As vinhas da ira

As vinhas da ira John Steinbeck




Resenhas - As Vinhas da Ira


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Renata Rezende 15/11/2022

Conta a história dura de uma família que perde suas terras e é obrigada a migrar pelos EUA atrás de trabalho.
Assim como essa família, nos anos 30, milhares de outros pequenos fazendeiros passaram pela mesma situação, o q gerou pobreza, violência e caos.
Aos poucos tudo vai sendo perdido. Ficam apenas a fome e a miséria absoluta, mas também, uma certeza muito grande do valor e importância da união familiar nos momentos de penúria.

O livro virou meu coração do avesso.
Giovanna.Caixeta 15/11/2022minha estante
esse eu quero muuuito ler!!


Renata Rezende 15/11/2022minha estante
É lindo, mas é triste. Ô!




Procyon 10/11/2022

As Vinhas da Ira ? Resenha
?Nos olhos dos homens reflete-se o fracasso. Nos olhos dos esfaimados cresce a ira. Na alma do povo, as vinhas da ira diluem-se e espraiam-se com ímpeto, amadurecem com ímpeto para a vindima.? (p. 457)

Há em John Steinbeck, mais exatamente em suas personagens, uma certa tendência à revolta. Albert Camus nos dizia: ?se queres filosofar, escreva romances?, pois, assim como a arte, ela também cria personas. Ambas são atividades criadoras, que atiçam a sanha criativa do homem na construção de sua sensibilidade subjetiva. Para o filósofo franco-argelino, a beleza da revolta mora no ato de transformar a angústia individual numa luta conjunta (uma luta coletiva em nome de valores comuns). Incorporando essa visão subversiva, Steinbeck parece ter em mente que, em determinadas circunstâncias, a violência é o único meio para atingir seus fins, lutando pela ? e para a ? justiça não importa de quem seja.

Nascido em 1902, de uma professora e um tesoureiro, em Salinas Valley, Steinbeck presenciava a vida de trabalhadores nos centros agrícolas, tornando este espaço o palco principal de suas obras. No início da década de 1960, fora laureado com o Prêmio Nobel e com o Pulitzer. O autor também teve dezessete de suas obras adaptadas para Hollywood ? sendo até mesmo indicado ao Oscar de melhor roteiro original por ?Um Barco e Nove Destinos? (Lifeboat, 1944), de Alfred Hitchcock. Morreu em 1968, em New York, aos 66 anos, desiludido com críticas que recebera ao ganhar o Nobel quatro anos antes (?antiquado? era a principal), para postumamente ser amplamente considerado como um dos maiores romancistas do século XX.

O realismo poético de Steinbeck alia-se à tradição transcendentalista, pensando na problemática social da nação estadunidense aliada a uma percepção do mundo bastante romântica ? no cinema, ?A Felicidade Não Se Compra? (It's a Wonderful Wife, 1946), assim como o cinema de Frank Capra, em geral, me parece incorporar alguns desses pressupostos. ?Ratos e Homens? (1937), um de seus mais belos textos, traz ambientes e personagens cativantes num relato quase que jornalístico. Steinbeck centra suas histórias num limbo econômico, dado sua origem social precária, captando a luta pela dignidade humana e a dificuldade das relações de afeto frente à crueldade de um mundo que cada vez mais preza pelo individualismo competitivo. No entanto, sua preocupação social tem inspirações bíblicas, explicitando peculiaridades de linguagem e passagens formidáveis que presentificam a dimensão dramática da obra.

Publicado dois anos após Ratos e Homens, ?As Vinhas da Ira? (1939) segue a representação do confronto entre indivíduo e sociedade, através da epopeia dos Joad, a pobre família de rendeiros expulsos da sua quinta pela seca dos campos de algodão de Oklahoma, pelas mudanças na atividade agrícola e pela execução de dívidas pelos grandes bancos ? forçando o abandono pelos rendeiros do seu modo de vida ?, para tentar sobreviver nas plantações de frutas em Salinas, na Califórnia. Da mesma maneira que denuncia os dramas e flagelos de um país debilitado pela Grande Depressão dos anos ?30, Steinbeck defende o conceito de que o indivíduo isolado nada vale, e a sobrevivência só é possível quando há solidariedade entre os semelhantes.

