Memorial do Convento

Memorial do Convento José Saramago




Resenhas - Memorial do Convento


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Veri 29/04/2023

História, amor e surrealismo
Pegue um fato histórico real e peculiar: D. João V, rei de Portugal no século XVIII prometeu construir um convento em Mafra caso a rainha conseguisse ter um filho. Ela teve e ele então manda construir o convento sequestrando e explorando trabalhadores.

Misture com uma linda estória de amor: Blimunda e Baltazar, são simples e complementares, e perdidamente apaixonados um pelo outro.

Adicione um toque de surrealismo: Blimunda conseguia ver as coisas e pessoas por dentro (hello Superman) quando estava em jejum (!), ou a construção de uma máquina de voar movida a vontade retirada de pessoas morrendo.

Termine com a estrutura escrita de Saramago: frases intermináveis de diálogos pontuados apenas com vírgulas e letras maiúsculas.

Está pronto o Memorial do Convento!
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Bruno Oliveira 23/04/2023

CUTUCANDO VESPEIROS COM TOQUES FANTÁSTICOS BEM ÁCIDOS
Memorial do convento, do português José Saramago é um romance feito para os próprios portugueses lerem. Há nele certos pontos, certos causos e fatos que estão lá justamente para ferir e provocar a ira e o ódio mortal desses leitores ao autor do livro – é Saramago sendo Saramago, então, não há nenhum carinho, não há nenhum afago à realeza portuguesa, à sua igreja e tampouco à sua história. Saramago mostra os podres (as verdades) por baixo dos panos, entende? Há uns toques fantásticos aqui e ali baseados em fatos e figuras reais (Blimunda com olhos de raio-x, passarola voadora em plena Idade Média europeia e tal), mas tudo isso são só joguetes para o autor ilustrar melhor os absurdos que são feitos em prol de alguma “entidade superior”. As pessoas comuns, as que trabalham arduamente, e sofrem horrores, seja pelo rei, seja pela igreja, essas sim, são as verdadeiras heroínas dignas da história de um país; e aqui elas têm vez, e, como na vida real, um trágico (infeliz) fim.
Derso 28/04/2023minha estante
Tenho ele na estante, confesso que fiquei curioso com o livro.


Bruno Oliveira 28/04/2023minha estante
Prepare-se: o texto do Saramago aqui é daquele jeito que o conhecemos bem, mas, aqui, ele ainda estava o lapidando, moldando -- é possível considerá-lo entroncado, "difícil" ainda. Mas vale a pena o ler sim!




13marcioricardo 08/04/2023

Sete Luas, Sete Sóis, um Rei e muitos Cristãos..
É a terceira obra do autor que leio, sendo que esta é uma das principais, se não mesmo a principal. A conclusão que chego é que Saramago continua sendo Saramago.

Momentos brilhantes, muitos, e momentos chatos, também. Mas percebe-se bem o por quê de ter ganho o nobel. Vale a pena ler.
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Gabie 05/04/2023

Interessante mas chato de ler
História interessante mas o estilo de escrita me leva a loucura por não saber quem está falando,e achei o final sem graça,e que em certas partes o livro deixa a desejar por falta de alguns detalhes enquanto a outros momentos descreve muito mais que o necessário.
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Procyon 09/03/2023

Memorial do Convento ? comentário
Em Memorial do Convento (1988), José Saramago tenta intercalar o relato histórico de seu país com uma história de amor. Seu estilo característico, porém, faz com que essa narrativa não evoque quaisquer idealizações, tanto da história de Portugal, quanto do romance. Através de anacrônicos e transgressores comentários, Saramago revela os conflitos do homem comum com a religião, a condição humana, além de criticar questões (ainda) contemporâneas como a exploração do trabalho e o machismo. É nesse cenário profundamente violento que o autor intercala dois planos narrativos ? dos oprimidos e dos opressores ?, permitindo a seu narrador, onisciente e irônico, uma voz pluralista. O elemento simbólico localizado no ato de ver ? que Saramago desenvolveria mais em obras como Ensaio sobre a Cegueira ? é aqui bastante presente. Há ainda um elemento de intertextualidade, na medida em que o escritor português referencia grandes autores do seu país, como Pe. António Vieira, Fernando Pessoa, Camões, etc. Talvez pela excessiva quebra do ritmo narrativo é que eu particularmente prefira o Evangelho segundo Jesus Cristo, embora este seja o livro que afirmou o estilo peculiar de um dos maiores escritores contemporâneos.

(A medida que fui chegando ao final da leitura, não conseguia pará-la, parece que Saramago soube manipular a ansiedade do leitor como poucos.)
Procyon 03/04/2023minha estante
Editado.




