Mia Fernandes 04/05/2021
Casamento de Conveniência -
Casamento de Conveniência, da autora Georgette Heyer, foi uma leitura enfadonha em vários momentos na minha experiência literária com a obra.
Falei complicado? Caro leitor, eu tive que fazer uma lista com mais de 10 palavras muito complicadas, para entender no contexto das frases. (Alguns exemplos: equanimidade, bonomia, arguto, postilhões, digressões, hermético, laivo, cerúleos, estupidificado...)
"Sabem, eu não entendo nada do que ele diz."
Temos a história de Horatia Windwood, uma jovem com sombrancelhas espessas e fora dos padrões londrinos de beleza, dentre as meninas da família. Com a sua natureza impulsiva, ela propõe casamento ao Conde de Rule, no lugar de sua irmã mais velha, Lizzie, já que esta se encontra apaixonada por outro homem.
Essa impulsividade e a sua jovialidade, tendo apenas 17 anos, sendo tratada como uma criança por todos, chama a atenção de Marcus Rule, nos seus bem vividos 35 anos. A proposta feita pela jovem lhe cativa e aceita o acordo.
"Sua mãe e irmãs ficaram sem fala. Até mesmo Lady Winwood considerou que, evidentemente, a situação tinha superado o poder de seus sais, pois deixou o frasco escorregat de sua mão para o chão enquanto olhava apalermada para a filha caçula."
"Nós que conhecemos e estimamos a quwrida Horry não reparamos em seus defeitos, mas que cavalheiro se comprometeria a se casar com ela, em vez de com a beldade da família?"
Ninguém entende porque Rule preferiu a feia e pirralha, Horry, do que a beldade Lizzie.
Mas o enlace acontece e como todo casamento francês, vida dos recen casados não sofre alterações. Horry agora frequente os eventos sociais, as salas de carteados, baile. Sendo uma verdadeira Windwood: sem nenhuma sorte nos jogos, acumulando várias contas tanto na jogatina quanto nas compras. Ja Rule mantém sua vida de solteiro.
"Não pode culpar Pe-Pel. Está no sangue".
"Uma vez livre de sua mulher tempestuosa, com suas fugas atrevidas e seus excessos no jogo, ele se voltaria com alívio para alguém que não criasse cenas e soubesse exatamente como agradar um homem."
Casamento de convenciencia - um típico casamento francês - um acordo entre os dois personagens. Rule um homem de uma paciência infinita. Em vários momentos, sua apatia me enervava. E Horry, uma jovem impulsiva e cabeça oca, seduzida pelas mesas de jogos e a moda vigente.
Os personagens não me despertaram empatia. O modo como a história foi contada muitas vezes me deixava confusa, mudando de cenários abruptamente. Os termos franceses e as palavras não muito conhecidas, precisavam de uma explicação no rodapé das páginas, para não perder o incentivo a leitura.
Um romance de época, onde faltou o romance em si. Personagens abobados que vivem para a vida de jogatina. Protagonista que não se preocupa com os gastos da sua esposa, parecia que o dinheiro dele dá em árvore.
"Gosto de Horry. Sim, gosto realmente dela, e gostei desde o começo, mas se tem um pingo de juízo, Marcus, pegue uma vara e lhe dê uma surra!"
Alguns capítulos foram totalmente desnecessário. A descrição do duelo entre dois personagens e os capítulos finais poderiam ter sido mais enxugados. E dado um final mais decente ao casal. Os vilões foram descartados tão facilmente.
Existe dois pontos positivos, para mim, em Casamento de Convenciencia. Foi a franqueza de Horry com Rule, em nunca esconder nada dele. E a capacidade de mostrar como era os costumes e a moda da sociedade londrina da época.
XOXO
Mia Fernandes.