O protagonista, Tom Joad, retorna à casa em liberdade condicional (pois ficara quatro anos preso por ter matado um homem numa briga). Os Joad haviam sido expulsados de suas terras, assim como a maioria dos agricultores endividados de Oklahoma. A família, com o pouco dinheiro que lhe resta, compra uma caminhonete velha a fim de seguir à Califórnia, atraídos pelo anúncios de oferta de emprego nos campos de laranjas. A morte do avô na logo no início do trajeto torna-se prenúncio das desgraças que enfrentarão. Eles descobrem que há pouco trabalho para muita gente ? amontoada nos acampamentos improvisados ? e os salários são bastante baixos. O autor mostra, assim, a intervenção estatal e a organização dos trabalhadores como única alternativa à exploração.

As Vinhas da Ira é frequentemente lido em aulas de literatura dos ensinos secundário e universitário norte-americanos devido ao seu contexto histórico e ao legado perdurável. Há ainda, todavia, um certo preconceito decorrente da abordagem social do romance, muito ridicularizado pela simplicidade de sua linguagem (simplicidade constantemente confundida com ?simplismo?, ou ?reducionismo?). Sua versão para o cinema (1940), dirigida pelo mestre John Ford e estrelada por Henry Fonda, também faturou dois Oscar.

Steinbeck retrata a situação do homem moderno diante de dificuldades concernentes à pobreza e à privação do sujeito em um universo feroz, frenético e fugaz protagonizado pelas vítimas da competição e tratadas como párias sociais. O autor espelha, na vida e na arte, paradoxos provocados pela tensão entre instinto e mente, natureza e história, a civilização e seus descontentes. Em As Vinhas da Ira, Steinbeck alça aqueles homens e situações comuns a uma dimensão épica de imortalidade, trazendo a sua narrativa uma atemporalidade especial.

Na nação da ?liberdade e da democracia?, o polêmico livro causara um certo alvoroço, em que a histeria o fez virar cinzas em diversas cidades. Contudo, seu retrato fiel, seco e concreto da crise no campo após a Depressão não só lhe rendeu prêmios como adquiriu estatuto de clássico (num dos trechos mais marcantes da obra, Steinbeck descreve a cena de uma tartaruga atravessando uma estrada, como uma metáfora para a luta diária dos trabalhadores). A representação apaixonada de Steinbeck da situação dos pobres levou muitos de seus contemporâneos atacaram sua visão social e política (difamando-o como propagandista e socialista tanto da esquerda como da direita do esquema político). A saga da família Joad no apocalíptico cenário rural de Oklahoma e Califórnia dos anos ?30 não só é um retrato fiel e agreste da realidade, mas também torna-se ? e a cada dia mais da decorrência da bolha de 2008 ? um retrato crítico de uma época, marcado pela desilusão acerca do percurso humano na Terra.

Steinbeck põe em cheque o sonho americano, estilhaçado pela realidade de injustiças, manipulações do trabalho e explorações feitas por grandes corporações multinacionais. Além disso, Steinbeck também fora o primeiro escritor norte-americano a ter uma preocupação séria com a ecologia. Suas personagens sempre buscam uma integração equilibrada para com a natureza, a defendendo a todo custo.

Steinbeck evoca um romantismo primitivo que clama por piedade ao sofrimento humano alheio, causando um sentimento de revolta ao leitor devido ao estado de coisas de uma população condenada ao ostracismo, na medida em que expõe a extremada situação de vulnerabilidade das personagens. Frequentemente, ao longo de todo o percurso da narrativa ? culminando no fascinante arremate do livro ?, Steinbeck captura uma mescla de fatalismo com esperança.

