Fernanda631 15/11/2022
O Mundo Perdido
Lançado em 1912, O mundo perdido é um clássico de aventura que mistura elementos como diversos perigos que precisam ser superados, doses de humor, pitadas de um romance que parece impossível, diálogos pontuados por ironia e uma narração ágil e que prende da primeira à última página.
Escrito por Sir Arthur Conan Doyle, o ‘pai’ de Sherlock Holmes famoso detetive mundialmente conhecido.
O livro tem o mérito de ter introduzido os dinossauros na literatura e, a partir daí, eles tenham migrado para outras linguagens, virando ícones pop, o livro traz conceitos científicos que eram inovadores em 1912.
A história narra a trajetória de quatro viajantes à América do Sul para investigar a possível existência de dinossauros no século XX.
Em uma época em que muitas partes do mundo ainda eram misteriosas e inexploradas, o Professor Challenger fez uma descoberta surpreendente, durante uma expedição pela Floresta Amazônica ele viu com seus próprios olhos que ali existia um mundo perdido e abandonado pelo tempo, um mundo onde criaturas jurássicas ainda habitavam livremente.
Quando Challenger voltou para a Inglaterra, ele não conseguiu trazer nenhuma prova concreta do que vira. Isso fez com que seus colegas acadêmicos o ignorassem e o considerassem um louco, especialmente devido a personalidade explosiva do professor que não admitia ser considerado um mentiroso.
Conhecemos também Edward Malone, um jovem e simples jornalista, que sofria de amores por sua amada Gladys. A jovem brincava com os sentimentos de Malone, sempre o rejeitando, mas dando-lhe esperanças. Uma vez ela falou que se o rapaz se provasse ser um aventureiro corajoso e adorado por todos, ele conquistaria seu coração. Isso ficou na cabeça do jornalista e quando surgiu a oportunidade dele entrevistar o esquentado Professor Challenger sobre sua polêmica descoberta, ele decidiu encarar.
O professor era conhecido por bater em jornalistas, pois eles duvidavam de sua descoberta, mas ele acabou por simpatizar com o jovem jornalista. Como Challenger gostou do rapaz e, sabendo que o jornalista Malone estava atrás de aventuras, propôs que ele fosse para a Amazônia confirmar a sua descoberta. O jornalista aceitou o desafio e junto com ele partiram um rival de Challenger, o Professor Summerlee (que só aceitou o desafio para provar que o colega havia enlouquecido), e John Roxton, um duque explorador, viajante e caçador que já teve experiências na América Latina.
Mundialmente famoso criador de Sherlock Holmes, sir Arhur Conan Doyle publicou em 1912 aquela que viria a ser a precursora das grandes histórias de dinossauros. O Mundo Perdido é um dos relatos mais fascinantes da literatura de aventura, e que moldou um estilo narrativo e se colocou como marco de um gênero a ser resgatado nas décadas seguintes.
Misturando o espírito aventureiro explorador com fantasia, o autor conseguiu desenhar um cenário em que criaturas jurássicas conviviam com seres meio-homem meio-macaco e índios, além de uma flora considerada há muito extinta.
Os relatos das aventuras do professor Challenger e seu grupo por uma parte isolada do mundo no meio da selva amazônica, e que preservou os dinossauros do conhecimento humano, são fascinantes e instigam aquele lado explorador que todos nós temos.
É impossível não se envolver com os cenários, personagens e cenas de ação e descoberta cuidadosamente descritos e na ampla maioria dos casos de forma imaginativa, criativa e sem perder nem um pouco o pé no que a ciência conhecia até então. A descrição do ambiente é espetacular, é fácil se colocar lá junto com os personagens, tornando a história fácil de ler e nada cansativa.
Narrado pelo jovem jornalista Malone, correspondente que acompanhou a expedição, o livro tem um ritmo constante, que flui e envolve facilmente os leitores, os capítulos se organizam como se fossem cartas enviadas para a sede do jornal britânico em que Malone trabalhava. Cada um trazendo um dia ou episódio diferente da exploração.
Sobre os personagens eles são bem desenvolvidos e tem muito carisma, mas, pela própria época em que foi escrito o livro, sofre de ser muito padrão e clichê, eles tem os seus arquétipos e não saem muito disso.
E mesmo com as cenas mais improváveis ou que dificilmente consigam impressionar o leitor de hoje, é impossível não se deixar sonhar com a mínima possibilidade de penetrar num lugar como a Terra de Maple White. Ainda mais na companhia de personagens tão diferentes e bem construídos como Doyle fez.
No livro vamos nos deparar com referências à virilidade e força masculinas, com inexistência de uma figura feminina provavelmente dadas às circunstâncias e perigos de tal aventura. Trilhar os caminhos, rios e lugares inóspitos citados no livro é se embrenhar na selva da imaginação em que existem inúmeros perigos à espreita, mas que são facilmente vencidos por nossa curiosidade humana.
É um livro muito divertido, uma aventura épica clássica que vários filmes, séries e outras obras beberam e vão continuar bebendo da fonte por muito tempo ainda.
A obra em si é excelente e não falta nada em termos de enredo, bons diálogos e acontecimentos. A escrita é maravilhosa e essa aventura é tão cativante.