A arte de fazer um jornal diário

A arte de fazer um jornal diário Ricardo Noblat




Resenhas - A arte de fazer um jornal diário


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Anna Duzzi 29/09/2009

Eu não poderia concordar mais com as palavras do amigo Felipe Cruz.
Acrescento ainda o fato de a escrita ser marcada por uma certa prepotência que, além de tornar a leitura desagradável, nos faz torcer o nariz e anula toda a credibilidade do autor.
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Felipe B. Cruz 17/02/2009

Não explica o que é a arte de fazer um jornal diário
O livro é interessante. Mostra passagens curiosas da rotina do jornal O Correio Braziliense. Mostra até algumas capas e matérias vencedoras de prêmios. O livro, no entanto, me parece uma ode ao jornalismo de Ricardo Noblat e a história se perde na disputa interna pelo poder dentro do Correio e dentro do grupo dos Diários Associados. Acho o título incorreto para o que se encontra dentro do livro. Na realidade, o livro não explica qual é a arte de se fazer um jornal diário e se prende muito apenas a experiência pessoal de Noblat.
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Helen Fernanda 18/02/2009minha estante
Exatamente.




Juli 23/10/2009

Jornal diário de Noblat
Apesar de Noblat falar muito de si mesmo e sobre o jornal no qual trabalhou, “A arte de fazer um jornal diário” é uma leitura descontraída, bem humorada e bem escrita. O autor escreve de forma simples, conta algumas de suas experiências e critica vários aspectos da imprensa atual.
É indicado para estudantes de jornalismo por proporcionar uma visão ampla do cenário do jornal impresso e nos dá uma idéia das medidas que devem ser tomadas para prolongar a “vida” dos jornais atuais, mesmo que o autor afirme que a extinção deles é apenas uma questão de tempo.
Ricardo Noblat faz duras críticas aos jornais, empresas de comunicação e jornalistas, algumas vezes cita até nomes, sem medo de repercussões, fazendo com que seu livro se torne uma leitura informativa e crítica.
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billie 03/09/2010

É um ótimo livro para quem não vai trabalhar com jornalismo e um livro regular para jornalistas. As histórias que ele usa para exemplificar são boas, mas o livro é BEM básico e muito clichê. Enfim, mais um manual que apresenta a profissão romantizada, infelizmente!
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Gustavo 06/01/2012

