O estrangeiro

O estrangeiro Albert Camus




Resenhas - O Estrangeiro


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Marcos Renan 27/01/2018

O estranho.
Era uma vez um homem indiferente a tudo e a todos. Ele não se importa com os vizinhos barulhentos e violentos. Ele não se importa com o emprego dele que paga mal e tem um chefe meio tirano. Ele não se importa nem mesmo que a mãe acabou de morrer. Como um animal no aquário, ele reage aos estímulos naturais: ele come quando tem fome, ele bebe quando tem sede, ele fuma quando tem vontade, ele faz sexo quando tem desejo, ele sua quando fica embaixo do Sol.

Camus descreve Meursault, o personagem principal, apenas com moderação. Na maior parte da novela, Meursault não tem opinião real sobre nada e nada o afeta (nem mesmo a morte da própria mãe). A falta de descrição, motivação e ação faz com que o leitor acabe preenchendo esse vácuo com seus próprios preconceitos e percepções sociais, tornando o leitor tão mais envolvido quanto o autor na construção desse mundo.

O estranho provavelmente não é o que se espera da maioria das novelas. Toda a história é um exercício deliberado no absurdo; e, enquanto o enredo é muito simples, e os personagens são aparentemente unidimensionais, tudo funciona em conjunto para criar um trabalho filosófico bem peculiar. O universo que existia antes de nós, vai continuar existindo depois de nós. Logo, (i) nossa existência não tem utilidade alguma e (ii) a nossa tentativa de atribuir significado a coisas que não tem significado nenhum é absurda! Ou seja, uma vez que a existência não tem nenhum sentido e nenhum significado, é nossa obrigação como seres humanos lidar com essa sensação insuportável de vazio que essa noção nos proporciona. Diante de tudo isso, sempre existe a opção de darmos uma de Mersault e replicar seu jargão: “para mim, tanto faz”.

Todos nós compartilhamos do mesmo destino, todos nós um dia vamos morrer, a vida é finita pra todo mundo, o universo não faz sentido para ninguém. Então para que me desesperar? Nada faz sentido. Tudo é absurdo. Então vale a pena continuar vivendo, já que o mundo não tem sentido algum? Acredito que, na concepção do autor, essa deve ser a verdadeira pergunta que os seres humanos devem se fazer. É uma ideia bastante deprimente.
Jhon 31/01/2018minha estante
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Martha Lopes 13/05/2009

Sobre estar anestesiado pela própria vida. Sobre a ausência completa de sentimentos. Quem nunca se sentiu assim?
É também um livro sobre a justiça e a banalidade da sociedade que construímos. Lindo e provocador.
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Rafael Sperling 08/06/2010

Pois é.
É o melhor livro que existe. No mínimmo.
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Pablo 10/03/2011

Senti uma identificação com o personagem principal na primeira metade do livro.
E na segunda metade não me identifiquei pq não vivi o que ele viveu, mas fiquei muito angustiado com a situação.

Albert Camus ecreve de um jeito sedutor e, por mais que seja curto, o livro é tão cheio de detalhes que você sente como se estivesse lendo uma história de muitas páginas.

A cena perto do fim, quando o personagem principal começa a gritar com o capelão é arrepiante!
E muitos outros momentos do livro passam um sentimento bem forte também!

Livrão!
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Fernanda :) 31/07/2010

Apesar da leitura rápida e simples, é um livro profundo e filosófico, que analisa o comportamento humano na sua essência, em contraste com o que é esperado do ser humano perante seus semelhantes. É o sentir X agir, a obrigação de se encaixar na sociedade que critica, julga, e condena. A indiferença e frieza que caracteriza o personagem principal é tamanha que nos desperta sentimentos ambíguos, fica impossível sentir raiva ou simpatia, nos levando a refletir sobre a origem das emoções e sentimentos, e no exagero ou falta dos mesmo.
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Yussif 17/05/2012

“O Estrangeiro” é um romance curto, que pode ser lido em um só dia, mas, paradoxalmente, não é breve. Podemos sentir na nossa pele a demora do processo, o passar dos meses em uma cela minúscula, sem nada para fazer. Mas o autor não se perde em descrever minuciosamente esse tempo, só as sensações e os pensamentos de Meursault são transmitidos. O conhecimento de mais detalhes é desnecessário e não afeta a história. Não fosse assim, “O Estrangeiro” não teria a mesma qualidade. Porque se casa com perfeição ao estilo taciturno de Meursault. Além disso, sem a narração em primeira pessoa, o livro não seria metade do que ele é.
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léo brito 08/06/2012

O estrangeiro
O livro narra a história do personagem Meusault que na primeira parte do livro é relatado a morte e o enterro de sua mãe, que morava em um asilo, e sua ações perante todos os acontecimentos no velório. Na segunda parte aborda seu julgamento pelo assassinato de um Árabe e sua total perspectiva de vida.
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Alberto 24/11/2015

Ótimo livro para incitar a reflexão.
O tipo de livro que após lê-lo, vc fica horas (dias e talvez mais) a refletir sobre ele, sobre o personagem, as mensagens, tudo...
A leitura é tão fluida, detalhista e agradável que li em um dia. Sobre a obra: excepcional!

