As meninas

As meninas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Meninas


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Maju 01/08/2022

Particularidades
Foi meu primeiro contato com Lygia e agradeço muito por ter escolhido As Meninas: uma obra dinâmica, ácida, sensível e especial - só Lygia escreve como Lygia e é isso que faz uma grande escritora.
Marcos.Azeredo 20/08/2022minha estante
Eu estou lendo, mas não estou gostando!




Maria 31/07/2022

Livro surpreendente
Demorei pra terminar a leitura, mas por mais que tenha sido difícil e cansativo pra mim eu não posso deixar de dizer que achei genial e magnífico a escrita da Lygia.
A mudança de personagem me fez repetir alguns parágrafos no começo, mas depois me acostumei e comecei a identificar cada uma delas sem nem mesmo precisar ler o nome, pois a escrita é única pra cada uma das meninas.

Confesso que não esperava o que aconteceu no final da história e fiquei um tanto chocada.
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nadiaboff 22/07/2022

"Palavras triviais mas é no trivial que está o trágico."
'As Meninas' foi o primeiro livro que eu li da Lygia Fagundes Telles. Não sei se iniciar por ele é a melhor escolha, a narrativa é bem caótica e muitas vezes confusa, mas não me arrependo nem um pouco. Lygia me obrigou a adaptar meu ritmo de leitura a ela. Muitas vezes, com livros fluidos, leio rápido, mas com esse precisei respirar e ir frase por frase. Lygia inicia um capítulo em primeira pessoa, com fluxo de consciência, e alguns parágrafos depois passamos a terceira pessoa, até que voltamos novamente a primeira pessoa, mas agora de outro personagem. A personagem conversa, pensa sobre a conversa, lembra de outras situações, relata essas situações, lembra da infância, volta a conversa... tudo em poucos parágrafos, ou até no mesmo. No início me frustrei, achei que não conseguiria vencer o livro, até que me adaptei, e então foi perfeito.

Em 'As Meninas' temos uma história que se passa em 1973, no auge da ditadura militar, e que misteriosamente não foi censurada por ela. Acompanhamos as meninas Lorena, uma romântica, burguesa e virgem que é apaixonada por um homem casado; Lia, a revolucionárias, que representa a oposição ao regime; e Ana Clara, usuária de drogas e álcool, que tem um passado horrível. Conseguimos identificar a diferença nos capítulos de cada uma, pois Lorena devaneia, Lia é centrada e ordenada e Ana foge da realidade. Temos três amigas que diferem muito em suas vidas pessoais, mas que encontram afeto e casa na sua relação. Além disso, o livro descreve uma sessão de tortura e aborda assuntos como aborto, homossexualidade, sexo, masturbação feminina e drogas, que muitas vezes são citados através de metáforas ou de forma subentendida.


Vontade de ler tudo que ela escreveu, e consigo me ver relendo esse futuramente.
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Layla 20/07/2022

Muito bom
As Meninas me surpreendeu bastante, e positivamente. Infelizmente, por se tratar de uma leitura necessária pro vestibular, já tive várias aulas e palestras sobre o livro, o que fez com que eu soubesse de todos os maiores acontecimentos. Mas mesmo assim, ler o livro foi maravilhoso. O modo em que a autora caracteriza as personagens e desenvolve as personalidades delas é incrível. Depois dos capítulos inicias, nos quais eu ?conheci? as meninas, fui capaz de identificar de quem era cada um dos capítulos seguintes antes mesmo de qualquer nome ser citado, somente pelo modo como era escrita a ?parte? de cada uma.
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Danielle.Oliveira 19/07/2022

Surpreendente
Diferente de tudo que já li, As meninas apresenta uma leitura intrigante e difícil de seguir com nossos pensamentos lineares.

As três protagonistas, com seus pensamentos e acontecimentos da vida cotidiana nos confundem e muitas vezes não sabemos compreender em que parte estão. A narrativa troca de narrador, de tempo e de tudo.

No meu caso, nunca havia lido uma narrativa como essa. E o final é tão surpreendente que cheguei a ficar sem fôlego. Sem perceber, o leitor vai se envolvendo com a trama das meninas.
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Léo 07/07/2022

O espírito de um tempo
Os anos 1970 são dos mais duros na história recente do nosso país, e contraditoriamente também são um dos períodos mais férteis cultural e artisticamente. Não a toa, o país vinha acumulando uma construção democrática (com muitos percalços) em todos os âmbitos até o golpe civil-militar de 1964. Basta pensar mesmo na herança cultural e artistica que foi utilizada pela geração da década de 1970.

As meninas parece ser não um retrato, mas uma amostra viva e pulsante do espirito daquela época. E não por ter a pretensão de ser um quadro sócio-histórico do país, pelo contrário, porque se concentra na atmosfera do país de então (ou pelo menos na atmosfera das classes médias dos grandes centros urbanos).

