Jhoanny Kelly 23/12/2021
Anne Frank e o Anexo Secreto
1939. Adolf Hitler invade a Polônia. A cruz suástica ameaça todos os símbolos das civilizações...
Anne Frank tinha apenas 15 anos quando morreu.
Assim como milhares de famílias judias, Anne, seus pais e sua irmã precisaram se esconder para tentar sobreviver enquanto o governo alemão "caçava" os judeus por toda a Europa. Durante o tempo em que ficou escondida, ela escreveu um diário, onde relatou sobre as barbaridades vivenciadas pelo caos da guerra, as perseguições e atrocidades contras os judeus e também sobre as dificuldades de adolescer nesse cenário catastrófico.
Anne tinha apenas 13 anos quando foi obrigada a privar-se de sua liberdade. Ela sonhava em ser jornalista e também em escrever livros. Uma jovem muito inteligente e sagaz. Apesar da pouca idade, é notória a sua habilidade com as palavras. Certamente, seria uma grande escritora. O diário era seu mundo paralelo. Seu refúgio em si mesma. A única forma de externar suas dores. Era seu confidente.
Em seu diário, Anne nos relata sobre a vida no "Anexo Secreto" (nome que ela deu ao esconderijo). Ela nos mostra como, diariamente, todos tinham medo de serem descobertos e enviados para os campos de concentração. O fardo de ser "prisioneira" e não ter muito o que fazer para matar o tempo a fez divagar pela escrita. Ela escreveu como se estivesse falando com uma amiga chamada "Kitty", a quem ela contava sobre seus sentimentos, suas tristezas, suas paixões por garotos, seus estudos e até sobre as discussões com sua família.
É realmente um livro muito triste, trágico e cruel que eu evitei, por muito tempo, fazer a leitura. Não queria duelar com o misto de sentimentos sombrios que eu sabia que ele despertaria em mim. Como um ser humano pôde ser tão perverso? Hitler foi a personificação da maldade.
O último registro de Anne em seu diário foi em 1° de agosto de 1944. Isso porque no dia 04 de agosto do mesmo ano, depois de pouco mais de 2 anos, Anne e sua família foram descobertos no Anexo Secreto. Infelizmente, todos foram enviados para uma prisão no norte da Holanda, depois de um tempo, foram transferidos para os campos de extermínio, na Polônia. Apenas o seu pai sobreviveu e foi ele quem publicou, anos depois, o diário da filha.
Anne Frank demonstrou muita sabedoria em seus relatos: soube expressar qual o sentimento da guerra, sua percepção da humanidade e da sua própria personalidade. Ela era autocrítica em demasia e foi lindo ver que, em seu último registro no diário, ela se abraçou e fez as pazes consigo mesma. Nos ensinando que todos são o que escolhem ser. Parece até que pressentiu a sua despedida...
Recomendo a leitura para todos que precisam aprender sobre sentir gratidão, apesar dos pesares.
Leitura concluída em 22.12.2021