Marlonbsan 04/07/2023
O Rei de Havana
Pode conter gatilhos.
Nos anos 1990, em Cuba, Reinaldo, após fugir do reformatório, vaga pelas ruas em busca de abrigo e comida. Sozinho, sem família, amigos ou qualquer rumo, vive o momento e luta para sobreviver. Milhares de outras pessoas se encontram em situação parecida, existindo.
O livro é narrado em terceira pessoa e acompanhamos o que acontece com Reinaldo, a linguagem é bem simples, mas possui uma densidade considerável em vários pontos.
Começo dizendo que esse não é um livro para todas as pessoas, assim como o fato de ser para maiores de idade, no mínimo. Pessoas mais sensíveis ou que se impressionam facilmente, podem ter problemas com a leitura e crueza das palavras.
Os temas abordados, a pobreza, violência, interação social e as situações vivenciadas por Rei, assim como toda a ambientação, mostra pessoas à margem da sociedade, buscando formas de sobreviver. A fome e sede são constantes, assim como as chuvas, sol escaldantes e todos os demais problemas.
A linguagem crua demonstra toda a brutalidade e animosidade das ações, a forma de tratamento entre os humanos, que se usam, se exploram, em um nível que gera incomodo, choca.
Porém, senti que há uma repetição grande de certas ações básicas, sempre ocorre as mesmas coisas, há um ciclo, e isso deixou a minha experiência um pouco cansativa, incluindo a densidade de escrita.
Tudo é muito pesado, os acontecimentos iniciais, a interação dos personagens, a apatia em certos momentos e a brutalidade em outros, o final é daqueles que mostram a animosidade humana no seu mais alto nível. Com certeza um livro diferente do usual, mas não é uma leitura para todos.