Vida longa aos jornais!
Como fazer jornais responsáveis e informativos e como mantê-los em circulação com a forte concorrência da TV e da internet? O jornalista Ricardo Noblat usa sua experiência de 35 anos para responder essa pergunta no livro “A arte de fazer um jornal diário”, editora Contexto, 2003.
O livro começa com uma conversa entre um leitor e um jornalista numa banca de jornal. O leitor faz várias perguntas ao jornalista, perguntas que os leitores em geral fariam se tivessem a oportunidade de conversar com algum. O jornalista se esquiva, se sente incomodado e foge das perguntas. Noblat mostra nesse diálogo, como os jornais fazem pouca coisa para atender as reclamações dos leitores. Para o autor: “É o conteúdo que vende jornal. Somente uma mudança radical de conteúdo, aqui (Brasil) e em qualquer outro lugar, será capaz de prolongar a lenta agonia dos jornais” (p.17). Segundo a obra essa mudança consistiria em renovar os assuntos, interagir com os leitores, antecipar notícias que ainda estão por vir.
Além da exposição de “problemas técnicos”, Noblat faz uma reflexão ética, mostra a importância dos jornais como formadores de uma consciência crítica na sociedade. Em razão dessa importância, para ele os veículos de comunicação não devem ficar concentrados em poucos grupos. Devem ainda, publicar somente o que é de interesse público, e não devem copiar o que é mostrado na TV, que na maioria das vezes está preocupada apenas com a audiência.
De uma forma mais didática, mas não menos interessante, a obra trata de questões básicas, corriqueiras do jornalismo. Questões como relacionamento com as fontes, apuração, “faro jornalístico”. Exemplos simples e divertidos facilitam o entendimento e tornam a leitura muito mais “leve” e prazerosa.
Há também grande destaque para a escrita. O autor dá dicas valiosas, principalmente para os menos experientes, de como escrever um bom texto jornalístico. Apesar de afirmar não haver receita para escrever bem, Noblat aconselha evitar adjetivos e chavões, ser direto, claro e reescrever pois sempre é possível melhorar algo. Escrever como se fala, desde que certo, é outra dica interessante presente no livro. Os exemplos dizem mais que qualquer explicação: “Desconforto Hídrico (usar seca), Reposição Tarifária (usar aumento), Suspensão temporária de liberdade (usar prisão)” (p. 85).
No fim da obra o autor aproxima ainda mais os leitores do ambiente dos jornais. Para isso, conta os bastidores de uma extensa reportagem por ele feita e mostra detalhadamente o processo de reforma do jornal Correio Brasiliense, que segundo especialistas e dados estatísticos, após a reforma, passou a ser o jornal mais respeitado do Brasil. Uma linha do tempo recheada de imagens encerra o livro, e leva o leitor a uma viagem pelas datas que marcaram a vida da imprensa.
A maneira com que o autor trata todas as questões, muitas vezes se colocando entre os próprios leitores e fazendo uma autocrítica, conquista a confiança e a simpatia de quem lê a obra. Enfim, “A arte de fazer um jornal diário” é um ótimo livro para estudantes e recém-formados na área de jornalismo. É um ótimo livro para qualquer pessoa bem informada, que goste de ler. É um ótimo livro para “despertar” a importância da informação naqueles que não gostam de ler. É, sem dúvida, uma boa pedida, que agrada a gregos e troianos. Com o perdão destes últimos jargões. Noblat reprovaria.
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Luana 18/05/2012

Jornalismo para os desconhecidos.
O livro de Noblat tem uma linguagem bem gostosa de ler. Ao longo do texto o autor deixa pequenas notas, o que nos leva a impressão de o mesmo estar falando exatamente conosco.
Porém é um livro bem superficial sobre o jornalismo - ao meu ver - ele retrata informações básicas para quem quer se tornar um jornalista e não para quem já é um.

Vale a pena ler se você tem interesse em ingressar na profissão, pois ele aborda temas como a ética do jornalista que pode ser muito importante o seu conhecimento desde o primeiro momento.

Se você quer ser jornalista para ser ancora de um jornal, esqueça esse livro não é para você. Agora se você tem a ambição de ingressar no meio impresso, ele pode ser fundamental.
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Bruno 01/04/2013

Básico.
Primeiro livro que leio sobre a temática jornalística.
Sendo um estudante da área, eu gostei muito do livro do Noblat.
A linguagem é simples e ele aborda princípios básicos da carreira.

As experiências do Ricardo, realmente, são bastante exploradas no livro. Li que isso incomodou alguns leitores...

Bom, o Noblat é um ícone do jornalismo impresso no Brasil e suas experiências podem ser bastante enriquecedoras, principalmente se você tem o desejo de cobrir política.

O livro é essencialmente a respeito do jornalismo impresso. Porém, aborda questões fundamentais a respeito da ética na profissão, que servem para qualquer profissional da área.

É um livro basicão.
Mas que pode dar excelentes dicas para você, que é aspirante à jornalista.
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Taby Igrejas 19/05/2013

Simples Leitora - http://simplesleitora.blogspot.com.br/
Em poucas linhas o livro me conquistou. Com uma linguagem simples, uma narrativa dinâmica e bem humorada, Noblat nos mostra o papel do jornalista, dá dicas e fixa ensinamentos para exercer a profissão. Um ótimo manual, capaz de fornecer informação tanto aos leigos quanto aos estudantes de comunicação.
Para os interessados que desejam exercer a profissão, o livro em poucas páginas faz um resumo do que é necessário saber: O que é notícia, lead, reportagem, informação em OFF, como apurar, como atiçar a curiosidade do leitor, evitar redundâncias, etc.
Enquanto eu lia o livro, eu ri muitas vezes das situações narradas por Noblat. O pior é que eu leio muito no ônibus, então eu virava a página lia e ria. Honestamente, as pessoas deveriam me achar louca. Mas como não rir diante deste trecho:

