Yasmin Ramos 26/12/2020
Estarrecedor, emocionante e frágil
Um livro estarrecedor, emocionante e frágil. Confesso que nunca havia chorado em um livro antes (pelo menos não que eu me lembre). Me emociono bastante, sem dúvidas, mas o final de "As Vinhas da Ira" fizeram lágrimas saírem dos meus olhos.
A história foi escrita por Steinbeck em 1929, em plena depressão econômica nos EUA. O cenário é de muita escassez, seca e poeira. Mas também de uma constante esperança de que tudo vai melhorar, que um dia será possível viver bem.
Acompanhamos a trajetória da família dos Joad, que tiveram de deixar sua terra para buscar o sonho de uma vida melhor na Califórnia. Os tratores pareciam ser os culpados de os retirar de casa, mas o problema estava muito mais afundo.
Folhetos que prometiam trabalho no sul fizeram com que toda a família, pai, mãe, filhos pequenos, filhos maiores, filha grávida, tio, avós e um ex-pregador montassem em um caminhão em direção ao inesperado.
O livro tem uma escrita singela, é uma crítica poética à situação daqueles que buscavam apenas uma vida digna, em meio às mazelas criadas pela exploração exacerbada do capitalismo. Parece estar tão distante de nossa realidade a necessidade daquelas pessoas, que se satisfaziam com tão pouco, e na maioria do tempo nem o pouco tinham.
"As Vinhas da Ira", de John Steinbeck, é um clássico inexplicável de tão tocante. É impossível não deixar marcas no espírito de seus leitores, assim como deixou em mim.