Biblioteca da Pry 04/03/2023

Enfim, terminei essa leitura. Não por prazer, mas para tentar entender como um escritor tão famoso consegue estragar uma bela história.
O problema do livro já começa com a divisão dos capítulos que parecem sem fim, juntando ainda a falta de pontuação. O autor tem a característica de usar apenas pontos e vírgulas, então, se você não souber disso antes de começar a leitura, simplesmente não vai entender absolutamente nada, e sabendo, é preciso muita atenção e às vezes reler novamente para entender, o que torna tudo cansativo e sem graça.
A ideia do livro até que é boa, mas já começa confusa e só vai piorando, porque do nada, ele muda o assunto, o narrador, alguns personagens simplesmente somem da história, outros são esquecidos e retomados do nada, assim como alguns aparecem sem a gente nem entender pra quê.

A literatura portuguesa é tão rica, a forma como eles usam o português é bem interessante e diferente da nossa, assim como descrevem os ambientes e as pessoas tem uma peculiaridade que me agrada.
Mas, essa obra de Saramago me desagradou bastante.
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Peter.Molina 28/02/2023

Realismo fantástico e a obra
Esse foi meu primeiro contato com Saramago e posso adiantar que a leitura é bem complexa. Os parágrafos são extensos , não há travessões de diálogos, estes são inseridos dentro do texto em fluxo contínuo. A história relata a gigantesca construção do Convento de Mafra, com toques de realismo fantástico envolvendo Baltazar Sete Sois e Blimunda, sua esposa, a mulher que vê por dentro. São várias aventuras ao longo do livro, relatando tanto as dificuldades da obra monumental, como também a construção de uma máquina voadora pelo padre Bartolomeu, que armazena as vontades como nuvens fechadas. O final é muito triste e desolador, pensei , pra que tanto sacrifício... Enfim, um livro grandioso mas difícil.
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Cristina117 10/02/2023

Apaixonante, direto, crítico e muitas vezes, ácido. Único
Uma escrita envolvente e profunda, que nos leva à muitas reflexões. É a história contada pelo olhar de quem observa tudo de maneira ampla, direta e realista, com ironia, sagacidade e ousadia. Sob uma perspectiva social, revela as mazelas do povo oprimido, em meio a construção de um convento, por capricho e honra da sua realeza. Os protagonistas, aliás, são do povo. A história de amor deles é bela, sem ser romantizada. É construída na dureza do dia-a-dia. Por outro lado, mostra que o poder, a vaidade e a ganância, não poupam ninguém. Junte a tudo um tanto de místico, que torna a história ainda mais interessante. É uma crítica social, que em muitos aspectos, mesmo depois de 300 anos, ainda hoje se faz atual.
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_matheus.freitas 01/02/2023

SUBLIME
Minha primeira experiência com Saramago, não poderia ter sido melhor tendo em vista que esse é o título que lhe garantiu o Prêmio Nobel.

Visceral, emotivo, tão profundo que verdade tenho que dizer: Não existem palavras que descrevam de maneira satisfatória a jornada de ler esse livro.

Baltasar Sete Sóis e Blimunda Sete Luas. Eis aqui o verdadeiro exemplo de devoção romântica, que acho que falta aos dias de hoje, não só já ficção, mas também no mundo real !

Deixo aqui meu apelo: A quem puder deleite-se nas páginas desse livro!
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OgaiT 12/01/2023

Possivelmente este é o livro divisor de águas na carreira do escritor lusitano. Prova disso é que o autor foi cremado junto a uma cópia de Memorial do Convento. Esse romance é também leitura obrigatório entre os estudantes de Portugal e está para os portugueses, assim como Dom Casmurro do Machado de Assis está para os brasileiros.
Em Memorial do Convento, José Saramago se vale de fatos históricos para compor a sua narrativa. Aqui temos o típico narrador irônico e crítico quanto a humanidade, bem como os longos períodos, aspecto que pode causar estranheza aos leitores de primeira viagem do escritor.
Acerca da obra propriamente dita, situa-se no período de construção do Convento de Mafra, uma obra que excede inclusive a dimensão megalomaníaca do Palácio de Versalles na França. Nesse sentido, em determinado momento temos a seguinte crítica do narrador:
"Mas em Lisboa dirá o guarda-livros a el-rei, Saiba vossa real majestade que na inauguração do convento de Mafra se gastaram, número redondos, duzentos mil cruzados, e el-rei respondeu, Põe na tua conta , disse-o porque ainda estamos no princípio da obra, um dia virá em que quereremos saber, Afinal, quanto terá custado aquilo, e ninguém dará satisfação dos dinheiros gastos, nem facturas, nem recibos, nem boletins de registo de importação, sem falar de mortes e sacrifícios, que esses são baratos." (p.133).

