O resenheiro 16/03/2022
Uma literatura suja regada a muito sexo
Se você é daquele tipo puritano que quando ouve um palavrão sente um arrepio de incômodo, por favor, nem chegue perto deste livro. Por outro lado, se você é daquele tipo puritano da boca pra fora, mas que gosta de uma sacanagem, enfim, um hipócrita, então este livro é pra você. Também tem aquele terceiro tipo, curioso pra tudo, que quer ler todo tipo de estilo. Então esta história também é pra você.
Se quer saber um pouco mais sobre Cuba, sobre a pobreza que choca e assola o país, sim leia, pois a descrição dos prédios luxuosos com escadas de mármore mas agora em ruínas e dormitório de prostitutas, homossexuais e mendigos vai massagear um pouco o seu ego. Mas uma ressalva que neste caso, a constância da descrição de sexos exacerbados, voyeers a espreita se masturbando em cenas hediondos vão sim deixá-los chocados senão petrificados.
Enfim, tudo isso é regado não só a sexo, mas a muito rum, acompanhado de maconha e cigarro, um incentivo para os viciados que não estão com a mínima vontade de parar. Tudo isso retratando um cenário muitas vezes alegre, onde o personagem principal, Reinaldo, ou apenas Rei, apelidado por algumas de suas companheiras de aventura como o Rei de Havana, um jovem adolescente desgastado pela miséria e com aparência de trinta anos, vive a vida minuto a minuto, sem pensar em nada além do presente.
Enganando a fome quando possível, vivendo com o mínimo sem querer mais nada de nada, Rei muitas vezes parece mais um animal do que um ser humano neste mundo onde alguns de nós nunca jamais conseguiriam imaginar como seria nascer em um ambiente como esse.
Só lendo mesmo para se ter uma ideia, e foi por isso que nem me importei quando me deparei com a quantidade de descrições impróprias, palavras chulas e relações homossexuais, pois não é isso que importa, mas entender que este outro mundo existe sim, ali do seu lado, cheirando forte, exalando suor e nos fazendo sentir tudo isso durante a leitura!