"- Seu Raimundinho, o senhor é casado?, perguntou Coimbra depois de ler uma notícia que ele reescrevera.
- Sou sim, seu Coimbra, respondeu Raimundinho com a voz trêmula.
- É feliz no casamento?, provocou Coimbra.

Sem saber aonde ele queria chegar, Raimundinho respondeu que era feliz, sim, e olhou para o chão humildemente. Coimbra continuou o interrogatório sem nem olhar para o redator de pé diante dele:

- Sua mulher é fiel ao senhor?
- Claro que é, seu Coimbra, replicou Raimundinho.
- O senhor tem certeza de que não é corno?
- Que é isso, seu Coimbra? Minha mulher é uma mulher direita, honesta. Eu sou bem casado. Por quê?
Foi quando Coimbra encaixou o golpe:
- Porque somente um corno escreveria o que o senhor escreveu. O senhor começou esta notícia assim: "Pelo simples fato de ter encontrado sua mulher nos braços do amante, o comerciário Francisco José de Araújo a matou ontem com três tiros." O senhor acha, seu Raimundinho, que é um simples fato encontrar a mulher nos braços do amante?"

Depois disso, garanto que qualquer um teria o maior cuidado na hora de escrever... No jornalismo, o repórter não deve dar sua opinião sobre o fato. Se é algo "simples" ou não, não cabe a ele dizer.
O livro foi uma revisão de muita coisa que aprendi desde o meu primeiro período de jornalismo até hoje. Enquanto lia, eu lembrava das aulas de introdução ao jornalismo, técnicas de reportagem e telejornalismo.
A arte de fazer um jornal diário, fala sobre a crise dos jornais que precisam se renovar diante dos novos meios de comunicação, o papel desempenhado por eles e a reforma que eles sofreram. Noblat aponta em diversos aspectos de como era o velho jornal e como é o novo. Se hoje temos a informação instantânea com o rádio, Internet e a televisão, como o jornal ainda sobrevive? Não é fácil! Aí entra a questão de uma reforma. O leitor do jornal, já sabe o que aconteceu quando vai lê-lo. Já ouviu, ou viu... Mas muitas vezes desconhece os detalhes. O que levou a tal acontecimento? O que irá acontecer depois? O jornal impresso procura então detalhar a notícia que é pincelada no rádio e na televisão.
Noblat ainda enfatiza que não há uma receita única para escrever bem, mas o jornalista deve saber como fazer tal coisa. Ele afirma que há uma "obrigação de escrever bem para quem vive de escrever." Eu ainda completaria, diria também que requer talento e bom senso.
Também vemos grandes erros dos jornalistas, como o fato de se achar no "poder", achar que já sabe de tudo, se tornar amigo de suas fontes ou ainda aceitar presentes, convites ou favores.
Um livro apaixonante no qual não consigo ver pontos negativos, talvez, apenas um pouco repetitivo em alguns pontos para quem estuda sobre o assunto. Mas ainda assim, uma ótima leitura. Fica aqui minha indicação para qualquer um que está cursando jornalismo ou deseja cursar!