A produção literária de Steinbeck dos anos ?30 ? sobretudo Ratos e Homens e As Vinhas da Ira ? ligava-se a um longo processo histórico culminado na Crise de ?29. Assim, suas obras do período evocam as sombras desse conjunto de transformações sociais, econômicas e políticas. Sendo herdeiro das classes rurais mais baixas, Steinbeck nutriu em sua esplêndida obra valores e experiência subjetivas proporcionados pelo modo de vida cultivado por seu grupo social desde o século XIX, de tal maneira que o autor construiu uma perspectiva histórica que buscou interpretar, denunciar e retratar os problemas da nação, cujos percalços eram, em grande parte, ao gradativo aumento da hegemonia do capitalismo monopolista e suas diversas ramificações.

Diante dessa ?experiência do absurdo?, a revolta de Casy, o pregador ? até então alguém sem propósito ?, tornara-se um motivo, uma causa motriz, criadora de um sentido até então ausente. No seu derradeiro fim, Tom Joad, ao ver o amigo numa situação absurda, acerca-se da revolta (única alternativa frente às forças de poder autoritárias e arbitrárias). Segundo Camus, a natureza humana não aceita a condição de rebaixamento. No romance-denúncia de Steinbeck, devido às excelentes construções dramáticas e psicológicas dadas a essas personagens ? tendo uma magistral capacidade de tocar em feridas sociais que até hoje desconfortam aqueles que preferem manter as atuais estruturas de dominação frente os mais necessitados ?, nós, leitores, nos compadecemos de sua luta; não numa posição superior, distanciada, em nossas torres de marfim, mas sim como se estivéssemos dentro da diegese da narrativa, presenciando as dificuldades e o absurdo da vida (a revolta quando é coletiva, e não individual, torna-se libertadora).

Em última instância, o autor, desde o início, com sua linguagem seca e sua escrita crua, deixa claro suas pretensões narrativas, trabalhando o romantismo com um choque de realidade provido pelo arremate desta esplêndida obra. Steinbeck projeta um deslocamento não só espaço-temporal, físico e geográfico, mas também um movimento sócio-histórico, refletido em sua própria passagem pessoal. Esse processo transmite um amargor, um azedume que advêm de um resgate a um passado nostágico de prosperidade (que incorpora o romantismo). Desse modo, portanto, o estatuto de clássico de As Vinhas da Ira está dado em grande medida pela sua sensível agudeza, de uma percepção essencialmente humanista em relação a todo um processo histórico. Steinbeck, em um estado de revolta e de afirmação de si próprio, não parece preocupar-se tanto para com o estilo ? traduzindo-se numa linguagem bastante simples, como já apontado no presente texto ?, mas sim à denúncia da natureza injusta das alterações sociais e de seus efeitos avassaladores, enfrentando o absurdo de frente e escancarando a decadência de tais mecanismo, resultando numa pujança humanista imprescindível.
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Isabela.Pery 04/11/2022

Se esse livro não te deixar com raiva do sistema capitalista não sei o que vai, sinceramente. Triste demais.
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Bookster Pedro Pacifico 25/10/2022

As Vinhas da Ira, de John Steinbeck
“Assolada por uma forte crise econômica, a década de 1930 no sul dos Estados Unidos foi o cenário escolhido por John Steinbeck para construir um romance que deixou uma profunda marca na literatura norte-americana. Premiado com o Pulitzer, As vinhas da ira é, acima de tudo, a narrativa de uma fuga.

Assim como milhares de famílias, os Joad são forçados a deixar suas terras, que foram seu lar por décadas, para fugir da fome e da miséria. São descartados para dar lugar às inovações tecnológicas de um sistema voraz, que não sente pena de suas vítimas. E é nesse contexto que, para esses moradores de Oklahoma, o Oeste se mostra como a promessa de uma vida melhor, com emprego e comida na mesa.