A história se concentra na vida e na perspectiva de três jovens adultas, Lorena, Lia e Ana Clara, na absurda complexidade de suas personalidades e relações que coexistem em perfeição com as suas ingenuidades e limitações próprias da sua pouca história, do local onde estão inseridas, das suas origens de classe, etc...

Temos aqui todas os principais assuntos dos anos 1970: Efervescência cultural e artística; "revolução" dos costumes; Revolução social; luta contra a ditadura; o uso de drogas; o subdesenvolvimento; etc, etc, etc... Mas esses assuntos não parecem aqui unidimensionais, eles aparecem na sua complexidade inatingível, tal qual em nossas vidas.

Viva Lygia Fagundes Telles!
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Michele 05/07/2022

MENINAS OU MULHERES?
No livro “As Meninas”, Lygia nos apresenta três protagonistas jovens adultas que vivem em uma pensão zelada por freiras. Elas têm em comum, além da moradia, o fato de estarem cursando a faculdade e de estarem distanciadas de sua família. Cada uma dessas meninas tem uma personalidade bastante peculiar, origem diversa e forma de pensar bem delineada.
Lia é uma militante comunista, que conspira contra o regime militar implantado após o golpe de 64. Ela mostra uma visão esquerdista e vê a sexualidade como uma forma de manifestar sua liberdade. Parece ser a mais sensata entre as três amigas, contrariando seu estilo de vida subversivo. Talvez essa seja uma forma de Lygia mostrar que, naquela época, esta postura política fosse o jeito mais lúcido de se posicionar socialmente.
Lorena é a personagem sonhadora. Afirma ainda ser virgem e apaixonada por um homem casado que jamais liga para ela. Vive contando a história dos irmãos gêmeos Rômulo e Remo e sua tragédia, quando um dos irmãos assassinou o outro. Filha de uma mãe cuja personalidade se alterna entre o psicótico e o promíscuo, essa personagem também é a mais abastada financeiramente, fazendo o tipo “pobre menina rica”.
Ana Clara é a personagem mais complexa e talvez seja a mais presente no enredo. É, entre as três, a única advinda de uma família pobre e disfuncional. Em suas digressões, rememora várias situações de abuso durante a infância, explicando seu comportamento altamente sexualizado, porém sua beleza é sua arma para ascensão social e, ao mesmo tempo, sua prisão. Ana Clara, ou Ana Turva como geralmente se autodenomina, pretende casar-se com um homem rico de quem de fato não gosta, mas está disposta a ter de enfrentar até mesmo o sentimento de asco para poder sair da miséria. Ela é apaixonada por Max, seu amante ou talvez gigolô, também seu parceiro no uso de drogas.
As três meninas juntas revelam três versões das mulheres dos anos 70, três possibilidades de opressão ao gênero feminino e três maneiras de se tentar fugir de um mundo que lhe é adverso.
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Mari 03/07/2022

Conhecendo Lygia
Foi meu primeiro romance de Lygia Fagundes Telles, porém não tive uma experiência muito positiva. Esperei demais para ler porque sempre via resenhas interessantes alegando principalmente como esse livro conseguiu passar pela censura, mas quando lia a sinopse não via nada de especial. Bem, agora lido não consegui me aprofundar na história muito menos nas personagens. No início fiquei bastante confusa com o fluxo de pensamento, o que me fez abandoná-lo de um primeiro momento. Enfim, não me cativou talvez por problema meu, porém com certeza lerei mais coisas dessa escritora grandiosíssima.
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Natashinha 01/07/2022

Adoro fluxos de consciência. Nesse livro tudo parece tão despretensioso e inocente, mas a cada novo momento tudo fica mais e mais profundo, afunda na psique humana e nos impasses da vida das meninas. Não estava esperando por esse final...
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Liria3 01/07/2022

Você precisa estar preparado.
O livro é bem mais complexo do que eu estava esperando, o fluxo de consciência entre as três personagens (Ana Clara, Lia e Lorena) e até mesmo um narrador onisciente deixou a leitura difícil e até um pouco confusa. Confesso que no início quase desisti, tive que reler alguns parágrafos, e ter muita paciência, o livro tomou muito tempo, talvez porque eu não estava preparada para lê-lo, no entanto, conforme a leitura progredia, eu comecei a ficar instigada e a desejar saber como a história terminaria, e quando acabou fiquei querendo uma continuação (agora fico imaginando o que aconteceu com as meninas hahah). Lygia é genial, conseguiu colocar em vidas e situações cotidianas todo um íntimo e psicológico profundo, toda uma conversa polêmica e reflexiva sobre diversos assuntos e tabus. Não é um livro fácil, mas com certeza vale a pena.
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Lurdes 30/06/2022

Como vocês sabem, não sou adepta de releituras, mas tem livros que merecem, e muito.
As Meninas foi lançado em 1973 e eu o li, pela primeira vez, com 17 anos.
Foi um dos livros que mais me impactou e se tornou um dos livros da vida.
Tinha medo de reler, tanto tempo depois, e acabar perdendo o encanto.
Mas meu encanto só aumentou por perceber detalhes que na época, pela pouca idade e pelo desconhecimento de muitos fatos da ditadura, me passaram despercebidos.

