Prisci B. 20/01/2013
http://literaturaummundoparapoucos.blogspot.com.br/2013/01/resenha-jogando-xadrez-com-os-anjos.html
Autor (a): Fabiane Ribeiro;
Editora: Universo dos livros;
Páginas: 399;
Status No Fim Da Leitura: Apaixonada, emocionada e melancólica.
"Inglaterra, 1947. A Europa está devastada pela Segunda Guerra Mundial, assim como o coração da pequena Anny. A garota vê seu mundo desmoronar ao receber a triste notícia de que seus pais precisarão ficar longe dela, por tempo indeterminado. Ela é levada para morar com um casal que parecia não saber da existência do amor. Acompanhada apenas por sua ovelhinha de pelúcia e pelo tabuleiro de xadrez que ganhara de seu pai, Anny viverá dificuldades pelas quia suma criança não deveria passar. No entanto, ela mostrará que a felicidade está presente em detalhes tão sutis que só mesmo um anjo seria capaz de revelar."
“ Só quero vê-la feliz... Quando a neve cair, vou estar com você... E quando a neve se for, vou lembrar de você... Faça chuva ou sol, vou sorrir ao pensar... Que a levo em meu coração...” - página 247.
Anny era uma linda criança de 8 anos que tinha uma vida normal, tirando o fato de que seus pais nunca foram tão presentes em sua vida. Ela não sabia o motivo pelo qual eles viviam viajando, era ciente apenas de que era a trabalho, mas eles nunca a revelavam nada.
Para ela, os finais de semana era divinos, pois os pais podiam estar em casa para lhe fazer companhia. Um dia ela recebeu um jogo de xadrez de cristal de Jefferson, seu pai, e ele ensinou-lhe tudo o que deveria saber, porém sua felicidade for devastada pela notícia de que ela ficaria sem os pais, pois eles iriam viajar sem data de volta e ela teria que morar com outra família.
Sua nova família odiava crianças pelo fato de nunca terem tido uma, e Anny vivia sozinha. Até que misteriosamente apareceu Pepeu, que virou seu grande e fiel companheiro. Virou seu anjo.
A menina conseguia ver a felicidade nas piores coisas, principalmente na única visita a cada ano que seus pais faziam.
Eu tentei continuar essa resenha sem soltar spoiler, mas foi impossível, então desisti.
Jogando Xadrez com os Anjos é o tipo de livro que te faz chorar, sorrir, te deia bobo em alguns momento, te deixa indignado e muito lhe faz refletir. É uma lição de vida dentro de um livro.
Eu sou o tipo de pessoa que ama um livro reflexivo e inspirador. Aquele livro que marca, que traz aquela emoção boba que se sente pelas coisas simples e grandiosamente tocantes. (Talvez eu seja a única que sinta isso).
Em primeiro lugar é impossível falar de Anny sem mencionar a palavra Anjo para descrevê-la. Quando me lembro do que ela passou no livro eu passo a achar que nós somos ingratos por não sermos felizes com o que temos. Ela apanha, vive -praticamente- sozinha, não têm amigos no início e vive feliz, sem reclamar de nada.
" — Cada um tem a sua história, com conquistas e vitórias - ela pensou -, porque a vida é como um jogo de xadrez: devemos estar sempre prontos para ganhar ou perder; o importante é tentar." - página 118.
Encontrei poucas falhas no livro, então vou citar elas e explicar-las:
1°: Achei alguns erros de digitação. Nada que altere o sentido de uma frase, mas é péssimo ler coisas faltando letras.
2º: Houve uma cena no livro que foi muito pesada para ser passada com uma criança. Certo, entendo que foi a cena que deu um "UP" no livro todo, mas na minha opinião, poderia ter sido um pouco amenizada, um pouco menos cruel.
3º: Adorei a Anny, mas acho que ficou bem forçado. Uma criança que não tem 1 rancor se quer, que ama até aquela que a agrediu? Eu acho isso fantasia demais, mas pensando bem, o livro a cita como um anjo, não? Então, isso fica a rigor de cada leitor.
Tirando essas pequenas falhas, eu gostei muito da escrita da Fabiane. Algumas partes foram arrastadas, mas outras, tiveram um bom desenvolvimento, e não deixaram eu parar de ler de forma alguma. Como também tinham umas que me faziam colocar o livro pro lado e procurar um motivo para continuar a lê-lo.
O PAI de Anny, Jefferson, me cativou mais para o final do livro, mas a mãe, Cindy, a ODIEI do início ao fim. É, raiva, muuuita raiva dela.
E eu encerro a resenha com meu quote preferido.
"— Sabe, Anny, nunca se esqueça de sorrir e nunca se esqueça de como é ser criança. — Mesmo quando eu for adulta? — ela indagou, confusa. — Principalmente quando você for adulta - falou o rapaz. - Preste atenção no que eu vou lhe dizer. A diferença entre os adultos e as crianças é que, quando crescemos, aprendemos a usar palavras difíceis, achamos que entendemos tudo, aprendemos a nos distanciar dos sonhos e fingimos, fingimos muito. Porque sempre nos preocupamos em manter a aparências, e não em fazer coisas que nos deixam realmente felizes. Deixamos de nos encantar, de dar valor ao que tem valor, de fazer o mundo os nosso redor sorrir, e de sorrir de volta para ele. Não nos permitimos fazer coisas diferentes, porque seguimos regras o tempo todo. Aí, cada vez mais pensamos que podemos controlar tudo e todos; e ensinamos as crianças, quando, na verdade, elas é que deveriam nos ensinar.
— Como as crianças podem ensinar os adultos, Pepeu?
— É simples - ele continuou -, as crianças sabem o que realmente importa na vida, acreditam nos sonhos e transformam tudo com pureza e sorrisos. Os adultos deveriam apenas se lembrar de carregar tudo isso, mas sempre esquecem. Aquilo que realmente importa é perdido ao longo do tempo." - página 80.