Aione 17/07/2017Antes Que Eu Vá era uma leitura que eu desejava fazer há muito tempo, principalmente por ter adorado Delírio, outra obra de Lauren Oliver. Com o lançamento do filme, acabei tendo motivação suficiente para passá-lo na frente em minha lista de leituras.
Samantha Kingston tem tudo de que precisa: é uma das garotas mais populares do colégio, namora um dos garotos mais populares e têm as melhores amigas que poderia desejar. Até que, em uma sexta-feira como qualquer outra, Sam sofre um acidente de carro voltando de uma festa e morre. Porém, ela desperta novamente em sua cama, reiniciando seu último dia de vida, e fica sem entender o porquê disso estar acontecendo. Ela ganhou uma nova chance? Precisa mudar algo para se salvar? Conforme ela começa a repetidamente despertar no fatídico dia, sua concepção – e compreensão – sobre si mesma e os demais que a rodeiam passa a se modificar de maneira inédita em sua vida.
Em primeira pessoa, a escrita de Lauren Oliver proporciona não apenas um rápido envolvimento com a leitura, mas também passagens bastante reflexivas – consequência não só da trama como um todo, mas principalmente da sensibilidade da narrativa, que resulta em inúmeras frases de impacto ao longo da leitura.
O ponto alto de Antes Que Eu Vá está justamente na mensagem transmitida. Sam é uma personagem que, inicialmente, muito facilmente desagrada, por conta de suas atitudes impensadas em sua posição privilegiada de popular. Contudo, conforme a protagonista amadurece na trama, ela passa a enxergar tudo e todos ao seu redor com outra perspectiva, e é por ela que, também, passamos a refletir. Assim como em Os 13 Porquês, de Jay Asher, aqui temos a noção do quanto nenhum de nós sabe, com certeza, aquilo pelo que o outro está passando, de forma a não ser possível mensurar como nossas atitudes podem ou não impactar a vida de outra pessoa (além da nossa própria).
Apesar de ter gostado da leitura e da mensagem por ela transmitida, ainda assim achei partes da trama um pouco cansativas. Como Sam revive seu dia sete diferentes vezes, o cenário da história acaba não sendo variável, bem como os acontecimentos em si. Há sim episódios diferentes em cada uma de suas vivências, mas como tudo gira ao redor da escola e de sua vida como estudante, não há muita variedade tanto no que pode acontecer quanto nas percepções que ela tem. É como se houvesse uma mesma mensagem sendo contada de diferentes maneiras, e isso pode ser um pouco cansativo. Contudo, vale dizer que o final de Antes Que Eu Vá me surpreendeu. Eu não esperava que ele seria como é, mas sim outra resolução, de forma que, dessa maneira, o livro ganhou mais um ponto positivo comigo.
Em linhas gerais, Antes Que Eu Vá foi uma leitura sensível e com uma mensagem importante, ainda que não tenha sido um dos meus favoritos entre outros semelhantes. Ainda assim, aos fãs de YA que abordam temáticas como bullying, autodescoberta e a importância de se enxergar as pessoas além dos rótulos que elas trazem consigo, a leitura é mais do que recomendada.
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