Deixando a cidade natal, os Joad iniciam uma travessia que compõe a maior parte da obra. O autor nos leva junto e nos permite acompanhar as dificuldades próprias de cada integrante da família. O ritmo dessa travessia é lento, marcado por uma escrita descritiva e que toca em temas de extrema relevância, como a desigualdade social, as precárias condições de trabalho e a sensação de não ter uma terra, de não pertencer. Ao mesmo tempo que tece críticas sociais, Steinbeck também se aprofunda nos conflitos dos personagens e na dinâmica familiar, com destaque para uma personagem que funciona como um elemento unificador: a mãe. (…)”

Para quem quiser continuar a leitura da resenha, estampada na orelha dessa edição, corre e já garante a sua!


site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Flávia Menezes 24/10/2022

NINGUÉM FAZ GOL SOZINHO, MAS QUANDO RECEBE O PASSE DO OUTRO.
?As Vinhas da Ira?, do autor estadunidense John Steinbeck, foi publicado em 1939 e rapidamente foi considerado um fenômeno de acontecimento nacional, a ser premiado com o National Book Award, o Pulitzer e o Prêmio Nobel de Literatura, em 1962.

Apesar de toda a magnitude da obra, o autor foi fortemente atacado pela sua visão social e política, tendo seu livro sido proibido e queimado, especialmente por aqueles que se sentiram degradados com a forma como sua obra denunciava as atitudes e condutas que os fazendeiros da Califórnia tinham com os migrantes.

Por outro lado, sua recepção também causou ampla discussão em programas de rádio nacional, que acabou lhe trazendo visibilidade o suficiente para colocá-lo no lugar de grande romance americano, e que ainda nos dias de hoje é fonte de grandes debates nas universidades dos Estados Unidos devido ao seu contexto histórico e ao seu legado perdurável.

Com uma narrativa encantadoramente poética, o livro intercala capítulos curtos com outros bastante extensos, porém sem prejudicar a leitura, deixando-a mais lenta ou exaustiva. Ao contrário! Enquanto os capítulos curtos nos dão uma visão mais geral das irregularidades e injustiças vividas durante o período da Depressão na Califórnia, os capítulos longos são exclusivamente voltados à família Joad, nos possibilitando acompanhar suas vidas desde o momento em que deixam a sua vida em Oklahoma, até a sua partida em busca pela promessa de uma vida melhor no Estado Dourado.

E eu tenho que dizer que, acompanhar a vida dos Joad, não é uma tarefa nada fácil. Deixar a sua terra, seu lar, que você conhece tão bem, com todas as lembranças de momentos importantes vividos em família, para mudar para um estado novo que, apesar de falar a mesma língua que você, te trata com tamanha indiferença, preconceito, como se você fosse um estrangeiro. Algo que muito me fez pensar nas migrações que muitos nordestinos brasileiros já vivenciaram, em busca das promessas de melhores oportunidades de trabalho na região sudeste.

Verdade seja dita, mas são em momentos de crise é que nos defrontamos com a triste realidade de que são os nossos iguais, os que na primeira oportunidade irão nos trair. De fato, quando nos vemos diante da necessidade de sobrevivência, é que os nossos instintos primitivos começam a falar mais alto, e, nessas horas, deixamos de lado qualquer ato de humanidade para dar vasão à nossa face mais cruel, egoísta e insensível.

Mas como diz a frase título dessa resenha, só é possível marcarmos um gol, quando recebemos a bola de alguém. De fato, ninguém vence sozinho. Até porque ninguém é uma ilha, que não precisa de mais ninguém. Mas para dar certo, para vencer junto, precisamos estar no mesmo time.

