Laila.Esteffany 06/03/2024
Li e gostei, reli e amei!
Como é possível saber pelo título, eu já havia lido esse livro anteriormente, mas o tinha lido apenas como mais uma história de causa e consequência. Porém, após a minha releitura, eu percebi que esse livro trata, também, de uma análise comportamental e acho que muito disso se deve ao formato e a maneira como a história é contada, pois se trata de um romance epistolar, que, para mim, serviu como uma luva.
Um pouco da sinopse: Carrie White é uma menina que sofre muito bullying na escola e tem como figura materna Margaret White, uma fanática religiosa. Após um certo acontecimento, Carrie acaba por descobrir que possui poderes telecinéticos... Como controlar esses poderes em meio a tanta humilhação?
Esse é o romance de estreia do Stephen King e acho que ele não poderia ter começado de maneira mais icônica. A forma que ele escolheu para contar a história é muito envolvente, os fragmentos de reportagens, entrevistas e trechos de livros, e tudo isso misturado com a narrativa em vários pontos de vista deixou a história ainda mais rica.
A maneira como ele constrói a Carrie é divina, o seu sofrimento diário, tanto em casa quanto na escola, sua confusão com esses dois mundos, sua estranheza consigo mesma e com os acontecimentos ao seu redor, sua ingenuidade e, até mesmo, inocência, seu esgotamento e sua raiva. Ela é uma personagem cheia de nuances e camadas que conseguem ser apresentadas em poucas páginas de maneira excelente. A Margaret White é uma personagem que dá medo justamente por ser muito real, ela é totalmente desequilibrada e possui ideais inacreditáveis de tão bizarros, além de exercer um poder de manipulação muito grande sobre a Carrie, justamente por ser sua mãe. Outros personagens aqui são bem interessantes, a Sue, por exemplo, com a sua autocrítica que leva a lugares que ela nem imagina. O Tommy, um cara super bacana e, possivelmente, a única pessoa que conseguiu enxergar a Carrie como algo além do bode expiatório da turma, um fofo.
Enfim, amo o livro, a cena do baile é apoteótica, assim como todo o desenrolar que vem depois disso. O King soube descrever bem a raiva feminina, principalmente no aspecto do oprimido que se torna opressor e escreveu um bela e trágica história anti-bullying. HE IS MY MASTER!!!