O rei de Havana

O rei de Havana Pedro Juan Gutiérrez




Resenhas - O Rei de Havana


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AleixoItalo 11/04/2020

Tá aí uma obra bastante intragável. Não por causa da qualidade, mas da perversão, nojeira e escatologia que compõe o livro.
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A trama acompanha o adolescente Rey, que após presenciar uma morte trágica, vai para um reformatório de onde foge e passa a viver nas ruas de Havana, em meio a sujeira, podridão e ao sexo desenfreado.
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A narrativa é composta basicamente de Rey vivendo na sujeira e transando com toda mulher (ou não) que aparece , com descrição bem clara das nojeiras do ato. Simples e cru assim. Numa história onde tudo dá errado, pessoas vem e vão, são assassinadas e ninguém se importa.
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"O Rei de Havana" é um pouco de "Capitães da Areia" sem o romantismo idealizado de Jorge Amado e com muito pau duro e boceta fedorenta, é isso. Toda essa obscenidade rouba um pouco o foco da própria jornada de sobrevivência de Rey, as vezes parece uma ferramenta forçada, mas serve pra tornar mais visual o inferno vivido pelos personagens.
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Com relação à essa aversão pela obra, é como o próprio autor diz, as pessoas torcem os olhos porque não querem ver e aceitar aquilo, mas essa é a realidade de muitas pessoas que vivem aquela vida marginal e miserável , queira você que seja real ou não!
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V_______ 07/06/2022

O rei de Havana
O autor cubano Pedro Juan Gutiérrez, criou aqui uma obra suja, seja no linguajar, carregado de palavras chulas e palavrões, na obscenidade das ações e nos próprios personagens, e a sujeira propriamente dita em suas ambientações, mostra uma Havana extremamente imunda, cruel e nua, e esse é certamente o trunfo aqui.
Reinaldo é um jovem vivendo, sobrevivendo, na capital cubana nos anos 90, vai para o reformatório após uma série de infortúnios bizarros beirando o cômico, pois quando a desgraça é tamanha a única opção que resta é rir. Após alguns anos Reinando consegue fugir e passa a perambular pelas ruas da cidades, convivendo com a mais baixa esfera social, mendigos, prostitutas e viciados, se tornado o Rei de Havana.
Gutiérrez não poupa os leituras de estômago fraco, aqui vai ter uma história visceral, asquerosa e cruel, o mais impactante é que não se trata de um livro de terror e que essa forma animalesca de vida que os personagens levam, são bem reais nas camadas esquecidas da sociedade, as que costumam ser ignoradas por conveniência para que continuemos acreditando em contos de fadas enquanto levamos nossas vidas de convenções. Adorei a experiência, lembrar o quanto certas irrelevâncias diárias são artigos de luxo é um desses socos no estômago.
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Felipe 30/12/2022

Pedro Juan, nos mostra aqui o submundo de Cuba, não muito diferente dos demais países da América Latina, com pessoas vivendo na miséria e caos. Uma escrita muito crua, sem muitas papas na língua. Tudo aqui é muito vivo, muito intenso e voraz. Leitura que incomoda pela sujeira, podridão, fedor. Tudo isso utilizado para mostrar uma parte marginalizada da sociedade que é invisibilizada.
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suellen 01/10/2020

Peculiar
Foi de longe um dos livros mais interessantes que li durante esses meses. Toda a narrativa do livro leva o personagem ao verdadeiro caos. Durante o livro tu vê o quanto o personagem enxerga o amor de uma forma deturpada, mas lógico que por conta de tudo que passou durante a sua infância/adolescência. É um ótimo livro com uma leitura fácil, sem palavras muito difíceis.
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jota 09/01/2017

Barra pesada e suja, muito suja...
Depois de Trilogia Suja de Havana e Animal Tropical com este O Rei de Havana penso que agora conheço muito melhor aquilo que alguns críticos chamaram de "realismo sujo", a literatura de PJG. Dela participam não apenas os cubanos; ratos, baratas, piolhos, cães sarnentos, urina, fezes, sêmen e outros fluidos e odores corporais são igualmente parte importante das histórias que ele escreve.

O rei de Havana não é Fidel (o dono de toda a ilha e seus habitantes, até mesmo de várias pessoas residindo no Brasil); El Rey de La Habana (título original) é sobre Rey, ou Reynaldo, um garoto órfão e desajustado, com capacidade para transformar num inferno qualquer instituição destinada a recuperar menores infratores. Não que fosse dono de um intelecto invejável, muito pelo contrário: aprendeu tudo nas ruas, detestava escola, mal sabia ler e escrever aos treze anos.