O único porém que achei foi em relação a edição da BestBolso que tem papel muito fino, o que atrapalha a leitura porque o outro lado da folha (que está impresso) fica parcialmente visível. Mas fora esse detalhe, tudo ok.
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MarcosK 28/04/2024

Adeus, Albert Camus
Certos acontecimentos só se clarificam mais perto do fim. Estar no mundo e vivenciar o absurdo é ser no nada. Só é possível ser no nada. Qualquer elogio que se faça ao trabalho se Camus é desnecessário, então deixo apenas o registro de que foi uma das obras mais avassaladoras que li em toda minha vida, profundamente impactante e capaz de mudar os rumos de certas posturas deste leitor que agora escreve.

"Enquanto meu advogado continuava a falar, eu ouvi o ecoar da buzina do vendedor de sorvetes. Assaltaram-me as lembranças de uma vida que já não me pertencia, mas encontrara as mais pobres e as mais tenazes das minhas alegrias: cheiro de verão, o bairro que eu amava, um certo céu de entardecer, o riso e os vestidos de Marie"

Sabendo que perdemos tudo, tenhamos a paciência de acreditar que o melhor caminho é se rebelar contra o absurdo, É preciso imaginar Sísifo feliz.
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Vitor 04/02/2016

Mersault
Li "O estrangeiro" ainda adolescente e agora reli. Com outros olhos, com outra vivência. E a experiência foi ainda melhor. Mersault me pareceu ainda mais humano, mais próximo. Que coisa!
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Kl 17/02/2016

Absurdo e real.
História rápida de um indivíduo que se baseia na lógica como meio para interações inter-pessoais.
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SILVIA 01/03/2016

Excelente!
Meus comentários estão no Blog pelo link abaixo.

site: http://reflexoesdesilviasouza.com/livro-o-estrangeiro-de-albert-camus/
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Israel145 01/05/2016

Mersault é um homem que vive uma vida letárgica rodeado de pessoas comuns, num lugar estranho e cuja sanidade se esvai como um pulso que cada vez vai perdendo a intensidade. A morte de sua mãe não lhe causa nada além de tédio. Enfiado num abismo que consome sua alma, Mersault assume o leme de sua vida rumo à tragédia: comete um assassinato a troco de nada, com uma crueza e frieza antinatural.
A obra-prima de Albert Camus tornou-se imortal por fazer a pergunta essencial da humanidade: qual o sentido da vida? Na personagem de Mersault, Camus apresenta um mundo cada vez mais gélido, insensível e permeado de desilusão. Todos os personagens que rodeiam Mersault tem um desvio, uma imperfeição incômoda que faz olhá-los com desprezo. Seja o patrão insensível ou o velho que convive com um cachorro, seja Marie, a namorada de Mersault que permanece com ele mesmo sabendo que não a ama, mas mesmo assim pretendem casar-se. Seja Raymond, o amigo que tinha raiva de árabes, responsável pela briga que induz Mersault a cometer o assassinato de um destes. Todos causam aversão ao leitor.
Camus criou um ambiente que beira o onírico, com personagens espectrais, embriagados de volatilidade e desprezo por seus pares, por seus destinos e indiferentes às consequências dos seus atos. Um ambiente que lembra muito os pesadelos literários de Kafka.
Impossível também não comparar Mersault a Raskolnikóv de Crime e Castigo. A grande diferença é que o personagem de Dostoiévski, sofre, remói e pondera antes de cometer seu crime. E aceita as consequências após ser descoberto. Já Mersault mata fria e impiedosamente, sem se importar comas consequências e continua sua marcha letárgica rumo à guilhotina deixando para o leitor decidir se ele era louco ou demasiadamente humano.
Camus leva o pensamento filosófico para as entranhas da alma humana e só o que vemos lá é um grande e negro abismo. O perigo é se deixar tragar por ele. Clássico perturbador da literatura contemporânea.
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