Sollyns 25/04/2024
Sentimentos opostos
Tenho sentimentos conflitantes quanto ao livro:
Por um lado tive dificuldades para terminar a leitura.
Em alguns momentos ficava sem paciência com a indelicadeza e petulância dela com os outros "moradores" do esconderijo. Sim, eu sei que era um diário de uma pré-adolescente e, de modo geral, são comportamentos comuns nessa idade, mas isso não significa que sejam aceitáveis. Sinceramente, dava vontade de mandá-la "baixar a crista" e respeitar os outros.
Por outro lado, nem consigo imaginar os horrores de viver uma guerra. Infelizmente estamos acostumados a ver notícias de violência urbana e até algumas pessoas dizem que alguns estados vivem uma guerra civil velada (particularmente não saberia dizer). Mas guerra mundial deve ser um nível bem maior de terror (graças a Deus nunca sentimos na pele).
Ter que se esconder simplesmente por causa de seu grupo étnico (ou cultura, religião, etc) não faz sentido. Não há justificativa para o holocausto.
Viver sem condições mínimas de higiene, no escuro, com alimentação escassa, com medo de ser descoberto a qualquer momento, vivendo todo dia o mesmo dia deve ser exaustivo. E no caso da Anne, lhe foi tirado o direito de ir para a escola, fazer amizades, apaixona-se, amadurecer... Não só ela sofreu, também sua família, demais companheiros do abrigo e mais tantas outras pessoas que foram afetadas pela guerra. Viver no esconderijo só não deve ter sido pior que viver nos campos de concentração.
Portanto, meu "problema" não foi com a péssima situação relatada e de forma nenhuma quis desrespeitar a triste história de vida de todos os citados no diário. O problema mesmo foi só essa parte pré-adolescente. Talvez se eu tivesse lido durante essa mesma época da minha vida teria funcionado melhor. Ainda assim, é uma leitura que recomendo.