Fugitivo de um estabelecimento correcional, Rey perambula por alguns sítios antes de voltar definitivamente para a capital: vivia em Havana até a tragédia que acabou com sua família. Ele não tem futuro nem busca um; vive por viver: premido pela necessidade faz de tudo um pouco, se vira, como faziam quase todos os cubanos no auge da crise por que passou o país na década de 1990 com o esfacelamento da antiga URSS, que mantinha Cuba como ponto estratégico de sua política anti-EUA.

Rey rouba, recolhe restos do lixo para comer, pede esmolas, trabalha alguns dias aqui e ali para poder se sustentar, faz sexo por prazer e também por comida, bebida e drogas, zanza pela cidade sem destino, dorme nas ruas, em prédios arruinados, defeca em qualquer lugar e transa como um animal, inclusive com um travesti e mulheres bem mais velhas do que ele. Encara a miséria como um fardo insuportável, a vida como uma inutilidade, e mais de uma vez pensa em acabar com a sua, totalmente sem sentido como a de muitos que cruzam seu caminho.

Se o livro é ou não um retrato de Cuba e dos cubanos daqueles anos de penúria não importa. Ainda que não seja um personagem com quem se possa identificar ou simpatizar, Rey é humano a seu modo - ao modo de Gutiérrez, seria melhor escrever -, mas poderia ser encontrado em muitas ruas de grandes cidades mundo afora. Se é um personagem exagerado (outros igualmente são, como Magda e Sandra) ou vive situações extremadas, convém lembrar que a literatura não tem compromissos com a realidade, não tem de fazer um retrato fiel da sociedade ou de seus indivíduos feito uma obra de sociologia. No entanto O Rei de Havana não se passa em Marte, mas aqui mesmo na América Latina.

(Engraçado é que houve momentos em que os tormentos por que passava Rey evocaram em mim os de outro personagem, de outro livro, de uma sociedade e de um tempo completamente diversos, o vagabundo famélico da obra do norueguês Knut Hamsun escrita em 1890, Fome. Enquanto lemos nossa mente viaja...)

Mesmo com seu realismo sujo, PJG parece ter mais credibilidade para falar de seu país do que as autoridades cubanas, expoentes de uma das ditaduras mais longas da História e responsáveis pelo lastimável estado que o país atingiu então - porém sempre colocando a culpa de tudo no bloqueio comercial imposto a Cuba pelos EUA. Nesse sentido, Rey e os outros são também vítimas do desgoverno cubano e não apenas vagabundos ou putos que pensam o tempo todo em sexo, rum, charutos ou drogas, o que efetivamente fazem. Pedro Juan Gutiérrez faz literatura e através dela também escreve a crônica amarga e suja da sociedade de seu tempo.

Lido entre 27 e 31/12/2016. Minha avaliação: 4,3.
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Raquel Lima 01/02/2015

Angustiante
Rey é um natimorto. A sua experiência de vida é mínima , simplesmente passa os anos que não conta, tentando se alimentar, dormir e trepar ... Triste, angustiante. A degradação, a miséria permanente, a fome , a sujeira nos contamina... A sensação ao terminar de ler é de estar suja. Preciso de um banho ... E infelizmente, sabemos que podemos não estar muito longe do que lemos , talvez ali na esquina vivam Reys e Magdas, que acreditam que o que passam é normal , que o que têm é vida.
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Paulo.Vitor 05/07/2023

"Sua morte e sua desgraça era que vivia exatamente o minuto presente. Esquecia com precisão o minuto anterior e não se antecipava nem um segundo ao próximo minuto. Tem quem viva dia a dia. Rei vivia minuto a minuto (...) Aquilo era decisivo para sobreviver e ao mesmo tempo o incapacitava de fazer qualquer projeto positivo. Vivia do mesmo modo que a água estancada num charco, imobilizada, contaminada, se evaporando em meio a uma podridão asquerosa. E desaparecendo."