Nessa narrativa se destacam 3 personagens, o primeiro deles é o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão foi de fato uma figura história e cognominado de "Padre voador" devido ao seu ávido interesse por invenções capazes de proporcionar o vôo aos seres humanos. Além dele, temos o casal Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas, esta última detentora do dom de enxergar o interior das pessoas e inspirada em uma outra figura histórica.
"Se Deus, que lá do alto vê tudo, vê tudo assim tão mal, então mais lhe valia andar cá pelo mundo, por seu próprio e divino pé, escusavam-se intermediários e recados que nunca são de fiar, a começar pelos olhos naturais, que vêem pequeno ao longe o que é grande ao perto, salvo se usa Deus um óculo como o do padre Bartolomeu Lourenço, quem dera que me esteja olhando agora, se sim ou não me vão dar trabalho." (p. 204).
Termino essa primeira experiência com o trecho que chamou a minha atenção nas primeiras 115 ppáginas:
"Além da conversa das mulheres, são os sonhos que seguram o mundo na órbita. Mas são também os sonhos que lhe fazem uma coroa de luas, por isso o céu é resplendor que há dentro da cabeça dos homens, se não é a cabeça dos homens o próprio céu." (p. 113).


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Juliana 07/01/2023

A mais linda história de amor
Meu quarto do livro do Saramago, mas confesso que achei o mais difícil deles. O início não fluía, desisti duas vezes, mas lendo as resenhas insisti e não me arrependi.
Da página 200 em diante ele me envolveu totalmente e apesar do livro ser uma crítica à coroa portuguesa e ao Clero, a história de amor fala mais alto. E fica a incógnita no final, lindo e triste .
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zeguilhermespp 29/12/2022

Um épico das pessoas comuns
D. João V de Portugal promete construir um convento franciscano se sua mulher, D. Maria Ana, der à luz uma criança. Um ano mais tarde, nasce a primeira infanta do patriarca, e são dadas as ordens para se iniciarem as obras do Convento de Mafra ? o maior que Portugal já viu.
Em Memorial do convento, Saramago nos permite acompanhar esse capítulo da história de Portugal sob o prisma de dois súditos de el-rei: Baltasar Sete-Sóis, um soldado que perdera a mão na Guerra de Sucessão Espanhola, e Blimunda, uma mulher extraordinária com poderes de ver ?dentro? das coisas. Acompanha o casal o douto Bartolomeu Lourenço de Gusmão, padre dado às ciências que gesta o sonho de inventar uma máquina voadora.
Esses três personagens, junto a muitos outros, preenchem com vivacidade a narrativa histórica. Observamos, com o olhar irônico do autor, os descaminhos de um país atormentado pelos traços marcantes do Antigo Regime: a divinidade do rei, a desigualdade social justificada pela Igreja, a escravidão atlântica e uma casta de fidalgos enriquecidos às custas do ouro extraído da colônica americana. Para completar, os familiares do Santo Ofício rondam o reino, promovendo uma caça às bruxas, aos cristãos-novos e a todos aqueles que questionem o dogma católico.
Toda essa epopeia histórica é preenchida pela experiência de pessoas comuns, com destaque para Baltasar e Blimunda, que compartilham a história de amor mais linda que já li. Aqui, Saramago faz uma verdadeira ?literatura dos de baixo?, para parafrasear Thompson. Narra-se a construção do imponente Convento de Mafra a partir da vida da gente comum: os pedreiros que levantaram as paredes, os abegoeiros que tangiam as reses.
Em um capítulo especial, é contada a odisseia dos trabalhadores para transportar uma pedra do tamanho de uma casa em direção a Mafra. Essas 30 páginas me deixaram boquiaberto, tamanha é a capacidade de Saramago de revirar a história oficial e pô-la de cabeça para baixo, implacável com a hipocrisia sórdida da classe dominante portuguesa.
O capítulo final do livro é uma experiência à parte. De longe, o mais bonito que já li. Me tocou de forma profunda e me fez chorar que nem um bezerro.
Memorial do convento é um livro sem igual, que assombra e encanta na mesma medida. Acima de tudo, é uma narrativa belíssima sobre o poder do amor.
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thaisraiz 29/12/2022

A cura da vaidade ñ é modéstia, nem humildade, é o excesso
Duas semanas pra ler isso daqui. Em contagem de dias letivos, isso é tempo demais da conta. Li pra minha matéria de Narrativa Portuguesa e terei que entregar um trabalho sobre (desejem-me sorte).
Saramago é Saramago né? Tamo falando da elite. Os mecanismos que ele usa para denunciar os problemas fundamentais da igreja e criticar a monarquia em seu país são simplesmente geniais. A Blimunda é uma personagem única que nunca poderá ser copiada ou reinventada. São muitas as metáforas presentes nesse livro e mesmo eu não gostando muito de história da idade média e moderna, essa me capturou.
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Paula 27/12/2022

Livro mais difícil que já li do Saramago, mas meu Deus do céu esse final!!!!!! Um dos finais de livro que mais partiram meu coração.
Pra mim os pontos altos do livro são o final, o amor entre Baltasar e Blimunda, e as críticas que ele faz a igreja católica e a família real.
Algumas partes são maçantes, mas vale a pena.
O parágrafo das páginas 369/370, que coisa mais linda.
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Guilherme 15/12/2022

Memorial do Convento é um romance de José Saramago, conhecido internacionalmente, publicado pela primeira vez em Outubro de 1982. A acção decorre no início do século XVIII, durante o reinado de D. João V e da Inquisição.
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