Resenhas - Carta ao Pai

Beatriz177 29/12/2023

"tua pessoa, a medida de todas as coisas"
Decidi reler essa pedrada numa nova tradução, na capa famosa de uma editora que muito vejo pelas reproduções do clássicos, e chorei quase mais uma segunda vez do que com a supresa brutal da primeira leitura graças ao contato com outras cartas e diários do Kafka, mas também por causa das notas de rodapé. MEU DEUS, as notas de rodapé!!!!!!!!!! que trabalho magnífico do tradutor que não só forneceu, em trechos super sensíveis, esclarecimentos de outras fontes, tais quais relatos e publicações do próprio Kafka e amigos próximos, oferecendo um plano de fundo pra vida quase caricata que o Kafka viveu, mas decidiu explorar também, maravilhosamente, as nuances gramaticais, a reutilização de léxicos, verbetes etc... agregou ainda mais a essa leitura que, sozinha, já carrega tanto significado. o cuidado do trabalho do Marcelo Backes aprofunda a nossa perspectiva do universo kafkaesco, tanto no glossário bem trabalhado, quanto no ato de trazer enxertos e frases de O Castelo, A Metamorfose e outros. simplesmente perfeito!!!!!!!!!!

carrir 29/12/2023

é incrível a forma que o kafka relata, de forma extremamente íntima, a relação com seu pai. ele tinha um medo absurdo do pai e buscava a aprovação dele a todo instante de forma desgastante. a relação perturbada dele com seu pai afetou ele não somente na infância mas sim na vida toda e em todos os aspectos. é triste ler algo tão pessoal e se identificar tanto com os relatos dele.
"É de fato também que você nunca me bateu de verdade. Mas os gritos, o enrubescimento do seu rosto, o gesto de tirar a cinta e deixá-la pronta no espaldar da cadeira para mim eram quase piores. É como quando alguém deve ser enforcado. Se ele é realmente enforcado, então morre e acaba tudo. Mas se precisa presenciar todos os preparativos para o enforcamento e só fica sabendo do seu indulto quando o laço pende diante do seu rosto, então ele pode ter de sofrer a vida toda com isso."
esse livro é apenas para aqueles que tem uma relação semelhante a do kafka com o próprio pai, se não for o caso, vai ser apenas uma leitura sem interesse.

carrir 29/12/2023

é incrível a forma que o kafka relata, de forma extremamente íntima, a relação com seu pai. ele tinha um medo absurdo do pai e buscava a aprovação dele a todo instante de forma desgastante. a relação perturbada dele com seu pai afetou ele não somente na infância mas sim na vida toda e em todos os aspectos. é triste ler algo tão pessoal e se identificar tanto com os relatos dele.
"É de fato também que você nunca me bateu de verdade. Mas os gritos, o enrubescimento do seu rosto, o gesto de tirar a cinta e deixá-la pronta no espaldar da cadeira para mim eram quase piores. É como quando alguém deve ser enforcado. Se ele é realmente enforcado, então morre e acaba tudo. Mas se precisa presenciar todos os preparativos para o enforcamento e só fica sabendo do seu indulto quando o laço pende diante do seu rosto, então ele pode ter de sofrer a vida toda com isso."
esse livro é apenas para aqueles que tem uma relação semelhante a do kafka com o próprio pai, se não for o caso, vai ser apenas uma leitura sem interesse.

Isabella 29/12/2023

Íntimo
É estranho como todas as relações mantém a mesma característica, independente do tempo. Kafka mostra como consegue ser atual mesmo após tanto tempo.
A forma como fala com tanto carinho enquanto tenta demonstrar de forma justa e clara sua dor, mostra o quão desafiante foi aquela carta para ele.
O ver colocar as suas dores e angústias com tanta disciplina e beleza nas páginas me mostrou que até mesmo as cicatrizes mais profundas podem virar arte

kirazinha 28/12/2023

Nenhuma experiência é única mesmo, como pode me identificar com uma carta para um pai de homem que já morreu a anos?

Bruxinha.leitora 28/12/2023

Fui uma invasora
Esta carta é tão íntima que me senti uma invasora. O texto expõe muitas mágoas, arrependimentos e traumas que ele viveu na relação autoritária com o pai. Quero dizer, muitas partes são extremamente fortes e você pode entender claramente os sentimentos de Kafka, compreender como seu relacionamento com seus pais quando criança pode afetar toda a sua vida. Carta ao pai não é uma simples leitura, é uma experiência, é um sentimento, é uma dor.

Maria 27/12/2023

Muito melancólico
Não sei como reagir diante desta obra do kafka, é uma obra tão amarga, tão angustiante. Você consegue sentir o desconforto dessa relação tão cansada com o pai dele, ele descreve de uma forma que faz a gente se sentir tão rejeitado quanto ele era.
Eu gostei muito deste livro, assim como gostei de metamorfose, sinto que as próximas leituras que irei ler do kafka será completamente diferente depois de ler carta ao pai, pois é visível o quanto ele deixava transparecer esta relação que ele tinha com o pai na sua literatura.