Link da resenha: http://simplesleitora.blogspot.com.br/2013/05/resenha-arte-de-fazer-um-jornal-diario.html#more
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jussaraleite 16/06/2013

Um pouco sobre a arte de fazer um jornal diário
Essa é uma obra que, entre uma história e outra, apresenta, de maneira bem didática, orientações para que isso seja possível. Sob o epílogo do escritor e jornalista Gabriel García Marquez, que sobre a profissão afirma: "o jornalismo é uma paixão insaciável..." que "ninguém que não a tenha sofrido pode imaginar essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida..." Entre outros sentimentos que esse ofício "incompreensível e voraz", que pode causar "palpitação sobrenatural", "orgasmo" e "demolição moral".
Amparado pela premissa de que "a imprensa existe para satisfazer os aflitos e afligir os satisfeitos", o livro fala da importância desse contar o que se viu, viveu e apurou, não somente se contentar com declarações; e do futuro dos jornais, e para que eles servem, e sobre as mudanças editoriais e gráficas de que o autor participou no Correio Brasiliense, além de indicar uma bibliografia importante para os estudantes da área.
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Bianca 15/07/2013

Livro "A arte de fazer um jornal Diário"
Li o livro em 1 dia *o*
Sabe aqueles livros que parece que se tu parar de ler vai perder “o fio da meada”? Pois é. É um livro muuuuito interessante, mas eu o recomendo só para quem vai ou esteja fazendo faculdade de jornalismo, ou só para pessoas que tenham interesse no assunto. Porque é um livro que explica só coisas relacionadas à profissão, fala sobre as fontes, sobre o dia-a-dia, sobre erros, conta histórias, fala sobre a história de jornais. Explica vários detalhes, tirando muitas dúvidas. Ás vezes tu tem uma dúvida, mas fica em dúvida em perguntar, pois esse livro responde.
Ricardo Noblat, que é o escritor desse livro, é colunista do jornal o Globo, ele conta muitas histórias que ele viveu e, ou que conhecidos viverão, por isso, acho que fica tão real, ele escreve de uma forma muito gostosa.
Ah, e outra coisa que não posso esquecer, são as fotos de publicações de jornais antigos que tem no final do livro, é muito legal ver fotos de publicações antigas. E o mais legal, é uma linha do tempo de fatos marcantes do jornalismo, é uma linha do tempo meeesmo, com datas, fotos. Muito interessante! Interessei-me tanto pelo livro que acho que vou comprar um pra mim, (hahaha) já quero ler o livro de novo com mais calma. O livro é maravilhoso

site: http://enfimdezoitoanos.blogspot.com.br/2013/04/livro-ii-arte-de-fazer-um-jornal-diario.html
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renanmendes 28/08/2013

O jornal de Ricardo Noblat
Delícia. É assim que eu descrevo a leitura desse livro. Leve, engraçado e ousado, Ricardo Noblat faz uma análise de como o jornalismo impresso é feito hoje no Brasil: seus erros, acertos (mais erros que acertos, diga-se de passagem), as previsões de onde esse jornalismo vai parar e, o melhor de tudo, dá dicas, a partir de sua experiência, de como trabalhar melhor a informação, de como melhorar o texto, de como entender o leitor - enfim, de como fazer um jornalismo impresso melhor, num mundo onde rádio, televisão e internet têm meios mais rápidos de se noticiar fatos.
Leitura obrigatória para alunos de jornalismo e comunicólogos em geral. Mas se você estudar medicina ou filosofia, não tem problema, não. Ele aceita todos que estejam interessados em melhorar a comunicação nesse país, mesmo que não trabalhe numa redação de jornal.
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Libs 18/04/2014

