Zooiioo0 08/07/2021
Depois de alguns anos da publicação do livro "Entrevista Com o Vampiro" com participação de Louis, Lestat acorda em meados de 1983 e se vê injustiçado por seu amigo vampiro o ter descrito como um ser vil e egoísta. Em sua solidão e revolta, Lestat resolve publicar uma autobiografia contando sua história e a de todos os vampiros com o qual ele teve contato. No meio da publicação deste livro ele forma uma banda de rock com o intuito de se mostrar para os mortais e reunir os outros vampiros escondidos entre os humanos.
Anne Rice ao escrever esse livro criou personagens muito reais e com histórias densas. A narrativa do livro se dá em primeira pessoa e enquanto o protagonista conta sua história e suas motivações há diversas camadas de história e pulos temporais. O livro se inicia em Nova Orleans do século XX, indo para a França do século XVIII, depois para a era de Alexandre e indo até os primeiros reinos egípcios.
Um dos assuntos muito presente durante o desenrolar da história é a percepção da passagem do tempo quanto seres imortais, as mudanças culturais e religiosas, o conhecimento humano que é passado de gerações. Ao meu ver, Anne Rice conseguiu explorar essa temática com muita propriedade, apresentando pensamentos e costumes de cada época e trazendo reflexões de como isso impacta nos dias atuais.
Achei esse livro muito lento e bem denso para ler. Houve momentos em que eu tive vontade de pular páginas tamanha a monotonia em algumas cenas. Após a leitura eu concluí que isso era necessário para se transmitir a sensação do tempo interminável de um imortal. Tive essa sensação em muitas partes do livro.
Apesar da densidade da leitura, me prendi no universo criado por Anne e quero continuar a saga. Os personagens são incríveis e cada um tem uma parte muito importante na história.
Se você tiver tempo, recomendo a leitura. Obra cheia de reviravoltas inimagináveis e recheada de reflexões e críticas sociais.
“- Se você teme tanto assim o poder de Deus - eu disse -, então os ensinamentos da Igreja não lhe são conhecidos. Você deve saber que as formas da bondade mudam com o tempo, que existem santos em todas as épocas sob o céu. [...]
Nos tempos antigos havia mártires que apagavam as chamas que procuravam queimá-los, místicos que levitavam no ar enquanto ouviam a voz de Deus. Mas assim como o mundo mudou, também mudaram os santos. [...]
E assim também é com o mal, é óbvio. Ele muda de forma”. (Pág. 197).