Resenhas - Tropas Estelares

Rodrigo.Silva 21/10/2022

Um dos pais fundadores do sci-fi
Assim como Asimov, Dick e C. Clarke, Heinlein também conquistou sua cadeira nessa geração de ouro da ficção. De modo assertivo e complexo soube explorar a condição humana, suas questões, erros e acertos, levando essa questão para o vasto espaço.

Para ser bem sincero, como militar que sou, gostei bastante da narrativa e do rumo que a história segue logo no início.
Desde o início me familiarizei bastante com os termos, rotinas, e doutrina militar vivida pelo Sr. Rico.( De fato no militarismo nada é inventado, só se muda o país de origem. É incrível como me identifiquei diversas vezes com o personagem).
Posso afirmar com certeza, mais real impossível, soube desenhar com exatidão a postura adotada por recrutas, sargentos e oficiais.

É muito fácil mergulhar na história, boa parte do livro é de narrativas, formação de contexto e exploração do personagem. Pode parecer arrastado, aínda assim adorei, pareceu justo e necessário.

Outro ponto alto são os dilemas explorados pelo Sr.Rico, tanto na força militar como ainda quando aluno do Sr Dubois.( E uma maravilhosa exemplificação de que somos alunos durante toda a vida.)

Os debates são sensacionais, os obstáculos éticos fogem da comum e prosaica caixa pronta que autores diversos costumam usar como uma carta na manga para questionar o leitor. Heinlein usa de forma consciente, demonstrando a questão ao passo que revela a fórmula da ideia. Genial.

Há muito sobre política, narrativa, ideia, moral, ética e espírito de pertencimento.
Indico a quem conhece o militarismo ou a quem deseja ingressar no universo do sci-fi sem perder a riqueza do confronto de ideias.

Camila 18/10/2022

Tropas Estelares
Eu basicamente não entendi esse livro e o motivo de ter uns capítulos tão grandes apenas narrando a vida daqueles soldados e o treinamento deles. Assim, no começo até foi interessante saber sobre o acampamento militar, a preparação deles e um pouquinho sobre qual era a guerra que eles estavam travando. Mas depois quando fui percebendo que o livro só iria focar nisso, na parte de treinamento militar, fui perdendo o interesse e consegui terminar de ler sofrendo um pouco, talvez muito. Talvez também tenha sido um engano meu, achar que o livro seria mais parecido com o filme, quando na verdade eles são bem opostos mesmo. O único ponto positivo é que a narrativa do protagonista é até engraçada às vezes, então isso me fez conseguir terminar de ler.

Matheus 12/10/2022

Militarismo utópico
O autor tem uma visão muito utópica do militarismo e defende vários valores que são no mínimo polêmicos. Além do menosprezo pelos civis durante toda a obra. E digo menosprezo não nas capacidades intelectuais mas em falta de noção sobre oque é esforço e valores éticos.

Ele também utiliza o livro em um momento específico para vender a sua idéia de como punir menores infratores, no qual apresenta uma visão muito superficial da sociedade como um todo. Assim como apresenta uma visão superficial e distorcida do comunismo.

Tirando todos esses fatores ideológicos que o autor insiste em reafirmar durante todo o livro, a sua escrita é muito moderna, fluída e envolvente. A caracterização dos personagens são boas assim como os momentos de ação.

É um livro que deve ser lido considerando o momento escrito (1959) e que o autor nasceu em 1907.

stella87 09/10/2022

o que que esse homem tava falando?? é sério isso??
[não é uma resenha]

?mermão que que esse homem tá dizendo?? - o leitor, provavelmente.

uma história razoável de mensagem BEM, BEM?esquisita?

não achei essa bolada toda, o povo só gosta de guerrinha mesmo?

Luciano.Soares 17/08/2022

Grata surpresa
Comecei a ler achando que o livro seguia a mesma linha do filme, mas me deparei com uma experiência bem diferente com uma imersão na vida militar, com detalhes ricos e com uma boa definição da estrutura organizacional. Há um pequeno toque de ação mas é bem claro que não é o objetivo principal do livro.

rangel.sardinha 31/07/2022

Critica extremamente atual
Mesmo escrito em 59, trata um tema que nunca esteve tão atual nesse momento em nosso país. Muito bem escrito e bem trabalhado para uma fixação pulp

Victória 30/07/2022

Um ode ao militarismo utópico
Ao ler este livro antes de assistir o seu filme derivado, acredito que possa ter evitado algumas visões enviesadas que muitas vezes derivam da ordem inversa.
Enquanto o filme - lançado em 1997 - faz uma sátira ao militarismo, o livro que o originou na verdade realiza uma exaltação a esse regime.
No entanto, ainda que eu não concorde com essa ideologia, é inegável que os argumentos que Heinlein usa são geniais e apresentam certo sentido, afinal a sociedade descrita no livro superou a criminalidade e é extremamente funcional.
Mas é claro que todos esses argumentos são pautados em uma utopia, que descarta diversos fatores de fora de ficção.

A narrativa em si segue uma linha de raciocínio muito boa, podendo-se notar a evolução no caráter de Johnny e suas impressões referentes ao exército.
Os primeiros 60% são muito envolventes pois mostram o treinamento na Infantaria e flashbacks da escola e os conceitos que o autor quer passar ficam diluídos nessa narrativa e a leitura é bem fluida e envolvente.
Mas os 40% finais se perderam com cenas extremamente longas que não levavam de nada a lugar nenhum e um monte de termos de cargos do exército que simplesmente deixaram a história muito maçante. A guerra fica em segundo plano e até a propaganda ideológica se perde.

Victor 10/07/2022

Apesar da utopia idealizada pelo autor ser uma baita distopia, achei incrível a intensidade dos acontecimentos. É uma experiência muito interessante, e torna o filme, que é uma sátira da obra original, ainda melhor.