Para mim, essa é uma das mensagens mais tocantes dessa história. E era bonito ver como a família se unia para ajudar uns aos outros a todo custo, mas também se abria em atos de solidariedade aos demais. Os Joad podiam até ser pessoas simples, sem grande instrução, mas sabiam ser gentis. E como bem diz o ditado: gentileza gera gentileza, e assim como eles ajudavam, muitas vezes também eram ajudados.

Aliás, você já reparou como quem menos tem, é quem mais quer ajudar o outro? Porque verdade seja dita, só quem passa por dificuldades é que pode compreender o outro que se encontra nesse lugar. Falamos tanto sobre empatia, mas de fato, enquanto a pessoa não vivencia a realidade do outro, ela tem muita dificuldade de compreender algo que, para ela, é tão estranho.

E essa importância que temos na vida do outro, a ajuda que lhe damos, de fato é uma via de mão dupla, porque não se trata somente de fazer o bem, mas do bem que esse fazer proporciona a nós mesmos. Já reparou que quando você oferece algo a alguém (seja uma ajuda financeira, ou até mesmo aquele dia que você para tudo e dá um pouco de atenção aquele amigo que tanto precisa), a gratidão do outro nos faz sentir uma alegria sem medidas? Você já reparou como nos sentimos mais virtuosos (e até mais satisfeitos) quando damos, do que quando recebemos? É uma sensação tão gostosa, e que deixa o nosso coração tão quentinho, não é mesmo?

A missão da nossa vida não está somente nos bens que adquirimos, ou na posição que alcançamos, os nos aplausos que recebemos, mas no quanto nos colocamos a serviço do outro. Essa é a parte que mais me tocou na vida do Tom Joad, um homem tão cheio de marcas da vida, que mesmo com seu temperamento agressivo sabia como amar e servir a sua família.

E mais bonito ainda foi ver o quanto essas suas dores lhe abriram os olhos para que ele pudesse perceber que sua existência estava além de pertencer a sua família. Foi quando ele se viu completamente sozinho, é que ele percebeu que sua existência não seria nada se ele não pudesse fazer parte do todo. E foi aí que ele decidiu expandir a sua missão de vida para lutar por todos aqueles que assim como ele, eram igualmente injustiçados.

Em um mundo repleto de injustiças, onde as pessoas mais se traem do que se colocam ao lado uma das outras, de que mais pensam em si mesmas do que no fato de que os outros também tem sentimentos e necessidades, que a família Joad vem fazer a diferença, mostrando que a verdadeira beleza está em sermos mais honestos uns com outros, de sermos mais leais àqueles que estão ao nosso lado, e de continuarmos a acreditar na importância (e nobreza!) dos atos de caridade, de bondade, porque assim também se faz justiça.

Partindo dessa leitura com esse bonito senso de família e de solidariedade, eu termino com esse importante diálogo entre a mãe e o Tom Joad, que espero que assim como tocou tão fortemente no meu coração, que nesse momento, também possa tocar o seu:

?? Um dia ele citou um trecho das Escrituras, e a coisa não soava como se fosse mesmo das Escrituras. Duas vezes ele disse o trecho, e eu guardei ele na memória. Diss´que tinha tirado do Livro do Pregador.
? Como era ele, Tom?
? Era assim: ?Melhor é estarem dois juntos que estar um sozinho, porque eles receberão boa recompensa pelo seu trabalho. Se um cair, o outro o erguerá; ai do que está só, porque quando cair não tem quem o levante.? Este é só um pedacinho daquele trecho.?
Joao 24/10/2022minha estante
Preciso ler essa obra. Amo o filme dirigido pelo lendário Jonh Ford e com o mais lendário ainda, Henry Fonda. Quando vejo algo sobre esse universo, só me lembro da música de Bruce Springsteen, "The Ghost of Tom Joad".
Resenha maravilhosa mais uma vez, Flávia.


Joao 24/10/2022minha estante
Flávia, a música reflete exatamente o que você disse. O espírito de Tom Joad tá sempre por aí enquanto houver injustiças sociais. Vou correr atrás do livro porque agora me empolguei mais ainda para ler.