As meninas do título são três amigas e colegas de faculdade que moram no Pensionato Nossa Senhora de Fátima.
A ação se passa em São Paulo, provavelmente em 1969, ano do sequestro do embaixador americano Charles Elbrik, citado na história.

Aqui um adendo para quem se interessar por mais detalhes.
Recomendo o livro O que é isso companheiro, de Fernando Gabeira, um dos participantes do sequestro, posteriormente preso e torturado.

Achei importante ressaltar o momento político em que se passa a estória porque ele tem grande influência na narrativa.

Mas voltemos às meninas.

LORENA - Estudante de Direito, de família rica, tipo mignon, delicada e fútil.
Seu quarto, ou "concha cor de rosa" é o palco da maior parte dos encontros das amigas, não só porque ela sempre tem chá, biscoitos, bebidas e música para oferecer, mas porque sempre tem seu ombro amigo disponível. Carinhosa e generosa, além da amizade, não recusa nenhum pedido das amigas, seja empréstimos de dinheiro (oriehnid), do carro de sua mãe e o que mais for preciso, sem questionar ou julgar ninguém.

LIA - Estudante de Ciências Sociais, militante política, namorada de Miguel, que aderiu à luta amarga e encontra-se preso. Suas atitudes combinam com sua aparência, rebelde, com cabelos e roupas meio desalinhados, sem preocupações com a beleza. Investe toda sua energia no enfrentamento da ditadura militar.

ANA CLARA - Estudante de Psicologia, linda, sexy, melancólica, deprimida. Usuária de drogas e alcoólatra, é apaixonada pelo traficante Max, mas quer casar com um homem rico, para compensar a infância paupérrima que teve ao lado da mãe solo, que sofria tantos abusos quanto ela própria.

Além das protagonistas vamos conhecer um pouco das familias, em especial as mães de Lorena e Ana Clara e as freiras que administram o internato Os anos de chumbo foram pesadíssimos e Lygia não se eximiu de trazer à baila o que acontecia. Corajosamente chega a incluir o depoimento de um preso político expondo a rotina de tortura.

Dizia a própria Lygia que o livro só não foi censurado porque o censor se entendiou nas primeiras paginas, achando que era um romance feminino inofensivo e nem completou a leitura.

Na minha opinião é o melhor livro de Lygia. Os costumes conservadores, a hipocrisia da sociedade tentando manter as aparências, a repressão política, a opressão feminina, estão todos lá, escancarados com maestria pela autora. Apesar de focar em um período histórico específico, o livro não é "datado" e continua com o mesmo vigor. Meu amor pelo livro apenas se intensificou

e vai seguir, com louvor, na minha lista de
favoritos da vida.

Obra prima.
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Marin 28/06/2022

Para a proposta do livro, ele é realmente interessante e envolvente. Conhecemos a história de três garotas completamentes diferentes que precisam aprender a lidar com seus traumas, sonhos e medos. A escrita é deveras confusa, por possuir quatro narradores e eles não serem devidamentes apresentados, mas o enredo é aceitável. Não tenho dúvida que ele foi um livro revolucionário, e entendo a razão dele ser obrigatório na UFRGS.
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Fabio.Nunes 28/06/2022

Supreendeu
A riqueza narrativa desse livro é algo único. Variações de estrutura narrativa que não te confundem, mas criam um ambiente literário complexo.
O que mais me surpreendeu foi a veracidade das personagens. Poucas vezes vi personagens tão bem delineados em sua psiquê, comportamentos e ações.
Nunca tinha lido nada da Lygia e confesso que fiquei com vontade de ler tudo dela agora.
Recomendo.
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Amelie 24/06/2022

o livro me encantou muito nem tanto pela história, que ainda sim tem um potencial enfrentador da realidade da época, e sim por sua narração. o estilo da narração, que intercala entre terceira e primeira pessoa. a forma como o narrador, ou a própria personagem, narra conforme o que sabe. o narrador segue o fluxo de pensamento e a individualidade, e não é um tipo de deus ex machina que sabe mais da história. é justamente por isso que tem alguns furos na história, mas são propositais justamente pelo limite do conhecimento e discernimento da personagem.
O que me impede de dar 5 estrelas é o final, que pra mim foi bem abrupto e poderia ter um pouco mais de continuidade. ao mesmo tempo, entendo o porquê de acabar assim. mas pensei que, pela Lia ter tido tantos aspectos da militância explorados, seu destino seria mais detalhado e explícito.
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