Thalia58 10/02/2023
Epidemia: temática interessante visto que enfrentamos uma pandemia atualmente
O livro fala sobre uma epidemia de poliomielite em uma cidade nos Estados Unidos, num período em que não se sabia muito sobre as formas de contágio e não existia uma vacina. E para piorar a situação, a história tem como plano de fundo a II Guerra Mundial.
As primeiras páginas não me prenderam muito e achei alguns trechos ao longo do livro um pouco desnecessários, mas o livro me chamou muito atenção pelo fato de tratar sobre uma epidemia, visto que enfrentamos uma pandemia recentemente do covid-19. Muitas das precauções que foram tomadas são parecidas com as que precisamos tomar hoje em dia.
Achei interessante ler a reação das pessoas ao lidar com esse “inimigo silencioso”, ainda mais porque não se tinha muitas informações sobre o vírus da pólio. E me fez pensar que apesar de ter tido uma colaboração e esforço mundial para estudar sobre o vírus da covid-19 e desenvolver a vacina, achei muito semelhante a forma que as pessoas reagiram, a questão do preconceito, de que tal grupo social ou étnico espalhasse mais o vírus (no caso da história, os judeus), disseminando notícias falsas. A forma como a classe social e o dinheiro interfere nessas situações. E tudo isso me fez pensar que mesmo com o avanço da tecnologia e ciência, como sociedade, não temos evoluído muito e temos a propensão de repetir os mesmos erros.
Para mim, o mais chocante é saber que existem pessoas atualmente que não acreditam nas vacinas ou na ciência, mesmo com todas as provas e evidência de que elas são eficazes, e que concentraram seus esforços em atrasar a vacinação da Covid-19. E não somente isso, pais que escolhem não vacinar seus filhos, acho que esse livro é uma ótima opção para essas pessoas.
Aprendi que o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt contraiu a doença já adulto, e apesar das crianças serem as mais afetadas, poderia afetar adultos também. Depois disso, F.D.R. criou campanhas e uma organização para arrecadar dinheiro, impulsionar as pesquisas sobre o vírus e a doença e para ajudar no tratamento das pessoas.
Outros temas no livro são a questão da mortalidade e como as pessoas lidam com isso, tendo que viver com essa ameaça invisível o tempo todo, o pânico e medo generalizado e a amargura de quem sobrevive, mas precisa lidar com as consequências e sequelas como a paralisia.
No começo fiquei um pouco confusa em relação ao narrador da história porque a história tratava sempre com a 3ª pessoa do plural - nós - e não era o personagem principal, o Bucky Cantor. Apesar do narrador aparecer ainda na primeira parte do livro, ainda fiquei na dúvida do porquê ele estava contando a história, mas tudo é explicado na última parte.
Meus sentimentos em relação ao personagem principal Bucky Cantor são um pouco contraditórios. Ao mesmo tempo que senti empatia por ele, no final acabei me irritando um pouco com o fato dele se martirizar tanto e querer abraçar toda a culpa, mesmo que nessas situações não existam culpados, todos são vítimas. E mesmo entendendo suas motivações para as decisões que ele toma, fiquei triste pela pessoa que ele se tornou.
É uma leitura que vale a pena porque traz muitas reflexões, mas estou dando essa avaliação porque achei arrastado em alguns momentos e acho que o autor poderia ter se demorado um pouco mais na parte final do livro. Não é uma leitura que faria novamente.
#DesafioBookster2023