Uma introdução ao jornalismo
O autor inicia sua obra com um diálogo entre um jornalista e um leitor em uma banca de jornal. E com indagações do cidadão ao jornalista, põe em questão alguns dos principais assuntos que circundam o jornalismo. A princípio aborda o fato da crise do jornal impresso, devido ao modelo do mesmo, que muitas vezes desagrada às pessoas, o preço elevado, dentre outros fatores. Mas o medo de mudar é maior do que o medo de ver o fim do jornal impresso. Além dos problemas naturais, a variação midiática (rádio, TV e Internet) do mundo atual também o enfraquece diariamente.
Noblat procura esclarecer a funcionalidade do jornal e que jornalismo deve ser entendido primeiramente como serviço público. Os principais deveres dos jornalistas têm relação direta com a honestidade, tanto com a sociedade, quanto com si mesmo. E tal honestidade deve ser mantida também na obtenção de informação. A ética muitas vezes é desrespeitada por jornalistas, pela “cegueira” de querer transmitir informações a qualquer custo. O que vale também para a reflexão na questão da invasão de privacidade na vida de pessoas famosas, assunto que não contribui em nada.
A evolução do jornalismo, suas formas e recursos que devem ser dominados pelos jornalistas também são abordados no livro. Antigamente, pouco se exigia de um jornalista, ao contrário de hoje que é necessário ser um “profissional completo e polivalente”, como diz o autor. Espera-se de um jornalista bem mais do que informação, mas que ele acompanhe a evolução multimídia, que conte uma história da melhor forma, utilizando recursos como infográfico, tabela, fotografia etc. Sem contar no que desde sempre fora essencial, o “faro jornalístico”.
A boa escrita, ou seja, a aceita pela norma padrão da língua é o fator primordial que deve ser dominado pelo jornalista. Os erros acontecem, porque jornalista é ser humano, mas é alvo de reclamação da parte dos leitores. Mas além de gramaticalmente correto, o profissional precisa escrever de modo a ser compreendido por todo tipo de leitor. Afinal, jornalismo é para servir a sociedade, sem segregação, e a palavra-chave é clareza. E ao contrário do que muitos pensam escrever bem não é dom, mas sim uma habilidade que se adquire lendo muito.
A obra é finalizada com uma cronologia da história da imprensa, de Gutenberg até os dias de hoje. Começa com a invenção do papel pelos chineses em 1455, passa por 1702 com o surgimento do primeiro jornal diário do mundo, com uma única página. Relata o impulso extraordinário à imprensa que a Revolução Francesa causou, a primeira publicação da Gazeta do Rio de Janeiro em 1808, o assassinato do jornalista Wladimir Herzog na Ditadura Militar. Em 1995 a Folha de São Paulo alcança a maior circulação da história da imprensa brasileira e nesse mesmo ano o Jornal do Brasil inaugura o primeiro jornal eletrônico do país, o JB Online.
Ricardo Noblat é jornalista há mais de 35 anos e retrata nesse livro, de maneira clara e simples, como um bom profissional, questões de suma importância no meio jornalístico, com uma visão de quem tem muita experiência. Cativa quem lê, mesmo que não seja um aspirante a jornalismo ou já formado. Sua obra expõe o leitor à realidade do jornalismo, em especial aborda o que é o jornal impresso na sua essência com suas dificuldades e conquistas. Sua leitura é fundamental aos iniciantes na carreira jornalística, pois é basicamente uma introdução à profissão.
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Luis 01/05/2014