Ringdingdong 27/12/2023

Daddy issues
Eu e Kafka temos basicamente o mesmo pai. Nós dois com daddy issues/problemas com papai!! Amei???

andyp16 26/12/2023

Uma carta super densa e íntima, que na minha opinião, não deveria ter sido publicada. A leitura não fluiu para mim e por isso demorei mais de um mês para ler tudo.

MartinsAlan 26/12/2023

Doentio
Kafka relata no livro toda a sua relação com o pai, poderia ser interpretado como uma autobiografia, já que o autor expõe todas as suas fragilidades e formas de pensar ao longo das páginas. Além de mostrar o quando a má criação do pai influenciou o autor das mais diversas formas negativas. Um ótimo livro para reflexão.

adrianlendo 26/12/2023

É a vulnerabilidade do Kafka na escrita dessa carta para o pai dele que a torna tão desconfortável e tão relacionável ao mesmo tempo.

Carta ao Pai nasce de um desconforto construído durante décadas pelo autor. É o nascimento do sentimento de "basta!" de alguém que não suporta mais estar enclausurado em sentimentos que nunca pediu para ter a respeito de alguém que deveria fazer com que ele se sentisse alguém melhor.

Kafka coloca corpo e alma nessa carta que, pelo menos é o que se imagina, era para ser uma reconciliação com os próprios sentimentos e com seu pai e o leitor se sente tão vulnerável e desconfortável quanto ele, mesmo que não hajam sentimentos parecidos na nossa vida pessoal.

Ler Carta ao Pai é quase invadir a privacidade de alguém. É ler o segredo mais obscuro de alguém que você preza muito, é entender alguém de uma maneira que só essa pessoa no seu mais profundo poderia te dizer.

BJekyll0 25/12/2023

A carta que nunca foi entregue
É uma leitura que levanta certos questionamentos e reflexões tanto em relação ao conteúdo do livro como uma comparação com nossas próprias relações familiares.
A carta foi escrita 5 anos antes da morte do autor em uma ocasião em que o pai questiona o porquê de Franz ter medo do mesmo.
Ele aproveita para falar do que seria o tema central - casamento - mas faz uma linha temporal de eventos que foram decisivos para a relação conturbada de ambos.
A verdade é que não há o que resenhar aqui, é uma correspondência. E apesar de inúmeros críticos tratarem como parte da obra literária de Kafka, ainda é uma correspondência em que o autor mostra suas inseguranças e fragilidades que não esperamos encontrar no autor de Metamorfose ou O Processo etc.

Joseane 25/12/2023

Ressentido
Depois dessa fico surpresa que Kafka não tenha cometido suicídio.
Absolutamente ressentido, totalmente desesperançoso. Em certos momentos é fácil se enxergar dentro do que ele sente (afinal, quem não tem Daddy Issues?), na insegurança nas escolhas...
Também me fez lembrar da Fleabag na confissão quando ela diz que quer alguém que lhe diga como viver sua vida, porque ela acredita que tem feito tudo errado. No caso do Kafka, esse alguém o pai é a medida de todas as coisas, inclusive, em tudo que ele não lhe disse e demonstrou.
Outra coisa: achei muito contemporâneo a parte que ele disse que o pai pensava que ele estava no quarto estudando mas na maioria das vezes ele estava deitado. Todo aquele meme do "silêncio, o futuro doutor está estudando".

Pedro.Cabral 24/12/2023

Suddenly im not half the man I used to be
No mínimo, é muito doloroso ver o íntimo de alguém do jeito que Kafka tem coragem de mostrar nessa carta.
Inclusive isso foi o maior baque que tive durante a leitura, bem no começo, quando ele escreve "o que é vivo não comporta cálculo". A paulada de perceber que "carta ao pai" não é um título conceito que ele pensou para o livro e na verdade está em sentido literal, que aquela pessoa doce, humana, delicada e que vive tudo a flor da pele teve que passar por isso me doeu muito.

Eu demorei muito a terminar esse livro, é bem pequeno, mas toda vez que ele conta uma situação dava vontade de parar a leitura. E sim são coisas horríveis de se acontecer/fazer, principalmente com uma criança, mas nem é isso que me dói já que muito disso, até porque muito disso já ocorreu comigo por outras partes familiares.
Acredito que muitas pessoas se indentifiquem com isso, acredito que dispare gatilhos e seja bem pior, já eu tenho o sentimento de auteridade. Não consigo imaginar o quão horrível isso foi pra ele assim como não consigo explicar bem esse ponto mas Kafka explica algo parecido muito bem na parte que fala dos lances de escada, mais pro final da carta.

No geral acredito ser é um bom livro no qual todos que desejam ser uma pessoa mais humana deve ler, com a consciência de que é escrito em outra época e para um leitor específico então com paciência.

sofiaaaaaaaaa 24/12/2023

Pra mim esse livro era uma bobeira, um livro superestimado como a maioria dos livros que vejo que são muitos famosos, mas me enganei severamente. Esse livro foi difícil de ler, não sei exatamente o que tornou a leitura difícil, mas tive de me esforçar para terminar. Assim como "a metamorfose" me vi muitas vezes no que kafka escreveu, sobre suas vivências e pensamentos. Apesar dos pesares, eu gostei muito do livro. É curto e muito tocante.