Rose 11/09/2018Kate Fitzgerald foi diagnosticada com câncer ainda quando criança. A sua leucemia promielocítica aguda, além de rara é agressiva. Seus pais fazem de tudo para salvá-la, inclusive programam mais um filho.
Anna veio ao mundo com a missão de salvar a vida de Kate. Usando métodos científicos, em vez de escolherem cor dos olhos ou cabelos, Sara e Brian, os pais, escolheram que Anna fosse geneticamente compatível com sua irmã. Com isso, seu cordão umbilical foi imediatamente usado em Kate quando Anna nasceu.
Durante um tempo isso foi suficiente, e Kate mostrou melhoras. Mas nesta dura guerra contra o câncer, Kate acaba perdendo mais uma batalha, e mais uma vez sua irmã Anna é chamada para salvá-la. E assim seguiu a vida da família. Kate lutando contra o câncer e Anna fazendo inúmeras e variadas doações conforme sua irmã precisava.
Kate era o centro de atenções dos pais, principalmente de Sara, sua mãe, que lutava como uma leoa para manter a filha viva, buscando todas as alternativas possíveis para isso. Jesse e Anna viviam meio às margens da família, principalmente Jesse, o mais velho, que não era compatível com a irmã e por conta disso não podia ajudar neste campo. Por conta disso, e por se sentir excluído ele entrou em uma fase de rebeldia. Talvez para chamar atenção, ou quem sabe por estar totalmente perdido, sem saber quem é ou até mesmo por não se sentir amado, fato é que mesmo com todos os problemas que ele vinha apresentando, os pais não tinha energia para ajudá-lo, e priorizavam o que era mais urgente: a vida de Kate. Jesse era então largado de mão...
Com Anna era um pouco diferente, pois ela era fundamental para a re Asistência de Kate. Dentro do possível ela tinha a atenção dos pais, principalmente no que se referia a sua saúde, pois ela tinha que estar bem para o caso de Kate precisar.
Esse ritmo de vida virou uma constante, até que Kate devido a vários tratamentos já enfrentados entrou em mais uma batalha que desta vez poderia ser a sua última, seus rins falharam. Sua única chance era um transplante em caráter de urgência.
Isso não seria problema, afinal Anna, é totalmente compatível, e poderia fazer a doação. E é aqui que nossa história realmente começa. Anna já é uma adolescente, e apesar de amar profundamente a irmã, já está cansada de não poder ter sua própria vida. Ela está cansada de não ser ao menos perguntada sobre o que quer fazer. Decidida ela procura por Campbell, uma advogado de opinião forte. Eles entram então na justiça contra os pais de Anna para que ela tenha sua emancipação médica. Em palavras mais simples, ela quer ter o direito de decidir o que fazer com tudo o que se refere a sua saúde. Ou seja, seria dela a decisão final se doaria ou não o rim à sua irmã, ou qualquer outra coisa que Kate viesse a precisar.
Sua mãe Sara se revolta, lógico, afinal Anna é a única chance de manter sua outra filha viva. Mesmo que estas chances fossem irrisórias e que nem o próprio médico de Kate acreditasse que ela aguentaria uma operação desta magnitude.
Sem entrarem em nenhum acordo o julgamento é marcado, e Anna fica aos cuidados de uma curadora ad litem chamada Julia. Seria dela a função de analisar o ambiente em que Anna vivia, e se ela tinha ou não condições de tomar suas próprias decisões. Sara acaba tendo que retomar sua já esquecida carreira de advogada para defender sua filha que está a beira da morte e precisa do transplante da irmã.
A polêmica está instaurada, mãe e filha brigando no tribunal. Uma luta que dividiu a família. Uma luta onde ninguém sairia vencendo, pois até mesmo aquele que vencer sairá perdendo...
Uma leitura tensa e emocionante mesmo para mim que já conhecia a história. Aliás, para aqueles que já viram o filme, saibam que o livro tem um final tão emocionante quanto o do filme, mas totalmente diferente dele. O final é simplesmente tocante, acho até mais tocante do que o do filme. Terminei o livro entre lágrimas e mais uma vez abalada por este enredo tão difícil.
Como julgar Brian e Sara por tentarem salvar Kate? Como aceitar o tratamento que eles davam aos outros filhos que eram saudáveis, e que muitas vezes pareciam nem existir? O que é certo, o que é errado?
Como mãe sei que se eu tenho 0,01% de chance de salvar um dos meus filhos, vou lutar até o milésimo de segundo por isso. Eu e qualquer pai. A perda de um filho não é fácil e nem natural. Como ficar então? Salvar aquele que está morrendo, mesmo que para isso tenha que abrir mão dos outros filhos?
O certo é que os pais sempre vão se voltar para aquele filho que mais está precisando. Não é questão de amarem mais aquele, é apenas questão de amarem... E mesmo quando nós pais tentamos fazer as coisas certas para todos, ainda sim, erramos. O excesso de amor nos cega e paralisa. Brian, Sara, Jesse, Kate e Anna são vítimas de uma doença cruel que massacra a todos na família. Uma doença que só não foi mais forte que o amor deles.
Se Brian e Sara agiram certos? Não.
Se eles fizeram o que tinham que fazer? Sim.
Se eu faria a mesma coisa? Espero nunca saber.
Antes de terminar, quero destacar a declaração de Sara para o juiz antes dele dar sua decisão ao caso. Ela resumiu muito bem o X da questão.
Se gostei do final? Gostei, apesar de tudo, apesar de esperar por um terceiro final. Só posso dizer: leiam, vejam o filme e se emocionem com esta história sem igual...
site:
http://fabricadosconvites.blogspot.com.br