Fabio 24/10/2022minha estante
Resenha maravilhosa, para um livro maravilhoso!
Como este livro tem o poder de nós trazer a reflexão do que se passa em nós e a nossa volta!?
Parabéns pela resenha!


Flávia Menezes 24/10/2022minha estante
Obrigada, Fábio!! Esse livro foi realmente uma leitura riquíssima!! Obrigada, meu querido, por ter me indicado um livro tão icônico! ?


Lu @gentequeamalivros 24/10/2022minha estante
Se eu já li uma resenha mais linda e tocante eu desconheço ??. Enquanto li sua resenha me lembrou Os quatros ventos que tbm retrata essa temática e mostra vários pontos que você pontuou, agora eu já quero fazer essa leitura também ?.


Flávia Menezes 24/10/2022minha estante
Ai, Lu! Que emoção ler as suas palavras. Obrigada mesmo! E esse livro da Kristin Hannah eu preciso mesmo ler urgente!!! Agora a gente troca: eu leio o que você leu, e você se aventura juntinho com os Joad! ??


Paulo 26/12/2022minha estante
Aquela cena do cachorro na estrada não sai da minha cabeça, foi como um mau presságio:(


Flávia Menezes 27/12/2022minha estante
Verdade, Paulo. Foi uma cena bem chocante mesmo.




Rodrigo.Lobato 18/10/2022

De onde nascem as revoluções
É de grande dor ler algo que retrata com tanta realidade a nossa situação como seres humanos. O cenário em que se encontra várias famílias há mais de um século de dependência, miséria e fome é o que gera o medo em um indivíduo, mas que é superado com a união de uma sociedade que se identifica, e substitui esse medo por raiva, motivando as grandes revoluções que vimos por toda história.
Indivíduos nas situações mais decadentes, sem identidade ou lar, compartilham tudo o que tem com o próximo, enquanto os mais abastados viram as costas, negando até o que lhes sobra sem saber.
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Francisco 16/10/2022

Uma epopéia sobre a luta de classes
Quando a família Joad é destituída de sua propriedade nos campos de algodão do Oklahoma onde eram meeiros, são forçados a migrarem para a Califórnia em busca de trabalho em uma longa e penosa viagem pela famigerada Rota 66.

A esperança dos Joad por uma vida melhor onde suas necessidades básicas são satisfeitas ao longo de toda a história nos faz de alguma forma torcer para que tudo dê certo, embora o final nos dê uma certa "abertura" para nos perguntar: "Será que os Joad conseguiram?".

Como em todas as obras de Steinbeck que li, todos os personagens são solidamente construídos: Tom com seu estigma de ter estado recluso, Rosa de Sharon com sua gravidez e seus sonhos de um futuro melhor com Connie e a Sra. Joad com todo o seu exemplo de uma mulher enérgica e de fibra. Esta última com certeza é a que mais me marcou.

Assim como em Germinal, de Zola aqui encontramos o retrato da luta entre classes e mais especificamente a luta da classe operária, tão bem retratada na metáfora da tartaruga atravessando a estrada no início do livro. Além disso, Steinbeck nos apresenta um retrato fiel do estado das comunidades rurais americanas durante a Grande Depressão decorrente da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, com o êxodo rural, o surgimento das comunidades de Hoovervilles em todo o país e o inerente lucro do Estado na exploração de classes operárias por classes exploradoras, uma "Guerra de todos contra todos", conforme afirmaria Hobbes. Tudo isso era muito recente quando o livro em questão foi publicado e talvez por essa razão tenha provocado tantas polêmicas.

Outra apologia aqui deixada por Steinbeck é a de que "somos mais fortes juntos", o coletivismo a todo momento reforçado pelo comportamento da Sra. Joad que sempre busca manter sua família reunida apesar de todos os percalços.