Patty Ferreira 09/07/2022

Bom, o livro começa um pouco confuso. Já no meio de uma atividade militar e a gente fica totalmente perdido. E no início de cada capítulo o livro traz trechos da Bíblia.

No decorrer do livro a gente aprende que os homens já conquistaram as estrelas e como o ser humano é o ser humano e sua linguagem básica é a violência, nós já entramos em guerra com outros planetas também. Na realidade do livro, somente os militares tem direitos civis, como por exemplo, direito ao voto, e isso é que mais chama a atenção das pessoas para querem alistarem.

Seguimos como o personagem acaba se alistando: ele vai acompanhar o amigo e dizer que não vai se alistar, quando uma garota da classe deles aparecem dizendo que também vai se alistar e quer ser piloto, e garoto sendo garoto, se alistar também.

Acontece que nosso protagonista, ao contrário dos colegas, não tem nenhuma habilidade e acaba indo parar na Infantaria (infantaria móvel i.m) do exército.

A partir desse momento não seguimos mais o desfecho do amigo e da amiga do nosso protagonista. Seguimos para o treinamento dele na I.M, onde ele discorre (cansativamente) como é os procedimentos e tal. O problema aqui não é descrição dos procedimentos, mas a forma apaixonada que é feita. Em um momento ele dá a entender, que os abusos físicos e piscologicos sofridos no treinamento do exercito foi algo totalmente positivo na vida dele.

Nesse ponto, gostaria de ressaltar a passagem da aula com um professor dele que era do exercito, onde ele insinua, não, melhor, ele afirma que os moldes de nossa sociedade (baseada em direitos) é falha, que o ser humano só tem um instinto e é o instinto de sobrevivência - custe o que custar, e para educar os cidadões é somente na base da disciplina. E nesse exato momento, a única coisa que conseguia pensar, é nos apoiadores do B17.

O que mais me faz falta no livro é uma história explicando qual é a guerra que a Terra está enfrentando, qual raça e o motivo de atacar e tal, porque o livro é basicamente um relato, apaixonado, de um militar dos tempos em que ele estava na ativa.

Claudia 09/07/2022

Faço parte daqueles que assistiram primeiro ao filme ( foi até no cinema), e é um filme meio machos no espaço marcando alienígenas. Nada demais.
Agora, anos depois, surgiu a opõe de ler o livro, e eu pensei, porque não?
A conclusão que eu cheguei é que é um livro bom, mas não porque mata alienígenas, mas pq faz uma super crítica ao sistema militar. Valeu a pena ler!!

Dudu 27/06/2022

Interessei-me pela leitura após ler "A guerra do velho", de John Scalzi, obra que se afirmava ser amplamente influenciada por "Tropas estelares".

Realmente, há diversas semelhanças entre as leituras, principalmente quanto ao universo às ideias criadas.

"A guerra do velho" acaba funcionando como uma espécie de evolução da trama e das tecnologias apresentadas.

O diferencial fica na escolha do foco em que a história se desenvolve.

Aqui, o autor optou por um enfoque mais militarista, descrevendo a experiência do treinamento e da formação militares, com a ficção científica servindo apenas como pano de fundo.

Neste aspecto, achei que a história deixou a desejar, já que o universo apresentado acabou sendo pouco explorado.

O livro acaba funcionando como uma espécie de diário do personagem principal, o que não é um aspecto ruim, mas que acaba limitando a história.

A escrita é muito boa, mas ainda prefiro o humor debochado de Scalzi!

Franco 17/06/2022

Ou, sobre um militarismo idealizado.
enredo:

o jovem Juan Rico alista-se no exército por motivos não muito sólidos, e logo está imerso na vida militar em que o grande inimigo é uma raça alienígena semelhante a insetos. Desde o treinamento até as missões decisivas - e passando por toda a severidade impessoal da guerra de infantaria -, acompanhamos o protagonista em sua carreira militar num futuro em que só é cidadão quem presta serviço militar.

(possíveis) pontos positivos:

- uma jornada de amadurecimento do protagonista;
- ambientação interessante envolvendo colonização espacial e reorganização da sociedade humana num futuro não muito distante;
- descrição detalhada da vida militar (que mesmo futurista mantém a verossimilhança);
- debate constante, ora filosófico, ora mais moralista, a respeito da vida cívica.

(possíveis) pontos negativos:

- uma promessa de ação que nunca se realiza (especialmente se você assistiu ao filme de 1997);
- ausência de um conflito sólido encarado pelo protagonista (às vezes o contexto fica maior do que os personagens);
- relações rasas entre os personagens;
- descrições perigosamente detalhistas;
- um tom militarista que envelheceu mal e sob muitas suspeitas.

o que mais impressionou:

a ideologia militarista construída durante o enredo e que está bisonhamente viva entre nós. Punição, força bruta, e o poder 'purificador' do serviço militar são algumas das questões que o livro levanta, e frente às quais é preciso ficar com um (ou com os dois mesmo) pé atrás, dados os desdobramentos históricos das décadas depois que o livro foi escrito (1959). Não que o livro seja uma lavagem cerebral ideologizante, mas é bem notável que põe na mesa algumas ideias no mínimo polêmicas nesse perturbador ano de 2022 - como a que só deve ter direito a voto quem prestou serviço militar, pois, teoricamente, essa pessoa teria aprendido a colocar o interesse coletivo à frente do interesse particular.

luke - among the living. 11/06/2022

"Tropas Estelares" apresenta um universo interessante, rico no que diz a descrição do mundo que nos é apresentado. No geral é um bom livro, mas sinto que fica repetitivo devido ao excesso de cenas similares que são descritas.