É com este trecho que resumo este livro, que conta a história de indivíduo miserável num país diferente do nosso. Reinaldo, tenta sobreviver como pode e sozinho, por ter perdido toda sua família de maneira trágica e até um pouco grotesca. Em poucas páginas, o autor nos mostra como sua criação e infância que foi deficitária, triste, sofrida, e dura vai interferir diretamente na sua vida. Rei foge do reformatório, e após isso, apenas sobrevive, fazendo todo tipo de coisa necessária para se manter vivo, e apenas isso. A felicidade não só passa longe do seu corpo, como parece fugir dele (e ele dela).
O Autor não nos poupa de detalhes da pobreza em que vive Reinaldo, que vê, principalmente no sexo, no rum e no tabaco, o motivo, razão e propósito de sua vida.
Gostei muito da escrita, essa é crua, seca, direta e principalmente VULGAR (de uma maneira boa), mas longe de ser fantasiosa, é, na verdade, muito realista. O autor claramente nos faz pensar na função de cada personagem e qual papel estes exercem na vida do Reinaldo , que não se ajuda, e parece se afastar de qualquer ajuda.
Com isso creio que vou comprar os outros 2 livros deste autor. Acho não ser um livro para todos, devido a linguagem ser um tanto impactante. Paguei 29,98, creio que vale a pena a leitura, a capa é bonita e como de praxe da Alfaguara, muito confortável de ler.


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Carla Verçoza 18/01/2009

Ótimo!
Descobri Pedro Juan Gutiérrez em 2008 e achei incrivelmente bom "O Rei de Havana", muito crítico e com um tom sarcástico... gostei muito e pretendo ler os outros livros do autor em breve.
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Aninha Selva 28/05/2020

Sufocante
Um livro que retrata a realidade de muita gente. A escrita é bem crua, e a história é sufocante.
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desejoumlivro 08/04/2022

Foi escrito para chocar!
Com muita facilidade, consegue te causar nojo, indignação e um incômodo realmente significativo, ao mesmo tempo que te prende na curiosidade de saber aonde aquela loucura vai dar.

Logo depois que li a última página, confesso que fiquei em dúvida se tinha gostado, pois me senti desconfortável por algum tempo.
Daí, parei para refletir e me dei conta de que o autor atingiu com maestria o seu objetivo. Toda a narrativa repleta de palavras chulas, sexo, promiscuidade, drogas e violência reflete, com profundidade e realismo, a vida de uma parcela da população de Cuba nos anos 90.

Não é aquela leitura que você termina feliz, mas te faz refletir bastante sobre o comportamento de pessoas que nascem e vivem em situação de miséria extrema, hostilidade e ausência de perspectiva de um futuro digno.
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Yorg Buendia 13/01/2010

Para quem gosta do estilo acredito ser uma grande obra. Violento e sexualizado ao extremo (as parafilias seriam dos personagens ou do proprio autor?). Leitura desagradável e por vezes constrangedora. Talvez o mérito fique por conta da capacidade do autor de fornecer cheiro às cenas e aos personagens e produzir asco e náuseas em quem lê.
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fev 30/04/2022

Incômodo, sujo e aflitivo
É um livro muito bem escrito e frenético. Mas ainda fico sem ter certeza qual era a intenção do autor com a obra. Denúncia? Reflexão? O texto não deixa claro. Há alguns pensamentos críticos ao longo do enredo. O certo é o que o livro mexeu comigo e me incomodou de várias maneiras. Inclusive algumas cenas presentes no final da história. Talvez tenha passado dos limites. Se bem que o exagero perpassa inúmeras situações descritas. Agora me resta refletir mais sobre tudo isso.
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marcioenrique 03/06/2020

?...o ser humano se acostuma com tudo. se todos os dias nos derem uma colherada de merda, primeiro a gente reage, depois a gente mesmo pede ansiosamente a colherada de merda e faz tudo para comer duas colheradas e não só uma...?

narrativa forte, visceral, direta, incómoda.
miséria na sua forma mais crua, que nos abala ao término da leitura.

um dos pontos fracos do livro são as descrições de sexo e os elogios ao membro do personagem, bastante repetitivos.
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Marcus.Vinicius 07/07/2020

Vísceral
A história se passa no final dos anos 1990, em Havana, Cuba. Reinaldo, um adolescente pobre, subitamente se vê sozinho e largado a própria sorte por circunstâncias trágicas. A partir dai, acompanhamos a literalmente miserável vida de Rei pela sobrevivência, em meio à fome, miséria, violência, e muito sexo, relacionando-se com diversos e variados personagens. Há momentos do livro em que o leitor sente nojo, asco, de tão bem detalhadas as cenas pelo autor. Em alguns momentos me lembrou o mestre Rubem Fonseca. Leitura fluida, rápida, onde pode-se observar as condições da população pobre cubana dos anos 90, e a que condições o ser humano pode chegar quando é submetido a um completo abandono social.
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