Resenhas - A Hora da Estrela

Thiago Somma 26/12/2022

De uma grandeza imensurável
Não sei como a Clarice consegue fazer isso, mas ela transforma as palavras como mágica, ela tem o poder nessa novela que através de pequenas situações e diálogos apresentar por inteiro essa personagem incrível.

Assim como a Clarice, tive vontade pegar a Macabéa e protege-la de todo mal. Ao contrário do que a Clarice apresenta no início do livro e ao longo dele, Macabéa não é insossa ou incompleta, ela é incrível, doce e cheia de perguntas para sair da ignorância que é apenas viver.

Esse livro é uma grande obra literária que apresenta o cotidiano, faz a denúncia sobre a miséria e ainda revela o ser que a Clarice foi e o que pensou perto de sua morte.

Nanda 17/09/2020

Clarisse sempre grandiosa
A autora encerra seus trabalhos com essa maravilhosa obra que nos encanta. É incrível a forma como ela utiliza as palavras para crir um falso autor e como o desfecho trás tudo o que a autora estava sentindo em seus momentos final de vida.
Ela se foi com Macabéa.
"Macabéa me matou"

Isabela 30/01/2022

A morte é um encontro consigo
Faz algum tempo desde que li pela primeira vez a Clarice, mas acho que esse livro me tocou um pouco mais.
Último romance da autora e dito o mais fácil de ler por sua estrutura linear, não achei a leitura rápida em que pese suas poucas páginas, é preciso calma para assistir Macabéa.
Macabéa foi uma moça que, como tantos outros nordestinos nas cidades do Sul/Sudeste do país, era apenas ausência. Um ser quase nunca visto para além dos estereótipos e marcado pela invisibilidade.
A escrita da Clarice era inegavelmente maravilhosa e singular.
Gostei muito do livro.

lareS2 10/03/2023

Tudo que Clarice escreve é Poesia, tudo, tudo. A hora da estrela não foge à regra, é um texto lindo muito marcado por questões referentes à cor e classe

Caroline1321 06/01/2024

Gostei bastante da história, algumas passagens me trouxeram reflexões.

Achei o início muito parado, confuso e cansativo. Acredito que meu estranhamento seja por eu estar acostumada a ler livros mais contemporâneos e não muito poéticos.

Foi meu primeiro contato com a escrita da Clarice, e pretendo ler mais livros dela em breve.

Gioh 22/09/2021

Esperava mais desse livro, achei um pouco confuso, a história é muita fraca e algumas vezes a escrita de difícil compreensão.

Mais amo essa autora

Polly 11/02/2022

A hora da estrela
A Hora da Estrela é o último livro escrito por Clarice Lispector, em 1977. Em uma tentativa de distanciamento, a autora cria até mesmo um narrador fictício, chamado Rodrigo S. M., mas nem isso deixa passar despercebidas as marcas características de sua escrita peculiar.

O livro, curtíssimo, pode ser dividido em duas partes, embora não haja uma divisão formal clara, visto que a escrita é fluida do início ao fim, intercalada apenas com alguns raros intervalos minúsculos que servem para intermediar cenas ou pensamentos, demarcados por quebra de linha.

Nascida no Alagoas, Macabéa se muda para o Rio de Janeiro após perder sua tia, a quem considerava seu único elo com o mundo. Na Cidade Maravilhosa, arranja um emprego como datilógrafa e trabalha apenas para gastar o salário com cinema e Coca Cola, deixando suas horas livres para a diversão de ouvir rádio relógio, onde aprende toda sorte de informações inúteis, nas quais acredita como se fossem a mais pura verdade. Felizmente a autora consegue se recompor a tempo, e introduzir uma personagem improvável em um enredo bastante provável, e, ao mesmo tempo em que emociona, nos faz pensar sobre como o autoconhecimento pode alterar completamente a percepção de uma pessoa sobre si mesma.

A Hora da Estrela é a última hora de cada um de nós, e a melhor maneira que Clarice Lispector poderia ter encontrado para encerrar sua carreira e, infelizmente, sua vida.

?Cada dia é um dia roubado da morte.?

tamiresaviana 06/05/2024

Macabéa e sua pureza, feliz sendo quem nem sabia que era.
A mal tratada alegre e feliz: "Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam."

Repetitivo. Clarice nos consome com sua forma, por vezes arrastada, de conduzir Macabéa: "Me dou mal com a repetição: a rotina me afasta de minhas possíveis novidades".

