, se alguém fizesse isso poderia facilmente confundi-lo com um romance, que é basicamente a essência e intenção de Capote.

As discussões levantadas pelo livro e pelo autor são incríveis. Pena de morte, violência, realidade material etc. Eu apenas gostaria de sentir mais o autor dentro da história, tendo em vista que ele passou mais de seis anos escrevendo e desenvolvendo a história. Vi e ouvi algumas resenhas do livro que parecem que simplesmente não pegaram a essência do livro.

Alguns resenhistas tentaram eximir o Capote de romancear com segundas intenções a vida de um dos criminosos, Perry. É evidente a tentativa dele aqui, porém, eu jamais conseguiria ver isso como algo ruim. E não, Perry definitivamente não estava relatando os assassinatos como se tivesse ido comprar uma banana na feira. Dá pra sentir, em alguns momentos que ele se arrepende e realmente sofre pelo acontecido. Em outros, isso não fica tão evidente. Mas isso só ajuda a criar uma certa ambiguidade que permeia praticamente todo o livro.

Enfim, ?A Sangue Frio? é um excelente livro e deve sim ser lido.

giio 27/03/2020

Favores Vulgares é melhor
O livro é legal, bem escrito, mas a história foi um pouco monótona, quase chato.

Esperava mais. quando me indicaram, fizeram uma propaganda muito grande, muitos elogios. Achei um livro normal, muito descritivo, parecido com uma matéria de jornal, impessoal, sério e enorme.

É um bom livro mas não houve supresas nem emoções. Foi como ler uma reportagem por 8 horas sobre a mesma coisa.

Pra quem gostou, recomendo fortemente ler o Favores Vulgares, que segue o mesmo estilo, formato e linguagem sobre a morte de Gianni Versace. Bem mais emocionante, e talvez, pesado, na minha opinião.

LucasGranadeiro 06/04/2020

Documentário do caso em forma de livro.
Truman Capote junto de Harper Lee, fizeram um excelente trabalho nesse livro, foram 6 anos colhendo depoimentos, conversando com os assassinos da família Clutter, a reconstituição do crime realizada juntando todos os elementos é perfeita você se sente dentro da cena. Sem dúvidas é uma história altamente imersiva e mesmo o livro tendo em torno de 500 páginas, você lê bem rápido. Recomendo aos amantes de "true crime".

sara 24/06/2020

Genial
Existe uma razão pela qual alguns livros se tornam clássicos memoráveis para o resto de toda a história humana enquanto outros desaparecem. E eu tenho certeza que daqui a dois mil anos esse livro em específico vai continuar sendo mencionado, referenciado, lembrado.
A realidade nua e crua desse livro é um espelho perfeito da vida real. Todos nós conhecemos pessoas como as mostradas lá. Esse livro é sobre a natureza humana, que mesmo em sua simplicidade é incrivelmente complexa.
Provavelmente o mais bem escrito que já li. O mais real que já li. Um dos que realmente me fez refletir. É simplesmente soberbo. Se estiver na dúvida, leia. Não existe outro livro igual a este.