Os papéis de embrulhar peixe.
A cada segunda feira em um dos espaços nobres da imprensa brasileira, a página 02 de “O Globo”, é publicada a coluna de Ricardo Noblat.
Extensão natural de sua febril atividade na internet, o trabalho semanal do veterano jornalista é uma referência para entender a pauta da sempre surpreendente e complexa política nacional. Sua autoridade de anos dentro de redações das mais diversas matizes, concede à “A Arte de Fazer um jornal diário” (Contexto, 2002) o status de guia fundamental para quem já milita ou pretende ocupar uma das cada vez mais raras vagas nos jornais do país.
Embora à primeira vista se pareça com um manual frio, que exala objetividade ao ditar regras fundamentais na atividade de apurar, escrever e editar as informações de relevo público, o livro, na verdade, é bem mais que isso. Trata-se de uma grande reflexão sobre o jornalismo em geral, e o escrito em particular.
Noblat não se furta de promover uma severa auto crítica ao destacar que em sua grande maioria, os jornais são escritos de jornalistas para jornalistas, e não, como seria lógico supor, para o leitor. Também não ignora o velho sofisma que orbita em torno da dicotomia entre “interesse público” e “interesse do público” que muitas vezes serve como desculpa para ações que, à pretexto de fornecer ao povo aquilo o que ele (supostamente) quer, presta um verdadeiro desserviço ao jornalismo de qualidade, chafurdando no sensacionalismo e relegando a segundo plano o que deveria ser a matéria prima de um jornal. Não por acaso, pululam aqui e ali, publicações que trazem como principal atrativo selos para troca dos mais diversos artefatos (panelas, talheres, brinquedos, etc). Notícia ? É só um detalhe.
Publicado em 2002, já portanto em plena era do domínio digital, embora ainda não tão pronunciado como agora, o autor de cara já enumera uma série de dados que até então pareciam anunciar o crepúsculo dos chamados “jornalões”: a queda vertiginosa das receitas de publicidade (que migravam para a internet), o desinteresse dos leitores e elevação do preço do papel, fatores mortais que decretaram o fim de muitos veículos. Passados 14 anos, pouco desse árduo cenário se modificou, embora os jornais sigam ainda com certa relevância, sobretudo quando se trata de interpretar o noticiário além do factual, fartamente explorado pela TV e pelos meios digitais. De mais a mais, é preciso se reinventar para permanecer. O próprio Noblat, ao destacar o trabalho à frente do “Correio Braziliense” nos anos 90, dá pistas de como fazer.
Desnecessário dizer que a leitura de “A arte de fazer um jornal diário” é obrigatória em qualquer faculdade de comunicação digna desse nome. A grande surpresa, talvez, é constatar que o livro, ao aprofundar a discussão sobre o papel da imprensa na sociedade contemporânea, vai muito além do nicho jornalístico tornando-se ferramenta fundamental para o pleno entendimento da realidade que nos cerca, sobretudo, a brasileira.
A obra termina com dois dos mais belos exemplos de que o olho do repórter e seu talento narrativo lapidado por intenso treinamento sempre fazem a diferença em favor do texto de excelência. Noblat republica duas reportagens célebres de sua longa carreira e que versam sobre momentos diferentes do mesmo personagem, o lendário Frei Damião: “O exorcista do Nordeste”, de 1974, relata as suas andanças pelos sertões do Brasil, já o “O último Santo do Nordeste”, conta o enterro do religioso que atraiu milhares de pessoas, em 1997. Teoria e pratica conjugadas em um livro essencial na nobre e dura tarefa de manter vivo e saudável o mais icônico produto da imprensa escrita. Ainda que seja para embrulhar peixe na feira.
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Bel 14/08/2018

Basicão
O livro não é muito aprofundado no que é fazer um jornal diário em si, mas sim em como fazer jornalismo num geral. É interessante para quem está começando, até porque apesar da publicação ser de 2004, ele continua bastante atual, com previsões até que bem acertadas do período em que estamos vivendo.
Parte da nota deve ser culpa minha que não li o livro nos primeiros semestres do curso. Entretanto, eu também esperava algo que me ajudasse na hora de produzir um jornal diário, algo mais específico, mas é um livro que eu interpreto como mais geralzão.
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Sebastião Junior 02/09/2018

A habilidade e experiência de Ricardo Noblat
Noblat prende o leitor em uma narrativa espetacular. Texto simples e direto, de fácil entendimento. Como muitos dizem, é "uma bíblia para qualquer estudante de jornalismo". Os fatos citados como invejável conhecimento de causa, impressionam, instruem e impressionam. Um profissional que passou por toda dificuldade que um foca possa vir a encontrar em sua trajetória profissional. O autor tenta previnir os leitores destes acontecimentos, mas é realemnete difícil, os mesmos são necessários para a construção do jornalista. É importante, também, sua insistência sobre o tema da ética. Jornalista tem certeza de ser Deus, e isso é perigoso. Livro excelente para quem busca uma explicação menos didática sobre o que é ser um jornalista.
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