Do simples nada, do nada (explosão) felicidade é questão de ser.

nialves 17/09/2023

O nome da protagonista é muito difícil!°^°
Quem diria que euzinha leria um livro da Clarice Lispector! É pois é, mas eu li e gostei bastante.
Só criei vontade de ler algum livro dela por causa de uma entrevista que eu vi dela esses dias da TV cultura, e fiquei curiosa pra ver como ela escrevia e olha não me arrependo nadinha de der lido.

elle carmo 04/05/2021

o escritor e sua personagem
há quem reclame da "enrolação" pra começar, mas tudo começa exatamente nesse ponto. é como quem acha que a vida só vai começar "quando eu entrar na faculdade" ou "conseguir aquele emprego" ou "me casar". mas não, a vida já começou antes mesmo do primeiro choro.

a angústia do narrador pra começar a contar os fatos, suas hesitações, suas dúvidas, o não saber como começar, pois não há início, sempre dá pra retroceder mais um pouco, etc. todo acontecimento "pré-estória" já é a estória.

me identifiquei demais com o narrador. quando tenho um texto em mente e não paro pra escrever, sinto o mesmo sufoco que o autor, parece que existe uma macabéa aqui dentro pedindo pra nascer.

às vezes tenho a história pronta na cabeça e quero seguir um caminho, mas enquanto escrevo, é como se os personagens ganhassem vida e escolhessem suas próprias falas e destinos. foi o que aconteceu. ele lutando por uma continuação e ela mesmo não querendo ir embora, foi.

a cada página que passava me dava vontade de proteger a maca, não guardá-la em um potinho, mas dar o mundo todo pra ela conhecer.

a leitura foi boa, mas ainda não entendi por que tamanho hype.

Taphynes 11/11/2020

Clarice.
Porque há o direito ao grito. Então eu grito. Grito puro e sem esmola.

izabela 13/09/2023

Será que me identifiquei???
Agora estou preocupada se tenho sintomas de Macabéa ?????????????????????????????????????????..

marina 08/10/2023

Cheio de melancolia
Um livro que trás várias reflexões e crises existenciais. Esse foi o primeiro livro da Clarisse que li e acho que o único clássico que não fui forçada a ler, justamente por isso amei o livro e o desenrolar da história.

Éder Machado 10/12/2020

Angústia
Hoje, dia 10/12/2020, no centenário de Clarice Lispector, me coloquei a conhecer sua obra começando pela última, A Hora da Estrela, e se eu tivesse que resumir em apenas uma palavra seria angústia. O narrador, que me pareceu mais Clarice do que Rodrigo, fez muitos rodeios para contar uma história inventada, porém real, de uma mulher miserável e quase me fez desistir do livro logo no começo.

O formato não linear e carregado de dor e sofrimento foi o que conduziu a história de Macabéa que, contada por esse narrador (homem, provavelmente de classe média), me colocou para refletir em vários momentos do livro. Acho que agora eu sei por que as frases dela (fora de contexto) ficaram tão famosas.

Realmente, Clarice Lispector não é para todos, acho que a sua escrita e linguajar profundos e dolorosos foram o que mais me chamaram a atenção nesse livro. Certamente irei ler mais obras dela, acho que fui contaminado e já sinto o soco no estômago.

jessknut 10/12/2020

Me surpreendi!
Uma vez falei que queria ler Lispector e perguntei qual seria o livro mais adequado para começar essa jornada. Então, me responderam (mais de uma pessoa): "A Hora da Estrela".

Portanto, essa foi a primeira obra lida por mim da Clarice... e o que tenho a dizer? Estou encantada! Tenho a impressão que preciso relê-la futuramente, quem sabe até adotá-la como uma leitura anual? Isso porque o tom dela é puramente filosófico e, conforme os anos forem passando, creio que serei capaz de compreender muito mais do que compreendi atualmente, de enxergar um detalhe ou outro - que porventura possa ter passado despecebido - e até mesmo de ter outra perspectiva de tudo que absorvi até então. (Um livro me pega de jeito quando alcança esse patamar aqui!).

Bem, este foi o último livro escrito pela Clarice Lispector e ela sabia que estava, infelizmente, em seus últimos dias quando o escreveu, depositando reflexões pertinentes que rodeiam a vida e a morte na história dos dois personagens principais (também abordou temas como pobreza, riqueza e somou elementos de sua própria vida na história de ambos). E foi assim que, em apenas 88 páginas, a autora entregou uma história completa, linda, cheia de questionamentos e de sentimentos. E também foi assim que ela conseguiu tocar o meu coração.

Perfeita!