A escrita do autor é bastante apurada, a qual sou acostumado e aprecio bastante. Além disso, nos traz muitas reflexões sociais em muitos problemas que persistem na sociedade contemporânea tais como a alarmante desigualdade social e a marginalização das classes inferiores por parte de alguns indivíduos e até mesmo por parte de autoridades (como no caso das forças policiais ao longo de inúmeras passagens do livro). Sem dúvida é uma obra prima que merece ser lida.
Flávia Menezes 16/10/2022minha estante
Você já terminou!!! Já que eu te alcanço, Francisco. E daí vou voltar aqui, pra ler sua resenha.


Francisco 16/10/2022minha estante
Gostei tanto que consegui ler de forma relativamente rápida. Flávia, fiquei com pena dos Joad o livro inteiro. Estou ansioso para ver sua opinião a respeito do livro. ;)


Flávia Menezes 16/10/2022minha estante
Ai?Francisco eu já estou preparada pra sofrer viu? Mas logo logo eu termino também, porque é mesmo um livro bem gostoso de ler, apesar de todo o sofrimento.


Francisco 16/10/2022minha estante
Também me preparei desde o início, mas é ainda assim e muito difícil porque as situações são muito tristes. Mas a mensagem do autor nesses nesses sofrimentos é muito importante.




Deghety 09/10/2022

As Vinhas da Ira
Quase sempre eu gosto de resenhar a respeito das descrições dos escritores e em As Vinhas da Ira isso beira a perfeição.
O autor narra as mazelas e tudo ao redor dos personagens como se estivesse escrevendo enquanto assistia a cena.
As Vinhas da Ira é uma denúncia da exploração dos trabalhadores e menos favorecidos. A cada capítulo há um misto de desespero e esperança com o desenrolar dos acontecimentos.
O livro se passa nos Estados Unidos, mas traçando um paralelo com o Brasil, não difere do êxodo que ocorreu, e ainda ocorre, do povo nordestino.
O livro não possui um desfecho. Fica a cargo do leitor se interpreta o último ato como uma esperança da batalha entre tragédia e a superação ou se essa exploração não tem fim.
O livro é fenomenal e retrata de forma quase cirúrgica uma realidade que nos parece longe, mas está mais perto do que imaginamos.
4,8/5
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Sabrine 06/10/2022

Ódio de Classe
Escrito no contexto da Grande Depressão, a epopéia de John Steinbeck nunca pareceu tão pertinente. Na trama, a família rural Joad, é obrigada a abandonar suas terras por causa dos bancos. Uma vez expropriada do seu meio de vida, a família entra num turbilhão de desgraças que só podem acometer a classe trabalhadora, explorada como ela é. Ainda há quem fale em fim da luta de classes, mas como se ainda estamos sob as mesmas condições? É um livro que desperta ódio, um ódio justo e que não se encerra quando fechamos o livro.
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Emanuele.Belfort 30/09/2022

Livro para a vida
?Há um crime nisso tudo, um crime que está além da compreensão humana. Há uma tristeza nisso, a qual o pranto não pode simbolizar. Há um fracasso nisso, o qual opõem barreiras ante todos os nossos sucessos.?

Em as Vinhas da Ira, acompanhamos a história da família Joad de Oklahoma, que decide seguir rumo à Califórnia logo após perder suas terras para os arrendatários. O destino não é por mero acaso, haviam sido distribuídos vários panfletos com a promessa de trabalho em colheitas de frutas. Mas antes mesmo de chegarem no estado, se deparam com várias perdas ao longo do caminho e encontram pessoas que tentam os alertar sobre a situação de miséria ao qual o local se encontra. Entretanto, a família não possui mais um local para voltar e se veem aflitos e inseguros a respeito do que os espera.

