Carous 30/03/2021Tem sido uma diversão e tanto pra mim tentar adivinhar o assassino e o motivo. Acertei no primeiro livro que li da autora e neste acertei no finalzinho por causa de uma revelação de última hora.
Mas mesmo que não chegue às conclusões corretas e precise esperar a autora esclarecer o crime, é muito agradável acompanhar a história. Agatha Christie não ganhou a alcunha de Rainha do Crime à toa.
Nessa obra, Hercule Poirot não dá as caras, mas não sentimos sua falta porque a sagaz e irônica Miss Marple dá conta do recado muito bem.
Ainda não li muitos livros da autora, apenas dois contando com esse. Tento mudar isso, mas é só para deixar claro que talvez minha resenha compare muito
O misterioso caso de Styles com este.
Pra começar, achei os dois bem diferentes. Provavelmente é uma observação estúpida e óbvia; o caso de Styles foi o romance de estreia dela, quando ela escreveu o outro já era escritora há alguns anos. É bom saber ela consegue pensar em histórias únicas, diferentes entre si apesar de ser a mesma pessoa que escreve.
A maneira de narrar é outra: ao invés de recebermos as informações como leitores passivos, passeamos pelos núcleos, núcleos em que a miss Marple nem está presente às vezes, e vemos a trama se desenrolar, as ações acontecerem. Claro que esse tipo de narração permitiu que algumas informações fossem repetidas diversas vezes, quase a ponto de cansar, mas tudo bem.
O livro começa, quase como um desabafo (da autora ou da personagem Marple?) sobre as mudanças no vilarejo St. Mary Mead. É um processo natural que uma cidade se modifique, a arquitetura, os habitantes. Comércios abrem e outros fecham. Casas são vendidas e reformuladas. Mas os mais velhos não parecem satisfeitos com isso. Miss Marple está mais preocupada com a gradual perda da sua liberdade devido à idade. Agora ela tem uma acompanhante, de quem não gosta nem um pouco. Concordo que a acompanhante é meio chatinha, concordo que abrir mão de hábitos porque a idade não permite é desagradável. E ver o mundo mudando dá uma sensação estranha.
Não sei de cor a ordem de publicação dos casos de Miss Marple, mas esse me pareceu ser um dos últimos. Como gostei dos personagens que interagem com a detetive, espero encontrá-los por ali nas outras histórias dela.
Os livros de Agatha Christie serem curtos me dão um gás a mais para lê-los e conclui-los mais rapidamente. E as soluções dos casos não serem mirabolantes também é um ponto positivo.
Esta foi mais uma história maravilhosa, com muitos suspeitos e possibilidades, mas um culpado surpreendente.