A escrita de John Steinbeck é prazerosa, os personagens são muito bem desenvolvidos, e você consegue ver humanidade em cada um. A melhor de todos os personagens, para mim, é a Sra. Joad/Mãe, pois, se trata de uma mulher que, em um primeiro momento passa a impressão de ser uma pessoa fria, porém, é exatamente o contrário, é ela que enfrenta grande parte das situações de maneira destemida e tenta manter toda a família unida diante de todas as calamidades.

Esse, sem duvida, é um livro para a vida. Vale muito a pena a leitura. Favoritado!
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Rodrigo 23/09/2022

Visceral
Que livro pungente! O autor consegue nos proporcionar uma experiência transcendental. Impossível passar incólume a essas mais de 500 páginas.
Reflexão e empatia são presentes demais.
Daniel 24/09/2022minha estante
Muito bom mesmo!




Janaina.CrisAstomo 20/09/2022

Facetas do capitalismo.
Esse é livro é um retrato do mundo. Onde pessoas estão no campo passando fome, colhendo alimentos s nada para comer... Pessoas que são obrigadas a emigrar para outros cantos em busca de trabalho, de dignidade, de vida sem a exploração quase escrava por um pedaço de pão...
Esse livro é o retrato da crueldade da balança do capitalismo: enquanto uns tem terras a perder de vista, outros trabalham duro para conseguir comer a noite.b
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Babi 01/09/2022

Imersivo, denso doloroso, agridoce, tocante... Estes e outros adjetivos servem para descrever "As vinhas da ira " .Este é daquele livro que em um momento aperta o seu coração e forma um nó na garganta, talvez algumas lágrimas deslizam pelo rosto.E em outra um sorriso se desenha nos lábios.E de repente o drama e o trágico andam de mãos dadas na mesma página.E fácil sentir um pouco da dor, resiliência e desespero dos Joad e demais famílias na mesma realidades que eles.Parece que estamos saindo do Nebraska empoleirados no caminhão rumo à Califórnia junto com eles

Os personagens principais, os Joad ,são imperfeitos.Eles não são mocinhos ou vi?ões, são vitimas de um sistema lutando pela sua sobrevivência. Eles são ignorantes e ao mesmo tempo possuem sua sabedoria, são egoístas e generosos,insensíveis e empáticos,brutos e sensíveis... E isso os torna tão humanos.Vale destacar a personagem Mãe, que acaba sendo a grande força do livro , é dela que vêm a resiliência e sabedoria para enfrentar as adversidades que a família tem que enfrentar.

A dualidade está presente nesta obra que ao mesmo tempo acaba mostrando o monstro que o ser humano pode se tornar por focar apenas em seu ponto de vista ,também mostra a genorisade que nasce nos tempos difíceis.É um livro para sentir ,refletir e nos chocar.

"As vinhas da ira" certamente se tornará uma das leituras mais incríveis que eu já fiz, fiquei completamente maravilhada com esta obra , com as descrições que eram tão incríveis que pareciam serem cinematográficas. Dá a sensação quue estamos vendo um filme, e a escrita de Steinbeck parece sugerir até os ângulos e os jogos de luz .

Obviamente não é um livro que agrada todos ,ele é muito descritivo e as vezes repetitivo,o que pode tornar a leitura maçante .Além de ser um livro de esquerda...

Para mim ,apesar de ter me incomodado com o final estranho e meio apressado e as perguntas sem respostas , foi uma obra-prima incrível e memorável.
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Michela Wakami 27/07/2022

Uma história inesquecível.
Iniciei a leitura sem saber quais caminhos seriam percorridos, fui totalmente a cegas e me deparei com a jornada de uma família guerreira e unida.
Em meio a tantos sofrimentos, encontraram pessoas que se compadeceram deles e vice versa.
Apesar do escritor ser muito prolixo, deixando a leitura arrastada, eu amei ter feito essa leitura.
Vanessa 27/07/2022minha estante
Uhuuuuuu! Que legal! Que bom que vc gostou no fim das contas, espero lê-lo em breve.


Michela Wakami 27/07/2022minha estante
Sim.????????




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